245º aniversário de Ludwig van Beethoven

Beethoven doodle

Celebração do 245º aniversário de Ludwig van Beethoven (clicar na imagem)

Não é claro quando é que Beethoven realmente nasceu, mas 17 de Dezembro marca o 245º aniversário do seu baptismo. Hoje deu-nos uma rara oportunidade para construir um jogo em sintonia com bela música, cujos humores evocativos, drama, leveza e profundidade tornaram a correspondente produção gráfica intensamente divertida. [Google] *

Costumo ignorar a bonecada da Google, mas, desta vez, os meus tempos de músico falaram mais alto. Está engraçado e lá me levou em busca de umas quantas peças que não ouvia há tempos. Aqui fica uma sugestão.

* tradução minha

Rajoy em busca da sua Marinha Grande

Autor da agressão é da família de Rajoy [DN]

A autocrítica de Cavaco Silva

Cavaco

Num raro momento de lucidez, quiçá uma vez mais inspirado por Nossa Senhora de Fátima, Cavaco Silva brindou hoje os portugueses com um inédito momento de autocrítica, longe dos tempos em que a arrogância que o caracteriza o levava a dizer barbaridades como “Eu nunca me engano e raramente tenho dúvidas“. Questionado por jornalistas sobre o caso Banif, o presidente da República fez as seguintes declarações:

É preciso medir bem as palavras quando se fala do sistema bancário, porque o seu funcionamento é decisivo para o funcionamento da nossa economia e consequentemente para o crescimento do emprego e da nossa produção.

O bom senso e o conhecimento das funções do sistema bancário aconselham muito cuidado nas palavras que se pronunciam em público.

Cavaco estaria com certeza a referir-se ao fatidico dia 21 de Julho de 2014 quando, à margem de uma visita à Coreia do Sul, não teve o bom senso de estar calado, afirmando perante o país que os portugueses podiam confiar no BES. Por não saber medir bem as suas palavras, ou talvez por fraco conhecimento das funções do sistema bancário, Cavaco Silva não foi cuidadoso com as palavras que pronunciou em público e contribuiu decisivamente para enganar a população portuguesa sobre à real situação do BES. O resto da história o caro leitor já conhece. Está inclusive a pagá-la.

Cuidado com os bolsos…

BV Em 2000 um governo socialista presidido por António Guterres, do qual fazia parte o actual Primeiro-Ministro aprovou em Conselho de Ministros a venda da TAP. O processo havia sido iniciado no governo anterior, o primeiro de António Guterres, processo conduzido pelo então ministro do equipamento João Cravinho. Sucessivos governos liderados por Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates mantiveram a intenção que por diversas razões não conseguiram finalizar até que o anterior de Passos Coelho já em fim de mandato, na que foi talvez uma das suas melhores decisões políticas, consumou a venda. Foi ainda pela mão do governo PS que a companhia aérea contratou Fernando Pinto, um gestor contratado no Brasil auferindo salários muito acima da média nacional, com a intenção de restruturar e valorizar a empresa. [Read more…]

Que se lixe o Banif, o Mourinho foi despedido!

Mou

A CMVM suspendeu hoje a venda de acções do Banif “até à prestação de informação relevante relativa ao processo de venda voluntária do mesmo“. A última vez que me lembro de ver tal coisa foi em Julho de 2014, quando a mesma CMVM suspendeu a venda das acções do BES, à espera da tal informação relevante que estas situações exigem. Hoje já não existe BES, entretanto substituído por dois bancos maus onde todos os dias enterramos alegremente alguns milhões de euros, e em breve poderá também já não haver Banif. Neste Natal, vasculhe bem o seu sapatinho. É altamente provável que a quadra lhe traga mais uma factura de regabofe bancário para pagar.

Passando para assuntos verdadeiramente importantes, José Mourinho foi hoje despedido do comando técnico do Chelsea, ao que tudo indica por mútuo acordo. A notícia está a marcar a actualidade nacional e é destaque em praticamente toda a imprensa nacional, que remeteu assuntos de menor importância, como o caso Banif, para um quadradinho mais pequeno das suas páginas web. Podem tirar-nos tudo, salários, pensões ou segurança social. Mas não nos podem tirar a escala de prioridades de um país desenvolvido. Que se lixe o Banif! Longa vida ao Special One!

Foto: Andy Rain/EPA

A estabilidade do governo de esquerda explicada por Paulo Portas

Portas

Muitos são os que ainda duvidam da estabilidade do governo minoritário do PS, apoiado no Parlamento pelo BE, PCP e PEV. É legítimo. Eu que estou, até ver, satisfeito com a solução, tenho as minhas reservas. E é aqui que entra Paulo Portas.

Como o caro leitor estará certamente recordado, a 2 de Julho de 2013, Paulo Portas apresentou a sua demissão ao então chefe de governo, Pedro Passos Coelho (por SMS ou carta, dúvida nunca dissipada). Num comunicado emitido pelo próprio, obedecendo à sua consciência, Portas elencava os motivos por trás da sua famosa decisão irrevogável. Destaco alguns pontos, que me parecem legitimar a esperança de ver o actual governo cumprir o seu mandato, aos quais acrescentarei alguns comentários: [Read more…]

Teremos sempre Bragança, ou o dia em que a coligação PàF chegou ao fim

É oficial: Pedro Passos Coelho formalizou ontem o fim da coligação PSD/CDS-PP, Portugal à Frente de seu nome, deixando ao seu agora ex-parceiro algumas juras de entendimentos futuros. Foram para cima de quatro anos de uma geringonça que só não terminou numa sucata em Julho de 2013 porque Passos cedeu à chantagem do seu irrevogável amigo, promovendo-o a vice-primeiro-ministro e entregando ao seu partido o Ministério da Economia, num episódio controverso em que o Pedro afirmava ter recebido a notícia da demissão do Paulo por SMS ao passo que o Paulo reiterava ter notificado o patrão por carta. Que bem que eles se entendiam e que simpáticos parvos os rodeavam. [Read more…]

Rajoy em choque


Os espanhóis não deixam a situação em mãos alheias.

A carta que António Costa podia muito bem ter enviado ao senhor Aníbal

Cavaco

Por último, quero sossegar V. Exa. acerca das medidas que o meu governo vai tomar no sentido de garantir a estabilidade do sistema financeiro. São elas: impedir que qualquer amigo de V. Exa. funde ou administre bancos; propor um aditamento à Constituição que impeça V. Exa. de fazer considerações acerca dos bancos nos quais os portugueses podem ou não confiar.

O resto está aqui. Do genial Ricardo Araújo Pereira.

Sérgio Monteiro, “O predador”

A radiografia do privatizador, por Mariana Mortágua.

Amigos para siempre

A descida da sobretaxa do IRS teve direito a (mais) um mau exemplo de actividade parlamentar, com os deputados a esquecerem-se que o país olha para estes episódios de circo com desprezo – pelo menos assim quero acreditar.

Para além da cowboyada, notou-se uma sintonia táctica entre PSD e CDS, com críticas ao PCP, possivelmente numa estratégia de dividir o acordo parlamentar da esquerda.

No entanto, a única divisão que até agora aconteceu foi os amigos para siempre serem, afinal, os amigos para as ocasiões.