Neoliberalismo e Materialismo Histórico

Parlamento

Estou ciente de ter escrito este texto antes de escrever e publicar o que escrevi e publiquei ontem, 28 de Agosto, com o título de Materialismo Histórico, definindo a maneira dos Marxs e Friederich Engels: materialismo histórico é uma abordagem metodológica ao estudo da sociedade, da economia e da história que foi pela primeira

[Read more…]

Ó George, não era em 1984, era para 2011

Em 1984, através deste anúncio, a Aplle’s Macintosh apresentava-se ao mundo. Em 2011 o governo de Portugal quer cruzar os dados do Ministério da Saúde com os do Ministério das Finanças.

Linda base de dados vem aí. Terá sem dúvida a vantagem de permitir um atendimento personalizado nos balcões das finanças – então sr. António, não o convido a sentar-se que ainda deve estar em convalescença daquela operaçãozinha à próstata -, e no SNS alguns médicos escusarão de perder tempo – ia-lhe dizer que na minha clínica o operava amanhã, mas já vi que não tem posses para isso – , é só vantagens, portanto.

Como estes ministérios não costumam usar servidores Macintosh e muito menos baseados em software open source, dada a necessidade de pagar o dízimo ao tio Bill, acresce que estarão também estes dados ao dispor de um hacker qualquer. Ou dos serviços de informação, que sempre podem descobrir umas coisas que não vêm nas facturas dos telemóveis…

Pois é George Orwell, falhaste as contas por uns 30 anos. No resto nem por isso.

Os feriados e a repetição das mentiras

Mais uma vez andam a plantar na comunicação social a tanga de que em Portugal há mais feriados que no resto da Europa, desta vez por via do estudo de uma página de hotéis. Pois, pois, estudos há muitos. Republico aqui uma tabela com os feriados reais (não inclui Domingo de Páscoa, nem o Carnaval, que não é feriado, mais sim um pesadelo de Cavaco Silva) e onde se pode verificar que Portugal está na média europeia. Entretanto descobri que na Alemanha os feriados mudam consoante os estados, havendo exemplos fantásticos que pela lógica desta gente a colocariam na cauda da produtividade mundial.

Mas uma mentira eternamente repetida já deve ser verdade. Preparem-se para levar com o 25 de Abril a 24. O Natal é que não será quando um homem quiser.

[Read more…]

FMI rasga memorando, adeus troika

A diretora-geral do FMI considerou como prioritário evitar a recaída na recessão do que endireitar à força as contas públicas no curto prazo, comentou a Eurointelligence. Viragem ao crescimento, em vez de austeridade, como prioridade, acrescentou esta agência europeia de informação. “Dito de um modo simples, as políticas macroeconómicas devem apoiar o crescimento. E a política monetária deve, também, manter-se altamente ‘acomodativa’, pois o risco de recessão ultrapassa o risco de inflação”, segundo as palavras da própria.

A citação é do Expresso, não é do Inimigo Público. E agora? Estava tudo a correr tão bem, a austeridade até ia chegar aos muito ricos… se calhar foi por causa disso. E nada a temer: arranja-se já um escândalo para Christine Lagarde. Trabalhadores da hotelaria de todo o mundo, cuidai-vos.

O triunvirato da manipulação

Existem três elementos básicos para manipular as massas.

O primeiro é o medo, recorrendo-se à tragédia eminente e à exploração da tragédia alheia. A primeira, explorando a ideia que o pior está para chegar castra os ímpetos da demanda. A segunda, faz com que os povos se conformem mais com o que têm que é melhor do que outros estão a passar. Combinadas, travam a reivindicação e estimulam a submissão.

Todavia, o medo nas sociedades democratas não chega, devido a empecilhos como a liberdade de acesso à informação, de expressão, entre outros. Vantagem das ditaduras.

Face às limitações da democracia aos intentos manipuladores, tem de se acrescentar mais dois instrumentos que se interligam com a génese humana: a vaidade e a inveja.

A vaidade, leva as massas a querem exibir. A inveja, a desejar o que os outros exibem. Mais ainda, a vaidade leva a que se queira ter para se mostrar que se tem. A inveja leva a que se queira ter o que os outros têm, independentemente de se poder ter ou não. Bem afinada, a inveja atinge o auge quando se deseja que os outros deixem de ter aquilo que se lhes cobiça.

Esta combinação da vaidade com a inveja, construiu um modelo de sociedade assente na ideia de que se vale não pelo que se é mas pelo que se tem.

Esta combinação do medo, com a vaidade e a inveja, articula-se e sintetiza-se por via da propaganda, que mais não é do que a técnica de convencer a vítima de que aquilo que a prejudica é bom para ela.

Este triunvirato do medo, vaidade e inveja, articulado através da propaganda, criou das mais pérfidas sociedades que acabam por se revelarem absolutamente contrárias ao que uma sociedade livre, democrata e plural deveria representar. E aqui é que está o requinte do triunvirato: tudo isto se alcança através da própria democracia.