Os amigos são para as ocasiões


Os estrénuos defensores “relativistas culturais” terão uma excelente oportunidade para dizerem qualquer coisa, ou melhor ainda, para se calarem.

Aventar apresenta Pedro Passos Coelho em «Perdoa-me»

Cancro da Mama, sensibilize

Não é meu hábito reproduzir aqui emails que recebo. No entanto chegou-me um, de uma amiga, que transcrevo na íntegra:

Divulguem pelas redes sociais em que estão presentes.
Há as normais (.) (.), as de silicone (+)(+), as perfeitas (o) (o), ou as arrebitadas (*)(*), aquelas com frio (^)(^) e até as da avó \. / \. /, para não mencionar as grandes ( o Y o ), ou as pequenas (.)(.) ou assimétricas (·)(.)
Salvemos todas!

Publica no teu perfil para sensibilizar sobre o CANCRO DA MAMA. (^_^)

Orçamento de Estado: éhéhéhéhéh!…. povo, povo, povo… éééééhh!… povo liiindooo!…

Manifestação Nacional da Administração Pública: No Sábado, todos ao Marquês!

Desaumentos salariais – II

O João José Cardoso já referiu três desaumentos salariais, especificamente os da educação, da saúde e, pasme-se, da Câmara de Elvas. A táctica continua em implantação e agora é a vez dos secretários e oficiais de justiça. Estes estão a receber, pessoalmente e por correio registado, uma missiva assinada pela sub-directora geral da administração da justiça, na qual se lhes comunica que, afinal, não têm direito a abono por falhas, visto que autorização para tal não foi concedida, pelo que terão que repor as quantias recebidas desde Janeiro de 2009.

abono para falhas - reposição

Carta registada que está a ser enviada às Secretarias de Justiça

Despacho de atribui o abono para falhas atribuído aos secretários de justiça


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Rectificação (despacho de 04/11/1992, publicado no Diário da República, II Série, de 25/11/1992)

Clicar nas imagens para ampliar

É de salientar o aspecto cínico na forma como a questão foi colocada: «caso tenha interesse», poderão os montantes «recebidos indevidamente» serem pagos em prestações. Em causa estão, ao que soube, 1.898,38 euros. Cujo direito se demonstra por consulta ao OE2009 (no artigo 24, nº 2 da Lei do Orçamento de 2009 está definido quem tem direito ao abono para falhas, nele cabendo os oficiais de justiça).

Não são reformas douradas mas é dinheiro. Já para não falar que o Estado ser pessoa de bem é uma valente hipocrisia.

Mais:

Olha, quem diria

António Mota, presidente do grupo Mota-Engil, está a ser ouvido no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) pela equipa de investigação da Operação Furacão, tendo sido constituído arguido por indícios da prática de crimes de fraude fiscal agravada e branqueamento de capitais, soube o SOL.

Claro que um processo iniciado em 2005 precisava de 5 anos para chegar a esta conclusão. O advogado de António Mota chama-se Daniel Proença de Carvalho. Precisam de um desenho?

O orçamento, o debate na AR, a banca e a fiscalidade

Fica para a História Económica e Social de Portugal. O OGE para 2011, o orçamento da miséria, foi objecto de acordo no aristocrático Bairro da Lapa. Em reunião entre o dono da casa, Eduardo Catroga pelo PSD, e o Ministro Teixeira dos Santos pelo PS. O telemóvel do primeiro registou as imagens do “sucesso”, deglutido alegremente por ambos.

A despeito do mediatizado acordo, a discussão da proposta orçamental está fervilhar desde ontem na Assembleia da República. Com elogios do PM a Ferreira Leite e a mistura de discursos truculentos entre “rosas” e “laranjas”, os deputados da Nação lá vão ocupando o seu tempo e o da parte do país disposta a assistir ao espectáculo.  

Tanto tempo, tanta palavra, tanta retórica, tanta controvérsia, num jogo cujo desfecho final é, à partida, conhecido e imutável. Ainda por cima, com os derrotados fora de campo. E os derrotados, diga-se, são a imensa multidão que ‘paga mas não manda’. Precisamente ao contrário do que afirmou Manuela Ferreira Leite em réplica a outro deputado. Com efeito, a distinta deputada, também ela com contas por ajustar no descalabro financeiro do País, proclamou uma tirada, com a altivez de quem inventa e enuncia uma lei científica e universal: “Quem paga manda”, disse em tom severo; o seu rebanho, em colectivo êxtase subserviente e acéfalo, fez-se ouvir em uníssono aplauso. É a típica manifestação de estado emocional em grupo, de quem está bem na vida, de quem pensa o que lhe convém e se exclui de deveres elementares da missão e ética da política.

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O Diário do Professor Arnaldo: 3 de Novembro – Os Conselhos de Turma

Felizmente, acabam hoje os Conselhos de Turma intercalares. 8 turmas, 8 Conselhos de Turma, todos com a presença dos professores, dos dois representantes dos alunos e dos dois representantes dos Encarregados de Educação, 8 saídas da Escola às 9 horas da noite.
São divididos em duas partes. Na primeira, analisa-se a turma em geral – comportamento e aproveitamento – sem referir nomes. Na segunda parte, já sem a presença dos Encarregados de Educação e dos alunos, desancamos sem dó nem piedade naqueles que saíram. Nos próprios, se for o caso, ou então nos que eles representam.
Na primeira parte destes Conselhos de Turma, o mais usual é os representantes dos Encarregados de Educação estarem calados e dizerem banalidades. Há uns que quando abrem a boca é para falar dos seus próprios filhos, como se eles estivessem ali como Encarregados de Educação dos seus filhos. É das coisas que mais me irrita. Pior, só mesmo quando começam a dizer mal de determinados alunos, que criam mau ambiente na turma, que prejudicam os melhores alunos, ou seja, que prejudicam os seus filhos. Todos percebemos.
Na segunda parte, começa a algazarra. E os assuntos que duram, duram, duram. Ontem percebi por que razão duram tanto. As colegas não se calavam com conversas paralelas (eu era o único homem naquele Conselho de Turma) e a Directora de Turma teve de intervir:
– Ó colegas, desculpem lá, têm de fazer algum silêncio. Não querem ir para casa?
E respondeu uma a rir-se:
– Não. Se eu chegar antes das 8 e meia, tenho de fazer o jantar.
E só porque Suas Excelências não querem fazer o jantar, temos todos de levar, minutos a fio, com o que não interessa.

Podemos sempre fazer um Banco Alimentar Banqueiros

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Obrigado pelo aviso, , estamos solidários e preocupados convosco.
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Carta da AAP

Exmo. Senhor

Ministro dos Negócios Estrangeiros

Dr. Luís Amado

ministro@mne.gov.pt

Cc. gmne@mne.gov.pt

Palácio das Necessidades, Largo do Rilvas

1399-030 Lisboa

Senhor Ministro Dr. Luís Amado:

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) ficou perplexa e indignada com o teor do recente discurso de apresentação das Cartas Credenciais do novo Embaixador de Portugal junto do Vaticano que, no nosso entendimento, aproveitou a ocasião para exprimir a sua subserviência e devoção pessoal à Igreja em desrespeito do seu dever de representar este país laico e soberano.

Assim, a AAP vem junto de V. Ex.ª solicitar que se digne informá-la se o discurso do Sr. Embaixador representa o pensamento do Governo ou se, pelo contrário, foi um discurso que merece a reprovação do Governo de Portugal, por se apresentar o Sr. Embaixador como «o intérprete da arreigada devoção filial do Povo Português à Igreja e a [Sua] Santidade», ignorando o pluralismo ideológico, os princípios de liberdade religiosa, e uma boa parte da população do País que o Sr. Embaixador foi incumbido de representar.

Para o Sr. Embaixador pode ter sido a maior honra pessoal e profissional da sua vida dirigir-se ao «Beatíssimo Padre», mas o embaixador Fernandes Pereira não foi nomeado para representar um grupo de peregrinos. Portugal é um Estado laico, não um protectorado do Vaticano, e muitos portugueses reprovam o mal que as políticas de cariz teológico desta Igreja têm feito à humanidade, nos países onde a SIDA dizima populações, nas posições em relação à contracepção e planeamento familiar, à saúde reprodutiva da mulher, à sexualidade e à igualdade de direitos entre os sexos.

A alegada emoção do Sr. Embaixador com a canonização de D. Nuno Álvares Pereira também não é partilhada por muitos portugueses que, uns pela sua descrença e outros pela sua crença, consideram que declarar milagrosa a cura do olho esquerdo da D. Guilhermina de Jesus, queimado com uns salpicos de óleo de fritar peixe, é uma decisão pouco digna e menos justificável ainda. A AAP reconhece ao Sr. Embaixador o direito de ter a sua opinião acerca desta matéria, mas exige de um Embaixador de Portugal que represente o seu País e não apenas a sua opinião pessoal. [Read more…]

Notícias desse país

Campos junto ao Rio Pranto

Sem televisão e com pouca rádio – mas sobretudo sem net – têm os dias passado sem sobressaltos. O temporal que fez furor nas notícias, facto que pude (desnecessariamente) comprovar, trouxe-me anos idos à memória. Tempos em que as manhãs começavam com quinze minutos de caminhada até à camioneta que me levaria à cidade, a dezoito quilómetros de distância, onde depois de outros vinte minutos chegaria ao liceu. Nesses idos anos oitenta, antes das obras de hidráulica do Baixo Mondego, eram frequentes as cheias nos campos de arroz. Não havia televisões a fazer a cobertura – até porque só havia "a" televisão – nem prevenção civil a emitir alertas. Mas as pessoas sabiam que a chuva viria e preparavam-se. Limpavam valetas, removiam a vegetação das valas e, também, o solo não estava tão impermeabilizado com cimento como agora.

Tal como por estes dias, o dinheiro era igualmente escasso. Banalidades de hoje, como uma bola de berlim, eram uma alegria. Que por vezes se trocava por uma outra maior, que era a ida à Luna para dois jogos de Space Invaders – duas moedas de dois escudos e cinquenta centavos (vinte e cinco tostões como lhes chamávamos). Os dias de então eram como estes que agora experimento na ausência do frenesim noticioso. E sem o desemprego, coisa que se ouvia dizer ser alta em Espanha, deixando-nos patrioticamente confortados. E com as mesmas cheias, que eram boas por fecharem a estrada do Campo, o que significava dia sem aulas por causa do autocarro não passar.

Alcatrão e betão à parte, trinta anos não mudaram assim tanto os dias de hoje. Excepto que o desemprego chegou em força e a histeria político-noticiosa é mais omnipresente, muito graças aos novos canais televisivos.

 

Foto: bordadocampo.com. Sobre as cheias do Baixo Mondego, ver: A Ponte-Açude de Coimbra (e também a DGADR).