Afinal, ser primeiro-ministro é muito fácil!

Cavaco, numa das suas legítimas reaparições, lançou um livro: O primeiro-ministro e a arte de governar. A coisa anuncia-se professoral e convencida, como é timbre do homem que não tem dúvidas e nunca se engana ou vice-versa.

Na assistência, estavam os cortesãos do costume. O livro foi apresentado por Durão Barroso, que se notabilizou na qualidade de mordomo das Lajes, colaborando com um ataque às armas de destruição maciça que não existiam no Iraque, o mesmo Durão Barroso que viria a abandonar patrioticamente o mandato de primeiro-ministro, voando mais alto, chamado pelas sereias de Bruxelas, porque prescindiu das amarras de Ulisses.

Qualquer livro de Cavaco entra no rol dos que não li e de que não gostei. Por isso, limitar-me-ei a comentar uma afirmação que o autor terá proferido na apresentação: Cavaco terá dito que uma remodelação do governo é a «tarefa mais difícil» de um primeiro-ministro.

Na minha ingenuidade, sempre pensei que ser primeiro-ministro seria uma tarefa extremamente exigente, por exigir planeamento, negociações, bom senso, gestão financeira, capacidade oratória, entre muitas tarefas e competências que, para cúmulo retiram, com certeza, descanso e privacidade.

Sem bateria

Estes devem ter sido aqueles que tinham bateria no telemóvel:

Primeiro-Ministro: Pedro Passos Coelho; Vice-Primeiro-Ministro: Paulo Portas; Ministra de Estado e das Finanças: Maria Luís Albuquerque;Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: Rui Machete;Ministro da Defesa Nacional: José Pedro Aguiar-Branco. Ministro da Presidência e do Desenvolvimento Regional: Marques Guedes;Ministro da Administração Interna: João Calvão da Silva; Ministro da Justiça: Fernando Negrão;Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia: Jorge Moreira da Silva; Ministra da Agricultura e do Mar: Assunção Cristas; Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: Pedro Mota Soares; Ministro da Economia: Morais Leitão; Ministro da Saúde: Leal da Costa; Ministra da Educação e Ciência: Margarida Isabel Mano Tavares Simões Lopes Marques de Almeida; Ministro da Modernização Administrativa: – Rui Pedro Costa Melo Medeiros; Ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania: Teresa Morais; Ministro dos Assuntos Parlamentares: Costa Neves.

Conselho de Ministros (parte II)

tentacoes-bosh

Relatava o secretário de estado da cultura:

– Há, no Museu Nacional de Arte Antiga, uns painéis de um tal Nuno Gonçalves, coisa antiga que…

– Venda-se! – diz a Albuquerque das Finanças – se é tão velho, esse tal Gonçalves deve ser algum pensionista e é preciso garantir a sustentabilidade etc. e tal.

– Também há um do Bosch e…

– Isso não! Não quero chatices com multinacionais de electrodomésticos!

– E quanto à custódia de Belém?- perguntava o s.e.c.

– Se é de Belém, o sr. presidente da República que fique com ela e resolva o que fazer- deliberou o Passos. E segue.

Diversidades em concordância

Uma das notícias de hoje é titulada da seguinte forma:

“Ministros pedem a Passos para saírem do governo”.

É apenas uma meia solução!

A solução inteira passaria, simplesmente, por reescreverem a frase, assim:

“Ministros pedem a Passos para sair do governo”.

Esta é dedicada ao amigo Fernando Nabais, que, entre outras ideologias diversas, se bate, como eu, desalmadamente, pela língua portuguesa.

A imagem do dia

facturaDo grupo no FacebookEu pedi facturas em nome dos Ministros. Escolha o seu NIF.

Isto anda tudo ligado

Conduzido pela memória da Ana Matos Pires, então isto é assim: o Relvas, coitadinho que não o deixaram falar, é o mesmo Relvas que afirmou em 2008 sobre Augusto Santos Silva:

O senhor ministro tem que perceber que a barricada da liberdade, desta vez, não está do lado do PS, mas do lado dos professores e não tem que ficar indignado que estes se manifestem e reclamem os seus direitos.

Isto porque o então ministro despejou uma enormidade de insultos sobre os professores que o vaiavam em Chaves:

o mesmo Augusto Santos Silva, agora ex-ministro, que ocorre em defesa da liberdade porque o ora ministro foi vaiado. Sobre a defesa da liberdade de expressão em Augusto Santos Silva, basta ouvi-lo, é uma espécie de sindicalista dos pobres ministros do rotativismo, ofendidos pelos ultrajes da populaça; dessa parte e da sua defesa acérrima da pré-privatização da escola pública pelo governo anterior não me tinha esquecido. O Relvas e o seu governo umas vezes são, outras nem pensar nisso.

Coerentes ou incoerentes, sobre ministros de Portugal, estamos conversados.

Quem são os novos ministros

O novo governo (XIX governo constitucional) está constituído e foi apresentado por Passos Coelho (primeiro ministro) a Cavaco Silva.

Eis a lista completa dos novos ministros:

Finanças – Vítor Gaspar

Economia – Álvaro Santos Pereira

Negócios Estrangeiros – Paulo Portas

Defesa – Aguiar-Branco

Justiça – Paula Teixeira da Cruz

Administração Interna – Miguel Macedo

Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares – Miguel Relvas

Segurança Social – Pedro Mota Soares

Educação e Ensino Superior – Nuno Crato

Agricultura, Ambiente e Território – Assunção Cristas

Saúde – Paulo Macedo

É também sabido que Francisco José Viegas será secretário de estado da cultura.

Desconhecido, ainda, continua o nome que o PSD proporá para presidente da Assembleia da Républica.

António Rendas ministro da Educação?

“António Rendas, Reitor da UNL e presidente do Conselho de Reitores, na educação”

Abriu a temporada do “Adivinha quem vai ser ministro“. O Sexo e a Cidade conta o que sabe, com as reservas da praxe. Costuma ter boas fontes…

Os Ministros de Sócrates, esses Gargalhofas

Música do LP «Fungagá da Bicharada», de José Barata Moura

Eles fazem-nos rir diariamente desde 2005. São tão pândegos que nem percebem que nós percebemos tudo. E como sempre desde 2005, de forma corajosa e bem cómica, põem os ricos a pagar a crise. É bem feito!
Eles são os Gargalhofas. Fazem-me rir muito desde 2005, mas como já me dói a barriga de tanto rir, se calhar ficavámos por aqui. Já Basta, não?

Obras Públicas : até o BES torce o nariz

Ontem na apresentação trimestral dos relatórios e contas do Grupo BES, o Dr. Ricardo Espirito Santo, a uma pergunta de um jornalista sobre as obras públicas, respondeu com evasivas, o ambiente internacional apresenta muitas incertezas, a situação do país não é a melhor, esse tipo de obras exige imenso capital que pode esgotar o crédito (pouco) ainda disponível.

Quando um banqueiro se junta a um cada vez maior grupo de técnicos a dizer que é melhor parar para reflectir é porque há mesmo razões profundas para haver dúvidas. E quando há dúvidas, que podem condicionar fortemente a nossa vida futura por muitos anos, o que se exige de quem decide, não são bravatas ou declarações de fé, são estudos serenos, ter uma clara estratégia para o país e depois sim, decidir. Ora estratégia para o país nunca ninguem viu nenhuma, ainda há bem poucos meses se dizia que as contas públicas estavam perto de ser uma lição ao mundo, mas hoje estamos a caminhar para a bancarrota.

Na próxima segunda feira, um grupo de ex-ministros das Finanças vai reunir-se com o Presidente da República com o objectivo de analisar cenários, porque já se viu que o único cenário que o primeiro ministro conhece é levar os projectos até ao ponto de não retorno.

Ou se fazem ou o Estado vai ter que pagar grossas indemnizações aos consórcios interessados nos concursos públicos!

A quem serve esta política de “terra queimada” ?

A anedota do século!

Sócrates à saída do Conselho de Ministros da União Europeia anunciou ao Mundo  que Portugal será um dos países que vai ajudar a Grécia a sair da crise!

Ministros há que ainda se estão a rebolar de riso, e há portugueses que reforçaram o Xanax, mas a verdade é que a Grécia não está a conseguir ir buscar aos mercados internacionais o dinheiro que precisa. E se a Grécia nos bate à porta?

Eu temo que Sócrates arranje uma daquelas desculpas de que só ele é capaz, como dizer que os Gregos não perceberam bem, ou que foi Durão que lhe deu indicações falsas ou ainda, que não sabia a verdadeira dimensão da crise portuguesa.

Eu confesso, não gosto do homem, mas caramba ver o primeiro ministro não ter a noção do rídiculo, envergonha-me!

À pesca na Ria de Aveiro

Pese embora haver reticências e muito incómodo no Partido Socialista e no próprio Governo, já há quem peça a cabeça daqueles senhores de Aveiro que se deviam dedicar à pesca da taínha ( há multidões delas na Ria, mas sabem a lodo) em vez de andarem a investigar crimes.

 

"Espionagem política" nem menos, "tese da cabala" nem mais, o povo socialista está muito nervoso, pode lá ser, a escutar os nossos maiores especialistas, não basta o que já quase se enterrou no Freeport e na Cova da Beira?

 

Entretanto, crescem os especialistas em Direito que defendem que as escutas só podem ser destruídas depois da decisão do processo passar em julgado, pois de outra forma, como podem eventuais acusados defenderem-se havendo provas destruídas? Mesmo que nada resulte contra Sócrates, ou seja ilegal, a verdade material pode estar toda nas escutas e nesse caso, os arguídos têm direito a usá-las para sua defesa.

 

Arguídos já são quinze e o Ministro da Justiça está entalado, acabado de chegar, ou afina pelo mesmo diapasão dos colegas e chama a isto tudo uma "cabala" e perde já, os agentes judiciários, ou vai mesmo ter que dizer que os senhores ministros não têm que se intrometerem na Justiça.

 

Cavaco Silva recebe amanhã Noronha do Nascimento e todos adoravamos ouvir tal conversa. Revemos todos o filme  em que um gajo, que casou com a Geena Davis e, por isso, nunca lhe pronuncio o nome, se transformou numa mosca e entramos na conversa sem direito "a sentido" da Guarda da Presidência .

 

Isto está a passar as marcas ! Principalmente se as escutas apanharam algo criminalmente relevante…

 

Considerações breves sobre o novo Governo

Basicamente, o novo Governo é mais do mesmo. Teixeira dos Santos, Pedro Silva Pereira, Augusto Santos Silva, Vieira da Silva, Luis Amado, Rui Pereira, Ana Jorge e Mariano Gago continuam. Jorge Lacão, João Tiago Silveira e Alberto Martins já faziam parte do sistema. Isabel Alçada há muito que estava sob a alçada do PS. O resto são minudências sem qualquer força política – irão apagar-se perante a força do primeiro-ministro.

No meio disto tudo, estou curioso para ver o desempenho de Santos Silva na Defesa – para quem gosta tanto de malhar, vai ser engraçado a tropa pô-lo em sentido. E também vou gostar de ver Isabe Alçada, que vai ter os seus principais problemas resolvidos logo que a Oposição acabar com a divisão do Estatuto da Carreira Docente e com o actual modelo de avaliação de professores. Quanto à ministra Pássaro, mais valia chamar-se Betão, porque tem sido esse o papel do Ministério do Ambiente – a glorificação do betão.