Diz Eduardo Catroga (economista, ex-ministro das Finanças)
Decidir é estabelecer prioridades i) o projecto Porto-Vigo é mesmo prioritário, tendo presentes as necessidades estratégicas da região norte?As empresas nortenhas não necessitarão,antes,de outro tipo de apoios para melhorarem a sua competitividade externa?ii) o projecto Lisboa-Porto pressupõe o encerramento do serviço público normal de passageiros e do Alfa Pendular? Como se vai dividir a clientela futura,a rentabilidade, entre as duas linhas a operarem em paralelo?Não é verdade que o TGV para ser rentável exige uma distância mínima de 400 Kms?iii)O projecto Lisboa-Madrid vai representar seguramente, durante muitos anos,um “buraco financeiro”:serão os contribuintes a subsidiar? iv) se existe mercado que justifique algum troço (ou todos)…então porque o risco comercial do projecto e os riscos dos desvios dos custos das obras não ficam do lado das concessionárias privadas…nas parcerias público-privadas (PPP)?V) se é estratégico para a UE que Portugal execute, a curto prazo,…então porque não paga a UE?
Estes investimentos representam um largo quinhão da riqueza nacional e que, através da filosofia das parcerias público- privadas, hipotecam o futuro com encargos vultuosos para os contribuintes.São projectos de alto risco para todos os que pagam impostos e taxas!Não esquecer que, além da componente conjuntural da crise (que será ultrapassada com a recuperação da economia internacional) confrontamo-nos com uma componente estrutural que se lhe sobrepõe e que explica a “década perdida” em termos de convergência real e o endividamento externo galopante!
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