É interessante ver toda esta encenação de entrega do Orçamento do Estado pelo Ministro das Finanças ao Presidente da Assembleia da República. Ou melhor: a proposta de Orçamento do Estado.
Nenhuma outra “proposta”, é tratada com semelhante solenidade.
Numa república, esta solenidade não passa de uma encenação absurda. Ridícula.
Não contribui em nada para a identidade nacional, para a coesão do país, ou para a dignificação do que quer que seja.
Tanto mais que, numa governação minoritária, a aprovação do Orçamento do Estado é, cada vez mais, uma etapa de sobrevivência do Governo em exercício para mais um ano.
Uma solenidade de tiques palacianos num país em que 20% da população é pobre. Sim, temos 2 milhões de pobres em Portugal, e o número continua a aumentar. E andamos a perder tempo com mesuras teatrais e patéticas.
O Titanic afunda-se, mas a orquestra está preocupada em afinar os instrumentos para o baile que se segue.
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