Bandex: Cambalacho Pt 1 (estão falando da Madeira)

Ainda a propósito de máquinas de costura

Faleceu Steve Jobs. Aqui neste blogue, como é sabido, respeitamos igualmente todas as religiões e, como tal, queremos apresentar as nossas sinceras condolências aos membros da seita fundada por Jobs, conhecida por despertar reações religiosas no cérebro dos seus membros – quem o afirma são os neurocientistas.

Filipe Moura no Esquerda Republicana

É certo que o título Steve Jobs, o maior mentiroso de sempre é manifestamente exagerado e provocatório, a bem dizer as mentiras sobre as supostas grandes criações do ora defunto são também responsabilidade da comunicação social que os vende em anúncios gratuitos, mas tinha-me esquecido da religiosidade dos adoradores da maçã McIntoch. Tem sido uma romaria naquela caixa de comentários. Já agora aproveito para explicar que os computadores que uso têm todos dual-boot para as partições do Windows e do Ubuntu, a primeira porque sou obrigado profissionalmente a isso, a segunda porque gosto e acho que os sistemas operativos devem ser abertos, embora não necessariamente gratuitos. E obrigado Dario Silva pelo boneco.

Guerra civil: Cavaco manda os portugueses contra o Banco de Portugal

Cavaco desafia portugueses a “vencerem previsões negativas” do Banco de Portugal

Numa iniciativa inédita, o Presidente da República pôs-se ao lado dos portugueses contra o Banco de Portugal, desafiando os cidadãos a contrariarem as previsões feitas por esta entidade, que antecipa uma recessão profunda para 2012, ano que Passos Coelho já considerou como o do princípio do fim da crise, embora não se saiba muito bem quanto tempo durarão o princípio e o meio do fim da crise. Não há também muitas certezas quanto ao tempo que durará o fim do fim da crise.

Segundo o próprio Presidente, alguns portugueses, desde quinta-feira, ter-lhe-ão perguntado “Não será possível fazer com que a realidade seja melhor?” Não sei se se estaria a referir ao dia de ontem ou à quinta-feira da semana passada, mas, seja como for, as perguntas parecem ter despoletado em Cavaco um arrebatamento tal que deu por si a incentivar os portugueses. Com a sageza que o caracteriza, e evitando utilizar a primeira pessoa do plural, ei-lo que diz aos bravos lusitanos: “Estão a ver aqueles senhores altamente qualificados a fazer previsões negativas e a dizer que a recessão irá aumentar? Agora, peguem nos vossos salários congelados, nos empregos que perderam, nos impostos que vos aumentaram, no pão que encareceram e vão lá contrariá-los. Vá, vão lá, não tenham medo, que eu fico aqui a ver!”

Importam-se de explicar?

Anda TGV, não anda TGV. Vai a 350 Km/hora ou a uma “velocidade razoável”? Vem ou vai com passageiros ou mercadorias, é ou não é o tal comboio dos negócios de Sócrates, sim, esses mesmo que cheiram a comissões depositadas um pouco por todo o lado?

Gostava que alguém me explicasse o que se passa. É manigância? É aldrabice? É o confirmar daquilo que se sabe mas utilizando outras palavras? Pelo que hoje se diz, mais umas centenas de Km da “via férrea tradicional” serão liquidados. Seria bom imaginarmos a cara dos Fontistas, vendo mais uma das suas obras ser transformada em ferro velho, quiçá mais um pasto para certos sucateiros que se foram transformando paulatina, mas irreversivelmente, numa espécie de tutores do regime.

Já não bastava o papaguear de uma “história” de cem anos que afinal não passa de estória, talvez comparável às Aventuras da Anita. Já não bastava a ferrenha mastroncização das Avenidas Novas que um dia Ressano Garcia felizmente concebeu, hoje vítima de Zés que não fazem falta nem ao Menino Jesus, Salgados duplos – BES+CML – e Costas, apelido que em Lisboa parece sinistra sina. Não, não basta. O legado daquilo que de melhor a Monarquia Constitucional – a única e verdadeira precursora da actual democracia – nos deixou, será dentro de pouco tempo uma mera recordação patente em livros à venda em qualquer supermercado. Aqueles que têm estampado nas capas o sugestivo título “Lisboa Desaparecida.

É de facto Portugal que para sempre desaparecerá. Triste fim.

Um, Dois, Três Jardins em Cada Freguesia

Alguém quer saber da treta das alterações climáticas? E das preocupações do resto do mundo?

A gente quer é barragens, auto-estradas, túneis e popós novinhos com montes de cilindrada. E, já agora, consumir aos montes para acabar com a crise, não é?

Falha Felipe? (ou o Rei que sabia que não o queria ser)

No âmbito de uma apresentação oral (que está marcada para o final do semestre) para história moderna fui obrigada a acelerar os meus estudos em relação a Felipe II de Espanha e deixei para trás o Thomas More, com grande pena minha porque o tempo não dá para tudo.

Descobri então que a pergunta “política” mais óbvia que se faz em relação a Felipe, e que a mim sinceramente não me tinha passado pela cabeça, é: “Felipe é um falhanço? Falha nos seus objectivos? Falha para com o Império Espanhol?” Para responder a isto é necessário ter em conta certos factores.

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A vergonha das eleições da Madeira

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O texto de António Fernando Nabais, poético e calmo, revela-nos o frenesi de Alberto João Jardim, que parece querer ser rei da Madeira. É-me impossível não dizer que este é um grande perdedor, porque vai perder votos, estou certo. Pensa tanto em si que compara a sua criminologia, provada como está pelos desvios de dinheiro cinco mil milhares de euros, e as dívidas em que fez entrar a ideologia que nos governa, muito diferente a minha, como é evidente, mas sinto pena do Primeiro-Ministro contar nas suas filas um homem que mente, desvia dinheiro, dá má reputação ao nosso país, e tem apoio… porque paga esse apoio. Crimes como os dele, mereciam for retirado da sua candidatura e despedido do seu partido. Bem sei que tem feito da Madeira um jardim que enche de dinheiro as arcas… de quem?

Senhor Passos Coelho, se tolera no seu partido um homem dessa laia, envergonho-me de si. Ou será que há mais deste tipo de lisura dentro do seu partido? Já vendeu o país à troika, parecia justo e necessário, mas com um político criminoso nas suas fileiras? Se eu for assim, da sua ideologia, primeiro era expulsar o grande mentiroso… O pior é que vai ganhar… [Read more…]

Memórias sobre a empresa da maçã

mac plus 128Dei com a Apple no início dos anos 90 porque a sala de computadores da faculdade estava regulamente lotada, metade por estarem a jogar Tetris, que acabara de se tornar um sucesso, e outra metade porque os computadores estavam com vírus, trazido numa das versões desse mesmo Tetris.

O Mac Plus (imagem e características) de então, que usava na associação académica, era um mono com um écran de apenas 9 polegadas a preto branco e com 512 x 342 pixéis. E no entanto, tanto serviu para fazer o meu relatório de Sistemas Digitais como para fazer a paginação de um jornal.

O maior dom de Steve Jobs, quanto a mim, foi o de estar em sintonia com o mercado. Excepto em casos como no NeXT, que era um computador belo e nascido antes do tempo. Muito do marketing que vemos, sobretudo na informática, traduz-se por ver quem é que tem a maior lista de funcionalidades. Mas será isso que realmente importa ao utilizador? Mais vale uma lista pequena mas que cumpre bem o que faz. Um pouco como a vida do carismático líder, mais curta mas brilhante.

Famalicão, 1963

Um comboio de via métrica sobe desde Lousado por entre os carris da via larga (1668 mm) entrando na estação de Famalicão. © Fred Matthews

 

Transparência

Os nossos políticos não se dão muito bem com a transparência. Digamos que não lhes está no sangue, não compreendem o que isso é. Ou não querem compreender. Isto explica o facto de serem poucas e tímidas as tentativas de mudar o estado de coisas.

Felizmente, os movimentos de cidadania multiplicam-se, um tema constante desses movimentos é exactamente a transparência.

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O Nobel da Literatura e Alberto João Jardim

Aqui está um texto sobre Tomas Tranströmer, o Nobel da Literatura de 2011. No final do artigo, temos direito a um poema intitulado “Funchal”, da autoria do poeta sueco agora nobelizado. Alberto João Jardim já manifestou a sua indignação pelo facto de a Academia Sueca estar a querer imiscuir-se na campanha eleitoral, tendo criticado especialmente a parte em se pode ler “todos falam, fervorosos, na língua /estranha“, o que terá sido entendido como uma referência menos elogiosa ao sotaque madeirense. Como retaliação, os madeirenses estão proibidos de importar móveis da IKEA.

A hegemonia dos europeus

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para o alentejano que mora na Covilhã, esse amigo… 

Tive o prazer, enquanto um técnico do PC medic colaborava comigo no eterno problema das imagens, que é o meu castigo, de continuar a conversa e dizer que ele e a sua pessoa companheira, nada sabiam da Nação Mapuche do Chile e da Argentina. Como de outros povos fora da Europa.

De facto, e ainda ser eu próprio europeu por genealogia, nascido no Chile por casualidade, fiquei surpreendido. Mas não tanto. [Read more…]

Steve Jobs, o maior mentiroso de sempre

Steve Jobs: “O maior empresário da nossa era”.

Já chega.  Há um respeitoso silêncio no luto alheio, há a verdade e há a pachorra.

Steve Jobs foi o maior vígaro do digital, do bit que tal como a banha da cobra estica mas não dobra, tudo cura e resolve, ao alcance do preguiçoso mental que há em nós. Inventou a roda 3 ou 4 vezes, embora ela já rodasse antes de ele dizer que aquilo era uma i-roda.

Não, o sistema operativo sem linha de comandos não o inventou, foi a burra da Xerox. Steve Jobs criou o software que só se podia comprar a ele, de uma forma tão proprietária que nem Bill Gates, outro génio do mesmo ramo, foi capaz de tanto.

Não, o leitor de música portátil digital não o criou,  já existia o conceito walkman que era da burra da Sony, ainda a acreditar em K7´s e que nunca nos impôs termos de pagar duas ou três vezes a música que ouvimos.

Não, os telefones inteligentes já existiam, Steve Jobs apenas lhes deu outro nome e outra obrigação, o que é meu quando o uso a ti pago.

Não, os tablets já funcionavam, apenas lhes deu outro i,  e outra imposição: serei teu cliente para sempre. [Read more…]

O 6011

Naquele tempo (1987), os comboios do Douro eram os “seis mil”, os do Minho eram os “cinco mil”. No 6011, cujo horário de maquinista acima se apresenta, devo ter viajado uma ou outra vez, umas quantas vezes, as suficientes para saber que o mundo de agora é diferente daquele. Depois vieram os burocratas a vender-nos um futuro prêt-a-porter, grátis, em prestações sem juros e eis-nos chegado ao sopé dos piores anos das nossas vidas. A folha horária, que podia ser de meu pai, encontrei-a aqui. A página seguinte está aqui.