População de atum no pacifico caiu 97% em relação aos níveis históricos.
So long, and thanks for all the tuna
Reestrutura-te ou morre: o colapso anunciado do projecto europeu
O projecto europeu está moribundo e recomenda-se cada vez menos. Refém de burocratas pagos a peso de ouro, alguns deles não sufragados e controlados pelos interesses das principais praças financeiras e grandes corporações, esse sonho que dá pelo nome de União Europeia já viveu melhores dias. A crise das dívidas soberanas de países que há muito perderam boa parte da sua soberania e consequente imposição de planos inúteis de austeridade cega, verdadeiros atentados ao crescimento da periferia e à sustentabilidade das próprias dívidas, veio aprofundar ainda mais o fosso entre as duas Europas que, desde o início, era sabido, sempre andariam a velocidades diferentes. O ressuscitar dos velhos fascismos, da Hungria à França, a ameaça do Brexit, com a qual Bruxelas lida com uma condescendência sempre negada aos desgraçados do sul, a crise na fronteira a leste e a incapacidade de lidar construtivamente com a vaga de refugiados sírios são sinais de que algo não está bem com a construção de uma união cada vez mais desunida. O risco de fragmentação é iminente e já poucos o conseguem negar. [Read more…]
Piratas e Marcelos, Velhos e Novos: a sustentabilidade que nos vendem e o mundo real
Corria o ano da graça de 2013. Em Setembro, o Jornal de Negócios noticiava a entrada do BES no índice mundial de sustentabilidade do Dow Jones, integrando assim um restrito grupo de 23 instituições bancárias de topo. A classificação obtida pelo banco liderado por Ricardo Salgado, 85 pontos, suplantava a média (58 pontos) e fixava-se pouco abaixo da classificação líder mundial, com 93 pontos. Cinco meses depois, em Fevereiro de 2014, o BES apresentava prejuízos na ordem dos 518 milhões de euros. Em Julho do mesmo ano, o prejuízo encontrava-se já na casa dos 3570 milhões de euros*. Em Agosto passado, segundo o Expresso, os prejuízos do banco ascendiam já a 9 mil milhões de euros e a factura continua a aumentar. Mas isso não será novidade para o caro leitor. Até porque a factura está a sair do seu bolso. Por muito que lhe tentem vender o embuste da intervenção lucrativa ou o tentem fazer de otário. Resta saber quem são os piratas que elaboram estes índices. Valem tanto como a palavra do ex-primeiro-ministro. [Read more…]
A insustentável sustentabilidade da dívida portuguesa
um momento zen com Cavaco Silva no principal papel. Divinal.
Pensar o conceito de crescimento
«A esquerda pode e deve ser pioneira na defesa da prosperidade em lugar do crescimento económico. Este conceito prova ser tão mais necessário quanto as desigualdades não param de aumentar, em Portugal e no planeta.»
[«Esquerda e Ecologia», Jorge Pinto, n’O Irrevogável]
PAN: os novos Verdes?
Toda a gente sabe que os Verdes praticamente não existem. Já o PAN surge como uma alternativa credível, independente, organizada e com um discurso prospectivo. Uma formação necessária em Portugal e que vai crescer, julgo, respondendo aos anseios de uma população crescente de gente que pensa o Mundo e se pensa a si própria de uma outra maneira: uma maneira em que o Homem não é a medida de todas as coisas e em que a sustentabilidade (em sentido largo e não apenas financeira) tem primazia. Outra semântica.
Aqui, André Silva na RTP2. E aqui o programa do PAN.
Senhores capitalistas, seus acólitos neoliberais e beneficiários do sistema em declínio descontrolado:
Greve ao dinheiro
Raphael Fellmer, alemão, sem profissão definida, 29 anos, casado e pai da bebé (na foto).
Decidiu fazer greve ao dinheiro e vive sem ele quase há 3 anos.
Dá palestras sobre greve ao dinheiro e sustentabilidade.
Já não é o primeiro.
Ele diz coisas elementares e contudo…
O homem pouco formal, guarda-roupa descuidado para o evento, subiu ao estrado, colocou os óculos e começou por proferiu o seu discurso, pausadamente, gestos lentos, palavras sensatas – seria dos seus setenta e sete anos?- como se mastigasse cada uma delas, revestindo-as de importância e beleza, antes de as fazer ouvir a si mesmo e aos ouvintes na Rio+20, junho de 2012.
Ouvi duas vezes o seu discurso, tirando apontamentos, admirando esse homem uruguaio, agricultor e presidente do seu pequeno país. Sim, Pepe é esse presidente que doa 90% do seu salário para pessoas carenciadas e ONG’s:
“(…) deixem-me fazer algumas perguntas em voz alta. (…) falamos sobre desenvolvimento sustentável. De como eliminar o imenso problema da pobreza. Que se passa em nossas cabeças? (…) o que aconteceria com este planeta se todos os habitantes da Índia tivessem a mesma proporção de carros que os alemães possuem? Quanto oxigénio teríamos para respirar? (…) Porque nós criámos esta civilização (…) filha do mercado, da competição que se deparou com o progresso material enfático e explosivo. (…)
Estamos governando a globalização, ou é a globalização que nos governa? [Read more…]
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