Vi esta Final com extrema atenção. Em muitos aspectos semelhou as duas eliminatórias contra o Benfica e com o mesmo desfecho, tirando a manha de duas arbitragens favoráveis aos blues. [Com o FC Barcelona, conjugou-se o factor sorte com o sortilégio da suprema oportunidade aproveitada por Torres.] Frieza e mais frieza dos azuis. Demasiados quase e demasiada exasperação nos que atacavam em vão. Sem dúvida Roberto Di Matteo soube instilar nos seus jogadores a eficácia de uma equipa se fingir de morta, antes e durante o jogo. Resulta sempre. Os alemães adoram-se e às tantas começam a ficar ofuscados consigo mesmos. As estocadas finais dão-se nessa altura, nem que por penaltis. Pensar que o Benfica poderia estar ali, com mais ou menos mijo! Ou não.
Sidi Hammou, o mestre da poesia
O Alto Atlas na região de Skoura
“Aquele que ignora a poesia não conhece a estrada da inteligência que conduz à sabedoria, pelos degraus da ciência e da arte.”
Canto do Souss (BOUANANI, 1966, obra citada)
A poesia Amazigh (1) vem sendo preservada ao longo dos tempos através de um processo de transmissão oral, levado a cabo por homens mais ou menos iletrados que, percorrendo as aldeias e áreas rurais, levam até aos seus habitantes mais simples os saberes e fundamentos da cultura popular.
São os “poetas da tribo”, que fortalecem os elos entre os seus membros, contribuindo para o reforço da sua identidade e ajudando a ultrapassar as dificuldades colectivas. Exaltam a coragem dos seus heróis, dão corpo aos rituais colectivos que celebram os acontecimentos do dia-a-dia e os ciclos da natureza. São os “poetas errantes”, que deambulam em pequenos grupos ou isolados, recitando ou cantando os seus poemas, versejando, acompanhados ou não por instrumentos musicais, aliando ao espectáculo e divertimento a mensagem instrutiva, os princípios da justiça, morais e religiosos, o saber, a própria intervenção de carácter político.
“O poeta está envolto em mitos. Pensamos que ele pode entrar em contacto com as forças da natureza, apaziguá-las ou virá-las contra alguém; fala a linguagem dos animais, das plantas e dos insectos. O mundo não tem segredos para ele. Mas a crença popular não ignora que o poeta deve aperfeiçoar a sua arte junto de outros poetas ilustres. Entra ao serviço de um deles, acompanha-o por todo o lado onde vai, aprende o que ele diz. Após um longo período de iniciação poética, ele próprio pode então exprimir-se, dar um timbre pessoal aos seus cantos.” (BOUANANI, 1966, obra citada) [Read more…]
A tua cara não me é estranha: Nuno Crato interpreta Isabel Alçada
Nuno Crato está pronto a participar no programa “A tua cara não me é estranha” e mostra-se cada vez mais apto a fazer uma imitação perfeita de Isabel Alçada, ficando, apenas, a faltar-lhe um vídeo idiota no início do ano lectivo.
Tal como Isabel Alçada, Nuno Crato prossegue o projecto de destruição do sistema educativo português, iniciado por Maria de Lurdes Rodrigues. Crato, no entanto, preferiu o estilo delicodoce de Isabel Alçada, optando, inclusivamente, por fazer declarações que, devido à quantidade de omissões, não são mais do que suaves mentiras sorridentes; à semelhança da anterior responsável pela pasta.
A propósito do disparate dos mega-agrupamentos vem dizer que são fruto “de um amplo consenso” e que “os agrupamentos agora criados têm uma dimensão equilibrada e racional, e têm em conta as características geográficas, a população escolar e os recursos humanos e materiais disponíveis”.
Para quem quiser saber mais sobre as razões que transformam a opção pelos mega-agrupamentos um crime, pode fazer uma pesquisa pelo google. Pode também relembrar as palavras de Nuno Crato, quando desempenhava o papel de comentador sensato.
Plano de Recuperação: Ineficaz
“Um em cada quatro dos alunos sujeitos a um plano de recuperação não alcança os seus objectivos, um número considerado hoje “elevadíssimo” pelo ministro da Educação“.
Segundo um relatório efetuado sobre o impacto dos planos de recuperação no ensino básico, este resultado é consequência da falta de recursos humanos e físicos.
Pais: é importantíssimo o vosso contributo no Plano de Recuperação. Leiam o documento com os vossos filhos e estejam atentos diariamente.
Doutro modo, o PR não passará de «papelada». E de papelada estamos todos fartos.
Os professores e a escola não podem fazer tudo…
Sem música, não!
Ao rio Tejo não chegará qualquer som no próximo dia 24, vindo das bandas da Metropolitana.
“Em causa, alegam os trabalhadores, está a falta de definição de um projecto de qualidade, «reduções salariais coersivas e ilegais» e o «empobrecimento pedagógico» da Escola Metropolitana de Música, da Escola Profissional Metropolitana e da Academia Nacional Superior de Música”.
Os músicos também protestam. Protestam com o silêncio!!
Faça-se tudo para que esta situação se resolva, para bem de todos.
Já andamos demasiado deprimidos para agora ficarmos sem Música e sem ensino de Música de qualidade, como é o caso das várias escolas da Metropolitana.
P.S.: Podemos viver com o silêncio que não o da partitura e o silêncio que se procura livremente? O silêncio forçado dá cabo dos ouvidos e da cabeça…
Carta do Canadá: A deferência ministerial
Por entre jactos de imundice que jorram da sujeira do chamado “caso das secretas”, as primeiras páginas dos jornais informam: “Relvas recebia mensagens a que respondia “por deferência”.
Fico pasmada com esta originalidade à portuguesa. Na verdade, num daqueles países democráticos e normais, um ministro que receba mensagens clandestinas dum funcionário pago com os dinheiros públicos, chama a polícia e obtem garantias de o caso ser julgado em sede própria. Isto é, mostra deferência pelo lugar que ocupa e pelo povo que lhe paga a cadeira ministerial e as mordomias inerentes. Numa palavra: respeita e dá-se ao respeito.
Mas também fico edificada com a mensagem que o ministro Relvas fez passar com esta actuação e que o povo unido registará na memória para o que der e vier. Há cerca de um ano morreu subitamente em Toronto um jovem português, o Tiago Lopes, trabalhador que entrou no Canadá como turista, a exemplo do que largas centenas de compatriotas têm feito movidos pelo desespero de não arranjarem trabalho em Portugal. [Read more…]
O tempo muda os caminhos
O tempo muda os caminhos
mudam as aves o rumo
com o chegar do nevoeiro
e pousam as gaivotas nos telhados
bem longe do mar.
Já os cães não ladram
já não cantam os grilos
e os galos não dão pelo madrugar.
Que mais vai mudar
no lento caminhar
deste passo a passo cansado
pela estrada que foi caminho
pelo caminho que foi atalho
pelo atalho que foi silvado?
A Beleza dos Dias: o Conhecimento do Mundo
Às vezes é preciso fechar os olhos para ver o mundo. Uma frase ouvida há muitos anos que ainda vibra dentro de nós, uma rapariga vestida de branco atravessando um dia de verão, uma fruta colhida de uma árvore em frente ao mar cujo sabor inunda a boca pelo tempo fora.
Às vezes é preciso não pensar para compreender o mundo. Uma palavra dita com violência que regressa e dói com o passar dos anos, uma viagem interrompida a meio e apenas completada por dentro, um bebé enrolado numa manta e uma mãe estupefacta a dizer está morto.
Às vezes é preciso não sair de casa para conhecer o mundo. Uma vibração de luz atravessando uma cortina com um gato nas proximidades, o bater de uma janela sob o vento norte, o ranger do soalho subitamente, o medo, o medo, o medo…
Às vezes é preciso nada fazer para que o mundo nos construa. Uma praça de gente passando, um chilreio de pássaros, um frémito durante o sono, uma dor sem causa nem razão, uma injustiça repentina, uma palavra, outra palavra e outra palavra. [Read more…]
Gosto do Relvas! Não à Demissão do Relvas!
Tenho um fraco pelo Relvas. A voz de aguardente, a arritmia discursiva. Daquilo não há aos pontapés. Nem sequer sabe ameaçar e passar incólume como o fils de pute parisien. Qualquer um que, como ele, ameaçasse expor a minha vida pessoal daria a saber ao mundo que já não tenho dinheiro para viver decentemente neste momento crucial do mês de Maio. Nem sequer para aderir às campanhas carnívoras do Pingo Doce e do MiniPreço. Terá de ser a minha mãe a entrar com a reforma nas promoções alimentícias com que alimento os meus rebentos. Com 42 anos, não vislumbro luz ao fundo do meu túnel. Posso pelo menos ser adoravelmente louco. O Relvas é mauzinho? É. Deve ser demitido? Não. Se fosse demitido, teríamos de demitir quase toda a gente do Regime, que é um Cu Infrequentável, nas suas traficâncias silenciosas habituais. Teríamos de demitir quase todo o Parlamento por não passar de uma plataforma de negócios privativos, a fazer fé, e faço, no Paulo Morais. O Relvas já se arrependeu e pediu perdão pelas ameaças e a perda de senso, coitado. O Relvas não pode pagar sozinho, demitindo-se, por todos os que à testa de escândalos nepotistas e negociações ruinosas para o Erário, se mantiveram ao alto e ainda cantam de galo socialista como se não fosse nada com eles. Era preciso que Relvas fizesse muitíssimo pior, fechasse uma Universidade, por exemplo, ou pressionasse magistrados por interposto magistrado, como no Freeport, permitisse uma barragem no Tua. Demos mais uma oportunidade ao Relvas. Relvas é fixe. Eu gosto do Relvas. Não nos fodam com esse súbito excesso de pudor nem com o novo cristo dos media Relvas!
Ou se demite ou é demitido
Ameaçar “fazer um blackout noticioso do Governo contra o jornal e divulgar detalhes da vida privada da jornalista Maria José Oliveira” não é um comportamento aceitável para quem sirva o estado. Ou Relvas se demite ou é demitido. Depois do que o PSD disse, e bem, sobre as pressões de Sócrates na comunicação social, não lhe resta outro caminho que não o de aplicar a receita que defendeu enquanto oposição.
Quanto ao Público, o meu sentimento é de desilusão. Então ameaçar divulgar detalhes da vida privada de uma jornalista não pode ser enquadrado como violação à lei? Até onde é preciso chegar? Até às vias de facto? Será preciso lembrar o recente caso da jornalista que viu a sua vida íntima divulgada na net?
Hoje dá na net: Google Art Project
Ontem foi o dia mundial dos museus e hoje dá na net o Google Art Project, disponível em googleartproject.com. Podem-se explorar os trabalhos com grande nível de detalhe, fazer visitas virtuais e até construir uma colecção para partilhar. Os trabalhos podem ser usados para fins educativos.
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