Natal é sempre que o Homem quiser, certo?

Então estou certo que a nossa direita tão moderna não verá qualquer problema se a Jerónimo Martins repetir a gracinha no dia de Natal, certo?

Real Madrid, MOUrinho, CR7, Coentrão e Carvalho campeões em Espanha

Está feito! Mourinho ganha mais um título apesar do MESSI não parar de marcar golos.

O chapéu que o Messi fez depois de marcar duas penalidades é fabuloso e vale a pena ver. Mas para memória futura fica a vitória do Real com mais um golo do Cristiano Ronaldo.

Pensar pouco sabe tão bem

A direita básica não quer pensar sobre o que se passou ontem no Pingo Doce. Prefere contentar-se com uma possível derrota dos sindicatos, opta por se congratular com o exercício da liberdade consumidora ou consumista numa homologia ansiada com o funcionamento dos mercados, acusa a esquerda caviar de olhar de cima para a povo que lutava, com toda a justiça dos deserdados, por poupar e antevê, gozosa, o regresso ao tempo em que os trabalhadores estavam proibidos de comemorar o Primeiro de Maio.

A sociedade faz-se, também, de simbolismos. Depois de milhares de anos em que nem os trabalhadores pensavam que tinham direitos, depois de eras sobre eras de pirâmides e conventos sofridos por muitos para glória de poucos, os proletários descobriram que tinham os mesmos braços, as mesmas pernas e o mesmo sangue dos faraós, dos reis e dos patrões. Deu-lhes para pensar que a vida não é só trabalho e que o trabalho só é produtivo se for doseado, mas levou muito tempo a obrigar a sociedade a convencer-se disso. É essa conquista que se comemora no Primeiro de Maio, independentemente de dever ser feriado, dia santo ou dia de trabalho.

O problema, ó dextros distraídos, com aquilo que se passou no Pingo Doce não está na justíssima vontade de pagar menos ou de vender mais. O problema está no desprezo progressivo pelos direitos, na absoluta falta de sensibilidade, na exploração comercial da miséria que se tem avolumado com a incompetência de governantes e opositores (como lembra, de modo lúcido e luminoso, o nosso Palavrossvrvs) e está, sobretudo, nas consequências imprevisíveis e previsivelmente explosivas. Entretanto, Assunção Cristas, pobrezita, assustada, talvez por saber que faz parte do problema, finge que o resolve, usando a lei como ilusão.

Pela parte que me toca, vou pensando e duvidando com o lado esquerdo. É o suficiente para não ficar descansado com o que se passou no dia 1 de Maio de 2012.

Vantagens de uma boa reforma

Assunção Esteves chumba Conde Rodrigues para o TC
Sobra tempo para pensar antes de agir. Agora que outro ex-membro do governo hão-de escolher?

“Cá Chegou Direitinha a Encomenda”

Veio de Lisboa e de autocarro a minha bicicleta quase-nova;
espero, a seguir, rodá-la muito nos comboios.

Fernando Lopes 1935/2012

Morreu Fernando Lopes, realizador de cinema, autor de Belarmino ou de O Delfim, um dos pioneiros do Novo Cinema português. Bon-vivant, boémio, companheiro de aventuras de José Cardoso Pires, Fernando Lopes deixou uma longa filmografia de que se podem ver aqui algumas imagens.

Filme referência do Novo Cinema português, Belarmino, sobre o boxeur Belarmino Fragoso, é um documentário de longa-metragem ancorado no neo-realismo, reflectindo sobre a vida de um homem de origens humildes que se tornou campeão e a forma como o próprio e a sociedade de então lidaram com o fenómeno. É o filme que escolhi para homenagear Fernando Lopes. R.I.P.

Assunção Cristas e a Lei Pingo Doce

Governo quer aprovar nova lei para evitar promoções inesperadas

Fantástico! Mais um exemplo como neste país se faz de conta que os problemas se resolvem com novas leis. A Ministra Pingo Doce é mais uma a legislar a granel.

Força-Tarefa Para que Tires o Dedo do Cu

Não posso ir a manifestações quando tenho fome. Se me anunciam tumultos, pelo andar da carruagem nacional, recordo que não os patrocino com a barriga vazia, tal como não me meto em problemas, se transido de apetite. Tampouco me introduzo nas lojas Pingo Doce se percebo que é para horas de seca, pois sei que terei ainda mais fome e o tempo de qualidade faz-me falta. Gosto de promoções, coisa que partidos e sindicatos não fazem, tiram-nos tudo, a esperança principalmente. Sou precário. Semidesempregado. Quando vejo os sindicalistas portugueses discursar, reparo que têm razão, mas não têm soluções nem trazem um farnel para repartir connosco. Se lhes pedir um pão, oferecem-me um cigarro. E eu não fumo. Os sindicalistas portugueses em geral estão gordos e ficam muito direitos de braços cruzados atrás dos discursos de impotência do líder, a barriga muito proeminente e o bigode, aquele bigode com trinta anos de recorte, flanando à brisa chuvosa da tarde. Precisava de uma Esquerda que fosse às compras ao Pingo Doce sem preconceitos e me oferecesse um brinde e um bónus: um saco de café, um saca-rolhas; que todas as semanas tivesse uma iniciativa inteligente de protesto que fizesse pensar os media domados e os indomáveis aprendizes de governante e não bloqueasse a economia porque economia é eu ter menos fome ou não precisar de tê-la. Seria lindo que a nossa Esquerda Petrificada tirasse o dedo do cu e organizasse boicotes selectivos a uma qualquer gasolineira alternadamente a fim de todos obtermos efeitos e ganhos práticos, preços em declínio, qualquer coisa onde de repente as massas inexistentes nas praças do protesto nulo fossem milhões de indivíduos unidos num propósito comum, milhões de pessoas a agir com pouco esforço e nenhuma fome. Palavra de ordem: partilhar ou morrer inchado. Entrei ontem animoso por uma loja Pingo Doce adentro, furando entre uma multidão de ventres reciprocamente prensados. Ia carregado de sacos levados de casa e desisti ao fim de cinco minutos. Tive inveja, infinita inveja, dos que se precaveram. Eu me não precavi. Invejei os que ficaram nas filas de muitos metros para muitas horas, com o carrinho a abarrotar de fruta, de enchidos, de suculentas partes de frango assado. As fraldas que não comprei! A carne que nunca vejo. O leite que sabe Deus! Deus sabe com que sorriso amarelo abandonei a loja.

Belarmino morreu outra vez, Fernando Lopes (1935 – 2012 ), RIP

Morreu Fernando Lopes,  o realizador de Belarmino, que amanhã estará aqui e na net. O pugilista Belarmino Fragoso morreu outra vez, não querendo reduzir Fernando Lopes a um filme neste fez de um “marginal” uma merecida obra de arte. E morre um dos realizadores que deu a volta ao cinema português, um homem que sabia a cinema.

Primavera II

1 de Maio, Dia do Consumidor

A Hipocrisia, Irrita-me

Foram ao café, à pastelaria, ao restaurante … e depois queixaram-se, dizendo de tudo um pouco (mas mal, só mal), porque o Pingo Doce abriu as portas, com ou sem saldos e/ou promoções.
No fundo, esta é o tipo de gente que temos no nosso País.
Isto é “O RETRATO DE PORTUGAL”

Paulo Ferreira, o “Homo Pingusdulcis”

A minha passagem pela catequese, mesmo depois de abandonar a Igreja, e a escolha de ideais de esquerda, mesmo sem frequentar nenhuma das suas igrejas, fizeram de mim um crente na solidariedade como pilar da sociedade. Não partilho, portanto, do entusiasmo marialva na sociedade como selva competitiva, repugna-me a imagem do homem predador do homem e tenho a mania de que é importante conceder direitos aos cidadãos, em primeiro lugar, porque é humano, e, depois, porque isso contribui para a paz social e para a produtividade.

Acredito, de qualquer modo, que são vários os caminhos para se chegar a estes ideais e não me custa acreditar que, para isso, o bom senso bastaria, sendo dispensáveis ideologias ou religiões. [Read more…]

Hoje

Miguel Esteves Cardoso é desconcertante, sobretudo quando escreve sobre a sua mulher. Hoje, 2 de Maio, li a sua crónica «É Hoje» e já não me apeteceu ler mais nada: vão tirar o maldito tumor que Maria João tem no cérebro “sob o olhar de João Lobo Antunes. É a minha Maria João inteira que eles têm de ter na cabeça, nos olhos e nos dedos das mãos. É graças a médicos e cirurgiões que ela está viva. Será graças a eles que ela não morrerá”. [Read more…]

Primavera

Que têm em comum António Barreto, Dias Loureiro, António Borges e Artur Santos Silva?

Serem, ou terem sido, trabalhadores de um grupo exemplar.

AntiDeuteronomio II

  (adão cruz)

AntiDeuteronómio II

No tempo em que as sardinheiras das varandas dos pobres faziam parte dos nossos sonhos florindo em poemas de sol e de cor no tempo em que as andorinhas teciam grinaldas de vida nos beirais no tempo em que os rios bordavam a terra de areia branca no tempo em que a brisa sussurrava por entre as flores e as fontes murmuravam seus amores a aurora da nossa inquietação tinha o cheiro a maçãs e o pulsar das coisa vivas e o levíssimo sorriso dos jardins do paraíso tudo amávamos em nobre sentimento de exaltação [Read more…]

Bandex foram à caça

de Juan Carlos.

As hordas de zombies e a catrefa caviar

O departamento de marketing do grupo [Pingo Doce] está de parabéns: a maioria das lojas ficou em estado de sítio com a horda de zombies consumistas que esvaziaram prateleiras e lutaram por um pedaço do sonho proporcionado pelo magnânimo Alexandre Soares dos Santos, um dos pais da pátria. Sérgio Lavos

Este post repugna-me. Pessoas que aproveitaram para fazer render os seus escassos euros nestes tempos difíceis são uma «horda de zombies consumistas» para o autor. É mais do que sabido que o Pingo Doce é um local onde se compram luxos como margarina, leite e fraldas. Ah!, e papel higiénico, como alguém lá referia no post. Que escândalo, os pobres ainda não usam os dedos, onde é que já se viu?

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Hoje dá na net: Homenagem a Miguel Portas

Vídeo completo da homenagem a Miguel Portas.

No Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, com música interpetada por Aldina Duarte, Tito Paris, Mísia, Zé Pedro, Khalil Ensemble e Xana. Intervenções de Marisa Matias, Ruben de Carvalho, António Costa, Rita Blanco, João Semedo, Francisco Louçã, Paulo Portas, André Portas e Frederico Portas.