Sócrates anunciou a sua demissão, para o dia em hora em que o PEC 4 for votado na Assembleia da República. Essa foi a boa notícia.
A má notícia: vai-se recandidatar.
Resta esperar que dentro do PS alguém lhe diga: já basta.
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Sócrates anunciou a sua demissão, para o dia em hora em que o PEC 4 for votado na Assembleia da República. Essa foi a boa notícia.
A má notícia: vai-se recandidatar.
Resta esperar que dentro do PS alguém lhe diga: já basta.
É quase universal o descontentamento com esta simulação de governo que temos. Julgo que não há uma pessoa sensata que não esteja farta do Sócrates, dos estudos dele e de todas as histórias de incompetência, corrupção e exercício de mesquinhos poderes que aparecem todos os dias. Por isso eu também estou feliz por nos livramos desta troupe, e quanto mais cedo melhor.
No entanto não oiço ninguém falar no que vamos fazer a seguir. Eu, pela minha parte, não vejo muitas soluções.
Eis como eu entendo o problema em que estamos metidos:
Somos um país que vive acima das suas possibilidades há décadas. Já tive oportunidade de ilustrar isso num post aqui no Aventar. Esta situação é sempre insustentável, o crescimento económico apenas pode mitigar a situação.
Citações para saber de Portugal, são suficientes os nomes de Ernesto Veiga de Oliveira e Benjamim Eanes Pereira, surgindo-nos uma panóplia de saberes e conhecimentos, como nunca se produziu em qualquer outro país. É certo que Erick Hobswawm elaborou, com a sua colecção a Era do Capital, A Era da Revolução, a Era dos Extremos, uma admirável síntese do que tem acontecido na Europa no milénio mil, anterior a este de dois mil. Como José Mattoso e a sua ilustração sobre a idade média de Portugal. Escritores sem par, que nos ensinam o passado e as suas transformações. De José Mattoso, já tenho falado muito. Do Ernesto, que não pode ser lembrado sem o seu amigo íntimo Benjamim, escrevi A Etnografia, memória de História (páginas 305-311), publicada em Dezembro de 1989, na obra: Estudos em Homenagem a Ernesto Veiga de Oliveira, coordenada por Fernando Oliveira Batista e outros, edição do Instituto de Investigação Científica.
Em A Etnografia, memória de História saliento a relação que existe entre a realidade material, palpável, positiva. Forma de organizar as lembranças de um passado que, como eu os denominava, os Ernestos tinham terror que desaparecesse e não ficasse lastro nenhum do Portugal Eterno. [Read more…]
-Muitas dúvidas podem ser levantadas a propósito da paralisação dos camionistas, desde logo porque a maioria são pequenos empresários, e não é suposto que uma empresa possa forçar um trabalhador a fazer greve, no limite se a mesma não tiver condições para funcionar, deverá cessar actividade e declarar insolvência, colocando os trabalhadores no desemprego, estes ainda gozam alguma protecção social, ao contrário dos empresários, que ficam abandonados à sua sorte e caridade de amigos e familiares. [Read more…]
A sociedade e a escola portuguesas têm vindo a esquecer a importância das Humanidades, o que tem contribuído para sonegar à grande maioria dos jovens um conhecimento mínimo acerca das raízes da cultura portuguesa, com tudo o que isso implica de elementos da cultura europeia, o que, por sua vez, historicamente, os obrigaria a olhar para Atenas, Roma, Jerusalém e Meca, para não tornarmos esta lista extenuante.
A propósito deste problema, seria importante referir, entre outras causas, a desvalorização da Literatura no Secundário ou da História no Básico e no Secundário. O que esta notícia vem lembrar é a importância do ensino precoce do Latim, que, nos últimos anos, tem passado de Língua aparentemente morta a disciplina em estado efectivamente comatoso.
Reler esta notícia de 2008 serve para confirmar que a Educação em Portugal tem estado entregue a inimigos do saber e do conhecimento. A propósito da diminuição de alunos a aprender Latim, dizia, então, em dialecto educonomês, Valter Lemos: “Temos professores para ensinar Latim, mas não há procura. O problema existe nas línguas clássicas no geral e até em algumas línguas modernas. Tem a ver com as expectativas e os interesses das famílias.” Não seria, então, de sujeitar a escolha do currículo a uma sondagem às famílias?
As práticas das escolas referidas na notícia merecem-me os maiores elogios e não deveriam estar dependentes de nenhuma espécie de autonomia: o ensino do Latim deveria ser obrigatório.
“Importa que os jovens deste tempo se empenhem em missões e causas essenciais ao futuro do país com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.
Há todo um dejá vu nesta notícia, amplificado pelo cuidado com que o jornalista recuperou a hoje inconstitucional expressão “chefe do Estado” (já agoram chefe era com maiúscula).
Há todo um apelo à mais pura infâmia, à cobardia dos que não desertaram e partiram para matar, à determinação salazarista que levaria Portugal à catástrofe colonial. Salazar é sem dúvida o herói deste Cavaco, que lhe segue os passos no que pode, e nós deixamos.
Não é fácil manter a compostura depois de ouvir aquela conferência de imprensa do ainda PM.
Não é fácil aceitar que aquela infame personagem continue a gozar com a gente, mentindo com “quantos dentes tem”.
Não é fácil ouvir o maior responsável do que nos está a acontecer a atirar a culpa para cima de outros.
Não é fácil saber que vamos pagar por muitos anos a incompetência criminosa deste governo e ouvir o seu cabecilha arrogar-se em salvador da Pátria.
Não é fácil pensar nas coisas que vamos deixar de comprar, usufruir ou oferecer aos nossos Filhos porque esta pandilha só sabe extorquir-nos dinheiro e ainda querem mais.
Não é fácil encarar quem não percebe ou não quer perceber que não são nem nunca foram solução de nada, mas sim um estorvo ao nosso bem-estar.
Não é fácil perceber que eles não se medem e não enxergam que pior que me enojar, já enojam a maioria dos Portugueses.
Por isso só me apetece vociferar: VÃO EMBORA. DESAMPAREM A LOJA!
Deixem-nos trabalhar e viver em paz para podermos, lentamente, tentar compor o que “vossemecês” estuporaram!
Onde anda o Mira Amaral? Alô, Mira Amaral? Chama-se Mira Amaral à cabine de som.
Ó engenheiro Mira Amaral, deixe lá as calças do Patrick Monteiro de Barros, o dr. Passos Coelho quer debater o nuclear consigo.
O sismo ocorrido recentemente no Japão vem confirmar algo que o senso comum há muito sabe: por muito evoluída tecnologicamente que uma sociedade seja, será sempre frágil perante fenómenos naturais extremos.
Infelizmente, e para além de toda a destruição e morte causadas pelo terremoto/tsunami, o Japão encontra-se à beira de um desastre nuclear que poderá suplantar Chernobyl, de consequências ainda imprevisíveis, já que se trata de uma central nuclear de quatro reactores onde poderão ocorrer fenómenos destrutivos em cadeia, caso o reactor 2 venha a explodir.
Um pouco antes de entrarmos de cabeça na crise económica que atravessamos, o lóbi nuclear português andou bastante activo tentando vender uma centralzinha nuclear em Portugal. Seguro, seguríssimo, resistente a tudo, ataques armados ou acontecimentos naturais, e não poluidor, eram os argumentos mais ouvidos nas bocas de algumas sumidades que agora andam caladas e desaparecidas.
Sendo as coisas o que são, o desastre de Fukushima não será o último, bem pelo contrário, se atendermos ao envelhecimento e proliferação destas instalações. O debate está relançado. Quando, por falta de vergonha e de seriedade intelectual, os senhores Pedro Sampaio Nunes, Patrick Monteiro de Barros, Mira Amaral, etc., voltarem à carga e vierem desvalorizar riscos, chamem-lhes M-E-N-T-I-R-O-S-O-S com todas as letras. E não lhes perdoem, porque eles sabem muito bem o que fazem.
Apedrejamento de camiões na A1 provocou ferimentos numa criança
Não concebo um mundo sem direito à greve. Também não concebo um mundo sem direito a não fazer greve.
Há gente civilizada que pode ou não fazer greve, sempre dentro do respeito pelas decisões alheias, algo essencial em Democracia.
Há, com certeza, muita gente que sonha com um mundo sem greves e, de preferência sem direitos laborais: uns estão no governo e querem voltar a estar; outros já estiveram e querem voltar a estar. É gente que se aproveita da Democracia para ir exercendo uma ditadura. São trogloditas disfarçados de fato e gravata.
Há gente que ameaça ou apedreja os que optam por não fazer greve. É gente que se aproveita da Democracia para ir exercendo uma ditadura. São trogloditas muito pouco disfarçados.
Os trogloditas lidam mal com a Democracia. Os trogloditas que se afirmam democratas são apenas gregários ou tribais. A individualidade faz-lhes confusão. São uma afronta à Democracia.
Que me seja perdoada a injustiça contida em qualquer generalização.
Um dos aspectos mais relevantes da cultura política presente nesta fase do regime, consiste no apurado sentido de oportunidade. Quando se anuncia uma medida, esta coincide sempre com a pertinente conveniência do momento. Assim sendo e procurando apaziguar as tensões despoletadas pelas movimentações de rua, o governo decidiu baixar o IVA a aplicar a uma actividade de reconhecida utilidade social. De facto, o golfe é um “desporto de massas” e coaduna-se com um estilo de vida saudável, tão do agrado de alguns dos principais agentes políticos. Oxigenar os pulmões em infindos relvados que verdejam um país visto do espaço e impedem a construção caótica que descaracteriza a paisagem, além de consistir num exercício gratuito e especialmente indicado para fumadores inveterados de charutos vendidos pela ditadura cubana – aqui está mais uma luta pela liberdade, não se transferindo dinheiro para Havana -, mitiga pela marcha forçada, a acumulação de gorduras no baixo ventre e toda uma panóplia de maleitas que de forma infalível, sobrecarregam o Serviço Nacional de Saúde: diabetes, disfunção sexual, pé chato, hemorróidas, fístulas anais ou por exemplo, hepatites várias. [Read more…]
Música do LP «Fungagá da Bicharada», de José Barata Moura
Eles fazem-nos rir diariamente desde 2005. São tão pândegos que nem percebem que nós percebemos tudo. E como sempre desde 2005, de forma corajosa e bem cómica, põem os ricos a pagar a crise. É bem feito!
Eles são os Gargalhofas. Fazem-me rir muito desde 2005, mas como já me dói a barriga de tanto rir, se calhar ficavámos por aqui. Já Basta, não?
Até a um ano incerto da década de 1990, uma via métrica ligava a Póvoa de Varzim à então vila de Famalicão onde interceptava a via larga do Minho (Braga/Viana/Valença/Vigo/Monção); na via mais à direita, é visivel o algaliamento da via estreita (um metro de largura) com a via larga (1,668 m de largura). Este algaliamento existiu até meados da década de 90 entre Famalicão, Lousado (onde interceptava a Linha de Guimarães) e Trofa, de onde inflectia em direcção à Maia e Senhora da Hora.
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Já não se diz: “vão trabalhar malandros! a minha política é o trabalho!”
Agora berra-se: “vão mas é criar uma empresa, seus calaceiros, moinantes; querias subsídio de desemprego! Toma!”
Era um modesto hotel de uma cidade de província. Um desses estabelecimentos semifamiliares, em que o dono parece ter conseguido desenvolver o dom da ubiquidade, não só para controlar os empregados e guardar a sua propriedade, mas também para observar com deleite a nossa cara de susto quando nos surpreendia em cada esquina. Era um […]
Elementos da Juve Leo integrarão o pessoal de terra do novo aeroporto: «Estamos habituados a mandar tudo pelos ares na zona de Alcochete.»
Ainda vamos ver o “Ministro” Nuno Melo a propor a incorporação obrigatória dos sem abrigo nas Forças Armadas….
E muitos boys & girls sem emprego. O governo exonerou a mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
“St. Thomas’?”, perguntei aos deuses da Ortografia. “Deveria ser St. Thomas’s!”, exclamei. Felizmente, não estou sozinho — há quem se defenda, alegando que é um plural. Really? Oh dear!
“Morta por dentro, mas de pé, de pé como as árvores” e (peço desculpa pela javardicezita) “Prefiro morrer de pé do que votar no Luís André“. A primeira dá o mote. A outra… A outra… A outra (ui!), valha-nos Nossa Senhora da Agrela.
OK. Já agora, como é que ficou aquela história do “agora facto é igual a fato (de roupa)”? Alguém sabe? É para um amigo.
É o tema do II Congresso dos Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria. Aguardo as conclusões para ficar a saber se sou homem, se sou mulher e se sou de verdade.
Às escondidas. Aguarda-se o anúncio de um feriado nacional dedicado ao terrorismo fascista.
Para ouvir com bolas de naftalina nos ouvidos.
Greve geral nas redacções – página do Sindicato dos Jornalistas.
que pode acompanhar neste link. As primeiras notas, inevitavelmente, dizem respeito ao crescimento da extrema-direita.
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