Operação Babel: e a vossa autarquia, também recebeu investimento de Elad Dror e Paulo Malafaia??

Em Gaia, o novo caso de alegada corrupção autárquica resume-se a isto: Patrocínio Azevedo, nº2 de Eduardo Vítor Rodrigues e apontado como o seu sucessor, terá recebido 99,6 mil euros e um relógio de luxo para “encontrar uma solução” para que o novo traçado da linha de metro não prejudicasse o projecto imobiliário Skyline, dos empresários Paulo Malafaia (também envolvido na Operação Vórtex) e Elad Dror, um israelita que obteve cidadania portuguesa à luz da lei dos sefarditas, que se tem revelado uma fraude que visa sobretudo substituir os Vistos Gold na venda de nacionalidade portuguesa. Logo aqui, temos o típico inception de trafulhice tuga: esquemas dentro de esquemas dentro de esquemas. Precioso.

Patrocínio, munido com o seu relógio suíço e a sua mala cheia de notas, reuniu-se então com Tiago Braga, presidente da Metro do Porto, e, no dia seguinte, revelou ao amigo e advogado João “Gorila” Lopes que a conversa com Tiago Braga teria corrido “de feição para os interesses dos dois empresários, Paulo Malafaia e Elad Dror” (palavras do Expresso). Mais tarde, Malafaia e Dror terão entregue mais uma quantia em dinheiro e novo relógio de luxo ao vice de Gaia, para que, alegadamente, o lobby junto da Metro do Porto seguisse o seu curso. A peça do Expresso da passada semana afirma mesmo que Patrocínio Azevedo terá recorrido aos serviços de João “Gorila” Lopes para tentar aumentar o suborno. Alegado, claro. [Read more…]

Operação Babel: porque mentiu Eduardo Vítor Rodrigues?

Sou um grande apreciador da arte autárquica, à qual dediquei muito tempo durante vários anos da minha vida.
Pese embora a imunidade que sempre assiste a qualquer artista das autarquias, é sempre um gosto ver certas coisas acontecerem no meu tempo de vida.

Por exemplo, quando Eduardo Vítor Rodrigues foi ao Porto Canal e disse nunca ter visto o advogado João Barbosa Lopes, a internet foi implacável e mostrou que ele estava a mentir, como podemos ver na foto, onde os dois lideram uma comitiva de não-sei-quê.

O que sucede? [Read more…]

O Expresso faz 50 anos, o saco azul que o GES usou para comprar jornalistas faz 7

Ora aqui está uma boa ideia para as festividades em torno da celebração dos 50 anos do Expresso: divulgar a lista dos jornalistas que recebiam subornos do saco azul de Ricardo Salgado. Imaginem vocês quem é que não terá sido apanhado lá no meio para se abafar a coisa desta maneira.

O Mundial do Qatar, o lobista Sarkozy e as armas que al Thani lhe comprou

O Qatar garantiu a organização do Mundial em 2010. Na altura, Nicolas Sarkozy era presidente de França e lobista do violento regime Qatari. A UEFA, fundamental na escolha do Qatar, era liderada por Platini. E Platini foi um dos convidados para uma célebre reunião na residência oficial de Sarkozy, juntamente com o Vladimir do Qatar, Tamim bin Hamad al Thani. A reunião terminou com duas certezas: que o Mundial de 2022 seria no Qatar e que o Qatar encomendaria 14 mil milhões de dólares à indústria francesa do armamento. Pelo caminho, com os trocos que sobraram, ainda compraram o PSG.

Ainda bem que estas coisas não passam na televisão. É um aborrecimento, ter que levar com a realidade, quando há tanto futebol para ver.

BES, Odebrecht e Venezuela: uma história de poliamor

Vocês não adoram quando o capitalismo selvagem e o autoritarismo assassino dão as mãos e saltitam juntos, pelo prado fora, por entre flores e borboletas? Não sei quanto a vós, mas eu fico sempre de coração cheio, quase a transbordar. O Salgado a servir de muleta para a Odebrecht subornar um ministro do Maduro é um romance à moda antiga, apesar do potencial para se transformar num threesome. E não façam de conta que não sabem o que é um threesome, ok?

Supremo brasileiro proíbe Aécio Neves de ir para os copos

É uma conclusão legítima, quando nos deparamos com o título em cima. E como o Expresso é o jornal a comprar quando um tipo quer saber o que se passa, já dizia el-Rei no exílio, D. Pedro Passos Coelho, o Profeta, a malta assume logo que é verdade.

Vai-se a ver o conteúdo e percebe-se que afinal é uma espécie de recolher obrigatório, a que se junta o afastamento de todas as actividades parlamentares do líder do PSDB, que foi a maneira que a justiça brasileira encontrou para punir Aécio Neves, apanhado numa escuta a pedir um suborno de 2 milhões de reais ao empresário Joesley Batista. Onde anda o juíz Moro quando o Brasil precisa dele?

Prender políticos corruptos, aqui como no Brasil, é tarefa complicada. Principalmente quando são de direita, como é o caso do presidente Temer. Por falar em direita, onde anda aquela direita tuga anti-Dilma, que passou meses a espumar-se com o impeachment? Hibernou?

O Factóide

No Brasil, as palavras ortografadas nem sempre são o que deveriam ser.

Submarino ao fundo, batalha naval dos pequeninos

Umas vezes são as autoridades inglesas, outras as alemãs, a verdade é que ninguém liga patavina. Quando a importância que nos dão é esta, acaba-se assim, sem honra, sem poder de decisão e sem voz própria.

Uma coisa é aquilo que nós pensamos que somos no mundo, outra é a forma como o mundo nos vê.

Habituem-se. A propaganda interna é isso mesmo. Interna.

Suborno no licenciamento do Freeport

Um fax com notas manuscritas sobre luvas de dois milhões de libras para licenciamento do outlet de Alcochete. Um dia depois das eleições que levaram à demissão de Guterres, um dos administradores manifesta a sua preocupação "…se o parlamento é dissolvido até às eleições, o Secretário de Estado não pode aprovar nem rejeitar nada".

 

Reflectindo sobre o resultado das eleições, "a demissão do governo de Guterres significa que Sócrates deixou de ser ministro do Ambiente" e no ponto anterior refere "que Sócrates é considerado um dos pilares do PS e é tido como a integridade em pessoa".

 

O autor do fax, Keith Payne, confirmou à polícia ter ouvido falar de pagamentos corruptos através de Charles Smith, intermediário no processo e o primeiro arguido no decurso da investigação.

 

Depois do envolvimento de familiares, do vídeo, do licenciamento à pressa e nos últimos dias do governo, agora um fax a confirmar o que já se sabia. Houve suborno!

 

Dois milhões de libras valiam à época 3,2 milhões de euros, o equivalente a 650 000 contos.

 

Alguem acredita que só um é que beneficiou de um licenciamento que exigiu "tratamento urgente e medidas especiais"?

 

Entretanto, a TVI, muito convenientemente, foi calada durante as eleições!