Afinal era um fardo para os contribuintes

Serão os accionistas dos bancos e os credores a pagar por futuras crises bancárias, e não os contribuintes como tem acontecido

Desta notícia do Público.

No mundo bizarro do sistema bancário isto é uma novidade. Os responsáveis europeus, depois de anos a salvar bancos falidos, muitas vezes vítimas de crimes cometidos pelos seus próprios administradores, chegaram à conclusão que os cidadãos têm, de alguma forma, ser protegidos. Óptimo!

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Quem foi o radical que disse isto?

“Portugal enfrenta o desafio de ter de financiar mais necessidades do que antes do programa [de resgate], mas com um rating abaixo do nível “investment grade” [o nível mínimo de segurança exigido por investidores institucionais estáveis]”

Resposta aqui.

Choque, mentiras e o fim do mundo (em cuecas)

vavrova_rei nu

Depois de André Macedo, e não só, ter feito as contas:

A decisão do TC limita-se a elevar o défice público para um pouco acima dos 6,3%, mais 0,8 pontos percentuais do que está negociado com a troika para este ano, talvez um pouco mais. Dramático? Nada. O ministro das Finanças está habituado a derrapagens superiores.

Acrescentando a boa nova:

Mais de mil milhões de euros voltam à carteira dos funcionários públicos e dos reformados. É dinheiro, é consumo, é IVA, talvez seja menos recessão

Preparem-se para o anúncio do apocalipse. Esses 0.8% já exigem um novo resgate. Certificados de aforro (o consumo é um exclusivo dos Antónios Mexia deste reino) por subsídio de férias.  Tudo menos o óbvio: a demissão de quem em dois anos aplicou a eutanásia a uma economia moribunda. Ora não tendo nada contra a eutanásia, muito pelo contrário, a economia somos nós. E estamos vivos, chateados mas vivinhos da silva. Apanhados no meio da rua em trajes menores foram os que nos governam. E agora nem isso: é oficial, o rei vai nu.

Ilustração: Katarina Vavrova

Eurogrupo: conjunto de imbecis às ordens de Schäuble e participado por Gaspar

De Manuela Ferreira Leite a Paul de Grauwe, passando por Paul Krugman e outros académicos e especialistas, há um numeroso grupo de economistas que se pronunciou, em uníssono, pela contestação  da medida imposta a Chipre e sua generalização de confiscar depósitos bancários em situação de resgate financeiro de qualquer País da Zona Euro que, no futuro, venha a recorrer à tóxica ajuda da ‘troika’ – depósitos superiores a 100.000 euros, entenda-se.

A generalização da medida foi anunciada por Jeroen Dijsselbloem, o holandês agora presidente do Eurogrupo, eleito para a função; segundo o suplemento económico do ‘Expresso’ (pg. 5), os critérios de selecção foram os seguintes:

Foi escolhido não pela sua experiência política e económica mas por ser um guardião das ideias mais ortodoxas do norte da Europa relativamente ao sul.

Esta frase não se limita a definir o mandarete holandês. Caracteriza claramente a subserviência à Alemanha – personalizada em Schäuble – a que o belga Paul da Grauwe, Prof. da ‘London School of Economics’, no mesmo suplemento (pg. 9) se refere nos seguintes termos:

[…] A Alemanha nunca aceitaria que os seus bancos fossem tratados como os bancos cipriotas foram. E usam o dinheiro dos contribuintes se necessário. [Read more…]

O dia em que a União Europeia morreu..

Unknown

Quando li a notícia não acreditei. Por breves instantes pensei que era uma brincadeira do dia 1 de abril:

“Resgate no Chipre, aprovado no Eurogrupo, apresenta uma medida inédita, um imposto extraordinário sobre depósitos bancários. Para as contas de valor inferior a 100 mil euros, serão retirados 6,7%; para valor superior a 100 mil euros, serão retirados 6,7%; nas contas das empresas, 12,5%”.

Estamos perante um crime, como ontem lembrava, num programa de televisão, um comentador. Sim, um verdadeiro crime punido pela lei criminal de qualquer país civilizado. Um crime de roubo. Agravado, digo eu, pela forma como foi decidido. Além de um crime de roubo, estamos perante algo ainda mais grave, o fim da confiança dos europeus no seu sistema bancário. Quando qualquer um de nós vai a um banco e nele deposita o seu dinheiro, as suas poupanças, não o faz apenas por desejar uma determinada remuneração dos seus depósitos. Nos tempos que correm, o nosso dinheiro vai para o banco por uma questão de confiança e segurança – o receio é tal que já nem se discute muito a remuneração dos mesmos. [Read more…]

Se fossem cipriotas

na Terça-feira deixariam algum do vosso dinheiro nos bancos?

Espanha não escapa ao resgate

Economistas espanhóis contam com ele, apesar das reticências políticas. (Fonte: Económico)

Quem é quem no BANIF

O BANIF está insolvente. Mais uma vez se confirma que as relações a finança e a política são promiscuas e pouco claras.

Carta de Angela Merkel: As Condições do Resgate

Espanhóis,

Em virtude do “Tratado para a Solução Final dos Problemas Ibéricos” (coloquialmente conhecido como O Resgate), ponho-me em contato convosco para anunciar as seguintes medidas, que terão efeito imediato:

1) Depois de 312 anos de vulgares reinados, a Casa de Borbon é despossuída da Coroa de Espanha, cuja titularidade passa à Estirpe dos Merkel. Uma servidora será proclamada “Imperatriz Angela, Primeira de Espanha e Quinta da Alemanha” numa cerimónia oficial na Basílica de São Pedro pelo Papa Ratzinger.

2) Graças ao meu despotismo caloroso, dou-vos permissão para que me chameis “Angie”.

3) Ao cidadão Borbon é atribuído o Zoo de Berlim como tratador de paquidermes. A Universidade Ludwig-Maximilians de Munique cria duas novas cátedras de excelência: uma, de “Análise Económica e Otimismo”, dirigida por Rodriguez Zapatero, e outra, de “Oratória, Eloquência e Logopedia”, para Mariano Rajoy. José Mari Aznar trabalhará como bailarino nas discotecas techno de Berlím: com o seu bronzeado e os seus abdominais, estou segura que poderemos convertê-lo em Lady Gaga europeu. [Read more…]

O resgate a Espanha

Elrich, El Pais

Pequenas Correcções (II)

Ao contrário do que o Pedro Marques Lopes afirma, os bancos podem, sem qualquer problema, falir. O papel do estado nessa circunstância é garantir que o processo decorre sem pânico e circunscrevendo os efeitos secundários o máximo possível.

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A desculpa que se segue

Isto estava tudo a correr tão bem, a austeridade estava a funcionar maravilhosamente, a Espanha é que estragou tudo. A cantilena vai durar umas boas semanas. Tem um pormaior aborrecido: o erro deles é uma cópia do nosso: austeridade e  salvar bancos. E claro que eles se vão desculpar com a Itália que se segue.

imagem Viajando pela Jangada da Vida

Como foi anunciado pela Reuters

Espanha formaliza pedido de ajuda europeia – só não lhe chamam resgate, o resto é igual

Carta de um investigador a Angela Merkel

Querida Ângela,

Desculpa que te escreva em castelhano, mas o meu nível de alemão é similar ao de um orangotango de Bornéu em tempo de acasalamento. Podes pedir aos teus colegas Zapatero ou Rajoy que te traduzam esta carta. Ambos são célebres poliglotas, como deves ter descoberto nas reuniões do Conselho Europeu.

Agora a sério… Um dos aspectos, que pouca gente conhece de ti, é que és doutorada em física. Entre 1978 e 1990, foste investigadora na prestigiada Academia de Ciências de Berlim e publicaste importantes artigos no campo da química quántica. Suponho que isso ajuda a explicar porque, enquanto a Espanha cortava 35% nas ciências, desde o começo da crise, a Alemanha aumentava 20%.

Ângela, envio-te esta carta, porque estou cada dia mais preocupado que o teu governo nos faça de gregos. Sim, já sabes, que virás ao “resgate” e nos imporás reformas similares às que fizeram à Grécia: mudança da Constituição para que o pagamento da dívida tenha prioridade sobre qualquer despesa social, descida de 23% do salário mínimo, corte de pensões e despesas da saúde, etc. [Read more…]

Este ainda vai estudar para Paris

Ministro espanhol avisa que a “troika” não entra em Madrid.

Deve ser bom negócio

Portugal vai pedir novo resgate

É o que tenho que concluir das repetidas vontades expressas para novos empréstimos

Não se queixem srs. políticos – presentes, passados e já a seguir -,

srs. neoliberais, srs. “o mercado é que manda”, srs. “o mercado é que regula”, srs. cidadãos “estou-me a cagar para a política”, srs. “arranja-me aí um empréstimo a três meses para ir jantar fora”, doce público em geral

Fitch avisa que cortará rating de Portugal se FMI não intervier

(trocando em míúdos: que se lixe a europa, que se lixe o fundo de ajuda europeu, que se lixe a cimeira europeia, que se trambique o tal projecto europeu, que vão todos passear, que se foda o doce público em geral e o cidadão comum em particular. A gente manda e eles baixam a bolinha.)