SEMANA ACADÉMICA

A QUEIMA DAS FITAS

Pelo que se ouve por aí, não há dinheiro nas universidades e sobra pouco ou nada para a investigação, e muitas vezes a que se faz tem pouco ou nenhum interesse. Os reitores queixam-se, os professores queixam-se e os alunos queixam-se. Mesmo assim, arranjam-se uns milhares de euros, muitos, para essa coisa chamada de “Semana Académica da Queima das Fitas”. A festa dos estudantes, por excelência.
Antigamente, antes da revolução, e mais tarde quando do seu recomeço nos idos de 1979, a “coisa” traduzia-se em festas como a Missa da bênção das pastas, a Monumental serenata, a garraiada, o rallye paper, o cortejo, procissões intermináveis de estudantes alegres e divertidos, alguns, uma minoria, abusando uma ou outra vez das bebidas alcoólicas.
Hoje, apesar de continuar a haver a missa, a serenata, o cortejo e todas as outras coisas, tudo não passa de uma quantidade enorme de tipos dependentes do álcool e do tabaco, bêbados e bêbadas, muitos, demasiados, a recorrer às urgências dos hospitais em coma alcoólico, prematuramente decadentes, que passam por ser estudantes universitários e a propósito dos quais os mandantes de esquerda do nosso país dizem maravilhas e muito esperam. Excessos e dependência fazem parte da ordem do dia. Esta juventude, os responsáveis do amanhã, afoga a alegria, quando não a tristeza e a frustração, em copos de cerveja subsidiada (onde à conta disso as cervejeiras ganham milhões), e dá uma péssima imagem dos nossos futuros mandantes e governantes. E, os estudantes que não alinharem nestas “festas” passam por “aliens” ou pior. Serão estes os futuros médicos, engenheiros, gestores, economistas e políticos, que olharão por nós, que nos tratarão das doenças, que construirão as nossas estradas e pontes e nos governarão.
Não há quem ponha mão nisto, ninguém se incomoda, poucos se importam, e, por estas e por outras (as bebedeiras de outros que já foram estudantes e tiraram cursos sabe-se lá onde e como, e agora mandam em nós), estou crente de que não iremos nunca a lado algum.
Pobre futuro o nosso, e o dos nossos filhos.

Comments

  1. Luis Moreira says:

    Estes meninos e meninas deviam pagar o que o Estado gasta com todos eles.Após tirarem o curso e começarem a vida profissional, devolviam ao Estado os custos da formação superior! Afinal para quem ganha bem é apenas a devolução de um empréstimo.Para os outros que não ganhem bem, pagam mais devagar!

  2. Miguel Dias says:

    José Magalhães:No teu post há muito da velha máxima no meu tempo é que era. Porque raio é que os putos não se podem divertir enquanto podem e como muito bem entendem? Bem sei que se trata de um evento serôdio, que eu pessoalmente desprezo e aliás sempre desprezei. Nunca precisei de dia e hora marcados para apanhar uma piela. No entanto, reconheço que para além dos copos, é uma boa oportunidade de engate. É que sempre tive um fetiche pelas morceguinhas armadas em doutoras.Sinceramente acho que em face da esquizofrénico país têm pela frente- e do qual nós somos responsáveis, não eles- a atitude mais lúcida será entrar em coma alcólico e nunca mais de lá sair.

  3. Meu caro José Magalhães há por aí um certo discurso de pai para filho. Como diz o Miguel, no meu tempo é que era.É verdade que eles bebem, mas o que isto tem a ver com a crise é que não entendo?!!!JP

  4. Adalberto Mar says:

    MEU CARO MAGALHÃES-NÃO COMPUTADOR NEM DESCOBRIDOR-NEM COBRIDOR-NEM TAO-POUCO-COBERTOR:PARA ASSISTIR AO MEDINA TEMOS DE FAZER PRÉ INSCRIÇÃO NO HOTEL DE GAIA? A QUE HORAS É? DALBY

  5. Jose Magalhaes says:

    Para assistir, meu caro, basta aparecer. Pelas nove ou não terá lugar para ver e ouvir em condições.AbraçoJM

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