Confesso que ando com algum medo e principalmente, confuso com o caminho do mundo e do país. Para onde caminha? Não consigo descortinar lá muito bem. Tenho uma visão utópica (ou será distópica?) do futuro. Se calhar são filmes a mais. Espero bem que seja isso. Mas depois, mesmo sem querer, lá tropeço nas bases das minhas visões utópicas.
O CDS-PP acusa o Governo de “incompetência” e manifesta-se contra um regime de “monopólios” no mercado da produção de leite. No leite? Só? Qualquer negócio ou serviço caminha rapidamente para a total monopolização. Claro que a realidade portuguesa é muito pequena. A nível mundial (até porque já não faz sentido falar em países) a monopolização é tão grande que até sai fora do ângulo de visão. A Fiat que há dois anos debatia-se para sobreviver, agora vai-se tornar o 2.º maior grupo automóvel, comprando a Chrysler. A seguir vem a Volkswagen comprar a Porsche. Quando vai parar? Quando todas as marcas automóveis sejam da mesma entidade. E isto é transversal a todos os negócios e a todas as indústrias. Qual é o problema disto? Influência directa mais uma vez. E desta vez até há um estudo que prova isso. Fantástico este Maravilhoso Mundo Novo dos Estudos. Mas quando penso que já encontrei um padrão de acontecimentos, o Estado decide surpreender-me e concessionar o património público! Inacreditável. Nunca conseguiria atingir um tal alto nível de imaginação. No final, o mesmo resultado de sempre: como a culpa é nossa, pagamos nós. É justo. E temo que será sempre assim.
Existe previsão meteorológica, previsão do trânsito e até (pasme-se!) previsões económicas, apesar de ninguém conseguir prever nada de jeito! Como é que não existe uma ampla investigação e estudo do futuro da própria sociedade? Saber quais as implicações futuras dos actos no presente? Eu acho que perante estas pequenas, mas reveladoras evidências de um mundo totalmente corporativista e dos seus problemas, se calhar deveriam-se introduzir as utopias como uma nova disciplina nas escolas, como a matemática ou o português.Pelo menos mostrava-se aos mais jovens, como poderá ser o mundo onde irão viver quando sairem da escola. Pelo menos, percebiam logo aos 15 anos como de facto tudo isto funciona. Podia ser que fizesse alguma diferença. Mal não faria de certeza.
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