Os reaccionários de Abril

Passos Portas

De cravo eleitoralista na lapela, Passos Coelho permitiu que o irrevogável abrisse as hostilidades. Terminado o exercício de propaganda do guia supremo da jacintoleitecapeloregolândia, o primeiro-ministro foi igual a si próprio: aldrabou indicadores, agitou fantasmas, falou de um rigor que não conhece e fez, no global, o habitual discurso orientado para a claque.

O discurso em si, quer de um, quer de outro, pouco interessa. Sabemos bem o que vale a palavra do primeiro e do vice-primeiro-ministro: um aldrabou o país em campanha e, mais recentemente, no âmbito da polémica do subsídio de reintegração/Tecnoforma e o outro aldrabou o país quando anunciou a sua demissão irrevogável, que caiu por terra assim que o anúncio da promoção chegou.

Interessante foi a escolha do dia. A escolha do dia e o facto de, há um mês atrás, Passos Coelho andar a vender a um grupo de empresários que era capaz de ganhar as eleições sozinho. Para não falar das dúvidas manifestadas pelo primeiro-ministro há 10 dias atrás quanto ao benefício da coligação. Mas está tudo bem. Haja coligação que os socialistas, apesar de Sócrates, ainda lideram as intenções de voto e a reacção não pode parar.

A liberdade de informação e as prima-donas

Ei, jornalistas! Quando aqui se ataca o proposta-que-não-chegou-a-ser-proposta com a qual um trio de tarefeiros de encomenda iria tentar impor o exame prévio dos projectos editoriais de cobertura dos noticiários eleitorais, eu, ao dar o meu modesto contributo pela liberdade de informação, não me estava a dirigir a vocês. Nem eu nem, certamente, as muitas pessoas que atacaram tal projecto. De modo que o número de teatro-tide do senhor Carlos Magno e as vossas “corajosas” e inflamadas declarações – como as que acabaram de desfilar na RTP – depois de todos sabermos que tal lei jamais existirá, relevam de uma indignação patética e de papelão. É que se tenho o maior respeito, e até amizade, por muitos de vós, muitos outros não me merecem senão o mais profundo desprezo, desprezo esse que, não tenho dúvidas, crescerá durante o processo eleitoral, seja qual for a legislação em vigor nessa altura. Gostava de vos lembrar que a liberdade de informação é um direito geral, do povo, não dos jornalistas. É um inalienável património de todos que a todos cumpre defender. E nessa defesa dispensamos bem exercícios tolos de narcisismo.

Dantes era bom


Dantes, antes de agora, havia boa música mas não havia Ana Malhoa.
Dantes é era bom mas agora é melhor.

E depois do 25 de Abril

Cavaco

O dia inicial inteiro e limpo” tem sido sujeito a tempestades imensas. Hoje celebramos a revolução mas não há muito à nossa volta para celebrar. O país vive dias de penúria e assiste ao rápido desmembramento do Estado Social. Pessoas morrem nas urgências enquanto governantes alucinam com um SNS que apenas existe no seu imaginário propagando-partidário. A escola pública é alvo da incompetência da tutela e do apetite voraz do ensino privado financiado pelo Estado e gerido por barões partidários. A justiça é lenta, ineficaz e plena de prescrições para os poderosos. Excepto para José Sócrates, aquele que pagará pelos pecados de todos os outros.

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Hipocrisias de Abril

Depois da proposta conjunta apresentada pelo seu partido, PSD e CDS para controlar a cobertura eleitoral feita pela imprensa, António Costa aproveitou o 25 de Abril para nos presentear com a sua hipocrisia.

O cravo português

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Sobre os penedos e xistos do Alentejo e da Beira Interior, nas faces onde o sol aquece a rocha, floresce por esta altura do ano um cravo bravio que leva Portugal no seu nome: Dianthus lusitanus. Modesto, tenaz, bonito, rústico: uma metáfora viva do país neste dia de Abril.

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Milagre!

Ninguém, afinal, foi autor da proposta de… análise prévia. Os partidos que a ordenaram, não a fizeram; os autores nem sim nem não nem, sobretudo, talvez. Mas o Marques Mendes, verdadeiro roedor informativo, que valoriza mais o seu estatuto de fonte(zinha) e o seu ego desproporcionado que as suas lealdades, não deu hipótese: “eu vi a proposta, eu li a proposta!”. Portanto se proposta tem e autores não tem de algum lado lhe vem, lá diriam os outros. Só há, pois, uma resposta: milagre!

Marco António Costa – O Alpinista Político, os SHM e a sua Rede

Paulo Vieira da Silva

Quem é Marco António Costa? Esta é uma pergunta que algumas pessoas me fazem com alguma regularidade. Se me pedissem uma resposta rápida e em duas palavras eu diria que é um “ alpinista político ”, mas infelizmente tenho muito mais para dizer.
Conheci Marco António Costa (MAC) há cerca 20 anos na JSD, apesar de ele ser mais velho do que eu 4 anos. Era um jovem de origens humildes, vivia em Valongo e trabalhava, se bem me recordo, numa empresa na área da captação de águas. Estivemos juntos em algumas batalhas políticas, ficamos amigos e até esteve no meu casamento.
Entretanto com a minha decisão de abandonar a política e os caminhos que Marco António começou a trilhar a vida foi-nos afastando. Penso que não estamos juntos, nem falamos a alguns anos, mas quero que fique claro que nada de pessoal me move contra ele. Reconheço que é um político trabalhador, inteligente e muito ambicioso levando a que algumas vezes não olhe a meios para atingir os seus fins. E este sim é o seu grande defeito que nos coloca no plano dos princípios e dos valores em lados completamente opostos.
A sua carreira política profissional começou como mero adjunto do presidente da Câmara de Valongo, Dr. Fernando Melo, mas rapidamente passou a ter muito poder na autarquia. Foi vereador, presidiu a diversas empresas municipais, tendo chegado mesmo a ser o vice-presidente da Câmara. [Read more…]

Espectro político em Portugal

Victor Alves

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Depois do post  “Custou mas foi” e dos últimos acontecimentos, decidi conceber uma imagem que ilustre o espectro político actual, o rumo à direita e radicalização dos principais partidos.

Sobre o projecto de visto prévio

Decorridos 41 anos sobre a conquista de uma democracia livre, o Estado não pode arrogar-se de ter competência editorial, impedindo ou condicionando o trabalho dos jornalistas, por qualquer via.

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O Filho do Ferroviário

Salgueiro Maia © Alfredo Cunha Salgueiro Maia © Alfredo Cunha