Feliz Dia do Trabalhador (dia do colaborador para os neo-liberais)

Fotografia: Sérgio Valente

O 1.º de Maio de 1974 na Avenida dos Aliados, na cidade do Porto.

Manuel Pinho: a minha humilde homenagem a um trabalhador singular

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No dia em que se celebra o Trabalhador, poucos portugueses serão tão dignos de homenagem como Manuel Pinho. O homem, o académico, o político independente, que se entregou de corpo e alma às funções ministeriais para as quais foi chamado, que desempenhou com mérito e distinção.

Porém, o ex-ministro foi mais do que um político excepcional. Durante o seu mandato, conta-nos a revista Visão, Manuel Pinho não se rendeu ao ócio ou à preguiça, nem nos raros momentos que lhe restavam, depois de toda a azáfama governativa e das coisas do dia-a-dia de um homem normal. Não. Nos tempos mortos, tão mortos que quase não se encontrava registo deles, Manuel Pinho trabalhava para ajudar a desenvolver e a elevar a banca portuguesa. Ministro durante o dia, consultor do BES nas horas vagas. Pela módica pechincha de 14 mil e tal euros mensais. O Ronaldo faz isso em duas horas. E o Capelo Rego está ali no canto a rir-se. [Read more…]

Sobre o Dia do Trabalhador

Tito Teixeira

Para quem despreza o Dia do Trabalhador/Dia do Trabalho e faz questão de trabalhar neste dia só para contrariar o seu significado, o meu mais sincero e honesto desprezo. São “cães que mordem em quem lhes dá comida”, pois beneficiam de um conjunto de direitos que muitos morreram para ter. Para quem despreza o Dia do Trabalhador/Dia do Trabalho e não trabalha, vivendo de rendas, juros ou lucros, eu compreendo que despreze este dia tal como eu desprezo quem ganha a vida em cima do trabalho dos outros.
Para quem é trabalhador e este dia não lhe diz nada, sugiro que vejam o motivo de ter sido instituído um dia para celebrar e agradecer quem trabalha todos os dias, quem vive do seu salário e não vive do salário dos outros não pago (ou seja, os que vivem de renda, lucro e juro).

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Braga e o Dia do Trabalhador


À pressa,  há pressa em inaugurar mais um supermercado no centro da cidade! 
© GS

Recortes de uma chacina laboral (2011-2015)

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Aparentemente, Pedro Passos Coelho não encontra motivos para celebrar o Dia do Trabalhador. Segundo o ex-primeiro-ministro que espezinhou direitos laborais e que se esforçou arduamente por precarizar e transformar o mercado laboral num oásis de mão-de-obra barata para abutres, a situação do emprego em Portugal é preocupante, isto apesar da tímida redução do desemprego registada em Março que, há uns meses atrás, seria motivo para fogo-de-artifício e bandas a tocar na São Caetano.  [Read more…]

O Dia do Trabalhador 40 Anos Depois

pingo-doce-1-de-maio_bNada a declarar. Obrigado.

Manobras de Maio

Viver aqui, no litoral próspero de outros tempos, significa não ter tradição de lutas nem manifestações. Isso era coisa da Marinha Grande, nos mesmos tempos. Aqui não há registos de desfiles de Abril e as comemorações do 1º de Maio em Leiria são há muitos anos participadas pelos mesmos, nem muitos nem poucos, assim-assim, a reboque dos sindicalistas resistentes. E foi por isso que as manifestações de Setembro e Março assumiram tamanha importância, também. Vive aqui a mesma gente, do mesmo país, afinal. Coabitam o mesmo espaço que os empreendedores (ah, os empreendedores!), os empresários, os patrões, num distrito a que Feliciano Barreiras Duarte (o secretário de Estado que emergiu publicamente da luta das portagens no oeste, nos anos 90) caracterizou em livro como “um gigante económico, mas um anão político”.  [Read more…]

Feliz Dia do Trabalhador!

Versão Continente

Pensar pouco sabe tão bem

A direita básica não quer pensar sobre o que se passou ontem no Pingo Doce. Prefere contentar-se com uma possível derrota dos sindicatos, opta por se congratular com o exercício da liberdade consumidora ou consumista numa homologia ansiada com o funcionamento dos mercados, acusa a esquerda caviar de olhar de cima para a povo que lutava, com toda a justiça dos deserdados, por poupar e antevê, gozosa, o regresso ao tempo em que os trabalhadores estavam proibidos de comemorar o Primeiro de Maio.

A sociedade faz-se, também, de simbolismos. Depois de milhares de anos em que nem os trabalhadores pensavam que tinham direitos, depois de eras sobre eras de pirâmides e conventos sofridos por muitos para glória de poucos, os proletários descobriram que tinham os mesmos braços, as mesmas pernas e o mesmo sangue dos faraós, dos reis e dos patrões. Deu-lhes para pensar que a vida não é só trabalho e que o trabalho só é produtivo se for doseado, mas levou muito tempo a obrigar a sociedade a convencer-se disso. É essa conquista que se comemora no Primeiro de Maio, independentemente de dever ser feriado, dia santo ou dia de trabalho.

O problema, ó dextros distraídos, com aquilo que se passou no Pingo Doce não está na justíssima vontade de pagar menos ou de vender mais. O problema está no desprezo progressivo pelos direitos, na absoluta falta de sensibilidade, na exploração comercial da miséria que se tem avolumado com a incompetência de governantes e opositores (como lembra, de modo lúcido e luminoso, o nosso Palavrossvrvs) e está, sobretudo, nas consequências imprevisíveis e previsivelmente explosivas. Entretanto, Assunção Cristas, pobrezita, assustada, talvez por saber que faz parte do problema, finge que o resolve, usando a lei como ilusão.

Pela parte que me toca, vou pensando e duvidando com o lado esquerdo. É o suficiente para não ficar descansado com o que se passou no dia 1 de Maio de 2012.

1 de Maio, Dia do Consumidor

A Hipocrisia, Irrita-me

Foram ao café, à pastelaria, ao restaurante … e depois queixaram-se, dizendo de tudo um pouco (mas mal, só mal), porque o Pingo Doce abriu as portas, com ou sem saldos e/ou promoções.
No fundo, esta é o tipo de gente que temos no nosso País.
Isto é “O RETRATO DE PORTUGAL”

Dia do Trabalhador

Amanhã é feriado, Dia do Trabalhador. 

Há mais de cem anos que se comemora este dia, mas ainda há muito a fazer na defesa dos direitos do trabalhador, que parece estarem a perder-se, ao invés de serem reforçados e respeitados. Andamos para trás… 

É difícil não pensar, sobretudo, naqueles que perderam o seu trabalho. Recordo os números do desemprego no último ano: em Maio de 2011, previa-se que subiria para os 13% em 2012; em Novembro de 2011, atingia-se os 12,6% e previa-se os 13,6% para 2012; em Janeiro 2012, já estava nos 14, 8% e, no mês seguinte, nos 15%, número redondo.

Felizes os que (ainda) têm trabalho.

Felizes os que podem trabalhar.

Felizes os que gostam do que fazem, apesar de tudo.

Foto de Lewis Hine

O Trabalho

A dois dias de se comemorar o Dia do Trabalhador, apetece-me partilhar um poema de Gibran, intitulado O Trabalho (um dos poemas de O Profeta, escrito em 1923).

Kahlil Gibran não precisa de apresentações, mas gosto da que fez a revista Blue Travel em Janeiro de 2005, que não descreve Beirute sem mencionar o poeta libanês: “Um povo de apenas quatro milhões de almas unido pela frase «o trabalho de um bom cidadão é manter a boca aberta», de autor estrangeiro (Gunter Grass), mas incorporada na ideologia reinante como as palavras proféticas de Kahlil Gibran, o maior poeta libanês.”

O poema é muito belo, mas aviso que pode ferir susceptibilidades. [Read more…]

1º de Maio – Dia do Desempregado?

DIA DO TRABALHADOR?

Não se deveria mudar o nome deste dia para dia do desempregado?

O dia do trabalhador

O Trabalhador, escultura em bronze de Auguste Rodin, 1875-1876

No dia 1 de Maio celebra-se o dia do trabalhador. Por outras palavras, celebra-se o dia do operário ou do proletário industrial ou rural. O motivo, nem sempre é conhecido. Apenas sabemos que, em Portugal, por estes dias, estamos todos paralisados pelas greves que o povo oferece ao Governo que em nós manda, por ter cometido o imenso pecado de não pagar ordenados mais elevados que o custo de vida e porque se tem de trabalhar mais horas. Como é definido pelo Código do Trabalho Português, um horário de labor, são oito horas por dia, sem incluir dias de festas e Domingos. Se for um serviço que requer continuidade, como transportes, água, energia eléctrica, enfermagem e outras especialidades como a de trabalhar nas minas de carvão, extrair óleo de poços escavados na terra ou no mar, essas oito horas são rigorosamente cumpridas por turno. A população está bem servida, o povo não. [Read more…]