Medina Zero

O estranho caso do IVA zero tem tudo para dar em nada.

Em Espanha correu mal. Teve, tal como a própria taxa de IVA, impacto zero na vida do cidadão comum.

Aqui tudo parecia encaminhado para não se cometer o mesmo erro. Fernando Medina, não há muito tempo, achava que o caminho não era por aí:

Já me pronunciei mais do que uma vez, nós não a consideramos como uma medida prioritária elas consequências que já foram visíveis nos países que a aplicaram.

Isto foi há três semanas.

Três semanas. [Read more…]

Cecília Meireles: meltdown em directo na SIC

Cecília Meireles, como qualquer político profissional com uma longa carreira parlamentar, terá as suas clientelas. A grande distribuição, ao que tudo indica, será uma delas. Não vejo outra explicação para o meltdown a que se assistiu na SIC Notícias, em debate com Mariana Mortágua sobre a inflação artificial que alguns hipermercados estão a impor aos seus clientes.

No início desta montagem, temos uma Cecília Meireles cheia de certezas. E grita, como nunca a tinha visto, em defesa dos lucros da grande distribuição. Chega a ser comovente, tanta convicção, e uma pessoa até fica com a sensação de haver no horizonte um qualquer lugar num conselho de administração. [Read more…]

Distribuição de calças na mão: o regresso da ASAE

A ASAE voltou aos supermercados – vocês sabem quais – e encontrou especulação, margens brutas estratosféricas e outras manipulações que garantem que consumidor paga a inflação, real e artificial, bem como a taxa de lucro pretendida pelas empresas.

Diz a comunicação social que existem “casos em que estavam a ser cobrados em caixa preços 70% superiores aos que estavam marcados nas prateleiras“.

70%!!! [Read more…]

Supermercados, os novos vampiros do Zeca

Há um aumento exagerado de preços e situações de margem de lucro bruta acima dos 50%.

A frase é atribuída pelo Expresso a um inspector-geral da ASAE que ontem participou numa acção de fiscalização em 38 supermercados do país.

Escusado será dizer de que supermercados falamos. São os vampiros de que nos falava o Zeca. Que comem tudo e não deixam nada. Que inflacionam os preços de forma artificial, aproveitando, com a ganância canalha que os caracteriza, a tempestade internacional. Obrigando não só os pobres, mas também a classe média a passar dificuldades para que os lucros de meia dúzia não sejam beliscados. [Read more…]

Liberalismo e cartelização

Alguns liberais – no sentido neoliberal da palavra – hipnotizados pelas teorias de Hayek e Friedman, ainda que alheados do mundo real, insistem que o mercado livre se autoregula, e que uma das vantagens da sua natureza concorrencial é que o consumidor paga sempre menos.

Sempre menos.

Pena que exemplos como este se multipliquem, invalidando o wishful thinking e a propaganda, revelando que concorrência, não raras vezes, degenera em cartelização. A desculpa, invariavelmente, chega-nos sob a forma de uma adaptação da boa velha máxima comunista: este não é o verdadeiro liberalismo. Os radicais, como os extremos, atraem-se. Nunca falha.

Como transformar…

uma promessa do Governo, num negócio de privados a expensas do cidadão.

Rua 25 de Abril – Carta Aberta

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José Miguel Braga

Caros colegas professores da Escola Secundária Dona Maria II e da Escola Secundária Carlos Amarante:

Não pretendo dar lições a ninguém e muito menos a quem, como eu, procura no dia a dia realizar o seu trabalho com rigor, com boa vontade e com sentido de serviço público.
Sei bem que todos somos diferentes e eu respeito a opinião dos que concordam comigo, dos que discordam de mim, mas também dos cépticos, dos que preferem não se manifestar, dos tímidos, enfim… Como todos sabem, está em curso, até “novas ordens”, um estranho processo de remoção de terras, que afecta os terrenos das “Oficinas de São José”.
De momento, não se vê afixado o alvará, mas tudo indica que se prepara a construção de uma superfície comercial “Continente Bom Dia”. [Read more…]

O povo dos talões

A medida da nossa mansidão, ocorreu-me há dias, está também no zelo quase religioso com que usamos os talões de desconto.

Somos gente que conserva com desvelo de coleccionador os talões de desconto na carteira, para logo desenrolá-los como pergaminhos de cada vez que chegamos à caixa do supermercado. Só um povo paciente como nós é capaz de conservar talões na carteira durante semanas, ou mesmo meses, para que nos descontem vinte cêntimos num pacote de arroz ou nos ofereçam um pacote de leite a juntar aos seis que levamos. É preciso um povo assim para aguardar, serena e solidariamente, que quem está à frente no caixa use todos os talões que juntou – o cartão de desconto, o vale que só dá para a embalagem de meio quilo de asinhas de frango, os pontos que se acumularam do material escolar do puto – sem bufar, sabendo que aqueles cêntimos fazem uma grande diferença no orçamento daquela família. [Read more…]