Contos Proibidos: Memórias de um PS Desconhecido. As más relações de Mário Soares com Felipe González


continuação daqui

O secretário-geral do PS estava eufórico com a ocasião [Conferência «Europa Connosco» no Porto], ao lado dos grandes da social-democracia mundial. Estatuto que considerava não poder ser atribuido a Felipe Gonzalez que, além de usar blusão de cabedal na cerimónia, não era reconhecido na Espanha pelo Partido Socialista Popular, chefiado por Tierno Galvan. E no que respeita a Espanha, em 1976, as preferências de Soares eram claramente a favor do partido dos seus amigos Raul Morodo e Fernando Moran, estando mesmo convencido que, eleitoralmente, até o PCE de Santiago Carrilho teria mais votos do que o «grupo» de Gonzalez.
Assim, numa das crises de «enfant gatê» que ocasionalmente o assaltavam, não queria que Gonzalez discursasse no grande comício que teve lugar no Palácio de Cristal, no dia 13, encarregando-me a mim da desagradável tarefa de explicar a Gonzalez que só um número restrito de oradores estava previsto. Um pequeno número que incluía só os «grandes» líderes. Tanto quanto me pude aperceber então, a ideia era excluir Zenha, cuja reputação nacional, popularidade e estatura moral lhe começavam a fazer sombra. E depois, quando já fosse tarde demais, seria eu responsabilizado, por ter sido eu a organizar a conferência. (…) Mas, como já tinha explicado inicialmente, as relações do PS com o PSOE não eram exactamente as melhores, se bem que, da parte de Felipe Gonzalez, todos os esforços fossem feitos para um bom relacionamento connosco. (…)
Começa aqui a explicação da deselegância da cimeira do Porto. Soares não queria Gonzalez nessa cimeira e seria o chanceler Bruno Kreisky quem insistiria para que o jovem líder espanhol estivesse presente. (…) Mário Soares cumprimentaria sem grandes cerimónias os «convidados» espanhóis, que nunca lhe perdoariam a altivez e a frieza da recepção. E apesar de todos os esforços que eu desenvolveria nos anos seguintes, as relações de Mário Soares com Felipe Gonzalez seriam sempre pouco calorosas.

Dieta Mediterrânica…

…e Gastronomia Francesa elevadas a Património Imaterial da Humanidade.

Finalmente uma notícia saborosa. Mas não só, a lista também ganhou algum salero.

Tomem lá umas receitinhas para comemorar e uma musiquinha que faz o pleno (Camaron e Tomatito em Paris e as bailarinas salerosas)

Sir Eward Burnett Tylor, pai fundador da Antropologia-1

pai de ciência antropológica, define em 1871 o conceito cultura

De entre os fundadores da Antropologia, é preciso salientar ao cientista que dá título a este texto e a obra que os fez famoso, ao definir o conceito mais usado pelos praticantes da nossa ciência, o de cultura. Conceito que não refere pessoas que saibam mais de ópera, leitura, ciência, não, é apenas uma definição de hábitos costumeiros para realizar as suas actividades, rituais, magia e definir a moral dos acontecimentos sobre a base das ideias referidas e analisadas neste texto. [Read more…]

Sem vaselina

Em reunião do Ministério com Directores de Agrupamentos daqui do centro, o Ministério anunciou que está a preparar as seguintes medidas:

– Todos os cargos passam para a componente não-lectiva, incluindo cargo de Director de Turma ou Coordenador de Departamento. Ou seja, 22 horas efectivas para todos os professores.

– Acabam as reduções de horário por antiguidade, mesmo para os professores que já as têm. Não sei se será legal, a ver vamos.

– Fim de Area de Projecto e de Estudo Acompanhado (isto já se sabia).

– Todos os professores que a partir de Setembro mudavam de escalão ficam congelados de imediato.

– Acaba o cargo do Bibliotecário tal qual ele existe hoje em dia (passa a ser obrigado a ter turmas).

– Trabalho nocturno passa a ser considerado apenas depois das 22 horas.

O fim das AEC’s, na minha opinião, vem já a seguir, até porque, com os cortes orçamentais, há vários municípios que estão a devolver as responsabilidades ao Ministério.

É fácil de imaginar as consequências que isto terá a nível de horários.

Alarmismo? Nada disso. São informações de fonte sindical segura.

Já chegámos à Madeira?

Estamos em estado de sítio? foi suspensa a liberdade de expressão?

A GNR deteve hoje de madrugada na fronteira do Caia (Elvas) duas pessoas  (…)  os dois cidadãos, um homem de nacionalidade espanhola e uma mulher portuguesa, foram detidos cerca das 4h45 na fronteira do Caia.  A GNR encontrou no interior do carro armas brancas, designadamente uma navalha, uma catana de 40 centímetros e um estilete, e vários panfletos com mensagens anarquistas e anti-polícia, adiantou.  A mesma fonte afirmou ainda que os panfletos estavam escritos em espanhol e tinham mensagens contra a polícia e incitavam à violência. in Público

Vamos lá ver: desde quando se pode justificar uma prisão com a posse de panfletos com “mensagens anarquistas”? As supostas armas brancas são incolores todos os dias, mas aí até admito a ilegalidade. Agora uma polícia que invoca a posse de panfletos está no mínimo a abusar da sua autoridade.

De resto a Lusa não conta tudo. Segundo o Linha de Elvas “Nas primeiras sete horas da operação de controlo na fronteira do Caia foram controlados 364 cidadãos, efectuadas quatro recusas de entrada no país e duas detenções por posse de arma branca, revelou uma fonte do SEF no local.”  Tipo: ó pá, tens cara de Black Bloc, não entras.

Depois digam-me que a Nato defende os valores das democracias  ocidentais. Mas digam muito alto que estas coisas deixam-me surdo.

CGD, outro albergue da imoralidade

Faria de Oliveira, putativo e oportunista como sempre, distribuiu hoje matéria noticiosa sobre a estratégia de desenvolvimento de negócios e a política de remunerações do banco do Estado, CGD, a que preside. Primeiro, admite alienar o negócio dos seguros – Caixa Seguros e Saúde SGPS – para realizar 1.000 milhões de euros de receita; segundo, escreveu ao Ministro das Finanças a solicitar que a Caixa Geral de Depósitos, com 10.600 trabalhadores, seja dispensada de aplicar a redução de 5% da massa salarial decidida para o Sector Empresarial do Estado (SEE), como extensão das medidas de austeridade do governo para a Função Pública.

Vamos por partes. Ao que se percebe, a venda da actividade seguradora visa obter fundos para melhoria dos rácios de capital da CGD, entretanto deteriorados. Claro que, inspirado nas instruções da tutela, o banco do Estado despendeu avultadas somas no BPN e, para se ressarcir de 20% da desastrosa aplicação, se vê coagido a alienar negócios rentáveis explorados por Fidelidade Mundial, Império Bonança, Via Directa, Multicare, Garantia (Cabo Verde) e Companhia Portuguesa de Resseguros, entre outras. Trata-se, de facto, de uma delapidação de património de interesse público, imposta pela incompetência governamental e da administração da CGD que, em 2009, teve os lucros reduzidos em 39,2%.

Quanto à redução da massa salarial, esta calculada em 450 milhões de euros, Faria de Oliveira  teme fuga de quadros. Diz ele, segundo os jornais, que a CGD está a operar no mercado e, por efeito da concorrência, corre o risco de perder colaboradores para os privados. Além de demagógico, o argumento de Faria de Oliveira é ofensivo para a inteligência dos cidadãos. Alguém se convence que os outros bancos, os privados, não contratariam pessoal da CGD se pretendessem, mesmo sem a redução salarial? E quanto à concorrência; o que se passa com a CGD, já hoje sucede entre os hospitais do Estado e os privados. É ou não verdade que o sector privado da saúde, sem investir um cêntimo no ensino universitário da medicina em Portugal, anda a recrutar médicos e outros profissionais de saúde especializados no sector público, garantindo remunerações mais elevadas? Por que razão administradores e pessoal da CGD têm que ser excepção a estes mecanismos de mercado e poupados aos sacrifícios impostos a milhares de funcionários públicos, cujos vencimentos e regalias são, de longe, muito inferiores aos garantidos pelo banco do Estado?

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Wikipédia, colaborar é preciso

A Wikipédia é uma das 7 maravilhas que a internet nos proporcionou. Alimenta-se de uma boa causa, a partilha do saber, e é hoje a maior base de conhecimento do planeta.

Tem erros? claro que tem. Mas irritam-me os senhores que andam à caça deles para virem fazer queixinha: quando encontro um, nas poucas coisas em que tenho alguma especialização, corrijo. Fizessem todos o mesmo e teria muito menos. E convém não esquecer que todas as enciclopédias têm erros, e sobre elas a wikipédia tem a vantagem da permanente actualização.

Ora mesmo resultando de um trabalho colaborativo a wikipédia custa dinheiro (a mania de que na net nada custa dinheiro é como todas as manias disparatada). E está a precisar de fundos. Compete-nos a todos os que a usamos deixar um donativo, que será também uma forma de perceber que se queremos algo de útil, livre e independente temos de ajudar a construí-lo.

Mas se da parte dos estados se transferissem verbas desperdiçadas em recursos educativos de pior qualidade, preocupados apenas com a lógica de serem lucrativos, se calhar o problema da wikipédia resolvia-se num instante. Estou a pensar em softwares e plataformas que muitas escolas adquirem, tantas vezes para rapidamente ficarem desactualizados num instante, e que ninguém usa, por exemplo a “Escola Virtual” da Porto Editora, um repositório de conteúdos duplicados dos manuais, numa generosa forma de se pagar duas vezes pelo mesmo. Conheço várias escolas que pagam por isso, quanto muito investindo na preguiça dos professores que fogem do google, e da wikipédia, como o diabo da cruz.

A Playstation Move e o sexo

Ainda falta muito para os responsáveis pelas portagens na ex-SCUTs se demitirem?

É que não é só a questão do pagamento, do preço absurdo, da atitute discriminátria. É também o mais estúpido sistema de portagens do mundo. Se conheço todos os sistemas para dizer isto? Não, nem preciso. Este é, com certeza, o mais parvo de todos. E até surge como mais ignóbil que os bloqueios de rua feitos por ladrões a exigirem taxas, que se verificam em alguns países de África.

natal amarelo

Falemos de Coisas Sérias. Vota Vieira.