Os três estarolas

Imagem: RTP

O cocó, o ranheta e o facada. 

Que visão do inferno.

Aquilo que não lhe foi dito sobre o ataque de Marcelo Rebelo de Sousa à ministra Ana Abrunhosa

Foto: Lusa

Existe um detalhe que escapou a maior parte dos comentadores nacionais, sobre a forma como Marcelo Rebelo de Sousa tratou a ministra Ana Abrunhosa, na inauguração dos Paços do Concelho da Trofa. Um detalhe que, tendo passado despercebido, não terá escapado ao radar dos seus assessores.

Recuemos até à Assembleia Municipal da Trofa de 28 de Fevereiro de 2020. No final da sessão, o presidente da câmara, Sérgio Humberto, propôs-se “bater no presidente da República”. E estas foram as suas palavras:

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As fragilidades do SNS e outras áreas menos frágeis do sector público

Faltam médicos, enfermeiros e técnicos auxiliares em praticamente todas as unidades de saúde do SNS. Não há dinheiro para mais contratações, alega o governo, mas depois vão contratar tarefeiros pelo triplo ou pelo quádruplo do valor pago aos profissionais com vínculo contratual. E depois queixam-se que os portugueses não acreditam na gestão pública. Pudera…

Num outro Portugal, numa galáxia far far away, vive-se uma realidade totalmente diferente, das autarquias ao Parlamento, onde não falta nem nunca faltou um euro que fosse para contratar assessores, adjuntos, chefes disto e daquilo e mais uns quantos profissionais do tacho político-partidário. Uma casta sobretudo proveniente do Largo do Rato e da São Caetano à Lapa, mas que vai hoje muito para lá do centrão das negociatas e dos escândalos de corrupção, fraudes variadas e tráfico de influências.

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André Coelho Lima numa galáxia far far away

Comentando a composição do novo governo Costa, esta manhã no Fórum TSF, o deputado do PSD André Coelho Lima afirmou que a orgânica reflecte aquilo a que o PS nos habituou, um cenário em que o governo se confunde com o partido.

A colocação de sucessores em posições-chave [do Governo] expõe uma confusão entre o que é o Estado e o Partido [Socialista]

Confesso que fiquei perplexo, com este comentário de André Coelho Lima. E não ficaria, tivesse o comentário sido proferido por um deputado de qualquer outro partido (com excepção do PS, claro). Não sei se o deputado laranja está como o seu líder – parado no tempo, numa galáxia far far away – e não percebeu ainda que o PSD não será junior partner governamental do PS. De outra forma, o que esperava Coelho Lima? Que o PS, com maioria absoluta, fosse recrutar ministros a outros partidos? O que fez o PSD, sempre que esteve no governo? Não o preencheu com os seus? Com os quadros partidários que Cavaco, Durão ou Passos consideraram mais aptos (e com toda a legitimidade, sublinhe-se)? Não colonizaram também eles a administração pública, com militantes e familiares de militantes do PSD?

Em boa verdade, diga-se, este tipo de comentário até se compreende. É que o PSD está cada vez mais longe do poder e cada vez mais próximo de partidos de protesto, de tal maneira que começa a soar como eles. Mas basta dar um salto às autarquias governadas pelo PSD, e são muitas, para ver que mais do que autarquias, há concelhos inteiros que se confundem com os aparelhos locais do PSD. O concelho da Trofa, governando pelo conselheiro nacional do PSD Sérgio Humberto, é um bom exemplo. Da colonização da administração pública local até aos inúmeros ajustes directos que pagam tudo, de iPhones até jornais ilegais de propaganda, não falta cá nada (alguns exemplos aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). De maneira que a diferença entre o PS e o PSD, actualmente, é apenas uma: o PS é, actualmente, mais competente na obtenção e manutenção de poder. O que não é de estranhar, sendo Rui Rio o líder do partido.

Vai pôr cobro a esta pouca-vergonha no seio do seu partido, Dr. Pedro Passos Coelho? Ou será que a sua palavra não vale rigorosamente nada?

Por estes dias, o Dr. Pedro Passos Coelho chamou, e bem, a atenção para as manobras eleitoralistas que aqueles que se encontram em posições de poder tendem a usar para ganhar vantagem nos mais variados actos eleitorais. Imagino que o senhor primeiro-ministro no exílio se referia, por exemplo, a casos como o anúncio da devolução da sobretaxa, que o seu governo usou para obter vantagem nas Legislativas de 2015, e que afinal não passava de um embuste, em linha com casos de sucesso como aquela saída limpa que tinha um Banif escondido debaixo do tapete.

Pois bem, já que o caríssimo líder da oposição decidiu trazer este tema à baila, aproveito a deixa para, encarecidamente, pedir a alguma alma bondosa da capital que faça chegar esta mensagem ao Dr. Passos Coelho, porque algo de muito grave se está a passar na distrital portuense do seu partido. Não, não me refiro às tropelias da entourage de Marco António Costa e da sua compincha da Webrand. No que a este caso diz respeito, já sabemos tudo, como sabemos que nada irá acontecer, porque, nesta bela pátria à beira-mar plantada, o poder quase absoluto continua a garantir a impunidade dos esquemas subterrâneos. Penso que só temos direito a 1 caso Sócrates a cada 100 anos. [Read more…]

Carta aberta à deputada do PSD, Maria Germana Rocha

Senhora deputada,

Acabo de visualizar o vídeo em que a senhora deputada apela ao voto no seu colega de partido e presidente da autarquia onde que resido, a Trofa, onde afirma conhecer bem o edil há mais de 20 anos, bem como o seu percurso político. Pois bem, uma vez que conhece e que acompanha o percurso deste indivíduo, aproveito a oportunidade para lhe dar a conhecer alguns aspectos da sua governação, que com certeza não serão do seu conhecimento, ou não fosse a senhora membro suplente da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e da Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas. Caso fossem, estou certo que já teria agido.

Começando pela questão do reforço da transparência no exercício de funções públicas, saiba a senhora deputada que, na antecâmara das Autárquicas de 2013, a campanha eleitoral do seu amigo Sérgio Humberto decidiu criar um jornal de propaganda, de seu nome Correio da Trofa, dedicado a promover a sua campanha e a atacar os seus opositores, com recurso a um editorial não assinado, dedicado, não raras vezes, a explorar a vida pessoal da sua opositora. Um detalhe: o seu amigo, tal como a sua entourage, nunca assumiu a paternidade de um jornal que, dias depois da vitória eleitoral, se mudou de armas e bagagens para a até então sede de campanha do PSD/CDS-PP.  [Read more…]

Miguel Abrantes? Bloggers da corda? Tudo amadores. Sejam bem-vindos à Trofa!

shmac

O concelho da Trofa celebra a sua maioridade a 19 de Novembro. Apesar da sua curta existência, é já um dos concelhos mais endividados do país, algo que decorre de 11 anos de gestão do PSD local, que até arranjou umas estradas e fez chegar saneamento a grande parte do concelho, mas que destruiu por completo a contas do jovem concelho, enquanto protagonizava episódios bizarros, de onde destaco as várias obras cujos concursos públicos foram abertos com a obra já concluída. Este caso até chegou a tribunal mas, como é habitual, não se passou nada. Quem nunca abriu um concurso público para uma obra que já estava feita, que atire a primeira pedra. [Read more…]

Censura e violação da liberdade de imprensa


12 de Outubro de 2015: Carlos Martins
, Presidente da Junta de Freguesia do Muro, e Sérgio Humberto, Presidente da Câmara da Trofa

A ocasião era a apresentação pública da obra de extensão do Metro do Porto da estação do ISMAI (Maia) até ao Muro (Trofa). O órgão de comunicação social (OCS) local O Notícias da Trofa/TrofaTV tinha sido notificado da mesma pela Junta de Freguesia do Muro, em cuja sede se realizou o evento aberto à população.

O que o vídeo mostra é um momento de censura e de violação da liberdade de imprensa, constitucionalmente garantida e plasmada no artigo 38º da CRP, protagonizado pelo autarca da Trofa Sérgio Humberto (PSD/CDS-PP) que procura, a todo o custo, atropelar a liberdade informativa de um OCS que acusou, numa Assembleia Municipal em Fevereiro, de ser uma fraude. O mesmo autarca que é alvo de uma cobertura extremamente simpática por parte do outro título local, o Correio da Trofa, jornal que surgiu na campanha das Autárquicas de 2013 repleto de ataques ao PS e colunistas de direita, e cujos antigos proprietários receberam, no ano passado, um ajuste directo no valor de 24 mil euros para organizar um concurso de fotografia e criar uma revista – de que nunca mais ninguém ouviu falar na terra, tanto quanto é do meu conhecimento. [Read more…]