Enquanto a esquerda fazia a jeremíada do costume, a direita estava a odiar a clara omissão. A verdade é essa e para isso, bastará darmos uma vista de olhos na blogosfera pró-governo. Andava furiosa com o “esquecimento”.
Finalmente, o Ministro das Finanças decidiu-se a fazer alguma coisa quanto ao cardápio servido aos portugueses, vindo dizer agora, aquilo que logo deveria ter incluído no primeiro “pacote de emagrecimento”. Antes assim, mas ainda há muito para cortar, principalmente no que respeita a certos gastos que já não estão assim tão bem escondidos: PPP, “gabinetes de gestão” de empresas públicas, transumância do governo para certas empresas privadas – onde está o plano de legislação quanto a isso? – institutos, “mise au pas” de Belém com a Zarzuela – só em Belém estão 9 milhões €/ano a mais, fora os ex! – fundações privadas com dinheiro público, “consultadorias” – é assim mesmo que eles dizem consultorias -, cartõezinhos de “crédito” para gestores e outros que tais, motoristas e viaturas, telemóveis à conta, “ajudazinhas de custo”, viagens e “estadas” – antes dizíamos estadias, soava melhor -, despezinhas de representação, observatórios disto e daquilo, pensões acumuladas como neve de avalanches, etc. Ficamos à espera, muito há a fazer.
Não sei o que a esquerda tem a ver com o assunto… mas sabe o que me lembrou a sua imagem?
Dois submarinos novinhos encomendados pela direita. Sobre isso, já toda a gente se esqueceu.
Claro que a esquerda também tem tudo “a ver” com este tipo de coisas. Até parece que por exemplo, Coelhos dos betões, sucateiros de robalos, Penedos, “betoneirozinhos” CDU da margem sul e ex-de Loures (todas ex-“cãbras” CDU, nestas se incluindo a Amadora, Loures, V.Franca, Almada, infernos de imundície construtora durante + de 20 anos!) e arredores, “coveiros da Beira”, “Freeportistas” a saldo, “amigos da Liscont”, triplas como a lisboeta do Costa/Salgado/Zé que faz falta, Varas e etc, são da direita?… Quanto aos submarinos, imagine o que teria sido, se a esquerda estivesse à altura no poder. Teriam sido quatro, (sim, quatro U-Boot) para não falarmos dos 8 que os camaradas do PASOK compraram à Alemanha. Veja lá…
a sociedade portuguesa entrou em total desagregação e todas as classes e grupos sociais falharam – deram-se como impotentes – e são até que o crime se vulgarizou e mora à nossa porta – tudo tão rápido – e eu não sei porquê e acho que não foi o empobrecimento material mas sim o empobrecimento cultural que provocou o maior vazio que só a violência preencheu
Maria Celeste, é precisamente isso, o país foi despojado daquele património essencial que o ethos representa. Tudo o mais, são os acidentes do costume num país sem grandes recursos. Durante muitas décadas, o nosso legado histórico foi brutalmente achincalhado. Esta desgraça teve o esplendoroso início – quase oficial, embora já viesse de antes – nas Conferências do casino. Eis o resultado.