Ou comes a sopa ou chamo os mercados

s.f. Ralé, ínfima plebe. Crianças pequenas. s. m. Patife

A última pulhice da PT consiste em distribuir a correr os lucros da empresa pelos accionistas, antes que chegue Janeiro e tenham de pagar algum imposto que se veja.

Um dos donos de Portugal, Ricardo Salgado, avisou que caso o governo interferisse em tão patriótica pressa, os mercados iam ficar chateados, e ainda vinham aí dar tautau aos meninos.

O lucro do Banco Espírito Santo (BES) subiu 12,4% nos primeiros nove meses do ano, face a igual período de 2009, para 405,4 milhões de euros, devido sobretudo ao desempenho das operações internacionais. (Expresso)

Os bancos não pagam o mesmo IRC que a generalidade das empresas portugueses. Os bancos, como o BES, pedem emprestado ao BCE com juros a 1%  e depois compram a dívida pública portuguesa com juros na ordem dos 7%.

Sabem o que é um canalha?

Então, continuação…

É coisa para acontecer de vez em quando. Está um gajo muito sossegado e batem-nos à porta, ou param-nos na rua. É uma daquelas pessoas que não conhecemos mas que nos interpela ou conhecemos de forma distante. Lá trocamos uma ou outra palavra, mais ou menos de circunstância, e nas despedidas dizemos um longíquo ‘adeus’, um breve ‘até à próxima’, um amigável ‘até já’. Em troca recebemos um banal ‘continuação’.

Continuação? Mas continuação de quê?

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De um bom dia? E se ele estiver a correr mal? Quer, por acaso, o parvalhão que o nosso dia continue uma merda?

De uma boa carreira profissional? Mas e se estamos desempregados? Quer o magano que continuemos assim, a viver do subsídio?

De uma continuação do que estamos a fazer? Provavelmente, mas e se isto é dito a um gajo que se está a enforcar? “Vá lá à sua vida, tenha uma boa continuação do seu suicídio, que corra bem. Tenha em atenção ao nó e veja lá essa corda que já teve melhores dias. Continuação…”.

É ridículo, não é? Como aqueles relatadores ou comentadores de futebol que dizem que uma equipa que está a perder tem de “correr atrás do prejuízo”. Ó senhores, pelas alminhas, quem é que vai correr atrás do prejuízo?

Diz-me para que lado puxas e dir-te-ei quem és

Gente de vários quadrantes – alguma mais insuspeita do que outra – tem vindo a apelar a um entendimento nacional, a uma espécie de consenso, para que o país enfrente os desafios que se apresentam. Não tenho dúvidas de que alguma racionalidade básica e atenção aos interesses comuns e nacionais fariam milagres e aliviariam o fardo.

Acho, aliás, numa altura em que se pedem sacrifícios a “todos” os portugueses, que um mínimo de elevação de discurso e boa dose de clarividência política ajudariam os portugueses a entender as razões e justificações dos pedidos. “Falar verdade” funcionaria muito mais como prática quotidiana do que funciona como slogan eleitoral com uma classe política desacreditada. Quisessem a união e compreensão dos portugueses e explicar-lhes-iam -se soubessem- de onde se vem e para onde se vai.  Fosse importante a participação dos portugueses e aplicariam a “transparência” e o rigor. Pretendessem a colaboração dos portugueses e evitar-se-iam os sinais contraditórios, as injustiças gritantes e as decisões irracionais.

É que não basta dizer: Portugueses, vamos puxar todos para o mesmo lado (e só poderiam dizê-lo com credibilidade depois de findo o cortejo constante de acusações e vitimizações), para que os portugueses saltem do descrédito para a ação.

Teriam, por exemplo, que dizer para que lado puxar e para quê. Quantos portugueses querem fazer sacrifícios e ainda assim puxar para este lado? E para este? E este?

Porque para certos lados a corda até parece não precisar de ser puxada. Basta-lhe a inércia e a lei da “gravidade”.

O Culpado: Paulo Campos!

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Mande-se-lhes o Steven Seagal português

image Ó ironia das ironias, segundo a Antena 1, a União Europeia está em risco de ficar sem orçamento para 2011, ficando no próximo ano a viver de duodécimos. Tal como no caso do orçamento português, onde também a UE vaticinou a urgência de termos OE2011, antecipa-se uma onda de recomendações, desde o Presidente da Junta de Xafaricas da Encarnação até ao Presidente da Estrutura de Missão Para o Estudo dos Cargos a Nomear Por Paulo Campos, para que aprovem o orçamento comunitário. Caso contrário, os mercados (quem?!), o caos, o precipício e fim do mundo acabarão com a União e, ainda pior, trará de volta o Durão Barroso ao seu Portugal de tanga.

Mas nem tudo está perdido. Temos o ponta de lança certo para conseguir acordo nas negociações, Eduardo Cartroga, perito em assinaturas e poses fotos feitas em Blackberries. Juntem-se-lhe os Abrantes que levarão à UE as suas estrategas de atirar areia para os olhos e, num instante, logo se vai falar de tudo menos do orçamento comunitário. O que adicionalmente teria a vantagem de estes assessores deixarem temporariamente de ser pagos pelo Estado, aliviando as nossas contas públicas, salvando o défice e, quiçá, permitindo a compra de dois torpedos para o Arpão e para o Tridente, os quais seriam de usar se algum barco pró-aborto voltasse a aproximar-se da nossa costa. Finalmente, e para concluir a equipa de sucesso, convidar-se-ia a f., o Vale de Almeida e mais uns Jugulares e era garantido que o rumo da discussão passaria definitivamente do orçamento da UE para a injusta cor bege dos pensos e adesivos.

E viva Espanha

A notícia de que para evitar efeitos bola de neve o BCE pode vir a ajudar Portugal e a Irlanda (e bastaria que em vez de emprestar a 1% aos bancos portugueses que depois nos roubam a 7%, o fizesse directamente) pode ser uma boa notícia. Má j+á começa a ser difícil.

É fantástico como com os 3 leitões os alemães brincam, gozam, vendem submarinos e depois acusam o despesismo de quem os compra.

Quando a seguir estão porcos mais anafados, a Espanha e na sombra a Itália, ai jesus que lá vou eu. Fala-se em perda de soberania, mas não percebo como se pode perder o que já há muito não se tem.

É a construção europeia à imagem da suinicultura. Uma pocilga.

Vale e Almeida chama ignorante, ofensivo e falso a Pedro da Silva Pereira

Na altura em que se dizia que os casais homossexuais iriam poder aceder à figura do apadrinhamento civil, o António Serzedelo, aqui no Aventar, mostrou-se satisfeito com a possibilidade. Logo na altura, fui de opinião contrária: o facto de a lei falar expressamente dos gays como «factor de ponderação» era por si só discriminatório. Mantenho, já que todos devem estar em igualdade de circunstâncias seja qual for a sua orientação sexual. E como todos sabem mas ninguém assume, neste país a fingir, a restrição da possibilidade de adopção de crianças a determinados casais é claramente inconstitucional. Cavaco é que deu uma mão ao não enviar esse artigo para análise no Palácio Ratton.
Mas agora nem «factor de ponderação» será. O ministro Pedro da Silva Pereira, no Parlamento, disse há uns dias, taxativamente, que os casais homossexuais estão impedidos de aceder ao apadrinhamento civil, contrariando a tal norma de que se falava.
Miguel Vale e Almeida, deputado do PS, já se insurgiu no seu blogue pessoal e chamou mesmo ignorante a Pedro da Silva Pereira. E ofensivo. E falso. Fez bem. E sou insuspeito para dizê-lo, visto que não me coibí de criticar a sua ida para o Parlamento.
Ainda teve sorte, o ministro. Se em vez de Vale e Almeida fosse João Galamba a insultá-lo, era de filho da puta para baixo.

Adenda: Como o que é mentira ontem pode ser verdade hoje, mesmo na blogosfera, afinal o Miguel Vale e Almeida não chamou nada ignorante a Pedro da Silva Pereira. Só disse que ele revelava ignorância. 🙂

A cimeira black-block

black bloc

Anda por aí um um pânico desmesurado porque a cimeira da Nato atrairá a estratégia anarquista black-bloc, avisam as autoridades e os especialistas em segurança.

Um alarido tremendo, como se em qualquer país civilizado e moderno não ocorressem manifestações civilizadas e modernas quando há cimeiras mundiais que se prezem, e lamento informar as pessoas que andam desinformadas mas o estádio actual da civilização ocidental na parte das manifestações inclui pessoal anarquista e esquerdista usando a estratégia black-block. É uma modernidade que o pessoal que vai às manifes prá porrada se vista com roupa de andar à porrada, maneira prática de se distinguir do pessoal que vai às manifes mas não vai prá porrada.

Eventualmente a polícia vai andar à porrada, o que como toda a gente sabe faz parte da sua natureza. Talvez se partam algumas montras, o que é sem dúvida uma despesa, mas de uma coisa desconfio: o prejuízo que possam causar será uma ínfima parte dos custos da cimeira. Há suites de hotel mais caras.