E não ia ser uma trapalhada por causa dos alunos que tinham saído dos colégios?
Exames daqui a uns dias – sim ou não?
Na terceira semana de maio vamos ter, mais uma vez, os exames nacionais dos 4º e 6º anos (poderá consultar todo o calendário em formato pdf).
Tal como tem acontecido nos últimos anos, esta atividade avaliativa, implica a paragem de todo o trabalho das escolas e, nesse sentido, uma vez que os professores estão envolvidos nas vigilâncias, boa parte dos alunos dos anos sem exames, tem uma semana de férias. Ao preparar o último trimestre de aulas, dei por mim a pensar nas vantagens e nas desvantagens dos exames. [Read more…]
Escola: conteúdos e memória
A Educação mudou muito nos últimos anos e não foi para melhor – poderia citar os 30 mil professores que NUNO CRATO despediu nos últimos três anos, mas desta vez vou falar de Educação pelo lado dos alunos e das suas aprendizagens.
O que é um bom aluno?
A resposta mais comum andará em torno destas respostas: um aluno que tira boas notas, um aluno que aprende bem, um aluno que tem sucesso, que …
Ora, tenho vindo a pensar nisto porque enquanto profissional me sinto cada vez mais condicionado a dirigir a minha prática pedagógica para um caminho que está errado – os exames (ou os testes).
Na Escola de hoje tudo parece ser mensurável e para medir nada mais fácil do que quantificar tudo o que mexe como se a escola fosse uma linha de montagem. Não é e não pode ser.
Com a febre do accountability às Escolas são pedidos resultados que se medem pelas notas que os alunos têm nos testes, isto é, nos exames. Ora, qualquer pessoa que tenha passado pela Escola sabe que há uma diferença MUITO significativa entre ser um bom aluno e ter boas notas nos testes (exames). E trago apenas dois argumentos para abrir uma discussão a que quero voltar mais vezes: [Read more…]
Liberdade para Educar
A viagem foi de transporte público e o hospital que a recebeu também. Quem a despachou foi o privado, esse reino maravilhoso dos BES e BPN’s. E, ao contrário de alguns camaradas aqui da casa, nada tenho contra o privado, desde que não funcione à pala dos dinheiros públicos o que, em boa verdade, acontece com quase todos os grupos económicos. Serve esta regra também para a Educação: se há pessoas que querem para os seus filhos uma formação com uma forte dimensão religiosa devem ter o direito de o fazer. Não podem é exigir que seja eu a pagar, isto na base do argumento da direita, o famoso utilizador / pagador.
Não era por aqui que eu queria levar o post, mas saberá o caro leitor que a competência na escrita não é uma coisa matemática. Vamos lá então colocar as palavras no eixo para que vieram ao mundo.
As confusões que Pedro Passos Coelho plantou nos concursos de professores levaram um conjunto de ignorantes a tomar como certo um conhecimento que, manifestamente, não faz parte das suas propriedades e, a ignorância é uma coisa do C….! O concurso teve uma fase nacional que correu bem, uma centrada nas escolas que correu como todos sabem e qual é a proposta que nos chega da direita? Acabar com o concurso nacional ( o que correu bem!) e ampliar o concurso local (o que correu mal).
São muitos e variados os motivos que me levam a defender um concurso nacional, único e onde a graduação seja respeitada. Aliás, partilho de tudo o que aqui foi escrito.
Mas, há uma dimensão que gostaria de desenvolver e que se prende com a autonomia do exercício da profissão. [Read more…]
O Homem que mais sabe sobre ensino da matemática
Escreveu no Público! Finalmente o artigo que eu gostaria de ter escrito!
JUNTOS contra o vEXAME
As organizações de Professores deram mais um passo no sentido da unidade na acção que a o vEXAME de Nuno Crato nos exige. Este é o tempo de agir, mas não vale a pena trazer para a discussão argumentos sem sentido – eu quero lá saber o que tiveram ou deixaram de ter na, igualmente estúpida, avaliação de desempenho!
Vamos lá então, tentar sistematizar as questões:
a) Decisão política: para Nuno Crato a qualidade é uma consequência da avaliação. É assim no 1ºciclo, com o exame no fim da “antiga 4ª classe”, ou no 2º, com os exames no 6ºano. Para esta gente e, em certa medida para parte da equipa de Maria de Lurdes Rodrigues, avaliar é classificar e qualquer aprendiz na formação inicial de Professores sabe que a avaliação é muito mais que isso. Logo, o exame aos Professores é um elemento de coerência políticas nas práticas de Crato. Já o mesmo não poderemos dizer do PSD que em 2008 se colocou ao lado dos professores contra a prova.
E, em jeito de avaliação da medida política, o chumbo é mais que certo: ninguém vai tratar da poluição do Rio Tinto junto à Marina do Freixo. [Read more…]
O desespero da Escola Pública
Para ler no Público:
Desespero. Letras juntas sob a forma de uma palavra que pintam de preto a Escola Pública. Mas, a Escola Pública não é dele, não é deles. É nossa e só ela garante o nosso Futuro! Por isso, parece-me que vale a pena pegar nos lápis e nos marcadores e agir para pintar a Escola Pública de muitas cores. Para ser possível educar, ensinar e, acima de tudo, aprender!
Matrículas por sorteio puro
Agrada-me a ideia do João:
Para todos os efeitos tal obrigaria a um sistema de matrículas único. E aí está o argumento com que deve ser confrontado a partir de agora Nuno Crato: cheque-ensino? vamos a isso, mas incluindo a obrigatoriedade de as escolas aceitarem aleatoriamente os alunos candidatos à matrícula, sem qualquer possibilidade de selecção humana. Depois veremos como ficam os rankings e quantos colégios aceitam jogar de igual para igual com as escolas públicas.
Num comentário a um post anterior sobre este tema alguém questionava qual seria o problema deste tipo de informação ser tornada pública:
Os pais, se puderem, colocam o filho na escola que melhores garantias de futuro lhe dá. Sinceramente, nunca entendi esta polémica toda que todos os anos se verifica com os rankings. Desde quando ter informação é algo de negativo? [Read more…]
Ranking das Escolas
Eles aí estão: Expresso, Público, JN.
Ainda sem muito tempo para analisar, mas palpita-me que os colégios privados vão aparecer no topo das listas e à frente no alinhamento dos telejornais. Agora, com o cheque – ensino na mão o pessoal da Fonte da Moura ou do Viso vai todo a correr para o Luso-francês, ou não!
Apetece-me deixar uma pergunta sobre esta brincadeira, bem séria dos rankings: o que ganhou a Escola Pública e os seus alunos com estas divulgações?
A Escola, a crise e a fome no dia Mundial da alimentação
Hoje, um pouco por todas as escolas do país comemorou-se o Dia Mundial da Alimentação.
Diziam-me que os putos insistem em ir para as aulas sem pequeno-almoço e decidi, por isso, aproveitar a aula de hoje para trabalhar a questão. Lá perdi umas horitas a procurar os conteúdos certos, nomeadamente, um vídeo e um jogo, recursos sempre eficazes nestas matérias… E lá fui.
A caminho da escola, no meio do trânsito, pensei em fazer algo mais – um cocas do pequeno almoço. Lá fui a correr comprar o papel colorido e …
Com tudo isto acabei por perder muito mais tempo a preparar a aula do que a …
Quando me cruzei com uma colega – daquelas que eu gostaria que fosse professora dos meus filhos – que me falou nos cortes, ainda ironizou quando lhe falei da actividade que tinha desenvolvido.
“és de bom tempo” (…) “o que eles querem é isso, que a gente continue a trabalhar para os alunos”
Caramba!
Fiquei a pensar no que ela me disse, no corte de mais de 25% que Passos e Coelho fizeram, como governantes, na Educação. Em todas as maldades que Nuno Crato tem feito e até no crescimento orçamental para apoiar o ensino privado.
Tens razão!
Está na altura de desistir!
O exame de matemática da 4ª classe
Está feito o segundo exame do 4º ano – depois de terem realizado o de Português hoje foi a vez dos pequenitos se sentarem perante o exame de matemática.
E, tal como a Associação de Professores de Matemática, também eu considero que os exames são um mal desnecessário – são um instrumento de regulação que não acrescenta qualidade, antes pelo contrário.
Algures ali pelo Freixo, além da ponte e da Marina, desaguam dois cursos de água – o Torto e o Tinto. Há quem lhes chame rios e um até dá nome à terra dos melhores habitantes desta casa, o Aventar.
Não é preciso fazer o cruzeiro das três pontes para perceber que ao Douro chega, também, mais do que a água vinda lá dos Picos da Serra de Urbião, nomeadamente, os esgotos do Porto e de Gaia e muitas outras realidades, deslocadas do conteúdo deste post que começou por ser de matemática.
Não me parece honesto exigir que algures na Afurada se possa exigir um Douro fantástico e limpinho (sim, limpinho, limpinho, limpinho).
Pois, Crato imagina o exame da 4ª classe como um processo que na foz do curso vem resolver todos os problemas. Infelizmente, como não sabe mais, não percebe que está completamente enganado. [Read more…]
Um professor de espantos
Tenho andado a descobrir o escritor e professor brasileiro Rubem Alves aos poucos. Com quase 80 anos só pode ter muito que ensinar. Hoje conheci a sua posição relativamente à missão ou ao papel do professor. Ele diz coisas simples como estas:
há muito tempo que procuro propor o novo tipo de professor. É um professor que não ensina nada, não é professor de matemática, não é professor de História, de geografia…É um professor de espantos.
O objectivo da educação não é ensinar coisas, porque elas já estão na internet, estão por todos os lugares, estão nos livros. É ensinar a pensar. Criar na criança essa curiosidade. (…) criar a alegria de pensar. (…) a relação com a leitura é uma relação amorosa. (…) Quando o professor manda, já estragou. (…) Não mandando ler, mas lendo.
A missão do professor não é dar as respostas prontas. (…) é provocar a inteligência, provocar o espanto, provocar a curiosidade.”
Dar o exemplo.
Vamos continuar a apertar porque está a resultar
Que ninguém tenha dúvidas, porque a realidade está aí para o mostrar: o Governo em geral e o Nuno Crato em particular já perceberam que o Monstro está a acordar.
Os Professores estão a começar a levantar-se – foi a Manif da semana passada, as vigílias desta semana, serão as concentrações regionais da próxima semana e tudo o que for preciso, porque está a resultar.
Durante meses, o homem desapareceu. Ninguém o via!
Numa semana apareceu mais do que o animal atrás do Pinto da Costa. Após a Manifestação de Lisboa, ainda tentou continuar escondido, mas em cima da marcação das Vigílias fez uma conferência de imprensa e divulgou um comunicado.
É também por isto que não entendo o Paulo, que continua a ter um Umbigo do tamanho do mundo: se é dos sindicatos é porque é do PCP, se é dos professores é porque é do bloco. Posso deixar um desafio – será que queres sugerir alguma forma de luta? O que fazer a seguir? [Read more…]
Pelo teu direito à Escola e à Educação, eu vou!
Nos últimos dias tenho passado por dezenas de escolas do grande Porto e a confusão está instalada. As medidas do comentador televisivo Nuno Crato são de tal forma absurdas que são já os alunos a sofrer com toda esta trapalhada. E os professores, enquanto classe, estão a acordar!
As continuidades, os projetos, as investigações, tudo e mais alguma coisa valem zero para os burocratas que têm a missão de empurrar a Escola Pública, tal como o Sistema Nacional de Saúde, para um cantinho da nossa sociedade – não me surpreende, por isso, o acordar da classe média. É um acordar contra a degradação e contra a privatização da educação e da sáude.
A receita laranja é simples e pode explicar-se em breves linhas: [Read more…]
Nova organização curricular do ensino básico e do ensino secundário está publicada
O que ninguém queria aconteceu! Está publicado em Diário da República o diploma que vai levar milhares de docentes para o desemprego e que vai tornar mais pobre a Escola Pública.
O Decreto-Lei 139/2012, de 5 de julho é um momento mau da História da Educação. Haverá um antes e um depois do 139.
Mas será tarde.
Mudam disciplinas, acaba o Estudo Acompanhado e a Formação Cívica, reduz-se o tempo de trabalho com os alunos, muda-se para poupar dinheiro, não me muda para melhorar a aprendizagem dos alunos.
R.I.P Escola Pública
Crato incompetente, brincalhão ou eficaz?
Não é fácil escrever sobre Nuno Crato.
As teorias comuns trazidas para os lugares televisivos do Medina Carreira levaram Nuno Crato, divulgador de Ciência, para um campo demagógico e mediático que permitiram a Nuno Crato, Ministro, ser uma coisa próxima do Ministro que todos queriam ter.
Tive sempre algumas dúvidas em relação aos comentadores que dizem o que “todos” querem ouvir e muitas mais ainda quando dizem, sobre o ensino da matemática, o contrário do que me mostra a experiência com os alunos.
Mas, isto tudo, para dizer que chego a esta altura sem qualquer tipo de desilusão. E por uma razão simples – em relação ao Ministro Crato nunca tive qualquer tipo de ilusão.
E para levar o post do terreno da opinião para o pântano dos factos:
– o ano letivo terminou e ainda não se conhece o calendário escolar do próximo ano. Como é que se pode preparar um ano letivo, o próximo, sem o seu elemento mais estruturador?
– o ano letivo terminou, temos um para preparar e ainda não sabemos que disciplinas, nem tão pouco como se vão organizar (tempos, cargas horárias, semanais). Será que o MEC vai demorar muito tempo a divulgar este documento?
– as escolas ainda não sabem qual vai ser a oferta formativa que vão ter para o próximo ano. Temos alunos que não fizeram exames do 9º ano na expectativa de entrarem em cursos que agora as escolas não vão oferecer. O que vai acontecer a estes alunos?
Qualquer empresa faz um plano de trabalho a meses, a anos… Esta Mega- Empresa, o Ministério da Educação que é a “maior” empresa do país, despede pessoas que precisa, corta cursos que os alunos querem, deixa no vazio decisões que são urgentes…
E poderia trazer para cima da mesa mais exemplos, mas prefiro pensar por agora que não se trata nem de incompetência, nem de brincadeira: Nuno Crato está a fazer bem o seu trabalho de levar para o Privado os poucos portugueses que têm dinheiro para o fazer.
Eficaz. Sem dúvida.
Prova Final de Língua Portuguesa – 6º ano (código 61)
Os alunos do 6º ano realizaram hoje a prova final de Língua Portuguesa (pdf) – também estão disponíveis os critérios (pdf). Há quem lhe chame exame, mas é de facto uma prova. Qual é a diferença? Ninguém sabe!
O texto inicial, um excerto de “A maior flor do mundo“, de José Saramago é uma boa escolha que é do conhecimento dos alunos, pelo menos de uma boa parte deles. No entanto, as perguntas de interpretação poderiam trazer algumas dúvidas, mas não eram, globalmente “complicadas”.
A gramática (ou lá como se chama agora!) tinha umas ratoeiras e a composição pretendia ser sobre um dia na Natureza. Não se compreende a limitação das 200 palavras, para duas páginas e meia. Isto é, os alunos só podiam escrever até 200 palavras, mas tinham duas páginas e meia para o fazer.
E o professor de matemática, autor do post, atreveu-se a comentar a prova de Língua Portuguesa porque quer dar o mérito a quem o tem. A equipa de Nuno Crato conseguiu fazer da Prova de hoje um excelente treino para a de matemática, da próxima sexta-feira. Pelo menos no que diz respeito ao trabalho em torno dos números naturais: 1,2,3,… até 200.
Houve miúdos que acrescentaram e outros que retiraram conteúdo à composição porque ainda tinham palavras para gastar ou a mais porque ainda tinham crédito, conforme o caso.
Com esta prova ficou claro que Portugal não precisa de mais exames, que até iriam ser uma despesa acrescida. O que Portugual precisa é de juntar muitos exames, num só! Uma espécie de PGA – Prova Geral de Aprendizagens.
Pense nisso caro leitor – um texto sobre animais. À volta do tema, perguntas de Química e de Biologia viriam depois da interpretação (língua Portuguesa). Uma contas sobre a descendência do animal, uma tradução para mandarim e estava feito! O Cratês educativo no seu melhor! Que vos parece?
Enquanto pensam nesta brilhante proposta, deixo-vos o vídeo do filme ” A Maior Flor do Mundo”.
Despacho de Organização do Ano letivo: a 3ª análise, à procura da autonomia
A autonomia das Escolas é a necessidade mais urgente do nosso sistema educativo. Já foi decretada pelo menos três vezes, mas existir, de facto, nunca existiu.
Tenho, também, muitas dúvidas sobre o que cada um de nós entende por autonomia. Como se concretizaria? Na definição do currículo? Ou apenas autonimia para a sua implementação ou só para a distribuição dos programas (parte do currículo) ao longo do ano?
Na escolha de professores? Na seleção de alunos? Na possibilidade de expulsar alunos da Escolaridade obrigatória? Na possibilidade de exigir propinas?
Creio que não será fácil encontrar pontos de encontro nesta temática, aparentemente consensual entre todos. Percebem-se, também por isso, as dúvidas que surgiram à volta do Despacho de Organização do Ano letivo, que, todos percebemos, é uma espécie de manual do maior despedimento da nossa história coletiva.
Por um lado, o Legislador pretende alguma gestão flexível, mas por outro, insere expressões como “dentro dos limites estabelecidos” (artigo 3º, ponto 2) ou como, no artigo 13º, ponto 4: “Ouvido o conselho pedagógico, o diretor decide.” [Read more…]
Prova de aferição: fácil? Complicada? Ou antes pelo contrário
Vai boa a discussão sobre a Prova de Aferição.
De quando em vez aparece toda a gente a mandar umas postas de pescada sobre o que não sabem, fingindo-se conhecedores de áreas que ignoram. Mas se eu posso falar de bola, também eles podem falar de educação matemática.
De uma forma ou de outra os lugares comuns levam a conversa para o “no meu tempo é que era”. Diria que as coisas são um pouco diferentes de facto. Vejam o exemplo disponível na imagem e que é um dos exercícios da prova de hoje. [Read more…]
Deixem-nos ser Professores
Há muito, muito tempo, havia algures em Portugal uma escola onde os Professores discutiam o que colocar num pano para levar a uma Manifestação. Depois de muita conversa, muita discussão, depois de um plenário para escolher a melhor frase, chegamos a uma conclusão muito simples: Deixem-nos ser Professores!
É com um sorriso amarelo e com aquela sensação de que se tem razão antes do tempo que fomos ler o relatório da OCDE (pdf) que indica um caminho: os Professores precisam de centrar o seu trabalho nos alunos. Têm que deixar de andar a brincar aos relatórios e às reuniões para fazerem o que lhes é pedido pela sociedade: trabalhar com os alunos.Educação, a árvore e o beija-flor
O Ministério da Educação e Ciência pela mão do Ministro Nuno Crato tem estado a colocar no terreno um conjunto bem significativo de mudanças (está aí a segunda versão do documento da gestão), umas troikistas, outras nem por isso.
A legislação sobre a avaliação de desempenho está aí, mas basicamente atira tudo para amanhã: diz que este ano é só produzir papeladas, não há aulas assistidas e uma amostra de relatório serve.
Mas tenho uma dúvida existencial: não há progressão nas carreiras por força do congelamento na administração pública. Logo, fazer coincidir a avaliação com os escalões torna o processo uma coisa sem sentido – quando é que terminam os escalões de um tempo que não está a ser contado?
As alterações do MEC são inúmeras e começa a ficar claro o caminho que está a ser traçado. [Read more…]
As minhas memórias: Queira saber, senhor professor
O profesor dos professores: Sócrates, ensina. Sócrates professor de professores, ensina, criando a dialéctica: eram debates de mestre e discípulos
Para a equipa do projeto da Página, liderada nesses tempos pelo sindicalista José Paulo Serraheiro: E agora, Senhor Professor? Um repto aos escritores da Página da Educação, que eu respondi assim: [Read more…]
Ensinar e Educar
As palavras têm valor: ensinar e educar podem ser vocábulos de sentidos semelhantes, mas para a reflexão em causa, vamos argumentar no sentido da diferença. A mãe de todas as enciclopédias diz que a Educação engloba ensinar e aprender.
Poderia também ir por aí: ensinar é o que o “mestre”, “o ensinador” (desculpem o mau jeito da palavra que, confirmo, não faz parte do novo acordo), o “professor”, o que ensina faz – no sentido mais restrito, o que transmite. Num sentido mais amplo, o que faz a mediação entre o objeto de aprendizagem e o que aprende.
Aprender, normalmente coloca-se no lado do que recebe, na nossa sociedade, o aluno.
Mas, e esta é a questão: ensinar e educar não são só isto.
Educar é muito mais que escola e muito mais que ensinar! Pensem, por exemplo, no que foi ensinado nas faculdades de economia por esse mundo fora e para o que lá foi aprendido – vejam como é difente a teoria dessa gente e a prática que nos (des)governa. Como é diferente ensinar e educar. Ensinar é passar conteúdos, sejam eles práticos ou teóricos. Sejam eles andar de bicicleta ou o teorema de Pitágoras. Educar é isso, mas é também respeitar os mais velhos, não buzinar no trânsito, ouvir quando os outros falam ou não entrar de chapéu dentro da sala de aula.
Dizia em tempos um ex-ministo que o difícil é sentá-los. Ora nem mais! Hoje, como nunca – penso nas turmas C.E.F. – é impossível dar aulas em algumas turmas. IMPOSSÌVEL – assim mesmo, com as letras todas!
E é aqui que entra o ponto final desta reflexão: para o sr. comentador Nuno Crato chega ensinar, quando, de facto, o que o país precisa é que a escola eduque.
Há maternidade precoce, investe-se na Escola. Há acidentes, lá vem a prevenção rodoviária para a escola. Há droga, a Escola que resolva. Há falta disto ou daquilo e é logo culpa da Escola.
Esta instituição – a ESCOLA – é uma criação recente da humanidade e as Elites perceberam que poderia ser um instrumento de promoção social, logo, trataram de a adaptar ao que precisam, que é claro, de menos promoção social e mais reprodução das desigualdades porque essa situação garante a manutenção do poder. E quem tem o poder só precisa de assalariados cumpridores, tipo peça de uma simples máquina.
Todos os meninos ricos da linha, seja de Cascais ou da Boavista, além do colégio têm artes, piano, ginástica, esgrima, equitação. A Educação, no seu sentido mais amplo, é para as elites algo abrangente que toca o conhecimento puro e duro, mas toca também as artes, o desporto, etc…
O que fica para os pobres? Uma escola sem artes, sem desporto onde parece que só há lugar para a Matemática e o Português? E esta é, nos dias que correm, a discussão que todos temos de fazer – que escola pública queremos?
O que temos em cima da mesa é uma coisa muito simples: a Escola Pública deve ensinar ou educar?
saber ensinar
Para a família Isley: May Malen , Felix Isley, Camila de Isley (nascida Iturra González, e Javier, mi Weñe, que hoje completa dois meses…! Pura criação….
Andamos a pensar no ciclo de ensino e aprendizagem. Sobre educação temos falado bastante. Sobre ensinar, começamos hoje, a partir de um ensaio que reescrevo. Dois acidentes aconteceram no caminho da vida da família Isley: [Read more…]
Ser professor
…para mi Weñe, que será professor….esse meu mais recente neto…
Por falar assim, o pontapé de saída para a educação, foi dadas pelos gregos, na época clássica. Foram eles que criaram o Liceu, um sítio só para homens e para o debate entre os mais velhos e os jovens efebos, como eram denominados os estudantes. O Liceu foi uma escola fundada por Aristóteles em 335 a.C.. [Read more…]
Educar, ensinar e sobreviver nas salas das nossas Escolas
A Escola tem sido uma espécie de mulher na recta de pigeiros. “Todos” se vão servindo dela e ainda por cima sem qualquer retribuição coerente com o serviço prestado.
Houve as paixões, as apostas, as opções e sei lá o quê mais.
Há até uma Escola que anda à frente do país que a possui, à escola! É uma escola que forma pessoas sem lugar no mercado de trabalho dos patrões reles dos ferraris.
A Escola pretende educar apesar de quererem que ela ensine ou será que quer apenas ensinar quando lhe exigem que eduque?
Sexualidade, prevenção rodoviária, educação para a saúde, alimentação, cidadania… Não tem fim o conjunto de competências que a sociedade exige à Escola.
Estará aqui uma das possíveis razões para o desconforto da relação entre a Escola e a Sociedade? Será por isto que a Escola procura um caminho e não o encontra? Ou será que é um caminho que nunca poderá encontrar porque não há caminho com os recursos existentes?
as minhas memórias 10 a psicanálise da sexualidade das crianças
….para comemorar a queda do ditador do Egito…
Síntese do meu livro de 2008: A psicanálise das crianças. Venturas e desventuras
Concerto de Natal Neojibá 2010
Ser criança.
Falar de criança, não é simples. Falar do que as crianças fazem, é complexo demais. Definir criança, é una sim e um não: o é o costume, o é a lei, a lei civil ou a lei usada em muitos países do mundo, entre os que Portugal também fica alinhavado. Preciso é dizer também o costume, como definidora de ser criança. Definição tão heterogénea, que é melhor se ajudar com [Read more…]
saber ensinar
Para a família Isley: May Malen que ontem fez um ano, a minha filha Camila (nascida Iturra-González), que hoje está de aniversário e para o nosso genro Felix Isley, nascido a 8 de Janeiro. No meio do mês, será o meu… Comemorações, entre 1 ano e os sessenta e muitos!

saber ensinar é saber criar, como Adão e a sua divindade por Michelangelo
É uma das tarefas mais difíceis da vida. Começamos por aprender em pequenos, passamos a estudar mais crescidos, e já adultos, somos nós que ensinamos. Mas, o quê?
Até onde eu saiba, não há escola de pais para aprender a ensinar. É uma permanente improvisação que nasce do fundo da nossa alma pelos sentimentos que criamos para as nossas crianças que, com paixão, fazemos. Eis o motivo do nome criança: são nossas, as fazemos, as amamos, as cuidamos.
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