Não, não, estamos a cair no buraco por causa da crise política

A evolução do défice do Estado e da dívida em percentagem do PIB (DN):

Ano Défice Dívida
2007 3,1% 68,3%
2008 3,5% 71,6%
2009 10,0% 82,9%
2010 8,6% (anunciado: 7.3%) 92,4%
2011 4,6% (previsto) 97,3% (previsto)

Ah! e tal, não somos a Grécia. Eles é que andaram a esconder as contas debaixo do tapete.

Ah, já agora, o Eurostat visitou o INE nos dias 17 e 18 de Janeiro. Um mês depois tinha lugar o arranque da campanha eleitoral.

E se se começasse a saber a verdade das contas?

Vamos para eleições

Somos os maiores. Imparáveis.

Um país adiado ou apenas a brincar

Vamos a ver se não me engano. O chefe do Governo visita o Presidente da República e diz-lhe que não quer continuar a brincar, porque os outros meninos não quiseram jogar segundo as regras que ele tinha definido. Chamou-lhe ‘pedir a demissão’.

O Presidente demora dois dias até conversar com os outros meninos e com os amigos do chefe do Governo para perguntar o que se passou e como querem resolver a coisa. Todos quiseram uma eleição para saber se o chefe continua o mesmo ou se é outro.

portugal-bandeira

Uma semana depois desta conversa, o Presidente chama um grupo de meninos mais experientes e habituados às discussões para lhes pedir uma opinião. Parece que se chama um Conselho de Estado. Horas depois diz que sim, que aceita a demissão e que é tempo de eleger o próximo chefe de Governo. Marca as eleições para 60 dias depois. Parece que há um livro que não permite que seja em menos tempo.

O mesmo livro indica que depois de escolhido o novo chefe, seja quem for, este só toma posse cerca de 30 dias depois. Até lá é o limbo. Reduzir estes prazos é que não. Não deve ser próprio de nações modernas. É coisa praticada, por exemplo, pelos anacrónicos britânicos.

O país continua adiado. Nada de estranho, é assim há uns séculos.

Administrador CTT / specialized by Avon Cosmetics Int’l

Há algum tempo saiu aqui no Aventar uma nota sobre um administrador e um vogal dos CTT.  Um deles baralhou-se e pensava que era licenciado, mas não. Mesmo depois de 8 anos na universidade não chegou a perceber aquela cena de se ter que pedir o diploma no fim do curso. Talvez isso tenha acontecido por trabalho a mais na sua empresa Puro Prazer, que organizou por essas alturas uma… festa académica!

Aqui fica o CV deste excelso administrador.

MARCOS AFONSO VAZ BATISTA

Marcos Afonso Vaz Batista

Licenciado em Economia. Especializado pela Avon Cosméticos Internacional emTécnicas de Venda Marketing e Merchandising e possuidor de diversas acções de formação em Vendas Por Catálogo Comunicação e Marketing. VendedorMarketing Manager da Avon Cosméticos S.A. Contabilista. Director Financeiro  de duas empresas que ninguém conhece das empresas Área Dinâmica e Laveiro. Boy nomeado para várias empresas estatais. Administrador dos CTT – Correios de Portugal S.A. e Administrador da PayShop (Portugal) S.A.

Continuar a enganar Portugal

Apareceu-me isto no Facebook. É de um tal “Movimento Civil de Apoio ao Portugal que estamos a renovar desde 2005.” Linkam para o Serviço Nacional de Saúde, que foram destruindo, a Segurança Social que foram descapitalizando, o Subsídio de desemprego que retiraram a milhares, o Ensino Público que massacraram, a Caixa Geral de Depósitos onde continuaram a colocar os seus Varas.

O PS começa a propaganda eleitoral com um vídeo de Miguel Portas, e armado em esquerda. O partido de José Sócrates mente, não é novidade. Se tivessem cara diria que nela não têm, nem nunca tiveram, um pingo de vergonha. O PS começa a campanha eleitoral de uma forma baixa, outra coisa não seria de esperar a seres rastejantes.

as crianças crescem

(texto em quatro andamentos, escrito velozmente ao som de Tchaikovsky)

Piano concert 1 em B Flat Minor

Bem sei que estamos em época de eleições, de lutas políticas, de enganos e mentiras, ou dos mais lutadores que lutam pela justiça e a igualdade. Como Babeuf em 1785, assassinado pelo seu candor em 1795, guilhotinado pelas pessoas do seu partido por falar a verdade, como o nosso Primeiro-ministro demissionário. Não há quem nos governe nem sabemos quando vamos ter um governo apropriado para nós salvar da falência que caiu sobre nós por causa dos próprios governantes. Vamos esquecer e falar do mais importante na vida: as crianças e a sua educação. Se for homem de fé, diria: haja deus para salvar as nossas crianças da hecatombe causada pelos que pretendem governar-nos…

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Há filmes que nos marcam (1)

Há filmes que nos marcam, com cenas que nunca se esquecem.

“Scent of a woman” é uma autêntica galeria de cenas inesquecíveis.

A conversa entre Al Pacino e Gabrielle Anwar e o tango que se segue: mais que uma lição de dança, uma lição de vida.

Esta avaliação dos Professores acabou. E agora?

“Mais do que celebrar o fim, temos de ousar um início. Antes que seja tarde demais.”

Com estas palavras, Matias Alves termina um artigo no Correio da Educação.

E são palavras que o Miguel subscreve (diz ele, erradamente, com menos competência).

Com ou sem publicação no Diário da República, com ou sem as frases sem sentido do PS, ESTA avaliação está morta! E está, com ela, morta a atitude ditatorial de Maria de Lurdes (por onde andas?) e de José Sócrates e dos seus boys. Perder a avaliação dos professores é para este gente uma derrota enorme. Triste sina esta de ser governado por quem é teimoso e incompetente para ao fim de seis anos de (des)governação conseguir implementar algo de significativo na educação. Recordo três coisas:

– gestão das escolas, divisão da carreira (titulares) e avaliação. De três, fica uma, talvez a mais importante, mas aquela a que os professores deram, de facto, menor atenção. Sócrates perdeu. Ponto final. Vamos mudar de página.

A Escola Pública exige uma avaliação. Sem dúvida. E tem que existir.

Ao olhar para os Censos ficamos com dúvidas no preenchimento – qual é o produto da minha actividade? O futuro!

E em nome desse futuro há coisas dos mercados e dos gestores que não fazem sentido aplicados a pessoas, nomeadamente a crianças.

O que devemos todos exigir é uma Escola avaliada e exigente. E, dentro dessa Escola, internamente é feita uma avaliação com consequências, claro, mas feita por quem conhece a realidade – ou será possível ter um modelo nacional, em que se avalia de igual modo um Professor numa escola de bairro ou numa aldeia do interior?

Vamos ao debate? Pela Escola Pública!

Os discursos de Paulo Futre

Também me ri um bocado, mas já chega.

Paulo Futre teve vários discursos geniais na carreira, por exemplo esta conversa com o Bayern de Munique:

Mas já antes falava assim aos sportinguistas: [Read more…]

o som de um ninho vazio

…para os meus discípulos de Etnopsicologia da Infância e para os meus netos…

ninho+vazio.jpg

Devo confessar que a frase do título não é minha. Antes fosse. É a frase de Mac Kinsey ou Clare McMillan, a mulher do Biólogo, Entomólogo e Sexólogo, o Professor Doutor Alfred Kinsey, o autor do denominado Relatório Kinsey, sobre a sexualidade da vida adulta e das crianças, escrito após reparar que nos anos 60 do Século XX nos Estados Unidos, as pessoas nada sabiam sobre a vida sexual. É verdade que os meus Santos Padroeiros, Freud, Klein e Bion, tinham referido consequências e sequelas da vida sexual entre membros da sociedade ocidental, mas como doenças e problemas. Alfred Kinsey e Clare MacMillan organizam um Instituto de pesquisa sobre os mitos, os desejos, o imaginário da vida sexual entre adultos. A frase de Clare MacMillan, é, antes, a frase de uma mãe, que também refere que as crianças crescem num instante e o ninho lar fica vazio. Vazio da responsabilidade de tomar conta de seres a explorarem o mundo, a entender a relação amorosa, a emotividade e os sentimentos eróticos, que sentem mas não sabem que é procura de uma outra pessoa para amar, tocar, se esfregar, ter um compromisso. Clare entendia o seu dever emotivo, o seu marido, entendia de estatísticas, de como medir o saber de seres humanos sobre a sua reprodução, sem falar de amor: o amor não pode ser medido, donde, não é sujeito de pesquisa científica. [Read more…]

Com muito orgulho

na minha universidade, que tem as suas coisas, mas também tem destas:

lula honoris causa coimbra @arturcouto

Lula da Silva, doutor honoris causa pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

E depois uma aragem de ironia deve ter varrido a Biblioteca Joanina, obra superior do nosso barroco-com-o-ouro-do-Brasil, quando os presidentes agora a visitaram. Espero que nenhuma das lâminas do ouro com que Manuel da Silva por ali ornamentou se tenha desfolhado das madeiras, rindo à gargalhada.

fotografia Artur Couto

A agenda escondida

Ontem, o dirigente socialista Vitalino Canas acusou o PSD de ter manter uma «agenda escondida» e que «por palavras mais ou menos ambíguas, vai dizendo que vai aumentar o IVA, já que é óbvio que em 2012, 2013 e não sei se também em 2011 vai ter de haver novas medidas de consolidação orçamental e vai faltar dinheiro».

E eu fiquei apreensivo.  E se for verdade? Imagine-se que vamos para campanha eleitoral,  «rejeitando o agravamento de impostos» e, apenas alguns meses depois, o governo em funções opta por um brutal aumento de impostos? Sim, de facto, uma agenda escondida é perigosa. E Vitalino Canas sabe-o, pois isso foi exactamente o que o PS fez. Em Setembro de 2009 rejeitou o aumento de impostos e em Maio de 2010, com a patética desculpa «o mundo mudou nos últimos 15 dias», presentou-nos com o primeiro de vários aumentos de impostos! Mundo esse que já mudou entretanto umas quantas vezes, pois já se vai no 4º PEC e em dois orçamentos com aumento de carga fiscal.

Socialistas, obrigado pelo aviso. Vocês sabem do que falam.

 

imageNota: uma das estratégias de ganhar votos pelo medo que o PS tem andado a usar é esta da agenda escondida. Veja-se só a quantidade de resultados quando se procura vitalino canas “agenda escondida”. Não é novidade, como se pode ver no gráfico produzido pela Google, mas em 2010 e 2011 está a ser recorrente. Tristes.

Se não comes a sopa toda, chamo a Fitch

Acto I

Portugal, 2014

Cenário: Uma sala pequena, que também serve de quarto pequeno e cozinha pequena, com uma mesa pequena, um rádio a pilhas pequeno e com um som abafado e foleiro, uma vela pequena a iluminar a cena.

Personagens: Pai, mãe e filha

Filha: Não quero.
Mãe: Come, anda, não faças fitas.
Filha: Não.
Mãe (voltando-se para o marido): António, a tua filha não quer comer.
Pai (voltando-se para a filha): Maria, se não comes a sopa toda, chamo a Fitch.

No mar os enterraremos, o mar nos espera

Parabéns Aventar, obrigado aventadores e leitores, por me lerem, aturarem e também pelo resto.

Las tierras, las tierras, las tierras de España,
las grandes, las solas, desiertas llanuras.
Galopa, caballo cuatralbo,
jinete del pueblo,
al sol y a la luna.
¡A galopar,
a galopar,
hasta enterrarlos en el mar! [Read more…]

Não se queixem srs. políticos – presentes, passados e já a seguir -,

srs. neoliberais, srs. “o mercado é que manda”, srs. “o mercado é que regula”, srs. cidadãos “estou-me a cagar para a política”, srs. “arranja-me aí um empréstimo a três meses para ir jantar fora”, doce público em geral

Fitch avisa que cortará rating de Portugal se FMI não intervier

(trocando em míúdos: que se lixe a europa, que se lixe o fundo de ajuda europeu, que se lixe a cimeira europeia, que se trambique o tal projecto europeu, que vão todos passear, que se foda o doce público em geral e o cidadão comum em particular. A gente manda e eles baixam a bolinha.)