O negacionismo

Há dois anos o último governo de José Sócrates caiu, onde há muito em Portugal não caiam os governos: na rua.

Claro que para os negacionistas do PS fica bem soltar uma gargalhada, e garantir que não foi nada disso, a culpa terá sido de quem posteriormente não votou favoravelmente um PEC  criado e gerido para ser chumbado na AR, no que terão o apoio veemente dos que pensam a História uma cousa de gabinetes, reuniões, políticos, acordos, desacordos, troikas e outras ilusões. Negacionismo que alacançou todo o seu explendor nesta imagem canciana, tão bem titulada de “coisas verdadeiramente inexplicáveis“:

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Ficando a dois passos do ridículo e roçando sempre o caricato, o negacionismo entre nós teve outros esplendores:  o 25 de Abril enquanto golpe de estado não teria sido tão simples se a negação da realidade não estivesse estacionada na Pide/Dgs, que nem a avisos de congéneres estrangeiras ligou importância e viu o Março das Caldas como um ponto final na contestação de meia-dúzia de tropas acometidos de cobardia colonial. [Read more…]

Que parte é que ainda não perceberam?

Clara Ferreira Alves explicou, no Eixo do Mal e em português de lei. Dúvidas? arranjem explicador.

Presidente da República: comunicação oficial após as manifestações de 2 de Março

Encontrado no canal de João Pinto.

Até no 31 da Armada

Alguém viu, sem ser pela tv.

A mudança já começou

“Acordai”, Porto – Foto: Renato Roque

Interessa-me pouco a contabilidade dos números do 2 de Março, não atino com metros quadrados nem sei contar multidões, e muito menos me interessa enveredar pela redução das gentes a item contabilístico, uma das pechas dos que foram eleitos para governar o país.

Podemos ter sido mais cem mil ou menos cem mil. Fomos mais do que a 15 de Setembro último, quando houve quem quisesse ler no protesto pouco mais do que a rejeição de uma medida concreta, o aumento da TSU. E não fomos apenas os precários “à rasca”, este não foi só o protesto de uma geração. O que se ouviu a 2 de Março foi o grito uníssono do povo português, de gente muito diferente entre si mas que tem em comum a revolta contra aquilo em que o país foi transformado.

Um governo, para além de legitimado pelo voto dos cidadãos, deveria assentar na honradez de quem dele faz parte. Talvez esta frase produza um sorriso irónico em quem a lê, e isso é já um triste sinal. Mas creio que, se ao fracasso de todas as políticas (até dentro do PSD já não faltam as vozes a apontar o dedo à incapacidade de Vítor Gaspar acertar numa previsão), se junta a insatisfação do povo, um governo composto por gente honrada e bem-intencionada resignaria e daria novamente ao povo o direito de escolher. Tampouco se limitaria a depor no cepo a cabeça de Vítor Gaspar, até porque a máxima responsabilidade será sempre do primeiro-ministro, a menos que se ele tenha tornado inimputável. Mas este é o mesmo governo que tem posto repetidamente em prática aquilo que, em período de campanha, jurou nunca fazer, e quanto a honradez estamos conversados. [Read more…]

Porto, 2 de Março

O 2 de Março no Porto. Fomos 400 mil!


Não sou do tempo das grandes manifestações que se seguiram ao 25 de Abril. Tinha acabado de fazer 3 anos quando se deu a Revolução, quando o povo se juntou para um 1.º de Maio finalmente em Liberdade. Essa é imbatível, mas ao longo dos anos fui vendo a Praça praticamente cheia. Quando o FC Porto foi Campeão Europeu pela primeira vez. Quando o PSD fez o comício da campanha eleitoral que deu a primeira maioria absoluta a Cavaco. No 15 de Setembro.
Mas nunca como anteontem. Um dia que passará à história como o 2 de Março. A maior manifestação jamais realizada contra um Governo democrático em Portugal. Não tenho uma obsessão pelos números e pelos metros – quem o tem é quem tenta menorizar a manifestação – mas não tenho dúvidas de que estavam perto de 400 mil pessoas. Juntando a multidão da Praça mais a das ruas circundantes – da Trindade até Santa Catarina e à Batalha, chegamos ao número que tantos temem. Nunca vi nada assim. Nunca.
E aquele momento em que tantos milhares de vozes cantaram o Grândola, de forma desafinada, descoordenada e com mais enganos do que acertos, deve ter sido um dos mais belos momentos da minha vida. Não consegui deixar de pensar que, por enquanto, a classe política pode estar relativamente tranquila. Ao povo, dá-lhe para cantar. E se aqueles milhares de pessoas se revoltasssem a sério?

A frase

Engulam em seco, o medo mudou de lado.

Ricardo M Santos no Facebook

E assim se saiu à rua para dizer “não”

Chegar à Praça D. João I, vindo da Rua do Bonjardim, vendo quem já lá chegou e quem passa:

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Olhando quem desce a Rua Passos Manuel:

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Tomando a Rua Passos Manuel, em direcção à Avenida dos Aliados: [Read more…]

Em Coimbra acabou assim

Moção popular de censura ao governo, e a Grândola cantada por quem mais ordena.

Texto da Moção: [Read more…]

Os aldrabões em processo de negação

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E contudo ela move-se, a terra e a multidão. Calcular o número de manifestantes com base no metro quadrado, que é imóvel, ou é ignorância de quem nunca esteve numa manifestação (e boa parte dos que criticam o 2 de Março estiveram no 12 de Março de 2011) ou pura aldrabice.

Vou mais para a segunda hipótese, digna de quem continua a debitar mentiras sobre a economia portuguesa, desde o célebre “chamámos a troika porque não havia dinheiro para pagar os salários e as reformas” (quando o que não havia, nem há, é dinheiro para pagar os juros da dívida que dispararam por via de um ataque concertado das agências de ranking) ao”temos professores a mais“. [Read more…]

Um milhão onde não cabem 300 mil

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Não fui, nem nunca iria a uma manifestação como esta que se verificou ontem, apesar de saber que poucas coisas, nos dias de hoje, andam razoavelmente bem no nosso País. Não encontro nos organizadores e apoiantes, no slogan simplista “que se lixe a troika”, e no entoar da “Grândola” em tudo quanto é canto e esquina ou acontecimento político em que intervenham ministros, qualquer vislumbre de pensamento positivo ou de propostas alternativas que sejam viáveis.

No entanto, este 2 de Março foi um marco, um aviso sério, um grito lancinante, feitos do desespero de alguns (muitos) e do oportunismo de muitos (demasiados).

Neste 2 de Março as gentes vieram para a rua não só para gritar contra a troica, não só para gritar contra Gaspar ou Álvaro, mas especialmente para avisar seriamente Passos Coelho do desespero que as consome.

Neste 2 de Março, o governo, melhor dito, o nosso Primeiro Ministro, tem de perceber que o povo está descontente, que não foi neste Gaspar duro e aparentemente insensível  que o povo votou e que o desespero pode provocar um ainda maior descalabro social. [Read more…]

Uma boa cobertura do 2 de Março

Isto sim, é agregar informação .

Vaselina

Aos queridos comentadores que andaram por aqui esta tarde: doeu? Olha que chatice …

Somos Grândola

Até já.

2 de Março

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Não te esqueças de ficar em casa

Fica em casa, pá.  Eu sei, isto não vai lá com manifestações, pá.  Só à bomba pá, com a malta toda a cercar S. Bento. Fica em casa, é onde a tua garganta fica bem.

E tu, fica em casa. Continua com medo. Esconde-te debaixo da cama.  O medo não te dá asas, dá-te pior ainda, vais ter tudo aquilo de que tens medo, uma boa razão para que fiques em casa, à espera que venha.

Fica em casa. Não queiras saber da política. Ela continua a entrar-te por baixo da porta, mas em casa é que estás bem. Em casa podes não ter pão, mas queres lá saber, os outros que decidam da tua miséria.

Fica em casa. E não te esqueças de repetir amanhã que estás farto desta merda toda, isto não pode continuar assim, cambada de gatunos, mas repete apenas em casa, para que ninguém te ouça, o governo é para ti uma coisa de estranhos. Não aprendas a democracia que não vale a pena.

 

Das aldrabices da contra-propaganda

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Diz-nos o Rui Carmo que os promotores da manifestação de 2 de Março são aldrabões. E porquê? porque alguém numa imagem de propaganda usou uma foto de Istambul, e porque os organizadores são do BE.

Esqueceu-se da propaganda com uma fotografia de black panthers, outra de Carmen Miranda, de um clássico cartaz norte-americanos e de uma fotografia de uma manifestante soviética, como não reparou num conhecido restauro de Cecilia Gímene e numa gravura do Titanic,  nem numa avózinha ciclista suponho que londrina, já não falando das capa de discos dos Clash ou dos Beatles.

Quanto ao organizadores, remete-nos para um texto publicado no Facebook por Filipe Castro, administrador da Informação de Mercados Financeiros, SA, o qual se limitou a “transcrever um texto privado” assinado por HE. [Read more…]

2 de Março: a solidariedade também passa pelas boleias

2 março deficientes

 

Por que vou ao 2 de Março

Tenho lido alguns testemunhos de pessoas importantes, umas que admiro, outras nem por isso. Todas dizem das suas razões para estarem presentes na próxima grande manifestação.

Eu sou importante apenas na minha casa e no meu ambiente familiar e social (e às vezes nem aí), mas sinto necessidade de «botar» por escrito as minhas motivações. Esta postada será também publicada no blogue das minhas filhas, para que um dia elas possam perceber o que motiva a sua mãe.

Não sei se elas serão como eu, tão críticas do que se passa em seu redor, tão revoltadas com o que está errado ou se, pelo contrário, serão seres amorfos, conformados com o que sucede. Não sei se elas serão de esquerda ou de direita. Não sei se elas se envolverão na sociedade lutando para que o mundo seja melhor. Mas sei que tudo farei/ que tudo faço para que elas sejam pessoas esclarecidas. Para que tenham na base da sua educação princípios de amor ao próximo, de solidariedade, de dignidade própria e de todos os seres vivos, de liberdade. [Read more…]

D. Laurinda vai ao 2 de Março

Esse caixote que aí está, de pé, ao lado da caixa, é para a D. Laurinda se sentar. E por aí já vêem que não é uma cliente qualquer. A qualquer hora do dia, depois de adiantado o serviço de casa, D. Laurinda vai até à mercearia, diz bom dia a quem está, e ocupa o seu trono de oráculo do bairro. Sabe quais são os negócios que estão para abrir ou para fechar, que casas estão para alugar, a como está o quilo de tudo, quais são as melhores laranjas para fazer sumo. De política, nunca quis saber nada.

– Ó D. Laurinda, então não vai à manifestação?

Nunca ia. Já não tinha saúde para isso, má circulação, varizes nas pernas, os brônquios muito atacados, uma chiadeira nos pulmões, a cabeça ourada. E é muita gente, muita gente, ela não gosta de confusões.

Mas os tempos mudam, as lojas fecham, o filho não tem trabalho. Vai a entrar para a mercearia, o marido fica à porta, à conversa com os vizinhos, reformados como ele.

– Ó menina, olhe que eu desta vez vou à manifestação – grita ela, como quem dá a boa-nova. [Read more…]

Março

marçoNova contagem: 34 35 manifestações

Agenda

Agradeço-vos, Marquesa
O convite p’ra almoçar
E a promessa, à vossa mesa
De champanhe e caviar

Peço perdão, nas não posso
Tem de ficar p’ra depois
Pois a hora do almoço
Está cativa, dia dois

Faço vénia respeitosa
E osculo a vossa mão
Nessa hora jubilosa
Vou à MANIFESTAÇÃO!

Mural

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Censura é isto

Para os choramingas do Relvas: ” No final da conferência de imprensa, a PSP identificou Nuno Ramos de Almeida, um dos membros do Que se lixe a troika, e questionou qual tinha sido o assunto da conferência de imprensa à porta do aeroporto.”

O 2 de Março em Língua Gestual

Uma manifestação inclusiva (penso que esta será a primeira vez que em portugal alguém se lembra de tal).

Entretanto as mobilizações crescem: já são 32 cidades com manifestação convocada.

Borrado de medo

Marcelo Rebelo de Sousa finge que não vai haver 2 de Março. O calendário salta de 1 para 3. Querias…

Tenham medo, muito medo

O Pacheco Pereira explica-vos porquê: Oficiais das Forças Armadas e CGTP vão ao 2 de Março.

Metereologia

tempo 2 de março

Previsão meteorológica para 2 de Março: céu limpo, tempo muito frio.

O ideal para o aconchego no calor humano de uma manifestação provocando uma tempestade muito forte sobre o governo. Alerta vermelho, portanto, com possibilidade de terramoto, epicentro em Belém.

Quem tem um 2 de Março pela frente tem medo

relvas iscte

Completamente em pânico, este mais que ilegítimo governo. Ontem Miguel Relvas, tentou uma licenciatura em Vitimizações Tipo Marinha Grande no ISCTE. Coitado, não é Mário Soares quem quer mas quem sabe e tem talento. Chumbou: agressões só vi as dos seus capangas, e a defendê-lo, meu caro Fernando, lastimo ver do teu lado esse padrão de comportamento democrático chamado Augusto Ernesto Santos Silva.

Hoje o inflexível Vítor Gaspar dobra a cerviz, num contorcionismo digno daquele italiano que retirou uma costela para lamber a própria pilinha,  e lança-se na mais espantosa acrobacia que me foi dado ver até hoje: salto mortal (era ele que nunca pediria nem mais um dia), pirueta (afinal estamos em espiral recessiva) e saída com o nariz no chão, personificando um boneco dos melhores tempos do cinema de animação americano.

Têm medo, muito medo, e em semana e meia chegarão ao pânico. [Read more…]