Passos Coelho é o conde de Gouvarinho

Sobre um livro do presidente de Singapura que, alegadamente, terá lido: “Inspirador, embora Singapura seja evidentemente um regime autocrático, o que não é exatamente o que nós desejamos para Portugal”

Real Madrid, Mourinho, Cristiano Ronaldo e Companhia: “Cem ESPinhas”

O Real Madrid ganhou o título Espanhol batendo todos os recordes. São 100 os pontos conseguidos e 121 os golos marcados.

Já todos sabiam que Mourinho é o melhor do mundo. E como atleta, Cristiano Ronaldo está também ao nível de Mourinho, ainda que tenha marcado menos golos que Messi. Mas fez uma outra coisa verdadeiramente espantosa: marcou a todas as equipas do campeonato.

Para ser honesto, durante muito tempo defendi a tese que só havia um clube onde eu queria ver o Mourinho para ele me convencer que era o melhor – o Real Madrid.

Ao ganhar assim, estou convencido. Mourinho é o melhor do Mundo.

Tirem dali as criancinhas

Não é que seja novidade, miúdos que prometem ir a Fátima se passarem de ano é estupidamente mais vulgar do que se pode imaginar, mas esta imagem passa os limites; não é uma longa e extenuante caminhada a pé, é uma violência física exercida sobre um corpo em crescimento. A fotografia provêm do Público online, e pergunta-se onde pára a Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco e o próprio Ministério Público.

Que 100 anos atrás, ali mesmo, em Fátima, uma criança chamada Lúcia Santos tenha sido sequestrada para o resto da vida, compreende-se à luz da mentalidade da época. Que isto hoje suceda, não.

Fátimas e Holocaustos II

        (adão cruz)

 Nestes lamentáveis dias de encenação da tragicomédia de Fátima, torna-se imperiosa a leitura do capítulo 20 do impressionante livro de Avro Manhattan, o Holocausto do Vaticano, onde se expõe de maneira admirável, ainda que a tradução seja má, a fabricação do maior embuste do século XX. Não deixem de ler, se têm respeito pela transparência do vosso pensamento e se acreditam que vale a pena a gente saber as linhas com que se cose… ou melhor, as linhas com que nos cosem.

Pessoalmente, eu não tenho direito a desrespeitar quem quer que seja que acredite no que quiser, e não o faço. A minha vida prova-o. Pelo contrário, tenho todo o direito de combater as crenças, sejam elas quais forem, como homem de pensamento livre e cidadão de razão e consciência, quando tais crenças se apresentam, através de irrefutáveis provas, como falsas e geradoras de profundo obscurantismo, nefasto ao desenvolvimento saudável do homem.

Num mundo extremamente desenvolvido do ponto de vista científico, num mundo de inimagináveis infinidades, num mundo cujas minúsculas descobertas científicas recentes, nos dizem que há, numa galáxia que não é a nossa, de entre triliões de galáxias, biliões de planetas aparentemente com condições semelhantes às da Terra, arranjem e acreditem no Deus que quiserem, mas, “por amor de Deus”, não caiam no ridículo de acreditarem num deus do Universo que tem, como ministros e seus representantes, Ratzinger e o Bispo de Leiria.

 

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De Merkozy, agora resta um Mer

Mais uma derrota para Angela Merkel. É capaz de ser melhor suspender todas as eleições na Europa antes que ela mande avançar os blindados.

A minha vila

A minha vila faz anos esta semana…

(O coreto ao lado não é o coreto da minha vila. O meu não é tão bonito como este de Évora, mas é o nosso coreto onde, ontem, um grupo de meninos da catequese se sentou para mais uma sessão.

Poucos dão importância aos coretos da sua vila e aos coretos portugueses em geral, com tantas histórias para contar e onde muita música se tocou (e ainda se toca)… Pavilhões lindíssimos, alguns deles! Vale a pena fotografá-los).

O que eu ia dizendo da minha vila… [Read more…]

Algumas questões sobre a fé e sobre a sua falta

Nos últimos tempos, talvez por isto, por aquilo, ou por muitas outras razões, têm vindo a lume, aqui no Aventar, vários textos que envolvem a fé, a crença religiosa, a sua ausência, o ateísmo.

Por coincidência – ou talvez não – a afluência a Fátima este ano terá batido alguns recordes, segundo ouço nas notícias.

Eu, que não sou crente, nunca compreendi muito bem a forma como crentes e não crentes se tratam mutuamente, um pouco como se uns tivessem acesso a uma verdade suprema que os outros desconhecem em absoluto, uns como se tivessem a superioridade da fé do seu lado e outros como se o que lhes desse superioridade fosse a razão, em ambos os casos com a convicção mais ou menos profunda de que os outros são obscurantistas e os próprios iluminados.

Aparentemente – não sou versado em teologia – tudo começa pela interpretação de um mistério: [Read more…]

A cópia legal de livros

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros encomendou ao ISEC um “Estudo do Setor de Edição e Livrarias e Dimensão do Mercado da Cópia Ilegal“. Quem paga manda, e em época de crise foi a APEL brindada com um perfeito frete, assinado por Pedro Dionísio, “Professor Associado do ISCTE-IUL e Diretor do Departamento de Marketing, Operações e Geral”. Um estudo de marketing, portanto, que Paula Simões desmonta nas suas insuficiências e mesmo completa ignorância júrídica:

Na parte do estudo referente ao ensino profissional tenho umas coisas a acrescentar. Da ignorância geral (um Curso Profissional não tem 12 disciplinas anuais, mas sim 12 disciplinas organizadas num plano de estudos de 3 anos) à imbecilidade (“a média de capacidades dos alunos do ensino profissional é manifestamente inferior à do ensino secundário” p. 86, ou pior ainda: “sabendo-se que, com frequência, estes docentes têm uma formação generalista sem formação ou experiência profissionalizante”, misturando formadores, que são recrutados fora do corpo docente das escolas, com os professores que leccionam a componente científica), conviria era perceber que a oferta das editoras chega ao baixo nível de em Área de Integração a adopção de um manual obrigar o professor a uma escolha das áreas temáticas que deve ser feita tendo em conta a natureza do curso e os interesses dos alunos. De resto, e de um modo geral, o melhor dos cursos profissionais é não se basearem em manuais. As editoras que percebam porquê.

Abracadabra, o Pensamento Desiderativo de Seguro

Entre ficar chocado e lançar desafios ao orador desastrado Passos, Seguro faz alguns intervalos para dançar ritualisticamente à chuva e para uivar à lua. Quid et quid enim? Para dobrar a realidade. Ei-lo, no seu melhor, a dedicar-se àquilo a que decido chamar pensamento desiderativo: crescimento e emprego. Emprego e crescimento. Crescimento e emprego. Emprego e crescimento. Crescimento e emprego. Emprego e crescimento. Crescimento e emprego. Emprego e crescimento. Crescimento e emprego. Emprego e crescimento. Crescimento e emprego.Emprego e crescimento. Crescimento e emprego. Emprego e crescimento. Crescimento e emprego.Emprego e crescimento. Crescimento e emprego. Emprego e crescimento. Crescimento e emprego. Emprego e crescimento. Crescimento e emprego.Emprego e crescimento. Crescimento e emprego. Emprego e crescimento. Crescimento e emprego.

Pausa para beber leite. [Read more…]

Hoje dá na net: A Universidade dos Pés Descalços


Em Abril, esteve no Porto o TED -Technology, Entertainment and Design – um ciclo de conferências à escala global, patrocinado por uma associação sem fins lucrativos e onde gente conhecida ou anónima toma a palavra e partilha com a assistência a sua experiência de vida. O seu lema é «Ideas worth Spreading».
No caso que apresentamos hoje, o indiano Bunker Roy, proveniente de uma abastada família e formado nas melhores escolas, abandonou tudo e dedicou-se ao projecto da sua vida: A Universidade dos Pés Descalços, destinada às comunidades pobres da região de Rajasthan. Muitos dois seus estudantes tornaram-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. No mínimo, inspirador.

COMENTÁRIO (quem estiver cansado, leia imediatamente e sff os pontos 9 e 10):

1) Chegámos a casa e soubemos, por Joao Roque Dias, que a nossa cidade (Porto!) andava em polvorosa: o Jornal de Notícias transcrevera comunicado da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
2) Lemos atentamente a transcrição.
3) Aproveitámos a deixa e lemos o comunicado.
4) Descobrimos que, no comunicado, a AE-FLUP escrevera “espetáculo” e “espectáculo” (o quê? sim, sim, isso: “espetáculo” e “espectáculo”, como a CPLP, mas só percebe “como a CPLP” quem leu o Público de 30/4/2012).
5) Desvendamos que, na transcrição, o JN se limita ao “espetáculo”, ignorando o “espectáculo”. Logo, não se tratará (pensamos) duma transcrição. Se no original está “espectáculo” e na transcrição está “espetáculo”, cremos (de “crer”) que algo se perdeu na transcrição e parece-nos (sim, de “parecer”, e assim de repente) que um cê andará perdido. Dão-se (“se” completamente indeterminado, não contem connosco [repare-se no ene mudo] para o peditório) alvíssaras a quem encontrar o cê.
6) Não percebemos o motivo de, na transcrição, “degradante” se encontrar entre aspas, quando, no original, aquilo que se encontra entre aspas é “espectáculo”. Não percebemos o motivo. Suspeitamos de (mesmo: tipo → a sério), mas não percebemos porquê.
7) Aliás, lamentamos que “degradante”, assim, entre aspas, tones down (é inglês: dá para atenuar, dá para esbater, dá para enfraquecer, vós decidis) o objectivo da AE-FLUP. Cabe à AE-FLUP queixar-se. A denúncia acaba de ser feita. Quem a fez fomos nós e fomos nós que a fizemos.
8) Desconhecemos direção [?], atividades [??], espetáculo [???], maio [????], atos [?????]. Lamentamos. A nossa ignorância confessamos. E continuamos a desconhecer. Tipo: hã?
9) Temos pena de que a direcção duma AE duma FL [Faculdade de LETRAS, seja UP, UC, UL whatever) não saiba que “melhor aplicados” não existe em português. “Mais bem aplicados”, sim. Existe. Explicamos: a forma comparativa do advérbio bem (mais bem ou menos bem) é utilizada obrigatoriamente (há quem prescreva, pois há, é assim) antes de um particípio. No caso que apreciamos, mais bem + particípio. Punkt. Melhor aplicados? Hã?
10) Como João Roque Dias, repudiamos “o uso do estropício ortográfico pela Faculdade onde os autores do comunicado estudam e que nunca lhes mereceu qualquer comunicado”. Disse João Roque Dias. E disse bem. Parece-nos. E ajudamos: «Julgamos que os recursos canalizados para este espectáculo degradante seriam mais bem aplicados em iniciativas culturais que fomentassem o espírito crítico do que em supostas tradições» é uma excelente frase. Espectáculo degradante = AO90.
Como amiúde diz António Emiliano (e bem, parece-nos): siga.