São várias as razões, das altruístas às egoístas, que me levam a pensar em todo o vernáculo que deveria usar para exprimir aquilo que penso e aquilo que sinto, duas coisas que normalmente distingo, ao contrário do que acontece hoje, depois de ter sido, mais uma vez, roubado pelo mesmo bando que me anda a roubar há mais de trinta anos, alternando siglas. Passos Coelho nem sequer é o macho alfa da alcateia, é apenas um pobre roedor que os chefes mandam à frente.
Entretanto, podemos ver aqui alguns pobres assalariados que têm andando a perorar sobre a necessidade de nós, os outros, fazermos sacrifícios, sempre sentados no dinheirinho que têm retirado da máquina registadora, antes, quando estavam na gerência, e agora, quando mandam no gerente.
Ao melhor estilo abrantino, agora em tons laranja, Pedro Correia repete um refrão já conhecido: a culpa foi dos outros antes de nós. Os que se aproveitaram das corporações, sem sequer disfarçar o cheiro salazarento, exigem que o povo aguente. Pois.
De repente, apetecia-me que o voto deixasse de ser secreto e que os votantes se submetessem a pagar o dízimo exigido por aqueles que elegessem, já que tanto acreditaram que esta seita iria resolver-lhes a vida. Pela minha parte, vivo com a consciência tranquila: eu não tenho culpa, não votei neles. Em nenhum deles.
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