Provas de aferição 2017

Alguns alunos do ensino básico fizeram hoje as provas de aferição que, em boa hora, o Ministério da Educação colocou no lugar dos exames salazarentos da 4ª classe.

Os alunos do 5º ano fizeram a prova de História e Geografia de Portugal (prova + critérios de correcção).

Os do 8º fizeram uma prova com matéria de Ciências Naturais e Físico-Química (prova + critérios de correcção).

Na próxima segunda-feira, dia 12, os mesmos alunos irão realizar a prova de matemática e ciências naturais (5ºano) e de português (8ºano).

O fim dos exames trouxe mais tranquilidade às escolas que assim deixaram de ser apenas um centro de treino para esses dias e as provas de aferição serão instrumentos interessantes para recolher informação sobre as aprendizagens dos alunos. Poderiam ser feitas por amostragem o que tornaria tudo mais simples e será muito importante que a máquina do Ministério deixe de colocar areias (pedregulhos) aos políticos. Uma parte importante dos problemas que estão a acontecer são de natureza técnica e passam, por exemplo, pela forma absurda como está a ser calendarizada a recolha de provas para classificação.

A imbecilidade das provas para crianças de sete anos

Santana Castilho*

O Plano Nacional de Reformas e o Programa de Estabilidade, dois instrumentos que em nada destoam da ortodoxia financeira do anterior Governo, santificaram a Geringonça aos olhos dos mercados. A oportunista tolerância de ponto do próximo dia 12 vai conferir-lhe uma oportuna bênção da Igreja. E não são apenas um PSD sem imaginação e um PCP e Bloco dependentes da minoria maioritária que Costa engendrou, a partir da rejeição quase universal de Passos Coelho, que garantem a aparente paz política reinante. Essa paz é resultado, também, da placidez subalterna de vários sectores profissionais, mansos agora porque os senhores feudais mudaram. A Educação é disto paradigma destacado.
A 19 de Abril, em Coimbra, o ministro da Educação disse que a redução do número de alunos por turma ia abranger 200 mil estudantes. O ministro mentiu, porque a redução se aplica apenas aos anos iniciais de ciclo das escolas TEIP. Nesses anos, não chegam a 70 mil os alunos matriculados. Se não procurasse iludir incautos, teria dito que a medida se aplica apenas a 70 mil de um universo existente de quase um milhão e 200 mil alunos.
Começaram ontem e prolongar-se-ão até 9 de Maio as provas nacionais, obrigatórias, para os alunos do 2º ano do ensino básico, relativas às denominadas Expressões Artísticas e Físico-Motoras. É sabido, público e notório, que muitas escolas de 1º ciclo jamais ofereceram aos seus alunos ensino nas áreas agora submetidas a provas. Essas escolas nem sequer possuíam os materiais necessários para as organizar. Pediram-nos emprestados ou receberam-nos depois de acções de emergência, de aquisição, por parte das câmaras ou juntas de freguesia. [Read more…]

O mérito de saber ouvir

aferecalendario

Há uns tempos escrevi que

Há de facto um tempo diferente, há alguém que é verdadeiramente Ministro da EDUCAÇÃO e não apenas um secretário do Ministro das Finanças e com uma visão salazarenta da escola. A Avaliação serve para melhorar as aprendizagens e não para encostar a um canto (cursos vocacionais) alguns alunos. Feliz por este sinal.

E também não deixo de afirmar, sempre, que prefiro aferição a exames.

Hoje, o Ministério da Educação publicou uma nota informativa (pdf) que vem esclarecer algumas dúvidas que se tinham instalado: [Read more…]

Exames de Português

Hoje vi, ali no centro do terreno, o que este jogo faz aos putos. Mais uma vez, detestei.

Mas, aqui ficam as provas de português (formato pdf) que os meninos do ensino básico fizeram:

– 4º ano: caderno 1 | caderno 2 | critérios de classificação .

– 6º ano: prova | critérios de classificação.

Quarta-feira há mais.

Exames de Matemática e de Português

Podem ser consultados no site do GAVE (6º e 9º).

 

Exames do Salazar

O Sr. Ministro Nuno Crato resolveu introduzir exames no fim do 4º ano. Trata-se de mais uma medida ideológica que nãoEnsino Primário tem qualquer enquadramento pedagógico, mas que é muito bem aceite pelo sr. Senso-comum, que, infelizmente, também é parte importante da reflexão de muitos professores. Neste ponto, infelizmente, a ignorância de quem manda é acompanhada pelo desespero de quem trabalha.

Explico:

É normal (sim, a palavra não é excessiva!) encontrar alunos no 5º ano que não sabem ler ou escrever e quanto às operações, as tabuadas e outro tipo de conteúdos a situação é, em muitos casos catastrófica. Ora, para muitos docentes, a possibilidade de impedir a progressão dos alunos entre o 4º e o 5º é a solução para esta questão – ficam lá trás sugadinhos e não nos incomodam aqui. Pouco parecem preocupados em limpar o rio na nascente e estão apenas a pensar na foz.

Mas, Nuno Crato, na sua dimensão ideológica pró-pidesca, desconfia de tudo e de todos e resolveu fazer chegar às escolas um conjunto de normas para a organização destes exames que são absurdas e que mostram a desconfiança com que a administração olha para as escolas e, neste caso, para os professores. [Read more…]

Calendário de Exames 2013

O Ministério da Educação e Ciência publicou o Despacho (pdf)  que define o calendário dos Exames Nacionais para 2013. Aqui ficam as datas mais importantes para os exames do ensino básico:

4º ano : Língua Portuguesa – 7 de maio, terça-feira; Matemática – 10 de maio, sexta-feira. Provas às 9h30.

– 6º anoLíngua Portuguesa – 20 de junho, quinta-feira; Matemática – 27 de junho, quinta-feira. Provas às 9h30.

– 9º anoLíngua Portuguesa – 20 de junho, quinta-feira; Matemática – 27 de junho, quinta-feira. Provas às 14h00

Educação de serviço público

Os exames para este ano têm calendário disponível.

O grande destaque vai para a novidade Crato – exames no 2º ciclo (antigo ciclo preparatório) a matemática e língua portuguesa.

Eis a síntese das datas mais significativas:

Provas de aferição do 1ºciclo (4º ano) : língua portuguesa – 9 de maio; matemática – 11 de maio;

Prova final de 2º ciclo (6ºano): 18, 19 e 22 de junho;

Prova final de 3º ciclo (9ºano): 21 de junho;

Ensino Secundário, 1ª fase: 18 a 26 de junho; 2ª fase: 13 a 18 de julho.

Diálogo de surdos

Depois da entrevista de ontem, José Sócrates disse o que irá dizer sempre.

Depois da entrevista de ontem, a Oposição irá continuar a questionar José Sócrates sobre as mesmas coisas.

O Primeiro-Ministro disse, taxativamente, duas coisas lapidares:

1 – Não deu ordem para qualquer plano ou avanço da PT sobre a TVI;

2 – Não comenta nem tem qualquer reponsabilidade por aquilo que afirmam ou conversam terceiros, mesmo que esses mesmos terceiros envolvam o seu nome.

Face a isto, das duas uma: ou se descobre provas de que tal é mentira, ou mais vale parar com um diálogo de surdos em que alguém repete sempre a mesma coisa e um outro insiste em que seja dita coisa diversa.

No ponto em que estamos, isto parece aquelas investigações criminais – à boa maneira do Estado Novo e que ainda vai dando sinais nos tempos que correm -, que são orientadas para a confissão do suspeito.

O mal disto é que não há verdadeira  investigação: alguém vendeu a bom preço as escutas – não sei se transcritas ou não -, e o Despacho do Procurador. Fez bom dinheiro, e a imprensa fez bons títulos. Isto não é jornalismo de investigação. É um negócio de tiragens, à custa da clássica “fonte anónima” e de fugas de informação, de atropelo em atropelo à Lei. Isto é luta político-partidária, a querer corroer um Governo à custa de ausência de ideias ou de vontade em assumir compromissos – até Paulo Rangel já disse que com ele não haverá moção de censura, pois neste momento não é “apetitoso” governar.

Já o disse em tempos e reitero: entendo que José Sócrates não tem as condições pessoais necessárias para liderar o Executivo. Mas sei que não se demitirá. Não é do seu temperamento. E, também, há que o dizer, ninguém neste momento quer calçar os seus sapatos e fazer-se à espinhosa estrada. Seja esse alguém do PS ou da Oposição.

Assim sendo, a menos que se obtenha provas concretas que José Sócrates participou no alegado plano, que tal lhe seja ouvido, ou lido, seria bom que se parasse de vez com o Carnaval. O país deveria estar já preocupado a discutir o PEC e as respectivas opções estratégicas para os próximos 4 anos. A agenda política deve ser ditada pelo interesse nacional, não pela imprensa.

E o sr. PGR, sr. Presidente do Supremo?

Diz V. numa entrevista (algo manca, sr. Presidente…) que num dos seus despachos (estou a escrever de ouvido) escreveu que as escutas não teriam índicios sérios “…se não se viessem a verificar novos factos que exigissem a abertura de inquérito…”

Ora, se no mesmo despacho V. manda destruí-las…

Face a esse despacho, onde V. coloca a hipótese de relevância criminal a existirem novos índicios, não seria obrigatório o sr. PGR mandar investigar? Como é que se podem encontrar novos índicios se não se investiga?

A verdade, pelo que se percebe em tudo o que são declarações de gente do PS, é que V. e o Sr. PGR dão as escutas (as que não foram julgadas ilegais) como “…não tendo relevância criminal…” mas V. nesta recente entrevista acrescenta-lhe um “se” que muda tudo! Temos ou não um inquérito sobre esta matéria? As pessoas escutadas estão ou não sob inquérito? Ou a existência de inquérito é, nesta fase, segredo de Justiça?

É que em plena Assembleia da República o que se ouve são os senhores deputados do PS e o próprio primeiro ministro dizerem que a Justiça já se pronunciou, o que aquele “se” que V. deixou escapar, desmente, a não ser que o Sr. PGR não tenha continuado a investigar, como o despacho de V. exige! (embora também já se comece a ovir isto)

Vossa Excelências importar-se-iam de explicar publicamente por forma a que o povo deixe de ter estes racíocinios, evidentemente ignaros, mas que não nos deixam dormir em paz?

A presunção de inocência

O que vale a pena, tem sempre que ser conquistado, com determinação, com convicções, com muitas desilusões, mas há que porfiar e não desistir.

Uma delas, e esta reflexão resulta de vários comentários cruzados que temos tido aqui, é a questão da Justiça. Para além do que se pode fazer, melhorar a organização, assentar a progressão no mérito, introduzir meios modernos de gestão e informática, há algo com que temos de viver, sob pena de colocarmos em perigo a nossa liberdade.

As garantias que são dadas a todo e qualquer suspeito ou arguido de ter direito à sua defesa, de constituir advogado, de ter acesso ao processo, de se constituir assistente, gozar de tantos direitos que há quem lhe chame “garantismo”, isto é, que vai para além das garantias razoáveis, são uma uma trave mestra da Liberdade!

Mas tudo isto pode ser condensado numa frase. É preferível ter culpados livres, sem castigo, sejam quantos forem, do que ter um só inocente na prisão!

E este principio tem que ser levado até às últimas consequências, correndo o risco de favorecer quem tem mais meios para melhor se defender, ver casos de pessoas que uma e outra vez não são sequer acusados, pese embora as suspeitas, e mais que suspeitas, provas que aparecem na opinião pública, mas que não têm valor probatório em Tribunal.

No caso dos políticos, há o nível político e o nível do cidadão. Ao nível político, eu sou de opinião que um homem público não pode ficar indiferente ao que a opinião pública pensa dele, mesmo que nada esteja provado em Tribunal. Trata-se de alguem que está fragilizado perante os muitos interesses que tem que enfrentar, perde capacidade e eficácia na resolução dos problemas da governação.

Ao nível pessoal esse homem tem todos os direitos que estão consagrados na Constituição da República Portuguesa. Não pode ser considerado culpado, e goza da presunção de inocência, enquanto não transaccionar em Julgado, decisão de Tribunal competente para o condenar.

É assim  o Estado de Direito! Podemos arrancar os cabelos, podemos não acreditar, podemos zangarmo-nos uns com os outros, mas aquele principio é sagrado!

Ai, de nós se assim não fosse!

PS: sou o mesmo LM que ataca uma e outra vez Sócrates e os outros políticos. Não estão enganados. Mas nunca me leram a dizer que são culpados. Mesmo no auge do Freeport, para além dos boys de serviço, eu fui dos poucos que nunca deixou cair essa dúvida. E se não for culpado?