A verdadeira notícia: cobra morre envenenada depois de morder seios gigantescos

Cobra  morde seio de modelo e morre

Esta notícia poderia servir para integrar um manual de jornalismo, porque notícia mais notícia não há: uma cobra morreu envenenada depois de ter mordido os seios da modelo israelita Orit Fox. Segundo a notícia, tratou-se de uma intoxicação por silicone.

Fox celebrizou-se devido ao grande número de operações plásticas a que se terá submetido e por, consequentemente, transportar seios gigantescos, como se pode avaliar pela fotografia junta, que permite avaliar que, se a cobra não morresse envenenada, acabaria por morrer sufocada ou de susto, caso olhasse directamente para a cara.

O Aventar soube que os israelitas estão a ponderar repor os níveis de silicone da célebre modelo e enviá-la para território palestino, a fim de se deixar morder pelo maior número de homens possível.

Consumir… jornalismo?

Nos últimos dias e a propósito de uma capa do Jornal “A Bola” corre uma histeria mais ou menos generalizada pela blogosfera, seja lá o que isso for.
Assinalo com surpresa alguns dos argumentos porque servem apenas quando dá jeito.
Não vou defender o jornal. Nada disso! Sou sócio do Sport Lisboa e Benfica e não compro aquilo há anos.
Parece-me que as coisas são, nos tempos que correm, muito simples – vivemos numa sociedade de consumo e há empresas que colocam um produto no mercado. Iogurtes, bananas, telemóveis, calças, jornais, informação, filmes…
Eu, consumidor, escolho – consumir ou não consumir é a nossa opção. Não vou começar a escrever um post de cada vez que um produto é mau. Teria certamente muito que escrever…
Já viram as páginas, muitas vezes a primeira, que o JN ou o DN fizeram com o governo nos últimos anos? Ou as primeiras páginas do Expresso? Ou…
Podemos, devemos, temos que analisar criticamente tudo o que acontecer, mas será que nos tempos que correm a liberdade não é também isto?
As empresas de jornais (comunicação social?) existem para dar lucro ou não?
Porque é que há jornais que fazem uma capa para Lisboa e outra para o Porto?
Porque é que há jornalistas impedidos de ir aqui ou acolá?
Porque há quem pense ser possível limitar a liberdade de imprensa. Não é. E ainda bem, até para que possam surgir maus exemplos como é o caso da capa de que se fala.
A liberdade de opinião e os tempos modernos são isto mesmo. Cada um come o que quer.
Uns, com espírito crítico afinado, preferem comer apenas aquilo que cai no prato…

As mulheres, a Comuna de Paris e o Sousa Tavares

‎”Não nos pronunciaremos sobre estas fêmeas, por respeito pelas mulheres a quem elas se parecem quando estão mortas”

Comuna de Paris: Barricada da Praça Blanche, defendida por mulheres

Alexandre Dumas Filho, escritor francês feminista a propósito das mulheres revolucionárias proletárias da Comuna de Paris. Escreveu em 1872 “La question de la femme” para a Associação pela Emancipação Progressiva da Mulher. Intelectual burguês, Dumas Filho defendia as mulheres na medida em que estas pertencessem à sua classe social.

Numa escala bastante diferente, faz lembrar o Miguel Sousa Tavares a referir-se aos deolindos. A Comuna de Paris chocou brutalmente os espíritos requintados. O seu esmagamento num mar de sangue aliviou-os.

As tropas de Versalhes avançaram bairro por bairro, enquanto a Comuna erigia centenas de barricadas com pedras de calçamento e sacos de areia. Na sua retirada, os integrantes da Comuna ateavam fogo em tudo: na noite de 24 de maio foi incendiado o castelo das Tulherias, ruas inteiras foram consumidas pelas labaredas. Nos últimos dias de luta, inúmeros reféns foram mortos, entre eles também o arcebispo de Paris.
Com a queda da última barricada, no dia 28 de maio de 1871, terminou a “semana sangrenta”, mas não o derramamento de sangue. Milhares ainda foram mortos, nos dias seguintes, nos parques, quintais e nas casernas. Os historiadores calculam que a Comuna tenha assassinado cerca de 500 adversários políticos, enquanto as tropas governamentais mataram entre 20 e 25 mil pessoas durante a reconquista de Paris e nos dias imediatamente posteriores. “ in Dw-world [Read more…]

Hoje é o Dia Internacional da Mulher

O DIA QUE NÃO DEVERIA EXISTIR

É hoje o dia que, mundialmente, se consagrou ser o da Mulher, e já existe há cem anos.

Na realidade não deveria existir tal dia, uma vez que o facto de existir, por si só, coloca a mulher numa posição de inferioridade.

Existe o dia da árvore, o dia do doente disto e da doença daquilo, da protecção deste e daquele aspecto, e por aí fora num chorrilho de dias consagrado a este ou aquele. Existem esses dias dedicados, desde que se viu que seria preciso proteger alguma coisa.

A Mulher não deveria precisar de um dia destinado a lembrarmo-nos dela. Também não deveria haver um dia dedicado ao Homem (embora haja e quase ninguém saiba quando é). Não é preciso. [Read more…]

Primeira página de "A Bola": lamentável

Já ouvi pessoas cultas e razoáveis defenderem as ideias mais estapafúrdias em nome dos respectivos clubes e já ouvi as mesmas pessoas defenderem a ideia que a paixão clubística permite que se defendam as ideias mais estapafúrdias. Aliás, Portugal, nos mais variados campos, incluindo a política, funciona com base na paixão clubística: os nossos são bons, os outros são maus.

Não há ninguém que, verdadeiramente, saiba perder, porque ninguém quer saber fazer tal coisa. No entanto, não aceito que tenha de me portar como um troglodita só porque perco. Mais: acredito que, após milhares de anos de evolução, tenho a obrigação de tentar ser tanto mais humano quanto mais vontade tenha de ser um animal, como sucede no momento das derrotas. Após milhares de anos de evolução, devo ser o menos pitecantropo e o mais pedagógico possível.

Assim, considero sempre ridícula qualquer desvalorização de uma vitória futebolística, sobretudo quando se trata de competições de regularidade, como é o caso de um campeonato. Na época passada, o título de campeão ficaria muito bem entregue ao Braga, como ficou ao Benfica. Este ano, vai ganhar a equipa mais regular, o Futebol Clube do Porto.

Em Braga, o Javi foi bem expulso, o Roberto foi mal batido, o Benfica perdeu bem. Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira ficam mal na fotografia, como é, infelizmente, costume nos treinadores e dirigentes que não estão em primeiro lugar, sempre prontos a atribuir derrotas a árbitros, a túneis ou a cabazes de fruta.

De treinadores e dirigentes espero, sinceramente, pouca elevação. De um jornal como A Bola, uma instituição do jornalismo, talvez ainda esperasse alguma pedagogia. Infelizmente, a primeira página de ontem é absolutamente lamentável de tão incendiária e tendenciosa que é.

Estação de Larinho

Um comboio ascendente deixa a estação de Larinho (anos 20/30).

Carnaval: Sócrates disfarçou-se de democrata

Cerca de doze elementos da Geração à Rasca interromperam um discurso de José Sócrates, em Viseu, e foram expulsos pela segurança. Compreende-se o risco: podiam exprimir opiniões contrárias à do orador, algo que seria legítimo num regime democrático.

O secretário-geral do PS, imbuído de espírito carnavalesco, conseguiu, no entanto, parecer um democrata, ao fingir aceitar com aparente abertura a intrusão dos jovens. A mordacidade demonstrada por Sócrates é perfeitamente aceitável, face a uma geração de milionários que parece que nunca estão satisfeitos com a verdadeira cornucópia que lhes tem sido proporcionado pela governação socialista.

O chefe do governo considerou a intervenção uma “belíssima partida de Carnaval”, confessando que é “assim que fazemos uns aos outros no Carnaval.” Na verdade, não fico admirado com o jeito que José Sócrates tem para brincar ao Carnaval: afinal, há seis anos que anda disfarçado de Primeiro-Ministro.

A RTP do nosso desperdício

O espírito com que escrevi o texto  ‘A TVI que os sustente!’ era de esperança. No fundo, o ânimo de que as saídas de José Alberto Carvalho, Judite de Sousa e da menos mediática Maria José  Nunes, da RTP para a TVI, tivessem o efeito de despertar consciências adormecidas. Precisamente de quem tem a missão de zelar pela aplicação de dinheiros públicos; caso, diga-se, do Secretário de Estado da Comunicação Social, Arons de Carvalho.

Todavia, com este e outros elementos do actual Governo a esperança de uma boa prática, uma que seja, esboroa-se em segundos. E assim, de súbito, foram contratar Nuno Santos da SIC para o cargo de Director de Informação da RTP,  sob protesto da Comissão de Trabalhadores – o comunicado desta refere ter havido um voto de falta de confiança nos 400 jornalistas da casa, número que, em boa verdade, também me impressionou pelo exagero e possíveis custos associados.

Pessoalmente, é-me indiferente que um Nuno qualquer, chame-se Santos ou Pecador, aufira chorudo ordenado. O que, de facto, considero ignominioso é a TV estatal, em tempo de sacrifícios lançados sobre milhões de portugueses, ter o despudor de realizar contratações milionárias. E mais ainda, como salientou oportunamente o meu companheiro Helder Guerreiro,  a RTP está em falência técnica desde 1996 e assim continua em 2010. [Read more…]