U2 ao Vivo em Coimbra:

É o meu primeiro vídeo no Youtube e dedico-o ao JJC pois foi nessa sua terra, Coimbra, que assisti ontem a um dos melhores concertos da minha vida:

a tristeza no centenário republicano

a república começou perturbada e hoje continua conturbada

…com a colaboração de Graça Pimentel e Eduarda Fernandes…

Não consigo esquecer duas frases, talhadas na minha memória desde o dia que troquei a minha Universidade Britânica pela Universidade de Lisboa, o ISCTE, hoje Instituto Universitário de Lisboa. Essas ideais talhadas eram, primeiro, que o 5 de Outubro era uma festa Nacional, mesmo em dias de tormenta como hoje, em que o povo se regozijava por sermos um país livre e soberano, garantida dada pela Constituição do Estado, cada vez mais avançada para proteger a soberania que o povo depositava nos seus governantes eleitos por sufrágio universal. Havia tanta coisa a fazer dentro da República para a eelevar à estatura de outras nações da Europa, republicanas ou monarquias. O 5 de Outubro era sempre o 5 de Outubro, com festas e alegrias.

Mas uma segunda ideia talhou o meu pensamento: Portugal não era apenas esse sol quente do verão e o frio do inverno, com neve, às vezes, até em Lisboa. Essa proeza de construir uma nação, passava por construir o que a monarquia de Bragança, em mais de trezentos anos de reinado, nunca fez: construir indústrias transformadoras da imensa riqueza que o Universo tinha oferecido à República. Bem sabemos que o marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo (Lisboa, 13 de Maio de 1699Pombal, 8 de Maio de 1782) casado com uma alemã, tentou enquanto era secretário de Estado do Reino durante o reinado de D. José I (17501777), sendo considerado, ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa. As suas visitas ao estrangeiro, a sua observação da construção de indústrias manufactureiras e transformadoras de matérias-primas na Grã-Bretanha, na Alemanha e na Suécia, resultantes da Revolução Industrial, levaram-no a pensar que Portugal podia construir uma riqueza semelhante. Começou por construir Escolas Politécnicas, para os operários executarem com saber o seu ofício e acumular riqueza investidas em indústrias. Para nossa infelicidade, prevaleceu a preguiça de Reis, Marqueses, Barões, enfim, dos proprietários das terras, aliada ao pensamento que seria sujo e desalmado desfazerem as suas lindas terras, o acusaram-no de espoliador, sendo assim que de Ministro do Rei foi para a cadeia e, a seguir, confinado às suas terras de Pombal.

A falta de Indústrias transformadoras causaram um recuo de centos de anos no desenvolvimento da, hoje, nossa República Portugueza (não é gralha, é como se escrevia nesses tempos o nome da Nação, habitada por portuguezes).

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De volta

(adão cruz)

(Texto de Marcos Cruz)
Saio da cama a pensar que já pensei muito. Reflicto sobre a complexidade dos meus sonhos e concluo que a vida é aquilo que estivermos dispostos a receber. Levanto o corpo decidido a deitar a mente. Ainda no limbo vem-me à imagem uma autoestrada engarrafada de um lado e totalmente vazia do outro. Olho para a baba na almofada e constato que ainda salivo, mas por momentos ocorre-me a dúvida sobre se a saliva que agora tenho na boca não se deverá ao súbito e intenso desejo que sinto de passar para o outro lado da autoestrada. Penso então que não faz sentido esta confusão entre a cama e a vida. Seria um terceiro sentido. Não existe. Mas atrai-me. Fico a imaginar para onde iria ele e deparo-me com duas possibilidades: para cima ou para baixo. O que me leva a admitir um quarto sentido. O som da palavra quarto traz-me de volta ao meu. Reprimo-me por ter frustrado o projecto de não pensar e penso se não o terei feito no preciso momento em que o formulei.

U2 em Coimbra, hoje com uma novidade no reportório

http://www.dailymotion.com/swf/video/x76bf2_gene-kelly-i-m-singing-in-the-rain_music?additionalInfos=0
Gene Kelly – I’m Singing in the Rain

Nunca na minha aldeia tinha visto tanto cota como ontem. Até me senti mais novo.

Pausa para o Fado

O meu companheiro de blogue, Pedro, há uma semana trouxe até aqui a música popular francesa. Hoje, particularmente nostálgico – nem eu sei por que razão – apeteceu-me revisitar o ‘fado’, adorado por uns e amaldiçoado por outros.

Inspirado pelo programa de Carlos do Carmo, na RTP1, relembro as minhas deambulações – emborcações, seria o mais exacto – por Alfama e a voz de Argentina dos Santos, na interpretação do fado menor, “Vida Vivida”:

Como diz a letra, afinal o tempo fica e a gente é que vai passando”.