O fim (não) está próximo

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A Geringonça, qualquer pessoa de bem sabia, não chegaria a acordo para o primeiro orçamento de Estado. Não duraria um mês um ano. Nunca se entenderia para um segundo orçamento. A implosão era inevitável. O drama, a tragédia e o horror espreitavam ao virar da esquina.

Portugal, que até ia ser uma das 10 economias mais competitivas do mundo se seguisse o caminho traçado por Passos, não tinha outra alternativa que não fosse apostar nos baixos salários. Na reversão de direitos laborais. Porém, sem que ninguém o pudesse antecipar, os custos do trabalho subiram mas o desemprego desceu. E continua a descer. E o salário mínimo continuará a aumentar. 

Fuga dos investidores, congelamento de fundos comunitários, sanções e resgate. Não havia escapatória. Ironicamente, as notícias da morte do investimento externo estrangeiro em Portugal foram manifestamente exageradas, com a gigante tecnológica Cisco a chegar ao cúmulo de propor ao governo geringonçado transformar Portugal numa “nação startup”, os fundos não foram congelados, as sanções ficaram na gaveta e o resgate não foi além do wishful thinking dos profetas da desgraça, algo que foi confirmado pelo comissário europeu do PSD, Carlos Moedas.

A narrativa dos catastrofistas esgotou-se e não tem hoje qualquer adesão à realidade, apesar do espaço mediático que ocupa. O défice está controlado, os números mais recentes sobre o crescimento económico superam as expectativas do próprio governo e até há empresas alemãs a defender o investimento na economia portuguesa. O único fim que parece estar próximo é o do passismo, seja lá isso o que for. Restam-lhes as declarações de rendimentos da nova administração da CGD, a última coca-cola no deserto de ideias em que se encontram perdidos. A imprensa amiga bem tenta dar uma mão, mas mesmo assim a coisa não está fácil. E o raio do Diabo teima em não aparecer.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Para acomunicação social portuguesa estas notícias são um incómodo. Tal como para Passos Coelho, que apostou na teoria do:
    “Ou eu, ou o caos!”
    Antes era o inferno. Agora é vê-los a ironizar sobre os números. Até já atribuem ao Daesh e à Al Queda as razões do aumento do Turismo. Se o aumento das exportações fossem agrícolas, os méritos seriam talvez do “bom tempo”, quem sabe do “Borda d’Água”.
    Infelizmente para eles as coisas vão no caminho inverso.
    http://www.dn.pt/portugal/interior/o-quarto-trimestre-pode-por-o-pib-de-portugal-a-crescer-14-em-2016-5507544.html

    A única coisa que nos deve preocupar no presente são os juros da dívida. Mas eu pergunto se é por nossa culpa? Ou será mais pelas Trumpalhadas americanas, pelo Brexit, e outros danos colaterais?
    Ou será que para os juros baixarem temos de viver como no Bangladesh? Talvez os mercados estejam à espera desse dia?
    http://www.ipsnoticias.net/2015/04/a-dos-anos-de-tragedia-textil-siguen-los-abusos-en-bangladesh/

    A nossa comunicação social gosta muito da canalhice, de preferência se ela meter alguns personagens que elegeram como seus inimigos de estimação.
    http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-11-19-Livro-de-Socrates-e-falhanco-comercial-2
    Se é verdade que algumas pessoas gostam de se por a jeito, este tipo de notícias, demonstra bem como a comunicação social atingiu um grau próximo da Trampa.

  2. A.Pera says:

    E o raio da desgraça que está sempre a perder o combóio…Uma novena! Façam uma novena ao S. Nunca…

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