U2 em Coimbra

Vi-os em Vilar de Mouros, jovens e desconhecidos, creio que pelos idos de 82. Em Coimbra, esta noite, quase trinta anos depois, apresenta-se um super-grupo, provavelmente o maior da actualidade, uma marca planetária a anos-luz dos rapazes de Vilar de Mouros e das ruas de Dublin. Nunca mais os vi e hoje também não calha. Devem estar a tocar à hora a que escrevo este poste. Há três dias, em Sevilha, o início foi como se vê:

e continuou assim: [Read more…]

Lúcio Tomé Feteira – uma história de limas

A vida e a morte de Lúcio Tomé Feteira remanescerão para a história como peças limadas. Desde o sémen, foram as limas que o acolheram e lançaram na vida. Seu pai, Joaquim, fundou a Empresa de Limas União Tomé Feteira Lda., ainda no século XIX, em Vieira de Leiria.

Lúcio, todavia, acabaria por recusar o trajecto industrial paterno. Dotado de personalidade controversa, mas de firme convicção quanto à acção e à afirmação autónoma, esquivou-se das limas. Estudou no Porto, partiu para África, regressou a Portugal e, com o financiamento do sogro Dâmaso, seu conterrâneo, acabaria por fundar, em 1936, a indústria mecânica de chapa de vidro nacional, corporizada na Covina.

Teve uma vida longa, 99 anos até 2000, ano da morte. Preenchida de episódios políticos, sociais e privados, controversos. Faleceu na companhia de Rosalina Ribeiro, secretária e última companheira, também ela polémica – foi assassinada, em 7 Dezembro de 2009, duas horas após um encontro com o seu advogado, Duarte Lima.

Naturalmente que, no processo de investigação da polícia brasileira, o testemunho de Duarte Lima é capítulo fundamental. Porém, o conhecido advogado recusou responder às 193 perguntas que a polícia brasileira havia remetido ao DIAP, por carta rogatória. Diz a imprensa que Lima “rejeita depor sobre questões que podem incriminá-lo com garantias inferiores àquelas que teria se fosse ouvido no Brasil”. É expectável, obviamente, que um dia destes vá até ao Rio de Janeiro prestar o testemunho, salvaguardado pelas garantias reclamadas.

De toda esta novela, extraímos, entre outras, uma conclusão: à semelhança da vida embrionária, a vida póstuma de Lúcio Tomé Feteira está a decorrer sob o signo da lima; essa ferramenta utilizada para desbastar, mas que, de tanto o fazer, também acaba desgastada. Resta, pois, saber qual dos objectos ficará primeiramente desbastado: a peça trabalhada ou a própria lima? Será que vamos ter a resposta exacta?  

a soberania e os seus descontamentos. À nossa República!

a república portuguesa que nunca mais acaba de se organizar, velha como é!

….para o povo português obrigado ao empobrecimento pela cultura doutural…

O subtítulo tem dois significados. O primeiro, é simples: escrevo este texto no dia 2 de Outubro e o debate do orçamento será a 15 de Outubro deste ano de 2010.

Não sou bruxo, tenho palpites. Palpite que me diz que deve ganhar o debate quem melhor se entenda com a crise financeira que se vive na Europa, essa praga de Portugal. Como no Chile. Faz pouco tempo, começara a corrida para a Presidência da República. No tempo da ditadura, todos os partidos democratas juntaram forças para derrubarem um ditador que faleceu réu de crimes de sangue, mas faleceu réu. Nas mãos da justiça. Com a democracia restabelecida, os partidos deram aos seus candidatos poderes muito pessoais e a Concertação Social começa a diluir-ser, após o mandato de quatro excelentes Presidentes da República. Será que esta arrogância precipitada vai abrir as portas a quem sempre ficou em segundo nas presidenciais e que une todo o fascismo que governou o país durante 20 anos? Precipitações pouco esclarecidas. E a diferença entre facções é imensa. A concertação, une; o fascismo desune e mata.

Em Portugal, em carta enviada por mim ao actual Primeiro-ministro, admoesto denuncio e na parte final do texto digo que o PSD e o PS não me parecem andar de mãos

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