PSP ARRASA o partido de André Ventura

No Twitter, André Ventura garante que a sua caravana foi recebida com tiros, em Famalicão.

A falange replica.

O objectivo desta farsa é óbvio: culpar os ciganos, acicatar ânimos e capitalizar com a revolta por si fabricada. Demagogia, populismo e canalhice no seu estado mais puro.

Azar do Ventura, a PSP desmontou o seu embuste e repôs a verdade. Afinal, não foram tiros. Foram rateres de uma mota que integrava a comitiva do próprio CH.

Mas a mentira está na net e por lá ficará para sempre.

O próprio Ventura não a apagou do seu Twitter.

Sim, nenhuma força política é imune à mentira ou a comportamentos menos dignos.

Mas não, não são todos iguais.

Ninguém desce tão baixo como Ventura.

E será pesada, a factura do tapete vermelho que o sistema que Ventura diz combater lhe está a estender. Mas a história não terminará aí.

Henrique Raposo tem razão

Não é muito frequente mas acontece-me, de longe a longe, concordar com Henrique Raposo. E tem muita razão, quando aponta a seguinte hipocrisia, no artigo de ontem no Expresso: não podemos estar para aqui a barafustar contra a vassalagem ocidental ao totalitarismo Qatari, quando permitimos que aqui, na Europa, mulheres e homossexuais continuem a ser agredidos e subjugados por fundamentalistas islâmicos. Tal como permitimos que a comunidade cigana case meninas de 13 ou 14 anos e as impeça de ir à escola. E se certa esquerda insistir na negação, e continuar a gritar “racismo!”, de cada vez que alguém alerta para o óbvio, mais lhe vale estender uma passadeira vermelha à extrema-direita e enterrar a cabeça no chão para evitar de ver a sua triste figura.

Lisboetas para mim eram todos abatidos

Troquei intencionalmente a palavra “ciganos” por “lisboetas” de um comentário feito no mural de um português cigano a propósito de uma publicação sobre o Dia Nacional do Cigano. Apreciem a elegância do comentário: “Eu sou racista com ciganos e tenho orgulho em ser assim… Ciganos por mim eram todos abatidos”. Podem constatar no recorte abaixo, a conclusão da queixa que foi feita ao Ministério Público assinada pelo procurador-adjunto estagiário Pedro Sousa Ferreira.

Não perceber que isto diz respeito a toda a gente, aos ciganos, aos lisboetas, aos portuenses, aos deficientes, às mulheres, aos jovens, aos idosos, não perceber que isto é uma porta aberta para tornar a nossa sociedade mais desumana e mais carregada de ódio, pensar que isto diz apenas respeito aos ciganos é um erro colossal. Substituam a palavra ciganos pelo que quiserem e têm todas as formas de ódio possível da sociedade normalizadas pela mera “opinião”. E que tal “velhos por mim eram todos abatidos”? É uma mera opinião? O Ministério Público está atualmente a analisar a possibilidade de reabertura do processo para reanálise da decisão. Mas nós nestes espaços, no espaço público temos a responsabilidade de repudiar completamente estas agressões. Tal como foi conseguido no caso dos julgamentos abusivos de Neto de Moura sobre mulheres vítimas de maus tratos, temos que contribuir para afastar quem na justiça não cumpre os valores básicos da constituição portuguesa.

Já agora, em vez de andarmos a partilhar notícias engraçadinhas sobre a morte coelha do principal responsável pelo aumento de declarações de ódio no nosso espaço público deveríamos barrar as vias à normalização desse ódio.

Carlos Guimarães Pinto atropela a luso-Wehrmacht

Há todo um oceano que me separa de Guimarães Pinto e da IL em matéria de relações laborais, Estado Social e opções macroeconomicas. Mas irrita-me, profundamente, quando se mete a IL no saco do CH, algo que de resto apenas contribui para normalizar a extrema-direita. Neste curto extracto de uma recente sessão parlamentar, está a prova de que, nas questões essenciais, como o são os direitos humanos e a decência em geral, a IL está na trincheira da democracia. E isso, nos tempos que correm, parece-me fundamental. Expor a xenofobia, o racismo, a manipulação, a demagogia e o extremismo putinista da extrema-direita portuguesa é, inequivocamente, um serviço ao país, no qual me sinto sempre representado.

Monólogo venturoso

Nós somos a favor dos portugueses de bem, somos contra os bandidos, também não gostamos da violência, mas os bandidos deviam era estar presos, somos contra qualquer espécie de violência, mesmo a das espécies mais evoluídas, quando mandarmos vai acabar a bandalheira do twitter, temos um problema com os ciganos, somos orgulhosamente portugueses, temos orgulho na história pátria, a senhora deputada Joacine devia ser devolvida à terra dela, violência é que nunca, somos violentos contra a violência, não é contra as pessoas, tirando os bandidos e os ciganos, que ou não são portugueses ou não são de bem, eu não tiro fotografias com bandidos, prefiro tirar fotografias com portugueses de bem, como os neonazis que estão no meu partido, os políticos deste país são uma vergonha, tirando eu, que cumpri o que prometia, demitindo-me e candidatando-me logo a seguir, numa demissão assim mesmo a sério, somos contra a violência dos nossos partidários de Viseu que agrediram um paneleiro que talvez não fosse homossexual, mas o problema de Portugal é a comunidade cigana, tal como essa gente que vive de apoios, ao contrário dos banqueiros que vivem do Alzheimer.

O reino do André ‘Sanguessuga’ Ventura

Imagem retirada do Instagram do O Polígrafo.

André Ventura, Imperador do CHEGA! e pau-para-toda-a-obra no que ao populismo da extrema-direita diz respeito, recebeu duzentas e vinte cinco vezes mais de subvenção estatal do que uma família de etnia cigana (dois adultos e uma criança) recebem de rendimento social de inserção. Repito, em números: 225 vezes mais! DUZENTAS E VINTE CINCO VEZES MAIS. [Read more…]

Ventura e o cigano

O Ventura contactou com uma pessoa simpática que abria muito as vogais e falava a cantar. Disse-lhe:
– Ó cigano, anda cá apoiar a minha candidatura!
Era um espanhol.

Um português, um indiano e um cigano…

O título deste texto parece o início de uma anedota, mas também se adapta a um dos últimos episódios da política portuguesa e tiveram como protagonistas André Ventura, António Costa e Ricardo Quaresma. Achei melhor dizer, pois há quem se dê mal ao brincar com estereótipos. Ai se os Gato Fedorento fossem dos dias de hoje…

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Os políticos vivem quase exclusivamente de corrupção e tráfico de influências

Perdoem-me, tive um momento André Ventura e não resisti ao facilitismo da generalização. Sim, eu sei que nem todos os políticos são corruptos ou traficantes de influências, mas é que são tantos a corromper e a ser corrompidos, tantos envolvidos no tráfico de colarinho branco, tantas luvas, tantos robalos, tantos favores e tachos, tanta promiscuidade nas nomeações, nas danças de cadeiras, nas obras públicas e nas grandes compras do Estado, tantos negócios viciados para amigos, familiares, antigos e futuros empregadores, que, estou certo, se a Aximage se sai com uma sondagem sobre o assunto, 98% da população acabará por concordar comigo. Os outros 2% são políticos e vivem mesmo quase exclusivamente da corrupção e do tráfico de influências. À beira deles, até o mais perigoso cigano se assemelha a um menino de coro. Corremos com os gajos?

Expresso patrocina conteúdos do Correio da Manhã sobre André Ventura

O Correio da Manha encomendou uma sondagem à Aximage para sentir o pulso aos portugueses, a propósito das declarações xenófobas de André Ventura sobre os ciganos. Para grande alegria da alt-right tuga, porque já não se aguenta tanta sondagem da Aximage em que o PSD não pára de se enterrar nas intenções de voto, – a última, apresentada no final de Agosto, após o Verão horribilis do governo, mantém Costa como o líder mais popular e Passos no fundo da tabela, paralelamente a uma queda de apenas 1% do PS nas intenções de voto (43%), ao passo que PSD continua em mínimos históricos (22,9%) – a maioria dos eleitores, da esquerda à direita, assina por baixo das polémicas declarações do candidato do PNR do PSD. Vale a pena, por inúmeros motivos, olhar de forma atenta para estes resultados. [Read more…]

Os gays

Depois dos Ciganos e dos Pretos, André Ventura vai atirar-se aos gays.

Os Pretos

Depois dos Ciganos, André Ventura vai atirar-se aos pretos.

Em terra de sapos não há moscas rasantes

Miguel Moreira

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Decerto já por muitas vezes nos deparamos com os já conhecidos sapos de porcelana à entrada de lojas.
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“quanto mais heterogénea a escola for, melhor ela vai ser”

diz, e bem, David Rodrigues.

Uma País, Duas Leis

E quando se consegue adivinhar o teor de uma notícia pelo seu título apenas?
Ou o título é muito bom ou, infelizmente, a realidade confirma as suspeitas: Portugal é um país com dois tipos de Lei a aplicar conforme a tipologia dos cidadãos.

Expulsar ciganos com música

O autarca de Landen (Bélgica), Gino Debroux, queria expulsar um grupo de ciganos que acampou na cidade. A conversa com o líder da comunidade não correu bem e o autarca lembrou-se de contratar um DJ para pôr música a tocar a 95 decibéis junto do acampamento.

Acontece que o DJ escolheu começar com o “Sultans of Swing” e o resultado foi pôr a criançada toda do acampamento aos pulos. [Read more…]

Porrajmos, o holocausto cigano

Espero que o 27 de Janeiro, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, não inclua discriminação de vítimas (holocausto, pelo seu significado religioso, não é uma palavra isenta). Nem todos os povos têm os mesmos meios para divulgarem a sua História e os seus mortos.

Também por isso relembro os 500 000 ciganos assassinados, proporcionalmente o povo que mais sofreu nas mãos do nazismo. No dia 2 de Agosto ouvi mais silêncio que outra coisa qualquer.

Postcards from Romania (12)

Elisabete Figueiredo

Ainda em Brasov, a caminho de Sighisoara, este postal é para o José Guimarães

Faz-me falta o meu amigo, quando me sento nas esplanadas a ver passar as pessoas. As romenas são giras, Zé. Mas teríamos material de análise para os próximos 25 anos, te asseguro.

Teria mil postais hoje. Mil. Tal como tenho, às vezes, mil olhos, sendo certo que nunca serão suficientes.

Do centro vou para a estação dos caminhos-de-ferro. Compro o bilhete para o próximo comboio, bem vejo que é regional, mas ainda assim compro o bilhete. Espero meia hora na estação. Está cheia de ciganos (politicamente correto seria dizer ‘roma people’). Homens, mulheres, crianças. Os putos, especialmente os rapazes, assumem um ar muito másculo, nas suas camisolinhas de alças. Alguns escarram para o chão. Outros carregam sacos e saquinhos, empurram carrinhos. Como os pais.

Os ciganos representam cerca de 2% da população romena. A algazarra de sacos é imensa. Compreende-se, muitos, quase todos, serão nómadas ou perto disso, andam com a casa atrás. Nada a dizer. Se eu tivesse que carregar a minha casa às costas para trás e para diante, o que faria? De repente, ao pensar nisto lembro-me do Moonlight Kingdom, do Wes Anderson, que vi em Lisboa, agora. A rapariga quando foge de casa leva uma mala. Como é uma miúda bem arranjada, de sombra colorida nos olhos, espera-se que a mala contenha roupa. Um dia ela abre-a. A mala está cheia de livros. Para mim, é a cena mais bonita do filme. [Read more…]

Pede-se um comentário à esquerda, sff.

“Sarkozy nunca nos expulsou, veio o Partido Socialista fazê-lo”

Na última semana, as autoridades francesas desmantelaram vários acampamentos em que viviam imigrantes de etnia cigana. Um grupo de 240 já foi mandado de volta para a Roménia [PÚBLICO, edição impressa, 11 AGO 2012]

É no que dá ver as coisas a preto e branco. Este processo vem de trás mas haja coerência. No governo de Sarkozy não faltou  adjectivação criativa pelo que se espera o mesmo agora.

Coimbra Destinies

Viagem ao mundo dos ciganos de Coimbra, guiada pelo meu amigo Bruno Gonçalves, cigano e mediador.

Veja na página do Mundi Romani

Realizado por Kata Barsony
Legendado em inglês, mas o português ouve-se perfeitamente.

via Rui Curado Silva

Sou cigano

Curta de animação realizada no âmbito do Festival ANIMAIO, em Abrantes, na Escola Secundária Dr. Solano de Abreu, de 4 a 8 de Abril de 2011. Adaptação do livro “A História do Ciganinho Chico” de Bruno Gonçalves.

Não sou conhecido da Polícia, sou cigano, sou Suspeito

Ontem, enquanto trocava um pneu da minha carrinha à porta da casa da minha sogra, num bairro social na Figueira da Foz, fui interpelado por dois agentes policiais à paisana que me pediram a identificação e os documentos da carrinha.

Perguntei o porquê desse pedido, e eles “simpaticamente” disseram que não me conheciam, e que como nunca me tinham visto na cidade pediram-me a identificação que dei de seguida. Perguntei aos agentes se era prática fazerem isso com todas as pessoas que chegam de novo à cidade, e se é prática, como é que conseguem checkar no Verão as milhares de pessoas desconhecidas que chegam à cidade!? pois deve ser duro reconhecer quem está de novo ou não!
Os agentes já sem jeito, não me conseguiram responder…
Depreendo que só pedem a identificação aos ciganos, ou aqueles que têm traços físicos ciganos  ou a todos aqueles que são realojados nos bairros sociais.
Esta é a soma das forças policiais:

Cigano+  Negro+ Imigrante + habitante de bairro social= Criminosos

Estas práticas de generalização e de tendência revela a abertura da sociedade para a inclusão de todos aqueles que há muito são forçados a estar na margem da sociedade. Pois convèm que os focos da criminalidade estejam conectados com alguns…
Parabéns Portugal !

Bruno Gonçalves

Nota do Editor: mais um texto do Bruno, mais uma dúzia de comentários se aproximam.  O Bruno continuará com a porta do Aventar aberta e à sua disposição, e os que carregam 500 anos de ódio e inquisição no escasso cérebro continuarão a latir. É a vida, e a democracia também.
JJ Cardoso

Manifestação, somos todos ciganos

No sábado, pelas 15 e 30, frente ao Consulado da França no Porto, manifestação contra as deportações sarkonazis de ciganos. À mesma hora, em Lisboa, outra no mesmo sentido, na embaixada de França.

As manifestações têm outro sabor quando não são provincianas.

Como afugentar ciganos

Enquanto o Sarkozy e o Berlusconi fazem de tudo para expulsar os ciganos dos seus países, há quem em Portugal os queira longe dos seus estabelecimentos comerciais. Certamente que já repararam que alguns cafés para afugentar os ciganos têm vindo a colocar nas suas vitrinas, ou na entrada, sapos, pensando que estes batráquios são “repelentes” de ciganos.

Como o povo português em geral, os ciganos não estão alheios às superstições,  e sendo o sapo um bicho usado em feitiçarias e bruxarias não deixava ninguém indiferente e no passado os ciganos rezavam para não ver nenhum.

Hoje o sapo é encarado como mais um bicho, isto porque 50% dos ciganos em Portugal são evangélicos, e sendo assim essas superstições foram extintas das suas vidas…

Por isso perdem tempo e dinheiro ao colocarem sapos de louça nas vitrines e nas entradas dos estabelecimentos, pelo contrário, hoje os mais novos para brincar com a situação até beijam os sapos de louça.
Arranjem outra, porque essa já é antiga!

Bruno Gonçalves

No Aventar cigano entra e é bem vindo

A Europa que nos têm vindo a idealizar caminha para trás ao invés de ir para a frente: os fundamentos são utópicos e falsos, o que a França está a fazer com os cidadãos europeus ciganos dos estados membro da UE Roménia e Bulgária choca com o desejo de uma Europa onde a liberdade e circulação de pessoas é um pilar.

A França é das maiores potências europeias e assim sendo faz pode e manda contra tudo e todos! A UE, quanto a mim, apenas esteve como um espectador um pouco indignado com todo este processo do Sr. “Sarkonazi”, as sanções não vão existir porque o poder é a facilidade de colocar o dedo ao nariz e xiuuuuuuu!

A Itália prepara-se também para copiar o que os franceses estão a fazer, tratar as pessoas como se fossem lixo.

Esta onda de facilismo que a UE está a permitir vem por aí abaixo, sonhei com o Paulo Portas a cancelar as suas férias para “imitar” os “palhaços” da extrema-direita daqueles dois países e propor o mesmo no parlamento português, há sonhos que são evidentes e não vai demorar muito para que o PP esteja com unhas e dentes a propor o mesmo em Portugal. Porque há muito que o desejo do PP é expulsar tudo o que é cigano e imigrante!…

Se eu não escrever nas próximas semanas é porque fui vítima da expulsão do governo português, sou cigano! O Paulinho certamente que vai propor que não desmantelem os submarinos antigos para lá nos colocarem e deixarem-nos no meio do Pacífico, pois quanto mais longe do Atlântico, melhor!

Bruno Gonçalves, cigano, mediador sócio-cultural e membro da Direcção Nacional do SOS Racismo

Foto: Acampamento Cigano no Choupalinho, Coimbra, JJCardoso

A França regressa a Vichy

Ao iniciar hoje a expulsão de ciganos, cidadãos europeus de pleno direito, o governo Sarkozy retoma um velho slogan do fascista Pétain, o de cumprir todas as promessas, incluindo as dos outros.

Neste caso podemos mesmo falar de uma promessa do Marechal, que deportou para os campos de concentração judeus e ciganos.

Dizem que quando as coisas lhe correm mal Sarkozy puxa logo das paranóias  securitárias, tal como entre nós o faz Paulo Portas ao sentir o PSD a entrar no seu terreno de jogo. Não me contento com essas explicações tacticistas. Tal como na fábula da rã e do escorpião, é a própria natureza destes personagens que vem ao de cima.

Primeiro os ciganos “estrangeiros”, e depois… espero que os franceses acordem, antes que a história siga o seu percurso habitual.

Quanto as ciganos rom, que também andam pela península de cá, não comecem já a comentar que isto e aquilo. Vão ver este filme, e espero que vos passe.