Exclusivo

Relvas vai ter aulas de canto coral. Alentejano.

Grândola Vila Morena

Aqui numa arrepiante versão do Vítor Rua. Também pode cantar em casa.

Vamos soltar a Grândola

grandola
Vou ali demitir um governo e já volto.

Grândola e a democracia formal

Por Santana Castilho

Coelho e Gaspar são seres ocos de alma. Actuam como robots, insensíveis às pessoas que abalroam. Quando se espetam na realidade, ficam ali, obcecados, empurrando o que não se move, moendo carretos, como os bonecos de corda da minha infância. Só mudam quando os senhores do dinheiro os reprogramam. Trocados os chips moídos, voltam à sugagem solipsista para que foram preparados. A obra-prima de Relvas foi levá-los ao Governo. Imagino-o produzindo-a, ora de avental, no secretismo da organização, ora de iPhone à boca, injectando no tutano da fibra óptica a baba com que foi tecendo a conveniente teia partidária. Visto, cola-se-lhe à figura a falsidade e a falta de ética. “Ouvisto”, sobram as banalidades. Mas confrontá-lo com a “Grândola, Vila Morena” inquietou os defensores da democracia. Que democracia? A formal. A do “da” e do “de”, agora destrinçados pela fina porfia presidencial, em tempo certo, oito anos passados. Ao apreciarem os factos, esqueceram que há outra democracia: a que a alma imensa de Zeca Afonso cantou.
No Clube dos Pensadores, primeiro, no ISCTE, depois, Relvas foi interpelado pela canção de Abril. No primeiro caso reagiu, cantando-a alarvemente. No segundo, foi, por uma vez, autêntico: fugiu, cobardemente. [Read more…]

Banda sonora

Não há dúvidas que a canção é uma arma. Acho, assim, muito bem, que se cante em protesto. Apenas sugiro que se diversifique mais um pouco as escolhas. Com todo o respeito pela “Grândola, Vila Morena” e pelo Zeca Afonso, com todo o respeito pela máxima “O povo é quem mais ordena” e pela herança revolucionária, acho que seria, também, de cantar bem alto outras canções que fazem, outra vez, todo o sentido, como por exemplo:

Entram empresários moralistas. Entram frustrações. Entram antiquários e fadistas. E contradições. E entra muito dólar, muita gente. Que dá lucro aos milhões.

Isso mesmo, cante-se também a “Tourada” de Ary dos Santos e Fernando Tordo:

Aceitam-se mais sugestões.

“Podemos Cantar Todos, Não?”

Sim, podemos. Mas para cantarmos todos… convinha todos saberem a letra

Cantigas de Fevereiro

De um lado, cantores-voluntários do tema de Zeca Afonso Grândola Vila Morena, em grande número e reproduzindo-se por toda a parte – de forma agora justamente dita inorgânica, que os grupos organizados serão outra coisa, apesar das certezas discursivas do Governo quanto à mão do B.E. sim, dos malvados radicais do B.E., que o PC ‘é um partido institucional, que respeita os procedimentos legais democraticamente enquadrados’ – elementos do Governo com esses protestos cantados, e mobilizando-se para todas as agendas e lugares de Portugal. [Read more…]

E eles cantam

Não há festa nem festança, assembleia, conferência ou contradança, em que as donas constanças cá do pedaço, abespinhadas, se dispensem de censurar rudemente os cânticos e protestos dos estudantes o outros cidadãos, sempre que lhes entra em casa um dos ministros deste governo. Nos Assembleia e entre dois passos perdidos, nos salões da Tia Batata entre dois golinhos de champanhe, no Eleven entre duas garfadas delicadas, por todos os perfumados lugares por onde se roçam os eunucos políticos, reina o escândalo. Aiiiiii, a compostura democrática! Aiiiiii, a liberdade de discurso! Aiiiii, a cortesia que se deve às visitas finas! Aiiii, a sensibilidade do Relvas! Aiiiii, a honra da Nação!
Queria lembrar algumas evidências às rematadas e adultas bestas que se alcandoraram em nossos governantes e mandantes. Eles não sabem a sorte que têm. Eles não percebem a grandeza do povo que governam. Eles não entendem que as pessoas não os vêem como simples protagonistas de políticas de que se discorda. As pessoas vêem-nos como vigaristas que traíram todas as promessas e propostas com que enganaram incautos. Vêem-nos como abusadores ilegítimos do poder. Que, ao serviço, convicta ou desonestamente – o efeito é o mesmo -, dos bandidos do capital financeiro, trapaceiam, sorvem-nos a vida, enriquecem mais os ricos, empobrecem mais os pobres, comprazendo-se com a fortuna rapinada do banqueiro e com a caridade que podem ostentar com o pobre. E para chegar aos seus propósitos, todos os habituais truques servem. Dividir para reinar, manipular consciências, mentir por sistema, aprovar leis que tornem legal o que era corrupto. Consciência, já a venderam há muito. E contra tudo isto, o que faz o povo? O que faz à raiva que lhe vai na alma? Em que transforma a dor que o martiriza? Sublima-a em palavras! Em cânticos! E quando um ministro consabidamente bronco, refrescado pela última festa no Copacabana na companhia de bandidos politicamente aposentados, se permite orar num clube de pensadores ou numa escola de ensino superior, o que faz a parte ofendida dos anfitriões? Não o atiraram pela janela. Cantaram-lhe Grândola Vila Morena. Os tartufos políticos indignam-se. As pessoas decentes orgulham-se. Mas também pensam que um dia a música e as palavras podem não chegar. E pode-lhes ocorrer a fala do poeta : ”que o castigo seja igual ao crime!”.

Esta mensagem autodestruir-se-á ao primeiro acorde de Grândola Vila Morena…

Não escrevo este texto para defender o tão aclamado Ministro, nem para partilhar lugares-comuns como o de que cada individuo tem o direito de expressar livremente a sua opinião. Escrevo estas linhas apenas porque não acredito em muros ideológicos ou respaldos de moral que sirvam de desculpa para quaisquer actos. Acredito na democracia, acredito na república, e não acredito em qualquer forma de contenção da liberdade. O Governo que temos foi eleito por nós. Por todos nós. Não concordamos com as suas políticas então manifestemo-nos fazendo uso dos instrumentos, locais, e tempos próprios que nos são dados por lei para demonstrarmos o nosso desagrado.

Não defendo que o Ministro não se deva demitir mas não quero viver numa democracia platónica em que qualquer fim justifica o meio, em que qualquer acto é permitido. O direito à indignação é tão inalienável como o direito à liberdade mas exactamente como o direito à liberdade, o nosso direito de indignação acaba quando o infligimos ao próximo.

E sobre a Grândola Vila Morena, partilho uma estrofe de que gosto particularmente:

Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Les beaux esprits…

Luís Montenegro, na Assembleia da República, elogia a grandeza de figuras como António Barreto e Santos Silva que, tal como ele, verberaram o “comportamento anti-democrático” dos cidadãos que nas fuças do Relvas cantaram a “subversiva” Grândola Vila Morena.

Dizem as eminentes criaturas que tal é uma limitação à liberdade de expressão.

Francisco de Assis, não se ficando e na passada, defendeu uma aliança do PS com o PSD e CDS. Tão fofos, tão queridos! Chiça, que isto cada vez está mais parecido com uma telenovela mexicana

Grândola Vila Morena Shake

 

Próxima eliminatória do Festival da Canção de Grândola

relvas portas
Dizem que Paulo Portas vai actuar com orquestra e capote alentejano.

Festival da Canção de Grândola

Para já, Miguel Relvas vai na frente.

Relvas cantou Grândola em Gaia

Miguel Relvas foi hoje interrompido por um grupo de manifestantes que começou a cantar a Grândola Vila Morena durante um debate em Vila Nova de Gaia. Fonte: Público

Dentro de ti, ó cidade

A orquestra Solfónica, do movimento 15M, toca “Grândola Vila Morena” na Plaza del Sol. Foi ontem à noite, no coração de Madrid.

via Que se lixe a troika!

Grândola universal

grandola_X_20

A canção da nossa Libertação em 20 versões diferentes, cantada por finlandeses, suecos, brasileiros, chilenos, italianos, norte-americanos, alemães, holandeses, e portugueses, claro. Para todos os gostos e em todas as línguas e músicas. Aqui, para ir recordando a letra e a música.

Silenciar a tua tia!

Será que ouvi bem? Esta gentinha laranja é mesmo arrogante

Nota: o ar de  ABRIL que passou pelo Parlamento foi da responsabilidade do Movimento “Que se lixe a TROIKA” e foi uma forma de apelar à participação nas manifestações previstas para amanhã, 16 de fevereiro e para o dia 2 de março.

Tás-te a rir? logo choras

A Grândola no Porto em dia de Greve Geral


Das coisas mais bonitas que já vi e ouvi…

Sem legendas

Para ouvir e sentir.

Vais logo à bola?


Ao minuto 20 e 12 segundos do Portugal – Irlanda do Norte (aprox. 21.05h), solta a Grândola que há em ti!

Os irlandeses ajudam, para cantar não há como eles.

Triste adenda: não cantaram, empatámos.

25 Poemas de Abril (XXIV)


Grândola, Vila Morena

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena [Read more…]

«O Povo é quem mais ordena»?

 (site do Centro de Documentação 25 Abril, Universidade de Coimbra)

No passado dia 26 de janeiro, no Fórum Temático de Porto Alegre, a presidente Dilma Rousseff citou uma passagem da canção Grândola, Vila Morena de Zeca Afonso, a segunda senha de sinalização da Revolução dos Cravos. É uma canção referente à fraternidade entre as pessoas daquela cidade alentejana e que foi banida por Salazar. Está hoje associada ao início da nossa Democracia. Dilma quis, com este exemplo, defender um modelo de desenvolvimento mais «progressista» e «democrático» . Declarou que, “na América do Sul, como diz aquela canção da Revolução dos Cravos, ‘o povo é quem mais ordena’ “. [Read more…]

E para o próximo, a senha pode ser esta

Grândola Vila Morena, arranjo de Vítor Rua

Sons de Abril: Amália Rodrigues – Grândola, Vila Morena


Apesar de muitas vezes conotada com o Antigo Regime, não foram raras as vezes que Amália saiu em auxílio do Partido Comunista, mesmo em termos monetários.
Nesta versão da «Grândola», é possível ver também José Saramago, Pilar del Rio e Luis Pastor.