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Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
A Carla Romualdo tem no ‘Aventar’ um papel relevante, essencialmente, em minha opinião, por dois motivos cruciais: O estilo literário de grande qualidade estética que utiliza; e a resistência ao tratamento, quase em exclusivo, de temas de política, em que nós homens somos mais prolixos.
À semelhança do Luís Moreira, e por estes motivos, sou um admirador da Carla. Ela adorna o blogue com histórias, ficcionais ou não, preferentemente ligadas à vida real, ou seja, a alegrias, tristezas, erros, emoções, desilusões e demais sentimentos do quotidiano dos humanos.
O tema ‘Homens Fatais’ integra-se no estilo e nas escolhas habituais da Carla. E, num primeiro instante, mereceu-me um comentário algo irónico, mas cujo sentido assenta no ponto de vista de que as mulheres, em família e na sociedade, têm um papel mais decisivo do que aquele que geralmente lhes é reconhecido pelos próprios sistemas sociopolíticos – com responsabilidades acrescidas para o chamado mundo desenvolvido, sublinhe-se.
Todavia, a par de homens e mulheres fatais, existem outros seres humanos, heterossexuais ou homossexuais, orientados, por sentimento, para gostar de alguém. Umas vezes são bem sucedidos; outras têm o desfecho da fatalidade.
Goethe, fundador do romantismo literário, retrata de forma sublime o sofrimento do amor não correspondido, na história do desventurado “Werther” – “…a nossa pobre existência…é tão-somente uma ilusória resignação”, escreve, ele, a certa altura. Apesar da distância do tempo, a citada obra de Goethe é perene. Sobretudo, numa época em que a fatalidade de mulheres e homens é viver em sociedades de extremo individualismo, erigidas sobre o valor supremo da cupidez que destronou torpemente o Cupido. É uma fatalidade que favorece a proliferação de homens e mulheres fatais, e das suas vítimas. Diferentemente da Carla, penso que o pragmatismo dos fatais é um estado permanente, e não resulta de metamorfoses. Beneficiam conscientemente da desestruturação social e é aqui que reside a essência do ser pragmático.
Acerca do Dia Mundial do Animal de Laboratório, que foi celebrado há cerca de 15 dias, soube da intenção de uma Fundação privada de construir um biotério com capacidade para 25 mil animais através do Paulo Jorge Vieira. A luta contra este projecto aqui.
Já agora: uma certa senhora, que em tempos andou a fazer experiências com sangue contaminado, por que não faz agora as experiências científicas nela própria?
continuação aqui
Manuela Ferreira Leite anunciou, penso que de forma séria, que o PSD está disponível para “ajustar” a lei do financiamento dos partidos, se houver a interpretação de que as recentes alterações têm efeitos perversos.
Mais AQUI
Nada de estranho. É mais um caso que serve para ilustrar a forma como se fazem leis no nosso país e a magnífica qualidade dos parlamentares que elegemos. E a chefe da oposição só soube hoje o que tinha sido aprovado?
E que tal a eleição uninominal para acabar com esta vergonha?
No momento em que se inicia mais uma época tauromáquica, chega-nos dos Açores uma lamentável notícia: a Comissão Parlamentar dos Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa Regional aprovou, com votos de Deputados do PSD e do PS, a realização de corridas picadas. Há sete anos que não se realizava este tipo de corridas no Arquipélago.
Para quem não sabe, as corridas picadas, ou sorte de varas, distinguem-se das corridas tradicionais pelo facto de o touro ser picado com uma vara enorme, por um cavaleiro, enquanto está a ser toureado a pé. O objectivo é sangrar e enfraquecer o animal, preparando-o para a entrada em cena do toureiro a cavalo. Este procedimento provoca dores inimagináveis ao touro.
Ou seja, trata-se de mais um retrocesso em termos de direitos dos animais, já que, de todo o tipo de corridas, a sorte de varas é a mais cruel de todas.
Quanto à questão de fundo, a existência das touradas, muito haveria para dizer. Apesar de considerar que é um «entertenimento» abjecto, sou da opinião de que, de todas as actividades ligadas à exploração animal, os touros até são aqueles que menos sofrem. Vivem ao lar livre, na imensidão da lezíria, durante anos de uma vida de luxo, que todos os animais deveriam ter, para serem torturados nos últimos dias. Já os animais dos circos, os animais da indústria de peles e da decoração, os animais utilizados para experiências científicas, alguns animais domésticos e mesmo os animais utilizados na nossa alimentação nascem e morrem na prisão que é a sua vida, sendo torturados diariamente e tendo uma morte tão sofrida como a dos touros.
Mas é preciso começar por algum lado e a proibição das touradas, pelo sofrimento que exibem, seria um bom início. Já são quatro as cidades portuguesas anti-touradas: Braga, Cascais, Sintra e Viana do Castelo, a primeira de todas e a mais importante, pela história que a cidade tinha a nível da tauromaquia.
Tornar Lisboa e o Porto como cidades anti-touradas seria um passo decisivo. De Lisboa, não se espera grande coisa, até pela recente inauguração do Campo Pequeno – a única e verdadeira razão de ter aumentado o número de corridas, que há muito estava em decréscimo. Mas em relação ao Porto, seria relativamente fácil. Mais por uma questão de simbolismo, ter a segunda cidade do país como cidade anti-touradas. Porque, felizmente, há muitas décadas que não se realiza nenhuma na cidade.
As touradas, mais cedo ou mais tarde, vão acabar. Resta-nos apressar o seu fim.
Porto, a próxima cidade anti-touradas. Vamos a isso, caros aventadores?
O enriquecimento ílicito apareceu na agenda política pela mão dos partidos. Face à realidade de situações de gente que tem sido toda a vida político e que aparece com um património pouco conforme com os rendimentos, logo se levantou um coro de indignação. Pode lá ser!Neste caso, o ónus da prova tem que ser invertido! O sujeito que prove de onde veio a “massa”! Pelo menos pague o Imposto sobre o Rendimento (IRS), sempre são 42% que ficam do lado de cá. Isto sim, destrói a credibilidade da democracia e dos políticos, quem acredita que foi na “sorte grande” ou no “euromilhões” que ganhou o dinheiro? Uma onda de indignação varreu o país, da primeira figura do Estado ao desempregado à porta da fábrica que acabou de fechar, todos aventam soluções fáceis, claras e exequíveis assim “eles” queiram!Pressentiu-se que ía ser desta, os “orgãos” encolheram-se a reflectir, consensos, análises, que o momento exigia alta ponderação, era um assunto de Estado!
Trabalharam bem e depressa! Fabricaram, na AR, por unanimidade, a lei do Financiamento dos Partidos que apoia o enriquecimento e lava o ílicito! Como diz João Cravinho, abre-se a porta por dentro à corrupção e Maria José Morgado clama contra a ilicitude cada vez mais difícil de combater! Fica para a próxima!
Como podem ver na página 64 da Sábado de hoje, a fotografia mostra bem o “ataque” que VM e Ana Gomes sofreram na manifestação do 1º de Maio. Noutra foto, julgo que no “I” ou na Visão, aparece Vitor Ramalho com a sua saliente barriguinha a controlar o feroz ataque!
O Tiago do 5 dias, já desarticulou o “embrulho”! Há um principio fundamental em política. Se a oportunidade não aparece, cria-se!
A delegação do PS foi o que fez, criou a oportunidade de ouvir umas palavras de que não gostou, palavras que os árbitros de futebol ouvem sem queixume. Os socialistas não podem esperar outra coisa, sabem muito bem que VM não é amado por muita daquela gente que comemora o dia do trabalhador, e que não são, necessariamente, comunistas! Dizer que se fica ofendido por, em trabalho político de rua, ser vaiado e/ou levar uns encontrões, é não querer aceitar as regras do jogo. É como levar a namorada ao futebol e ficar incomodado ou por-se à estalada com o sócio do lado que chama “filho da puta” a tudo o que não veste a camisola da cor preferida. A verdade, é que aquele sócio está naquela cadeira há trinta anos a sofrer, se calhar nasceu logo sócio, com o pai e o avô a ver quem o regista primeiro e, depois, leva com um “queque” que se lembrou de impressionar o pai da namorada. Cachecol do “inimigo” e vai de se mostrar à “claque” que vê naquele jogo uma das raras oportunidades de dar largas ao seu “sonho” nunca conseguido! Ou então o árbitro que, coitado, ainda não entrou em campo e já ouve das boas! Eu bem vejo ali em Alvalade, os meus amigos, gente cheia de educação e de “salamaleques” com o pessoal, segundos antes dos jogos, e a emoção a traí-los logo no primeiro lance!
Sejamos sérios! O dia 1º de Maio é um dia de conforto para muita gente que vive o dia a dia cheio de agruras. Não se tente comparar esse estado de espirito a quem procura o 1º de Maio para arrebatar mais uns votos na sua corrida para um lugar milionário! Somos todos contra a violência? Concerteza, a começar pela violência que atenta a dignidade das pessoas, mesmo que não seja essa a intenção!
Estive a ler o “i”.
Admito a coragem de quem torrou na coisa 2 milhões de contos. Em termos estéticos o “i” é bem bonito. O embrulho é interessante. Mas, diário?
Tenho dúvidas. Vou continuar a ler para ter a certeza.
Vamos esperar.
Há umas semanas, algures entre o Teams e o Zoom, o cronista apresentou, entre outros artigos, os New Methods for Second-language (L2) Speech Research, do Flege — e achou curiosa a serendipidade do próximo parágrafo que lhe caiu ao colo, o dos new methods do nosso querido Krugman. A serendipidade. Nada encontrareis igual àquilo. Nada. Garanto. […]
Como escreve Natalie B. Compton, “um urso fez uma pausa para uma extensa sessão fotográfica“. Onde? Em Boulder, CO, nos Estados Unidos da América.
N.B.:
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
Amanhã, em Liège, no Reflektor, Thurston Moore Group (com Steve Shelley). Depois de amanhã, em Courtrai (Kortrijk, no original), Lee Ranaldo, com os fabulosos The Wild Classical Ensemble. Só nos falta a Kim Gordon.
Pais pedem aulas extra para compensar efeitos das greves de professores
o Novo Banco começou a dar lucro. 561 milhões em 2022. E tu, acreditas em bruxas?
Durão Barroso não é nem padre, nem conservador: é José, não é [xoˈse], pois não, não é. Irá casar-se (com alguém). Não irá casar ninguém.
no valor de 3 milhões de euros, entraram no país de forma ilegal? Então o Bolsonaro não era o campeão da honestidade?
fixou o preços dos bens essenciais, em 1980, para combater a inflação. O nosso Aníbal já era bolivariano ainda o Chávez era uma criança.
Enforcamento, ataque cardíaco e quedas de muitos andares ou lanços de escadas, eis como se “suicidam” os oligarcas na Rússia contemporânea. Em princípio foram gajos da CIA. No Kremlin são todos bons rapazes. Goodfellas.
Retirar “referências racistas” dos livros/filmes de 007? Qualquer dia, ”Twelve Years a Slave” ou “Django Unchained” serão cancelados.
Foi para isto que vim ao mundo? Estava tão bem a baloiçar num escroto qualquer, tão descansadinho.
E uma linguista chamada Emily M. Bender está preocupada com o que irá acontecer quando deixarmos de nos lembrar disto. Acrescente-se.
Foto: New York Magazine: https://nym.ag/3misKaW
Exactamente, cacofonia. Hoje, lembrei-me dos Cacophony, a banda do excelente Marty Friedman. Antes de ter ido para os Megadeth, com os quais voltou a tocar anteontem. Siga.
Oh! E não se atira ao Pepê? Porquê? Calimero, Calimero. Aquele abraço.
O que vale é que em Lisboa não falta onde alojar estudantes deslocados e a preços baratos.
Onde? No Diário da República e no Porto Canal. That is the question. Whether ‘tis nobler in the mind to suffer… OK.
Maria de Lurdes Rodrigues escreveu uma crónica intitulada “Defender a escola pública”. Em breve, uma raposa irá publicar um livro intitulado “Defender o galinheiro”
Lição n.º 1: Concentrar elementos do mesmo campo semântico. Exemplo: “Erguemos os alicerces necessários para podermos afirmar hoje, com confiança, que não começámos pelo telhado. A Habitação foi sempre uma prioridade para nós“.
“Lucros do banco Montepio quintuplicam para 33,8 ME em 2022” MAS “Montepio fechou 89 balcões e reduziu 527 trabalhadores de outubro de 2020 a dezembro de 2022”
Acrescente-se este artigo do Público à lista de leituras recomendadas.
há um contraste de vozeamento. Direis que *caceiteiro não existe. Existe, sim, garanto-vos. Esteve aqui. Hoje. No Aventar. E é palavra candidata a Palavra do Ano 2023. E só tenho direito a um terço do prémio.
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