Papa lá a República

Em 2010 a peregrinação do Papa Ratzinger à sucursal de Fátima serviu também para provocar a República em seu centenário.

A operação foi bem sucedida através de Cavaco Silva que se comportou como um reizinho devoto, com netinhos e tudo.

A causa monárquica ficou feliz e contente.

Engano seu.

Ficou demonstrada a nobreza da República: até um imitador dos herdeiros do poder por jurisprudência divina pode ser eleito seu Presidente.

Suprema virtude da República, que bem ou mal os escolhe, comparando com a monarquia, que os herda sem ninguém os escolher.

pintura digital roubada a Carlos Paes

Comments


  1. Maravilha de post, JJC. Poucas vezes tenho visto uma imagem e um texto que tão bem exprimam o sentido do ridículo.


  2. «Suprema virtude da República, que bem ou mal os escolhe, comparando com a monarquia, que os herda sem ninguém os escolher.»
    Está tão enganadinho. E o que me espanta é que seja um homem da História a dizê-lo. Encontre-me lá um presidente da república, eleito por sufrágio universal (portanto sem golpes de estado), que não fosse militar, político de carreira, sem o apoio de partidos. Ou seja, que tivesse sido, apenas, um simples cidadãos, sem lobbys ideológicos, partidários ou monetários. Oh! Isso sim sim, seria virtuoso. Seria o apogeu da democracia. Mas a república é como o menu de uma cantina: de 3 menus podemos escolher um. Se não gostarmos de carne, comemos peixe mas, às vezes, o peixe cai-nos mal e o de macrobiótica não nos deixa satisfeitos.


  3. Ó Nuno, não tenha medo que os partidos não mordem. Não gosto muito deles, mas ainda não se inventou melhor.
    Em compensação a nobreza fede, enoja, e é incompatível com a democracia.
    Na monarquia não há 3 menus: eles comem a carne, o povo roe os ossos.

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