Que é feito de Miguel Macedo?

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Estava eu a ler esta notícia do Expresso, sobre o ex-ministro francês Jérôme Cahuzac, outrora considerado um acérrimo defensor da luta contra a evasão fiscal, hoje condenado a três anos de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais, e dou por mim a recordar esse ministro-modelo do anterior governo que dá pelo nome de Miguel Macedo? Que será feito dele?

O caso de Miguel Macedo, um dos tais que parece caído em esquecimento como a Tecnoforma de Passos Coelho, os swaps de Maria Luís ou os “homens de mão” de Marco António Costa, continua sem fazer grandes manchetes e sem a atenção mediática que qualquer flatulência socrática consegue.  

Resumidamente, a cronologia Vistos Gold/Miguel Macedo é mais ou menos esta: foi interrogado pelo Ministério Público em Setembro de 2015, formalmente acusado pela prática de três crimes de prevaricação e um de tráfico de influências dois meses depois e, já em Maio deste ano, chegou a confirmação de que Macedo irá a julgamento pelos crimes que constam na acusação, relacionados com o caso dos helicópteros Kamov e com o favor a Lalanda da Costa, que, com a preciosa ajuda de Paulo Núncio, conseguiu escapar ao pagamento de 1,8 milhões de euros de IVA.

Pelo caminho, para além do favor ao ex-patrão de José Sócrates, caso que nem com a associação do nome do ex-primeiro-ministro despertou grande interesse na imprensa portuguesa, ficamos também a conhecer as contradições do caso Everjets e, mais recentemente, o Diário de Notícias noticiou que Manuel Palos, ex-director do SEF e outro dos arguidos do caso Vistos Gold, terá facilitado e acelerado processos de amigos de Miguel Macedo, para alegadamente agradar ao ex-ministro e evitar a extinção do SEF.

E, perante tudo isto, o que sucede? Nada. Mas o que mais me surpreende nem é a morosidade da justiça portuguesa. O que surpreende a ausência de interesse da imprensa portuguesa, esse antro comunista, num caso que envolve um dos homens mais próximos de Passos Coelho durante a anterior legislatura. É obra!

Foto: Diana Quintela/Global Imagens@JN

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    A falência criminosa e fraudulenta do BPN é um facto indesmentivel, e do conhecimento público. Custou já ao país mais de 2 mil milhões de euros, a subir. Upa, upa!
    O desastre do BES, só através do Fundo de Resolução já vai em 2,9 mil milhões de euros. A do BANIF nem se sabe bem quanto foi, mas não andará muito longe dos 1,0 mil milhões, que foi aquilo que o Estado lá meteu.
    Sócrates poderá ter desviado, ao que supostamente indicam as investigações, cerca 20 milhões de euros.
    É uma pipa de massa? É sim senhor.
    E o BPN?
    Parafraseando a linguagem futebolística, um roubo de “Catedral”!
    Em termos de proporcionalidade mediática, o “gamanço socrático” é em relação ao do BPN vinte vezes menor, e isto por defeito.
    As páginas da imprensa dedicadas à Operação Marquês, onde Sócrates e Carlos Santos Silva são os principais visados, entre outros, são vinte vezes mais, e de novo por defeito, do que as dedicadas ao caso BPN. E este processo tem mais de oito anos. Oliveira e Costa foi detido a 21 de Novembro de 2008.
    O problema é simples. Tem tudo a ver com os mandas chuvas disto tudo.
    Se o ladrão for amigo do dono da SIC, do dono Observador, do SOL, do “i”, do Correio da Manhã, de cor alaranjada, etc… o gajo é um sacana, mas safou-se por que o governo estava a dormir. Logo a culpa é da policia!
    Se o ladrão for de outra raça, tipo esquerdalho, bloquista, socialista da treta, ou pior ainda, comunista, nós estamos perante um perigoso crime de “colarinho vermelho” que têm de ser severamente punido para servir de exemplo aos plebeus.
    É que neste país só os ricos podem gamar em Paz!
    Os pobres e remediados que se acautelem, porque se metem a mão onde não devem, a Justiça garantidamente que os mete na “choça”!

  2. Rui Naldinho says:

    Deve ler-se manda chuvas, e não mandas chuvas

Trackbacks

  1. […] É preciso colocar um ponto final nesta pouca-vergonha. É preciso deixar Miguel Macedo em paz. Chega de perseguir o homem, seus comunas! Ide mas é escrever sobre as pensões douradas dos vossos […]

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