O Paulo Guinote explica:
Eu não aprendi Economia, apenas História Económica. Felizmente.
Acredito que com leituras mais à esquerda do que à direita, mas o que li sobre a forma de fazer arrancar uma economia estagnada ou como espoletar um arranque económico tinha a sua lógica.
Com Hobsbawm e outros, por exemplo, li que uma economia só consegue crescer de forma consolidada quando o seu mercado interno é forte, funcionando depois a procura externa como uma espécie de faísca que permite a expansão da produção. Por si só, por não ser algo que se possa contar como permanente, as exportações não podem ser a base de um crescimento económico sustentado. Isso só com base no tal mercado interno forte.
Ora, ontem, o que Passos Coelho anunciou foi o degolar de qualquer hipótese de um consumo interno relevante durante vários anos. Provavelmente na expectativa de que as exportações que se têm portado bem e assim se manterão. Só que a Alemanha começa a espirrar e os EUA ainda não curaram a gripe.
Pelo que a opção é errada e o Álvaro pode perceber de Economia, mas daquela que se faz em gráficos e curvas. E o Vítor, sendo muito didáctico nas explicações, parece mais um contabilista do que outra coisa.
Ainda podia acrescentar umas coisas sobre a crise iniciada em 1929, ao nível do 9º ano de escolaridade mas nem vale a pena. Saia pois a História do ensino básico, substitua-se por uma coisa mais docinha, tipo economia, há por aí vários ministros, comentadores autorizados e outros ignorantes salivando por um convite para escrever o programa.
Estou a exagerar? não, é mesmo assim: um corte na carga horária de História vai precisamente implicar que se deixe de estudar o séc. XX, tal como antigamente, e nem me refiro ao tempo da outra senhora, 20 anos atrás isso acontecia sistematicamente.
E basta estudar História da mais simples para colocar esta malta toda numa perspectiva que os deixa ao nível dos sete anões, mas no mau sentido.
Só retirei daí uma frase sobre chumbar “anões” porque tenho uma turma do 9º ano e a bem dizer já dei 5 a um aluno que defendia coisas ao nível deste governo mas com uma capacidade argumentativa que eles não têm.
Dará vontade de dizer: “Perdoa-lhes Pai. Eles não sabem o que fazem”! Só não o digo porque ELES sabem bem o que fazem. Sabem que polvilhar o país de auto estradas (já são mais do que as estradas nacionais), apenas para darem dinheiro de mão beijada, roubado do erário publico, aos amigos, amigas, e demais quejandas empresas onde eles próprios são administradores, e agora toca de obrigar os portugas a desembolsar dinheirinho para pagamento das mesmas, para mais engordar os já gordos cofres desses badamecos, e tirar até o cotão dos nossos bolsos. Um dia destes, cada um de nós irá pagar UM EURO por cada inalação de oxigénio… Vão ver!
A Educação não era uma forma de iluminar as trevas e trazer felicidades para todos? Onde é que falhámos? Nunca o saberemos, até porque a História deixará de exisrtir entre o povo luso!
Lusitanos, acordai!!!!
Sou economista, mas tive a sorte de ter uma displicina de História Económica e Social, dirigida pela Prof.ª Miriam Halpern Pereira. Partilho inteiramente das opiniões do Prof. Guinote e permito-me citar um livro de José Borges de Macedo – pai do anedótico Braga de Macedo – sobre a ‘História da Indústria Portuguesa’. É elucidativo, o homem foi militante comunista e mais tarde converteu-se ao salazarismo, mas o que escreveu, escreveu e sobretudo é importante ter reconhecido o desenvolvimento industrial português em função do mercado interno.