Sempre que se fala em reestruturação ou perdão de parte da dívida portuguesa, um golfinho falece nas águas quentes e cristalinas de um paraíso fiscal caribenho. Indignada, a clique neoliberal coloca-se imediatamente em bicos de pés e vaticina um qualquer fim do mundo que há-de estar próximo. Honrar compromissos e pagar a quem nos emprestou para mostrar que somos pessoas disciplinadas e de bem são palavras de ordem nas paradas do nacional-liberalismo.
Coisa diferente acontece quando uma empresa, que durante anos distribuiu milhões por administradores, accionistas e afins, alguns deles ligados ao sector político que melhor se desenrasca no jogo das cadeiras, decide, ela própria, optar por um plano de reestruturação financeira e consegue um perdão parcial da dívida, em parte à custa dos contribuintes portugueses. Instala-se o silêncio absoluto no edifício do ministério da propaganda.
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