O pupilo chamou o mestre

O algodão não engana: misturar trotskistas com a União Soviética, é joão-almedismo puro e duro. Já agora, também lhe ofereço um vídeo:

Com a ressalva de não achar que todos os anti-marxistas tenham necessariamente um sinistro fascínio (passe a redundância) por Pinochet (passe o pleonasmo).

Há quatro hipóteses

Nazis, fascistas, comunistas, extrema-esquerda, trotskistas, chamem-lhes o que quiserem. São todos da mesma família.

O autor desta frase é:

a) analfabeto
b) idiota
c) idiota e analfabeto
d) um discípulo de João Almeida 

Que fazer com esta vitória, François?

François Hollande conseguiu hoje o mais fácil: derrotar Nicolas Sarkozy.

Sem ter obtido uma vitória retumbante (cerca volta de 4% a separá-los à hora a que escrevo), Hollande fez-se eleger como segundo presidente socialista da França. Sarkozy, por seu turno, tornou-se o primeiro presidente não reeleito.

Agora Hollande vai descer à terra e confrontar-se com questões fundamentais. Romperá ou continuará o caminho que têm levado os socialistas europeus, a chamada terceira via? Manterá a promessa de taxação das grandes fortunas? E as outras promessas de campanha? Aumentará a solidariedade europeia? Dará passos no sentido de maior integração europeia? Conseguirá concretizar os eurobonds? Será capaz de ter voz política face ao primado actual da economia? Como se relacionará com Merkel? Terá peso, perante ela, para influenciar e conseguir mudanças que não sejam apenas cosméticas? E como lidará com os fantasmas franceses, em particular a emigração e o avanço da extrema-direita?

Estas são algumas das questões cuja resposta fará toda a diferença ou quase nenhuma. Que vais fazer com esta vitória, François?

PSD e CDS perdem as eleições em França

A derrota de Sarkozy não é suficiente para acreditar que a Europa se vai transformar num bloco solidário, deixando de ser uma multidão que marcha ao ritmo dos tambores alemães, tenha ou não pernas para isso. Hollande oferece-me tanta confiança como António José Seguro e, portanto, ficarei à espera de saber que promessas irá deixar de cumprir e se se irá desculpar com os erros do antecessor ou com as combinações prévias com o vizinho germânico.

Uma coisa é, para mim, iniludível: mesmo tendo escolhido Hollande como mal menor, houve uma multidão de franceses a votar contra a austeridade cega, contra a macroeconomia distante, ou seja, contra as políticas seguidas pelo governo português.

É oficial: Merkolland ou Hollandmerkl, eis a questão

O Partido Socialista Francês volta ao poder. Não será a esquerda, mas já não é a direita.

Vive la France!

Para seguir a contagem de votos da Grécia…

… que em França o assunto parece arrumado, use o Vias de Facto. Entre outras vantagens ali não se metem nazis e esquerda no mesmo saco.

Eleições na Grécia e na França: troicaram-lhes as voltas?

Pelas primeiras sondagens a noite promete: a Europa passa a ser governada por Merkholland (o que não é bem a mesma coisa), e os partidos da troica podem não ter maioria no parlamento grego (onde convém não esquecer que uma muito peculiar noção de democracia oferece 40 deputados ao partido mais votado). Syriza, o BE grego, pode mesmo ter ganho as eleições na Atica. E a Atica, é Atenas…

Não se pode servir a dois senhores

O Bispo do Funchal suspendeu um projeto de diálogo com ateus.
Este projeto, denominado Átrio dos Gentios, teve início em 15 Abril, mas ontem já não teve continuidade.
O desafio foi lançado pelo Papa Bento XVI e tem “congregado, em todo o mundo, nomes importantes da cultura, num espaço aberto ao diálogo inter-religioso e intercultural”.

Uma iniciativa interessante e enriquecedora para os católicos, esta de procurar conhecer a visão dos intelectuais ateus ou não-crentes sobre questões da fé. E a partir da qual todos saem a ganhar, num diálogo acompanhado de críticas construtivas!
Não sabemos ao certo se o Bispo, António Carrilho, terá decidido sobre pressão do poder regional, que não deve estar disposto a críticas duras por parte de padres como José Luís Rodrigues, que ontem estava destacado para uma celebração no âmbito da referida iniciativa. O mesmo sacerdote tem apelado ao governo regional que evite gastos supérfluos para ter mais dinheiro para o apoio social aos mais carenciados.

Foi uma coincidência? – Há quem não goste de ouvir a verdade.
Por que se suspendeu um projeto tão importante como este?
Sr. Bispo, não se pode servir a dois senhores. E o senhor sabe bem a qual deve servir.

Contra Duas Formas de Morfinizar Portugal

Dificuldades, sacrifícios, austeridade, quem os sente na carne sou eu e são aqueles que eu vejo pela cidade. Há um limite para o discurso realista, para o anúncio da dor futura, que anestesiam, bloqueiam, morfinizam a nossa paralisia, tal como havia um para a charla escapista, morfinizadora da nossa lucidez, praticada no passado, a mais conveniente quando se estava a burlar largo um Estado e a preparar uma saída airosa para o exílio dourado. Hoje é hoje. Passos deveria complementar o seu realismo consonântico com a má maré Europeia mediante qualquer coisa de mobilizador, especificamente mobilizador de portugueses para portugueses, onde quer que estejam no mundo. Fé em Portugal, confiança nos portugueses e uma linha de retórica positivamente mobilizadora poderiam fazer a diferença. Afinal, o que é que tolhe o Governo Passos?! O fanatismo liberalizador como resposta única?! É pena. Só com um sorriso nos lábios venderemos mais presuntos aos chineses e mais vinho, gastronomia e turismo de altíssima qualidade, enquanto passamos fome. Falta sal e ousadia a Passos, onde havia demasiada parlapatice e fantasia suicidária no filho da puta parisiense. Mobilizar-nos com a verdade e para além dela é algo de que o excelente jornalista económico Pedro Santos Guerreiro parece ser capaz e de que o excepcional Rui Moreira também parece ser capaz e de que mesmo o penetrante Luís Nazaré, pecado de apoiar o labrego de Paris à parte, com certeza é capaz. Chega de choradinho e fatalidade, Passos Coelho. Mobiliza-nos. Se não souberes como se faz, aprende com quem o faz bem: o Pedro, o Rui, o Luís. E não estou a brincar.

Tanta conversa moralizadora…

… e depois não é que são mesmo todos iguais?

Partidos da Madeira recusam devolver ajudas utilizadas fora da lei

Em causa estão 6,3 milhões de euros desviados para campanhas eleitorais e outras actividades partidárias, em violação da lei orgânica da assembleia que consigna tais apoios exclusivamente para o apoio à actividade parlamentar. O PSD é o partido que maior montante tem a devolver, mais de 4,4 milhões referentes aos dois anos. Segue-se o PS, com 1,3 milhões, o CDS-PP com 229 mil euros, os deputados independentes João Isidoro e Ismael Fernandes (dissidentes do PS e reeleitos pelo MTP) com 170 mil, o PCP com 159 mil, o BE 62 mil e o PND 25 mil euros.

Tanto discurso cheios de moralismo, especialmente por partidos como o PCP e o BE, e depois nem o exemplo conseguem dar. E veja-se ali, o PS, agora que é oposição e até começa começa com o discurso “é preciso fazer diferente” mas tão igual aos outros. E PSD e CDS-PP que têm o poder, se nem as suas estrelas locais consegue conter, imagine-se como alguma vez será capaz de meter mão nos tubarões da república. Finalmente, os pequenotes MTP e PND a quererem ser grandes mas começando o caminho logo pelos tostões do financiamento partidário.

Parabéns leitor, deixou de tomar uma bica para patrocinar mais um acto de elevação política.

Europa

Este e mais no World Press Cartoon Sintra, até 30 de Julho.

Hoje dá na net: Os Hippies (1967)

Com guião de Jack Nicholson, e a participação de Peter Fonda, Dennis Hopper, Susan Strasberg e Bruce Dern, um filme de Roger Corman.

Legendado em português, ficha IMBD.

Quando o país não está à altura dos seus políticos

Ainda quanto ao tema do Pingo Doce, o comentário com que mais me identifico foi o de Ana Sá Lopes, uma pessoa de esquerda, como ela mesmo se define, no programa da Antena 1 “Contraditório“. Segundo ela, a atitude do Pingo Doce foi “provocadora”, por testar “se estava mais gente no Pingo Doce ou nas manifestações”. E esteve mais gente no primeiro e isso “não foi culpa do Soares dos Santos”. O problema está na incapacidade que o país demonstrou em não conseguir ir para a rua gritar revolta. Em vez disso, as pessoas foram para o Pingo Doce. “A esquerda pôs-se nestes últimos 5 dias a discutir a humilhação. A esquerda é muito paternalista.” E acrescenta que “o problema que a esquerda devia esta a discutir é porque é que teve tão pouca gente gente no 1º de Maio”. [Read more…]