Estas eleições legislativas estão a inaugurar um novo tempo político no nosso país. E foi isso que muitos ainda não perceberam ou então fazem de conta não terem percebido.
As recentes eleições na Grécia deixaram marcas e sinais importantes para os partidos radicais europeus. Estes perceberam que definitivamente não têm espaço para crescimento político na actual conjuntura política europeia.
A Unidade Popular que congregou os dissidentes do Syriza, incluindo o célebre ex-ministro das Finanças Yanis Varoufakis, teve menos de 3% dos votos não tendo sequer representação no Parlamento Grego.
Esta foi uma lição que BE e PCP perceberam claramente. Aliás durante a campanha eleitoral deram sinais disso mesmo. António Costa percebeu também tudo isto. Talvez não tenha sido inocentemente que disse que não aprovaria o orçamento de estado da coligação PSD / CDS.
Na noite eleitoral fiquei com a ideia, dada a boa disposição de Costa, que estava a ” dar música ” à coligação PaF e também ao Presidente da República. Cavaco entrou na onda. E começou por cometer um erro politico ao pedir a Passos Coelho para iniciar um processo de auscultação dos outros partidos quando esse é um dever constitucional do PR. Agora Cavaco vai estar refém deste seu erro politico até à nomeação do próximo primeiro-ministro.
Aliás Gaetano Mosca explica muito bem que a razão da existência dos partidos políticos era a existência do poder.
António Costa percebeu que estavamos perante a inauguração de um novo tempo político. Tal como já referi anteriormente os sinais tinham sido dados pelos outros partidos de esquerda durante a campanha.
António Costa inteligentemente percebeu estas mensagens, ao contrário de outros iluminados dirigentes do PSD e do CDS que na noite eleitoral apareceram de forma arrogante a ” cantar ” vitória. O problema é que, nesse momento, a procissão ainda não tinha saído do Adro.
O poder ” amacia ” e modera os partidos e as pessoas. Um grande exemplo disso mesmo é precisamente Paulo Portas, que abominava a política, mas rapidamente chegou à liderança do CDS/PP espetando uma ” faca ” grande nas costas do seu ” melhor amigo ” Manuel Monteiro, elevando bem alto a bandeira do ” anti-europeísmo “. Hoje é Vice Primeiro-Ministro e o maior de todos os europeístas.
Se Paulo Portas mudou radicalmente porque não poderão agora mudar o BE e o PCP? A isto acresce que o artigo 187 da CRP é pouco explícito dando origem a diversas interpretações.
Por isso, com o meu lamento que apoiei e votei em Pedro Passos Coelho temos que reconhecer, caso este não consiga apresentar uma solução governativa estável, deverá ser dada a oportunidade a António Costa que apresente uma solução governativa assente numa maioria parlamentar. Se Antonio Costa o conseguir penso que não restará ao Presidente da República outra possibilidade que convidar o líder do PS a formar governo.
Temos vários exemplos na Europa de governos de coligação. Por exemplo na Bélgica, que esteve vários meses sem governo, hoje tem um governo de coligação constituido por 6 partidos, presidido pelo líder do quinto partido mais votado. Este exemplo é precisamente o reflexo dos novos tempos.
Hoje os principais dirigentes do PSD e do CDS são medíocres. Passam o seu tempo entretidos com ” jogadas politicas “, encerrados em si próprios, não olhando, nem percebendo as mutações que estão a ocorrer na Europa e no Mundo.
Continuo a defender que deve ser a PaF a apresentar ao Presidente da República uma solução de governo estável assente numa maioria parlamentar. Mas confesso que temo que Pedro Passos Coelho com o andamento dos dias, como diz o meu amigo e escritor Jorge António Madureira, ainda esteja a tempo de apresentar uma solução governativa estável.
Como dourar a pílula de quem só se que safar a qualquer custo.
depois de o seu “amigo” MAC ter “desaparecido” para voltar a “aparecer” no suposto triunfo eleitoral do Paf com o sorrizinho idiota da patetica arrogancia de uma certa direita(ver o sorrizinho idiota da maria luis) …ninguem esperava a jogada do Jeronimo,e quanto a mim o Jeronimo fez muito bem,nem que seja para por os gajos do Paf(e seus apoiantes) com cara de parvos e com medo de perder o emprego no estado(ola helena antena 1 matos)
“Se Paulo Portas mudou radicalmente porque não poderão agora mudar o BE e o PCP?”
Depende. Portas mudou o discurso porque cheirou-lhe a dinheiro, dificilmente ocorrerão as mesmas mudanças em quem quer outra coisa, ainda por cima não sendo possível as pessoas viverem confortavelmente na UE.
Genéricamente o ser humano, individual ou pluralmente, luta por poder, pode assumir a forma de dinheiro ou outras formas.
Fale por si…
Faz bem em defender uma nova era nas narrativas da esquerda.
Contribuir para as soluções e abandonar o contra tudo e defesa das corporações que “controlam” é um passo decisivo para a democracia.
Mas quando é que este FAXO vai para o Blasfémias ?