Marta Temido, Miguel Gonçalves e Ana Rita Cavaco entram num bar

Li por aí que certas ordens estão ao serviço de certas agendas políticas. Que por sua vez poderão estar relacionadas com o cerco e queda de Marta Temido. Mas tal não pode ser verdade! Se fossem sindicatos, seguramente estariam ao serviço da agenda do PCP. Mas as ordens são muito independentes e estão sempre, mas sempre acima de qualquer suspeita. Mesmo quando uma certa bastonária apresenta despesas onde garante percorrer 400km por dia, durante um mês. De maneira que tais acusações só poderão ter origem no Largo do Rato. Ou no Kremlin, claro.

Marta Temido no altar do sacrifício

A demissão da Marta Temido, planeada há meses ou decidida esta semana, mais não é do que o sacrifício de um cordeiro no altar da política, de uma personagem que foi sempre secundária nas decisões estruturais que agora ditam o seu afastamento.

Marta Temido, como qualquer ministra fora do círculo dos pesos pesados do PS, tinha o poder e a capacidade de decisão que António Costa lhe permitiu ter. Independentemente da competência que lhe possamos ou não atribuir, não era Temido quem tinha a última palavra quanto à contratação de mais profissionais de saúde, ao aumento do investimento no sector ou às necessárias reformas para combater a degradação galopante do SNS. Era Costa e, quanto muito, Mário Centeno e Fernando Medina. A própria direcção nacional do PS tinha mais peso nas decisões do que a ministra. E achar que a substituição de Temido por Lacerda Sales, ou por outro qualquer, mudará o que quer que seja nesta equação é pura ingenuidade. Só existe um responsável pelos problemas actuais no SNS. O seu nome é António Costa. O afastamento da ministra não muda rigorosamente nada. Mas satisfaz momentaneamente a ira justificada da turba. Paz à alma do bode expiatório.

Conversas Vadias 36

Na trigésima sexta edição das Conversas Vadias, verificou-se a ausência especial do António de Almeida, talvez por estar ainda a participar nos festejos da vitória do Sporting. Estiveram presentes a muito jovem Ana Reis e os idosos António Fernando Nabais, Fernando Moreira de Sá, Carlos Araújo Alves, João Mendes, José Mário Teixeira, Francisco Miguel Valada e Orlando Sousa. Pensámos sobre Marta Temido e a resiliência, fomos atacados pela Covid, atacámos a política partidária temperada com a mais recente sondagem da Pitagórica, recordámos alguns vinte-e-cincos de Novembro.

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Conversas Vadias
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Conversas Vadias 36







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A senhora e o cavador

 

Era uma vez uma senhora que geria uma propriedade agrícola. Certo dia, um dos dois cavadores morreu e, para poupar dinheiro, a senhora decidiu que era melhor não contratar mais ninguém. O outro cavador ainda se queixou, mas lá foi fazendo o trabalho dele e o do falecido.

A senhora, um dia, sempre preocupada em poupar dinheiro, resolveu que a enxada do cavador era muito cara e substituiu-a por um modelo mais em conta. O cavador ainda disse que isto assim ia ser difícil, menina, se ao menos arranjasse mais um cavador, qualquer dia a terra não ia render. [Read more…]

Não seja piegas, ministra Temido!

Porventura não, ministra Temido: a competência técnica dos médicos é aquilo que permite diagnosticar, prescrever soluções e salvar vidas dos utentes do SNS, essa coisa subfinanciada e com falta de operacionais em toda a linha que está sob sua tutela.

A solução não passa por mais resiliência. Essa solução, em tempos aventada noutras circunstâncias por Pedro Passos Coelho, não serve o país e os portugueses. Chamar piegas aos médicos não resolve nada. O que resolve é contratar mais profissionais de saúde, de todas as áreas, especializações e competências, para reforçar o SNS. É criar condições para garantir a exclusividade destes profissionais. É tratá-los com dignidade e valorizar as suas carreiras. É investir em vez de simular rubricas orçamentais para cativar.

Portanto, senhora ministra, faça lá o seu trabalho, para o qual lhe pagamos muito bem, com todas as condições e regalias com as quais funcionário público algum sonha, seja médico, professor ou técnico camarário, e não seja piegas, ok?

Ou teimosia

Vamos falar de resiliência? Ora então, pergunto: por que razão teimam os Governos de PS e PSD em ser tão estupidamente resilientes à sua própria estupidez?

Passos Coelhização do PS?

Fonte: SIC Notícias

Depois de António Costa ter saído de uma reunião com a CIP a pedir desculpa aos patrões, qual amigo de quatro patas a aninhar-se junto ao dono, depois de fazer cocó no hall de entrada, eis que é agora Marta Temido, ministra da Saúde, a reagir às demissões no SNS, com, como dizer?… Alguma piada.

Disse assim, a ministra: “queixem-se menos, senhores doutores!”.

O fantasma de Pedro Passos Coelho deixou marcas tão profundas no país que, ao ver o seu partido de pau mole, decidiu infiltrar-se no PS. Realmente, há gente muito piegas[Read more…]

Ui! Com quem a Doroteia se meteu…

Merkel criticou Portugal, por ter facilitado a entrada de ingleses, aquando da final da Ligas dos Campeões Europeus. Servindo de exemplo, segundo a Chanceler alemã, para o desacerto que existe na União Europeia.

Santos Silva e Marta Temido já puseram a Chanceler no seu lugar.

Quem se mete com Portugal, leva. E com o Governo PS, também.

“Nunca pensámos que isto acontecesse”

A frase é da ministra da saúde, ouvida no noticiário de hoje às 13h, na SIC. Podia tê-la concluído depois das duas primeiras palavras. “Nunca pensámos”.

Então não pensaram que era preciso planear? Não tinham já visto o que aconteceu em Itália? Ou na Espanha? Ou em muitos outros países?

Se não pensaram no que poderia acontecer, quem quem é que ia pensar? Recebem um belo salário ao fim do mês para quê? Para vir dizer que não fizeram o que deveriam ter feito?

Desde o início da pandemia que assistimos a uma gestão política da coisa, em detrimento do planeamento e execução. Exemplos? Vejam-se os computadores prometidos para a educação há meses e que só tiveram a compra adjudicada em fim de Janeiro, depois do caos se ter instalado. Ou a constatação de que não existe um plano de vacinação, quando se sabia desde o início que haveria uma vacina. Ou, ainda, as conferências de imprensa diárias que foram actos de propaganda quando poderiam ter sido momentos instrutivos.

Portanto, Sra. Ministra, se não pensou, pensasse. Se não o sabe fazer, dê o lugar a quem sabe.

Só sei que ninguém sabe

Não tenho o hábito de me informar sobre o vírus da moda, porque não tenho instrumentos e capacidade para saber se a informação distribuída pelos meios de comunicação social ou pelo governo é fidedigna, para não falar na multiplicação de opiniões completamente díspares sobre curvas e contracurvas, testes e infectados, mortos e curados.

Como sou um frequentador assíduo das chamadas redes sociais,

(rede também tem um sentido piscatório. Não chego a saber se sou pescador, se peixe)

tenho assistido, no entanto, a um debate, que digo eu?, um combate entre os que afiançam que Rodrigo Guedes de Carvalho arriou fortemente na ministra da Saúde e os que garantem que Marta Temido goleou o entrevistador. Uma análise muito leviana e suficiente permitir-nos-á perceber que os que elogiam o jornalista são da oposição ao governo; os outros são apoiantes do governo ou, no mínimo, adversários da oposição ao governo, que a política tem matizes que a razão desconhece.

Ou seja: os comentários à entrevista têm a mesma parcialidade e a mesma profundidade que é usada pelos histriões que participam naqueles programas em que hominídeos passam a horas a gritar que é ou que não é penálti, sendo evidente para ambos que é e que não é. [Read more…]