O comentário do deputado Ricardo Gonçalves despertou-me uma pequena dúvida . Diz ele:
[Os políticos] Terão que se adaptar à crise, nem que para tal seja necessário abrir a cantina da Assembleia da República, à noite, para que lá coma quem quiser. Não vejo nisso nenhum problema, pois é um espaço gerido por uma empresa privada, sendo um sítio digno e aprovado pela ASAE. Em vários parlamentos da Europa a cantina está aberta ao jantar, sem que os opinadores lá da terra se escandalizem.
Gerido por uma empresa privada? Mas será que a cantina da AR dá lucro?
Consta do Orçamento da AR para este ano (Diário da República nº 28 – I série – 10 de Fevereiro de 2010 – Resolução nº 11/2010) a rubrica:
Serviços de restaurante, refeitório e cafetaria – 960.850,00
prevendo-se a receita de 260.000,00 proveniente da venda de senhas de refeição.
É só fazer as contas, e duplicar, almoço e jantar. Claro que isto não é uma simples subtracção. Mas quanto nos iria custar o jantar do ilustre deputado na “cantina” da AR, pelo qual ele iria pagar 4,65 euros ?
4,65 €, com café e whisky, xulos.