Para os “Costas e Zés/Salgados” verem

Aqui está uma imagem do Hospital outrora construído pelos portugueses na Ilha de Moçambique. As veneráveis pedras têm a supina sorte de não se encontrarem na antiga Metrópole, pois a estranha coligação Costa-Zé Salgados/BES, já as teriam reduzido a pó. Para que conste.

A Lisboa de António Costa, de Manuel Salgado e de um tal Zé-qualquer-coisa

Durante umas horas na tarde de ontem, arrasaram aquilo que existiu durante um século. Foi tudo reduzido a pó, desde cantarias e lindíssimas grades, às varandas de outros tempos e portas em madeira de casquinha. Tudo para o entulho. É assim a Lisboa moderna desta “situação” no estertor que todos sentem sem o dizer. Antes de volatilizar-se, pratica a terra queimada, demolindo o tecido urbano, cavocando preciosos “terrenos” em praças, avenidas e ruas. Em nome das negociatas habituais, estacionamentos e do interesse do sector do betão que proporciona rendas e poleiros a uns corvos que ocasionalmente passam pelos gabinetes ministeriais, esmaga-se uma cidade inteira. Demoliram-se dois prédios em plena Praça Saldanha, hoje um local quase inóspito pela fealdade e baixa qualidade arquitectónica escandalosamente exibida por uma Câmara Municipal que não merece tal denominação.

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A sangria das estradas: a propósito de Entre-os-rios.

Via José Manuel Fernandes/facebook (c) Público

Acabo de ouvir, na rádio, um destes políticos do interior, oficial camarário com mentalidade paroquial, a falar do desenvolvimento da terra, hoje lembrada pela tragédia de há 10 anos em Entre-os-rios. Segundo ele faltam ainda as acessibilidades, sempre as acessibilidades, só as acessibilidades. Que se demora mais de uma hora a chegar ao Porto, a apenas 50 quilómetros de distância. Quem for entrevistar os políticos vizinhos, a Cinfães ou Resende, Marco de Canaveses ou Baião, ouvirá o mesmo,:que faltam acessos, estradas, acessibilidade. A conversa é tão monótona como a bagagem cultural desta gente.
O cúmulo desta estupidez plasmou-se no ordenamento territorial local pós-Entre-os-rios: onde existia uma ponte que caiu devido à incúria dos organismos públicos, construíram-se 2! como uma espécie de lenitivo pela desgraça…
Falemos a sério: desde os anos 80 que o país se cobre de asfalto. Já temos 3 auto-estradas paralelas, de norte a sul do país. Falta axadrezar o interior com vias rápidas, é certo. E depois? quando todo o país estiver coberto de vias? Estaremos melhor? É que, para já, a coisa piora de dia para dia, não obstante o investimento em estruturas viárias.
Estes mandantes com sotaque, pequenos régulos do caciquismo municipal, acham que o desenvolvimento maior do rincão que governam é ter rotundas com chafarizes, estradinhas e caminhos municipais ora asfaltados, ora empedrados e muitos sinais de trânsito. Entretanto, por aqueles caminho e por aquelas estradas, as pessoas continuar a migrar. O país sangra o país através das suas estradas. E ninguém vê isto?

O papel do movimento associativo

As questões levantadas com a recente descoberta de uma idosa que faleceu na solidão da vida e permaneceu numa solidão de morte durante 8 ou 9 anos (e todos os casos seguintes que vieram a público graças à capacidade inata da comunicação social de transformar o óbvio em tendências abruptas) recordaram-me as noções de vicinidade e laços sociais. Quando a humanidade passou por fases eminentemente rurais (e hoje caminhamos aceleradamente para uma situação de urbanismo global) a sobrevivência estava assegurada por recursos e espaços devidamente controlados, mas sobretudo, por uma coesão sanguínea e afinitiva que as cidades não autorizam por várias razões: entre elas a composição dos novos agregados familiares. E, no caso de Portugal, um país eminentemente litoralizado, em que as relações já não se baseiam no sangue, nem na afinidade ou na vicinidade, como resolver esta solidão, estes casos de alienação social forçada? [Read more…]

Ano do Coelho

Apesar dos esforços de José Sócrates e do seu enviado especial à China, Teixeira dos Santos, a partir de hoje vai ser mesmo o ano do COELHO!

Crime organizado

O cérebro é uma esquina em que as leituras se encontram por acaso. Estando eu a respigar os jornais, houve duas notícias que foram uma contra a outra e ficaram agarradas, independentemente da minha vontade: “Criminalidade desce mas é mais organizada” e “Tribunal de Contas arrasa prémios injustificados nos SUCH”.

Assim como as leituras podem encontrar-se por acaso, o Código Penal e o senso comum podem viver desencontrados, a ponto de um acto considerado criminoso numa conversa de café não ser legalmente um crime.

As notícias recorrentes acerca do desperdício de dinheiros públicos podem levar as pessoas a pensar que estará aí uma das causas da crise económica que nos impuseram. O passo seguinte poderá ser o de descobrir que os cortes nos salários e nas prestações sociais ou o aumento do IVA ou a imposição de portagens nas SCUT servem para pagar os abusos como os apontados pelo Tribunal de Contas. Não será isso um roubo, um crime? Se sim, a verdade é que a criminalidade não desce, aumenta. E é, efectivamente, muito organizada.

Um bunker da especulação. Responsável? A C.M.L.


Para “grande surpresa” de António Costa – como se acreditássemos… -, a aberração será mesmo construída. Sob ameaça de instauração de um processo judicial, o promotor imobiliário conseguiu o que queria, ou seja, a construção de um mostrengo inútil, horroroso, digno mictório para qualquer transeunte. Assim e uma vez mais, ninguém tugiu nem mugiu e fez-se o habitual teatro do “faz de conta”. O pior de tudo, consistiu na escabrosa abstenção dos “partidos da direita” na Câmara Municipal de Lisboa que para cúmulo da cobardia, alegaram que “não compete aos vereadores avaliar a natureza artística da obra, mas sim agir em conformidade com a lei”.

Mais uma vitória da coligação Costa/Salgado/Zé, com os seus oportunos “abstencionistas da direita”. Não há tino, nem direito.

Saiba mais acerca do que se passa através do Lisboa SOS.

o natal deste ano 2010

…para a minha mulher, que tudo faz por mim… 

Todos sabemos o que é o Natal, pelos menos nos países do Ocidente e cristãos. É a comemoração do nascimento de quem nos salvara do pecado, faz 2010 antes deste dia. Para as pessoas de fé religiosa é o nascimento do Redentor do Mundo. O problema, mais uma vez, é definir estas palavras, estes conceitos a que não estamos habituados por não sermos religiosos, ou sendo religiosos, aprendemo-los na infância mas depois esquecemo-los porque a vida, dura como ela é, faz-nos pensar todo o dia nos nossos deveres profissionais remetendo partes da nossa história, longa como é, para o esquecimento, também o stress do dia-a-dia não nos permite sermos homens e mulheres de fé e de acreditar na existência de uma divindade, que nos proteja das aleivosias de outros seres humanos.

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"Cambroens" de Lisboa…


Não perdendo nem um minuto a imaginar os “ses” do 25 de Novembro de 1975, deveremos antes salientar algo de infinitamente mais útil, como a exposição a partir de hoje patente no Museu da Cidade de Lisboa. Consiste numa recriação virtual de alguns dos principais pontos de interesse da capital destruída pelo terramoto de 1755. Note-se que esta iniciativa tem o “alto patrocínio” da Câmara Municipal de Lisboa, uma entidade que nas últimas décadas se afadiga em ser protagonista do novo cataclismo destruidor que tem arrasado esta cidade, vítima da edilidade sempre obcecada com cambroens que façam os amigos arredondar as suas contas bancárias in e off-shore. Mais uma ironia da nossa “estória”, bem ao nível dos seus principais protagonistas.

A propósito de “cambroens”, aqui deixamos o seguinte comunicado, recebido via Octanas:

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5 de Outubro: além do mau nome, um desastre urbano!


“Mas há mais prédios assim nesta rua e é uma pena que só se olhe para este. A câmara não quer saber.”

É assim que os residentes da 5 de Outubro descrevem a situação que há longos anos é sofrida por aquela avenida. Já o Aventar aqui tinha avisado acerca de uma meia dúzia de prédios que ameaçavam ruína, mas dado o evidente conluio da Câmara Municipal de Lisboa com alguns interesses – os mesmos do costume -, nada se fez e pior ainda, nada se fará. Em poucos dias, para sempre desaparecerá um belo edifício, sintomaticamente vizinho de um outro que há uns meses aqui deixámos fotografado, como um péssimo exemplo. Situados diante dos especulativos terrenos da Feira Popular, será fácil calcular o que já se terá acordado em termo de “mais valias”.

O senhor da foto, o espreitador de oportunidades para a coligação BES-Fundo Imobiliário/Departamento de Urbanismo da CML, deve estar radiante. Bem pode planear a construção de mais um mamarracho tão ao seu gosto e na “aprovada” linha do Sanismo militante e hoteleiro. Veremos…

Uma obra heróica: Luísa Correia


Jamais fui apresentado à Luísa Correia, mas conheço, agradecido, a sua obsessão por nos mostrar aquilo que por muito que tentemos à vista desarmada, não conseguimos lobrigar. Todos os dias pelas ruas deambulamos quase cabisbaixos e não colhemos qualquer benefício do ambiente quase miraculoso em que vivemos. Perspectivas desconhecidas, uma quase indecente beleza que une pedras, plantas e animais, a luminosidade proporcionada por uma paleta de cores que se torna indescritível a cada foto que passa. Não há lugar para qualquer manipulação técnica, ou retoque de postal destinado ao turista. Na obra da Luísa, tudo é autêntico e sem subterfúgios, pois a autora apercebe-se do real valor que os construtores da cidade, talvez na sua maioria inconscientes da sua contribuição para um legado que nos une, foram ao longo de séculos acrescentando à nossa riqueza arquitectónica.

O Nocturno é um blogue de uma categoria dificilmente igualável, amesquinhando ou reduzindo a pó, tudo aquilo que possamos escrever acerca das aterradoras notícias que vão pingando em constantes chuviscos molha-tolos, anunciando a inevitável tempestade final que se aproxima a cada dia que passa.

Dia após dia e mercê do exaustivo trabalho da Luísa, deparamos com uma visão imperial bem diferente da regra europeia de amplas e arrebicadas avenidas, destinadas ao cerimonial que impunha o auto-satisfeito respeito interno e o temor no visitante que logo ao seu país regressava. Aqui, neste centro geográfico do Ocidente, existe essa grandeza despreocupada com convenções, denotando-se a liberdade dos edificadores e um caos organizado que nos deu afinal, a dimensão humana que outras capitais de igualmente extintos impérios, definitivamente não possuem.

A Luísa é uma benemérita e artista do maior valor, em nada ofuscada pelas obras a nós deixadas por outros amantes de Lisboa, que como Botelho ou Maluda, ofereceram sempre beleza, fazendo-nos esquecer o desleixo, a ruína, o negócio torpe e a infâmia iconoclasta de quem se alça a gestor da cidade.

Esqueçam a crise por umas horas e visitem o Nocturno. É um Museu quase desconhecido.

Mais uma borrada autorizada pela Câmara Municipal de Lisboa


A Câmara Municipal de Lisboa, tem destas coisas. Está sempre pronta a inventar pequeno-burguesices em espaços que outros conceberam e realizaram. Losangos no Terreiro do Paço, uma “intervenção” com lataria no Rossio e outras habilidades mais.

Desta vez, o alvo parece ser o “Pirata das Caraíbas”, belíssimo edifício arruinado em plena Avenida que já teve mais Liberdade que aquela que se vê e sente. Nunca mais chega o dia da sua reconstrução para habitação e devolução desta fachada à cidade.

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A ex-Baixa de Lisboa


Já foi “a Baixa”. Local de passeio, de compras para uns e de olhares sonhadores para outros, que debruçados sobre montras de tecidos, bolos, jóias ou bibelots, esperavam por melhores dias. Foi o motivo de orgulho português, de uma modernidade setecentista que adequou Lisboa à sua condição de capital imperial. Muitos aqui pacificamente flanaram, enquanto outros, do alto dos seus cavalos, por ela passearam como conquistadores e dela logo saíram à pressa, como derrotados e efémeros invasores. O próprio arquitecto Speer, à cata de ideias para as faraónicas construções destinadas a um muito provisório Reich, por ela vagueou, confessando a sua admiração pela pureza das linhas, pela luz, grandeza da perspectiva e seca modéstia nos ornatos. Aqui deparou com essa sublime pobreza do supérfluo, confirmando a grandeza. A Baixa, foi o centro da atenção daquele Poder que tinha a perfeita consciência do cenário oferecido aos lisboetas e que impressionava quem numa galeota dourada – Eduardo VII, o poderoso kaiser Guilherme ou o president Loubet – desembarcava em visita oficial.
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Em plena Lapa?!


Com tanta gente chique da extrema-direita e do BE, com tantos bem falantes e pensantes devoradores de sushi que moram por aquelas redondezas… Este prédio situa-se na Lapa e como podem ver, não é feio. Está escandalosamente abandonado e esquecido. A CML lá deixa andar as coisas, neste caso, o cuidadoso Plano Director Municipal de Degradação. Depois, lá chegará a vez do camartelo e a construção de mais uma pocilga em betão e vidro, mas com garagem e jacuzzi no projecto. É só esperarmos um pouco mais.

Entretanto, na Gomes Freire…


Aqui está mais um edifício do tipo palacete, pronto para uma “intervenção” ao gosto do vereador Salgado (Manuel Sande). Em qualquer outra capital europeia, há muito teria sido intervencionado, recuperado e devolvido à paisagem urbana. Aqui e mercê dos bons ofícios da palafrenagem da Câmara Municipal de Lisboa, deverá aguardar pela demolição. Deve ser mais um ignóbil vestígio da “ominosa monarchia”. Elimine-se!

“Lisboa, gaiata, de chinela no pé, Lisboa, ladina, que feia ela é..!”

Pragas salgadas, num Egipto perto de si


Lembram-se deste edifício na Duque de Loulé? Pertencia ao Departamento das Florestas, estava em perfeito estado de conservação e foi demolido em menos de uma semana. Inacreditavelmente, não foi incluído na lista do Inventário Municipal – o prédio/porcaria da SPA lá está, por incrível que vos possa parecer – e assim, a sua destruição não foi passível de discussão nos órgãos competentes da CML. Tal se deve dever ao desejo de rápida adequação aos “novos tempos”, até porque o casarão neo-medieval, era dos tempos da “ominosa monarchia”.

Foi susbtituído por este miserável monte de betão que como podem ver, nem sequer pode ser considerado como um “mérdico” trabalho de arquitectura. Uma caixa de sapatos com janelas abertas, tectos baixos e Pladur às toneladas, focos no tecto, uma grande garagem, lataria, pedra “fake” e vidralhada, é praticamente tudo o que haverá para ver. Tudo para a especulação. Ergueu-se pela intervenção do famigerado Fundo de Reconversão (!) Imobiliária BES, uma parte dos domínios do senhor Ricardo Salgado. O detentor da pasta do urbanismo/demolições em Lisboa, é o senhor Salgado (Manuel Sande). Uma dupla mais temível, do que todas as pragas do Egipto juntas e agravadas!

Salgado&Salgado. Entretanto, o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, já deve ter percebido com que tipo de gente, é administrada a Câmara Municipal de Lisboa.

Coitado do Fontes Pereira de Melo!

Lembram-se desta casa, situada na esquina da Av. Fontes Pereira de Melo com a António Augusto de Aguiar? Já não existe. Em três dias, os prestimosos demolidores fizeram um rápido trabalho e onde durante um século existiu esta construção, está hoje mais um buraco. Os responsáveis? Os senhores da famosa e impune parceria António Costa, Manuel Sande Salgado e um Zé “que faz falta”, enfim, a trupe do costume.

Pertencerá a nova construção – mais uma porcaria, podemos apostar- ao tal Fundo Imobiliário de “Reconversão” Urbana do BES? Se assim for, teremos uma vez mais a dupla prima Salgado BES + Salgado CML. Percebem?

O costume.

O Saldanha em betão


O escabroso, atinge as raias do ridículo. Quando há mais de um ano foram colocados os conhecidos painéis camarários com o já clássico “projecto em avaliação”, pensei que o Saldanha decerto perderia mais um conjunto de edifícios construídos na passagem do séc. XIX para o séc. XX. Pelos vistos, não me enganei.
A somar-se ao abjecto “Monumental novo”, ao suburbano Atrium Saldanha e à ignóbil miséria que é o edifício riscado por Taveira, a Câmara Municipal de Lisboa prepara-se para mais uma intervenção digna de ser classificada como simples banditismo urbanístico. As duas fotos, valem a revolta.
No local destes dois prédios, erguer-se-á uma montanha de betão, feia, do traço mais vulgar que possamos imaginar e que se destina a ser um hotel ao estilo do horrível Sana, na Fontes Pereira de Melo. Pobre Fontes, se soubesse para que serve o seu nome! Mais a poente, no Largo do Rato, voltará à discussão o famoso projecto do “mamarracho da esquina”, obra ao estilo da Organisation Todt, digna das defesas alemãs na Normandia. É a completa, intencional e criminosa descaracterização da Lisboa do liberalismo. Não apresentarem tal feito como contributo à centenária, já é por si, uma originalidade. Ou será esquecimento?
Dinheiro, dinheiro, dinheiro, mais ignorância, mau gosto e estupidez. Que gente…

Vamos à Luta! inicia-se na rua em Lx, dia 16, no Largo de S.Domingos

Vamos!

Acabar com a pobreza, +Justiça na redistribuição da riqueza

Na 5a feira, dia 16, pelas 17h30, no Largo de S. Domingos em Lisboa (junto ao Rossio) arrancará a iniciativa “Vamos!”. Existirão intervenções curtas dos subscritores para lançar o protesto e o debate que se quer aberto. Depois, terão lugar todas as intervenções e ideias de quem por lá passar e decidir participar sobre os temas propostos. A conversa dará lugar ao protesto, às ideias, à alternativa, tudo, no espaço da rua, porque é também aí que as nossas vidas passam e se decidem.
Haverá animação de rua e faremos do espaço público o local do debate e das ideias que se juntam para uma alternativa, porque como afirmamos no manifesto (aqui) “Não fomos nós quem fez esta crise.”

Vamos quebrar o silêncio sobre as injustiças e as mentiras da crise.

Vindos de muitas ideias e de muitas experiências, juntamo-nos pela igualdade e contra as injustiças da crise. Conhecemos as dificuldades verdadeiras de quem está a pagar a factura de uma economia desgovernada.  Uma sociedade civilizada não protege a ganância acima do cuidado humano, o cuidado de um por todos e de todos por um.

O apelo está lançado para todos se juntem.
Vamos à luta!
:: Dia 16 de Setembro :: 17h30 ::
:: Largo de S. Domingos (Ginginha) no Rossio ::
Acabar com a Pobreza
+ Justiça na redistribuição da riqueza
Com curtas intervenções de Ulisses Garrido (Comissão Executiva da CGTP), José Rodrigues  e Rui Maia (Membro dos Precários Inflexíveis), seguidas das quais o espaço será aberto a todas e a todos os que por lá passam.

http://vamos2010.blogspot.com

Linha do Tua – ex-maravilha?

Hoje terça-feira, à meia-noite, termina a votação para as “Ex-maravilhas de Portugal”.
É a nossa última oportunidade de votarmos na “Linha do Tua“, como forma de protesto pela ameaça da construção da barragem do Tua, que destruirá a Linha e o Vale do Tua. Temos que usar todos os meios para divulgar e impedir este crime patrimonial e ambiental.
Mesmo tendo votado nos últimos dias…pode votar de novo! Contamos consigo!
O Rio Sabor e a Praia dos Cavacos disputam o primeiro lugar, bastante distanciados dos seguintes. No entanto, faltam pouco mais de 500 votos para que a Linha do Tua se encontre entre as três candidaturas mais votadas. Vote na Linha do Tua!
Incentive os seus amigos a conhecer a causa do Tua e a votar igualmente “Linha do Tua”.
Obrigada pela participação na defesa da Linha e do Vale do Tua!

Portugal Arruinado: Coimbra, Rua da Moeda

Para quem não conhecer, a Rua da Moeda é uma pequena artéria, com cerca de 70 metros em linha recta, e vai da Praça 8 de Maio ao Largo das Olarias, onde se encontra a Loja do Cidadão. Agora pasme-se: esta rua, outrora movimentada pelo seu robusto comércio e casas de morada de muitos cidadãos, é hoje, quase de certeza, na cidade, o maior cemitério de prédios decrépitos e em mau estado por metro quadrado. Um caso de estudo, sem margem para dúvida! Infelizmente, para pior, uma amostra do estado em que se encontra a Baixa da cidade de Coimbra. Nem vou falar das causas, porque já todos as conhecemos de ginjeira, a começar por esta absurda, inoperante, injusta, selvagem, paradoxal, ilógica, inconsequente, estúpida, estulta, Lei do Arrendamento Urbano. Já o escrevi aqui: pelo menos, desde 1974, todos os ministros relacionados com a pasta da habitação deveriam ser sentados com o cu no mocho e julgados por atentado ao património nacional e terrorismo urbano. Agora, de repente, lembrei-me de um pormenor importante: aqui na Internet circulam petições para defesa dos motivos mais néscios que há, e até algumas com fundamento de razoabilidade. Qual o motivo por não haver nenhuma a favor de uma mudança de paradigma que é tão importante para o país? Se calhar será outro caso de estudo…

Luís Fernandes, Questões Nacionais

Portimão Arruinado


A pequena cidade de Portimão, possui pródigos recursos naturais, capazes de a transformar num apetecível local turístico. Infelizmente, a depredação grassa por toda a malha urbana e o respeito pelo património é nulo.

Ruas inteiras escalavradas por prédios ao abandono e em pré-demolição, um magnífico convento – S. Francisco – em ruínas, alumínios, betões, miseráveis contrucções “modernas” ao lado de belos edifícios de outros tempos, lataria em cada canto. Uma zona ribeirinha que podia ser equiparada a qualquer destino de luxo no Mediterrâneo, mas onde os pedregulhos, entulhos e areias abundam. Que tipo de Câmara Municipal é esta?

Salva-se a antiga fábrica de conservas – mais um sector produtivo que desaparece -, que hoje alberga um moderno Museu. Ao menos isso!

(continua)

Portugal Arruinado

A nação não presta, dizia o abade Correia da Serra. Ao longo dos últimos séculos, a inteligentsia portuguesa, profundamente permeável a modas parisienses, foi esquecendo o obrigatório papel de formação, a que noutras latitudes estaria inteiramente dedicada como primordial missão. Os Correias da Serra reproduzem-se geração após geração – a Conferência do Casino foi um marco que ainda vinga -, auto exilando-se na sua própria terra ou rumando para o estrangeiro, onde finalmente poderão sonhar com uma proeminência que afinal raramente chega. Escolhendo países onde o estudo e a participação cívica fazem parte da normalidade quotidiana, é com surpresa que depararão com verdadeiras coortes de gente tão ou mais interessante do que eles próprios, sem que por isso os demais sejam forçosamente levados a curvaturas de espinha em respeitoso e embascado silêncio. Passam despercebidos e sentem-se mal. Paciência.

A televisão tornou-se no grande teatro que preenche a vida da casa, mesmo quando esta se encontra plena de gente que se dedica aos seus afazeres mais ou menos rotineiros e que oscilam entre o cuidado com a sua subsistência e os imperativos que a tecnologia trouxe. Os Correias da Serra ocupam quase integralmente os canais televisivos de informação por cabo, desfiando rosários de desgraças, amargas críticas e insinuações a respeito de gente desqualificada, inferior e capaz de todas as enormidades, mas que afinal, são a sua razão de ser. Barricados nas suas torres de menagem, não se preocupam em despertar o interesse da maioria dos compatriotas, mas sim em defender ciosamente o seu resplandecente espaço cerebral que decerto não terá rivais à altura. Poucos os entendem, não têm qualquer poder de captação de audiências e aquele grotesco pessimismo que faz escola, é por si capaz de tornar insuportável a simples visão daquelas faces carrancudas e tristonhas. Quantos Josés Hermanos Saraivas temos em Portugal? Posicionamento político à parte, este contador da História concita a violenta repulsa daqueles que sendo oficiosamente os seus pares, não suportam a popularidade e o magnetismo pessoal de um homem capaz de prender a atenção de multidões. Numa lodosa turfeira de desgraças e autocomiseração, JHS é aquele estreito caminho de terra enxuta que atrai os viandantes há muito órfãos do torrão que subitamente passam a olhar como imenso e até então insuspeitado. Será de direita e esse facto pouco interesse terá, se compararmos as por vezes discutíveis análises de eventos de um passado nebuloso, com o reacender da chama, mesmo que bruxuleante, de uma consciência identitária que para o melhor e para o pior, garantiu a existência de Portugal no decorrer de quase nove séculos. Desejável seria termos outros JHS das mais diversas filiações ideológicas e que pudessem contribuir decisivamente para afastar o rançoso complexo de inferioridade que criminosamente nos é inculcado há tanto tempo, há mais de seis ou sete gerações!

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Campo Grande 190: Lisboa Arruinada


Dois prédios para demolir, no Campo Grande. Disseram-me que serão substituídos por um monstro de betão semelhante à unidade hoteleira construída na Fontes Pereira de Melo e que ostenta a placa Sana. Mais um pavor.

Quando a 31 de Agosto de 1974 cheguei a Portugal com a minha família, vivemos um ano no Parque de Campismo* de Monsanto. Com muita dificuldade, os meus pais conseguiram alugar um apartamento num prédio recém restaurado, no Campo Grande 190. Uma casa grande, com seis assoalhadas, impecável e a cheirar a tinta fresca. A renda de dois contos mensais, era cara, dado o salário do meu pai que por essa altura dava aulas no Liceu de Alcochete. No entanto, vivíamos num tempo em que a renda a pagar, correspondia a 25% do ordenado que o “chefe de família” trazia para casa. A democracia impõe-nos agora um salário médio para uma renda. Se arrendarmos uma casa, esta encontra-se invariavelmente num estado de degradação total, sendo os inquilinos obrigados a proceder a obras. Rendas mais caras do que aquelas que se pagam em muitas capitais europeias, nomeadamente a capital do nosso Reich, Berlim.

Vivi no Campo Grande 190 até 1988, quando arrendei um pequeno T0 no Príncipe Real, uma zona onde fiquei – em três casas – até 2006.

O prédio à direita é imponente e até há pouco ostentava lindos azulejos Arte Nova, hoje desaparecidos. Nem a fachada será conservada, como seria de esperar. Lá vai Lisboa…

*Nunca mais fiz campismo, sabe-se lá porquê?

Destruição na Luciano Cordeiro: Lisboa Arruinada


Lembram-se desta casa que outrora foi a sede da editora D. Quixote? Estava há anos abandonada e a pedir que a restaurassem. Tal não aconteceu. A Câmara Municipal de Lisboa autorizou outro tipo de destino. Eis as provas.


Em quatro dias, o fim de uma casa bonita e que durante gerações albergou famílias e negócios. É a Lisboa democrática…

R. Forno do Tijolo: Lisboa Arruinada

Um prédio na Rua do Forno do Tijolo, pasme-se, propriedade da Caixa de Previdência do Ministério da Educação Nacional, conforme mostra uma placa dourada. Não sei se vai abaixo, mas o estado de degradação de um imóvel não muito antigo, indica que algo vai mal neste (ainda) nosso país.

Na Rosa Araújo: Lisboa Arruinada


Mais dois exemplares a demolir, objectos do interesse da coligação Bancos/Câmara Municipal de Lisboa

Pavilhão dos Desportos: Lisboa Arruinada


Um espaço de inegável beleza exterior, a merecer profunda remodelação interior – mantendo a traça original – por forma a recuperar a dignidade e utilidade perdida. Lembro-me de memoráveis jogos de hóquei em patins, saraus de ginástica e até, de comícios de todos os Partidos. Hoje, a cair aos pedaços, nem para o “Esquema” serve!

Av. da Liberdade: Lisboa Arruinada


Três prédios abandonados na Avenida da Liberdade, a principal e mais bonita artéria da capital. Os dois primeiros situam-se mesmo antes de chegarmos aos Restauradores e estão neste mísero estado há muitos anos, o primeiro dos quais há umas duas décadas! O segundo, o tal que “beneficiou” de um recente incêndio, está em obras, mantendo-se a fachada para mais um hotel. O último, em estilo “mourisco”, já ostenta preocupantes avisos na porta principal e no último andar, os vitrais estão partidos há muito tempo. Sabemos o que isto indicia e alguns metros mais acima na avenida, lá está o “Pirata das Caraíbas” tal e qual como sempre. A ameaçar ruir de um dia para o outro. Uma vergonha.
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R. Rodrigo da Fonseca: Lisboa Arruinada


Muito perto da rua Braancamp, este prédio abandonado, concomitante com um pretenso “restaurante” McDonalds. Ao lado, um mamarracho moderno e à sua direita, um outro belíssimo exemplar do princípio do século, praticamente vazio.