Nuno Cardoso foi condenado a três anos de prisão com pena suspensa por crime de prevaricação. Em 2001, quando presidente da Câmara do Porto, assinou um despacho perdoando uma coima ao Boavista por o clube ter começado uma obra de construção sem licença. Se assim foi, deve ser penalizado. A lei é para cumprir.
Em tribunal, Nuno Cardoso garantiu que não se recorda de ter assinado o documento. Estaria, talvez, distraído. Tão distraído quanto eu tenho andado, uma vez que não encontro muitas placas identificativas da realização de obras autorizadas em muitas construções em curso.
Diz o jornal Público que o juiz do tribunal de São João Novo aventou a existência de uma “teia” entre o poder autárquico e os clubes de futebol e apresentou a sanção como um exemplo contra o sentimento de impunidade que muitos cidadãos descrevem. “Que tudo isto sirva para um alerta de consciências”, afirmou o juiz. Acho bem que se alertem as consciências e que se acabe o sentimento de impunidade dos titulares de órgãos políticos.
Agora, uma pergunta: E se Nuno Cardoso ainda fosse presidente da Câmara do Porto? Também seria condenado para alertar consciências? Se não houvesse necessidade de alertar consciências, seria condenado?
1ª Pergunta: Não.2ª Pergunta: Não sei.Falta uma pergunta: Se realmente a ideia é alertar consciências, de que serve uma pena suspensa? O que é que aconteceu a este senhor? Levou uma palmada no rabo e saiu a rir-se…
Pois Sérgio. É mais uma boa pergunta mas creio que a resposta já a conhece e até já a aventou no seu comentário.
Não sei se sai a rir-se, caro Sérgio.Com esta sentença na mão a CMP se calhar está em muito boa posição para lhe exigir uma choruda indemnização.
José de Freitas, trata-se de mais um exemplo de que, no nosso sistema de justiça, existem muitos juízes sem perfil e condições intelectuais para ocupar um lugar dito de soberania. E quando têm que julgar políticos, a probabilidade de desastre aumenta.
Caro Luís, se a CMP está em posição de o fazer, pois que o faça!Mas isso seria um acto não só de boa gestão, mas também de seriedade por parte de uma autarquia. Não estamos habituados a isso em Portugal…