Derrota de Sócrates no Parlamento?

O PSD acaba de anunciar que vai votar favoravelmente a revogação de um Decreto do Governo que altera parte das condições curriculares da Escola.
Trata-se de uma medida do Ministério das Finanças que termina com a área de projecto, o estudo acompanhado, a oferta de escola, o par pedagógico de EVT e outros inúmeros cortes. Para quem não está por dentro do significado disto, poderíamos dizer, que se trata de uma medida que vai cortar cerca de 30 mil professores.
Com o voto do PSD, do PC e do BE… fica por saber o que vai fazer o CDS… Ou não porque na agenda do Parlamento há uma proposta do CDS sobre isto.
Qual é então a dúvida?
Se cada partido só votar na sua proposta, então nada feito e o PS ganha… Caso contrário…
Isto vai ter piada!

Educar, ensinar e sobreviver nas salas das nossas Escolas

A Escola tem sido uma espécie de mulher na recta de pigeiros. “Todos” se vão servindo dela e ainda por cima sem qualquer retribuição coerente com o serviço prestado.
Houve as paixões, as apostas, as opções e sei lá o quê mais.
Há até uma Escola que anda à frente do país que a possui, à escola! É uma escola que forma pessoas sem lugar no mercado de trabalho dos patrões reles dos ferraris.
A Escola pretende educar apesar de quererem que ela ensine ou será que quer apenas ensinar quando lhe exigem que eduque?
Sexualidade, prevenção rodoviária, educação para a saúde, alimentação, cidadania… Não tem fim o conjunto de competências que a sociedade exige à Escola.
Estará aqui uma das possíveis razões para o desconforto da relação entre a Escola e a Sociedade? Será por isto que a Escola procura um caminho e não o encontra? Ou será que é um caminho que nunca poderá encontrar porque não há caminho com os recursos existentes?
Aprender e ensinar

O caso Expresso/ censura dos telegramas: explicações do jornal

Sobre o caso Expresso/Wikileaks, Ricardo Costa, director desse semanário, esteve ontem, das 16h00 às 18h00, disponível para um debate/chat com os leitores do Expresso. A sessão está disponível aqui (link para o respectivo feed).

Entre as diversas questões colocadas, algumas incidiram no facto de os telegramas em causa estarem rasurados, sendo as respostas de Ricardo Costa as seguintes:

No site vamos publicar na integra todos os telegramas. Quem quiser pode ler tudo. No jornal, enquadramos, editamos e corrigimos.
Achamos que temos, neste caso, uma dupla obrigação:
– divulgar a informação relevante, apenas e só depois de a termos trabalhado
– disponibilizar aos leitores os telegramas que utilizámos.
Com este processo estamos a ser transparente e podemos ser facilmente escrutinados

as partes apagadas eram informações que ainda estamos a trabalhar sobre o caso FLAD. Serão “destapadas” assim que concluirmos o trabalho, provavelmente na próxima segunda-feira [7 de Março]

Mas vamos divulgar alguns documentos no site a partir de amanhã. Sobretudo de casos que não precisam de muito trabalho jornalístico da nossa parte

Os critérios do Expresso foram explicados no jornal e no site. Vamos usar os documentos à medida que os formos trabalhando. Divulgaremos na íntegra (no site) todos os que considerarmos relevantes. É a mesma prática que já foi seguida  pelos outros jornais. Se for ao site do El Pais, por exemplo, ainda lá estão os documentos já citados pelo jornal

Seguem-se mais algumas partes dessa conversa, numa selecção minha e usando apenas as respostas de Ricardo Costa.

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Quase nuas

(adão cruz)

Quase nuas quase silêncio as palavras quase música fendem como lâminas as sombras dos dias ocultos.

Quase nuas quase silêncio as palavras quase música dizem a quem as ouve que há sol para lá da chuva.

Quase nuas quase silêncio as palavras quase música são água de quem as lê nas entrelinhas da secura.

Quase nuas quase silêncio quase cor as palavras quase música dizem a quem as sente que não há forma de ser por fora das palavras nuas.

Portugal e o Norte de África

por Santana Castilho *

Para 12 de Março está marcado mais um protesto público. Não é promovido por direcções sindicais cristalizadas, mas tão-pouco prima pela originalidade de iniciativas: os aderentes descerão a avenida mais simbólica, a da Liberdade, de um Portugal refém. Uma circunstância, porém, é nova: as redes sociais estão a ser usadas como meio convocatório, como parece ter acontecido no Norte de África, e o protesto sucede após uma convulsão por contágio que surpreendeu o mundo, quer pelos resultados, quer pela rapidez com que foram obtidos. As motivações sociais do protesto, ponderadas as diferenças de níveis, são idênticas. Com efeito, lá como cá, a degradação da sociedade foi-se tornando insustentável. Bem sei que não posso comparar ditaduras com democracias. Mas quando estas são meramente formais e politicamente mal geridas, como acontece em Portugal, alguns resultados não diferem. É o caso da ruptura definitiva entre governantes e governados e o abismo insuportável entre os ricos e os pobres. Na Tunísia, no Egipto e na Líbia, a falta de alternativas trouxe as pessoas para a rua. Em Portugal, o desemprego, a diminuição dos salários e o aumento da carga fiscal está a lançar os portugueses no desespero. E a isso responde o Governo com autismo e a Oposição com inércia. [Read more…]

Limite

Estamos de volta. O ME passou os limites – hoje, em muitas escolas do nosso país, há alunos que ficam sem apoios, sem clubes, sem aulas para se tratar da trapalhada da avaliação. Agora que o ME passou o LIMITE sagrado do trabalho com os alunos, estamos de volta…

Expresso censura telegramas divulgados pela Wikileaks

Expresso censura cablesLi no Do Portugal Profundo e, estando incrédulo, fui à fonte. O semanário Expresso censurou parte dos cables que tão bombasticamente trouxe  à capa na ultima edição.

Ainda não estou bem certo de ter escrito o parágrafo supra. Se calhar é melhor repetir. Os telegramas tornados públicos pela Wikileaks relativos a Portugal foram divulgados pelo Expresso mas este jornal rasurou partes dos mesmos. Com que objectivo?

Ironia das ironias, algo que a Wikileaks coloca em estado bruto para os que queiram ver, chega até nós com um lápis castanho. Sinal dos tempos. Note-se que o jornal em causa é o mesmo que, ainda recentemente, fez uma sequência de artigos sobre o que a censura havia cortado no jornal nos tempos da ditadura.

Os telegramas em causa:

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Adeus subsídio de Natal

Citando o Correio da Manhã, a Antena 1 noticiou na edição das 7h00 que o governo pondera não pagar o subsídio de Natal, convertendo-o em títulos do tesouro. A realizar-se, isto resultará num aumento de impostos de 8.3%. E que os descontos para a ADSE passarão a incidir sobre 14 meses em vez de sobre 12, assim abrangendo o subsídio de Natal e de férias. Mais um imposto a somar aos 8.3% anterior.

Depois de ter posto preto no branco que o “Governo fará tudo o que for necessário para garantir a meta do défice”, é mais do que claro que tudo fará o que o FMI faria mas, claro, sem que isso nos traga melhores juros para renovar os inúmeros empréstimos que o Estado contraiu sobretudo na última década.

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