E não ia ser uma trapalhada por causa dos alunos que tinham saído dos colégios?
Exames daqui a uns dias – sim ou não?
Na terceira semana de maio vamos ter, mais uma vez, os exames nacionais dos 4º e 6º anos (poderá consultar todo o calendário em formato pdf).
Tal como tem acontecido nos últimos anos, esta atividade avaliativa, implica a paragem de todo o trabalho das escolas e, nesse sentido, uma vez que os professores estão envolvidos nas vigilâncias, boa parte dos alunos dos anos sem exames, tem uma semana de férias. Ao preparar o último trimestre de aulas, dei por mim a pensar nas vantagens e nas desvantagens dos exames. [Read more…]
Escola: conteúdos e memória
A Educação mudou muito nos últimos anos e não foi para melhor – poderia citar os 30 mil professores que NUNO CRATO despediu nos últimos três anos, mas desta vez vou falar de Educação pelo lado dos alunos e das suas aprendizagens.
O que é um bom aluno?
A resposta mais comum andará em torno destas respostas: um aluno que tira boas notas, um aluno que aprende bem, um aluno que tem sucesso, que …
Ora, tenho vindo a pensar nisto porque enquanto profissional me sinto cada vez mais condicionado a dirigir a minha prática pedagógica para um caminho que está errado – os exames (ou os testes).
Na Escola de hoje tudo parece ser mensurável e para medir nada mais fácil do que quantificar tudo o que mexe como se a escola fosse uma linha de montagem. Não é e não pode ser.
Com a febre do accountability às Escolas são pedidos resultados que se medem pelas notas que os alunos têm nos testes, isto é, nos exames. Ora, qualquer pessoa que tenha passado pela Escola sabe que há uma diferença MUITO significativa entre ser um bom aluno e ter boas notas nos testes (exames). E trago apenas dois argumentos para abrir uma discussão a que quero voltar mais vezes: [Read more…]
Liberdade para Educar
A viagem foi de transporte público e o hospital que a recebeu também. Quem a despachou foi o privado, esse reino maravilhoso dos BES e BPN’s. E, ao contrário de alguns camaradas aqui da casa, nada tenho contra o privado, desde que não funcione à pala dos dinheiros públicos o que, em boa verdade, acontece com quase todos os grupos económicos. Serve esta regra também para a Educação: se há pessoas que querem para os seus filhos uma formação com uma forte dimensão religiosa devem ter o direito de o fazer. Não podem é exigir que seja eu a pagar, isto na base do argumento da direita, o famoso utilizador / pagador.
Não era por aqui que eu queria levar o post, mas saberá o caro leitor que a competência na escrita não é uma coisa matemática. Vamos lá então colocar as palavras no eixo para que vieram ao mundo.
As confusões que Pedro Passos Coelho plantou nos concursos de professores levaram um conjunto de ignorantes a tomar como certo um conhecimento que, manifestamente, não faz parte das suas propriedades e, a ignorância é uma coisa do C….! O concurso teve uma fase nacional que correu bem, uma centrada nas escolas que correu como todos sabem e qual é a proposta que nos chega da direita? Acabar com o concurso nacional ( o que correu bem!) e ampliar o concurso local (o que correu mal).
São muitos e variados os motivos que me levam a defender um concurso nacional, único e onde a graduação seja respeitada. Aliás, partilho de tudo o que aqui foi escrito.
Mas, há uma dimensão que gostaria de desenvolver e que se prende com a autonomia do exercício da profissão. [Read more…]
O Homem que mais sabe sobre ensino da matemática
Escreveu no Público! Finalmente o artigo que eu gostaria de ter escrito!
JUNTOS contra o vEXAME
As organizações de Professores deram mais um passo no sentido da unidade na acção que a o vEXAME de Nuno Crato nos exige. Este é o tempo de agir, mas não vale a pena trazer para a discussão argumentos sem sentido – eu quero lá saber o que tiveram ou deixaram de ter na, igualmente estúpida, avaliação de desempenho!
Vamos lá então, tentar sistematizar as questões:
a) Decisão política: para Nuno Crato a qualidade é uma consequência da avaliação. É assim no 1ºciclo, com o exame no fim da “antiga 4ª classe”, ou no 2º, com os exames no 6ºano. Para esta gente e, em certa medida para parte da equipa de Maria de Lurdes Rodrigues, avaliar é classificar e qualquer aprendiz na formação inicial de Professores sabe que a avaliação é muito mais que isso. Logo, o exame aos Professores é um elemento de coerência políticas nas práticas de Crato. Já o mesmo não poderemos dizer do PSD que em 2008 se colocou ao lado dos professores contra a prova.
E, em jeito de avaliação da medida política, o chumbo é mais que certo: ninguém vai tratar da poluição do Rio Tinto junto à Marina do Freixo. [Read more…]
O desespero da Escola Pública
Para ler no Público:
Desespero. Letras juntas sob a forma de uma palavra que pintam de preto a Escola Pública. Mas, a Escola Pública não é dele, não é deles. É nossa e só ela garante o nosso Futuro! Por isso, parece-me que vale a pena pegar nos lápis e nos marcadores e agir para pintar a Escola Pública de muitas cores. Para ser possível educar, ensinar e, acima de tudo, aprender!
Matrículas por sorteio puro
Agrada-me a ideia do João:
Para todos os efeitos tal obrigaria a um sistema de matrículas único. E aí está o argumento com que deve ser confrontado a partir de agora Nuno Crato: cheque-ensino? vamos a isso, mas incluindo a obrigatoriedade de as escolas aceitarem aleatoriamente os alunos candidatos à matrícula, sem qualquer possibilidade de selecção humana. Depois veremos como ficam os rankings e quantos colégios aceitam jogar de igual para igual com as escolas públicas.
Num comentário a um post anterior sobre este tema alguém questionava qual seria o problema deste tipo de informação ser tornada pública:
Os pais, se puderem, colocam o filho na escola que melhores garantias de futuro lhe dá. Sinceramente, nunca entendi esta polémica toda que todos os anos se verifica com os rankings. Desde quando ter informação é algo de negativo? [Read more…]
Ranking das Escolas
Eles aí estão: Expresso, Público, JN.
Ainda sem muito tempo para analisar, mas palpita-me que os colégios privados vão aparecer no topo das listas e à frente no alinhamento dos telejornais. Agora, com o cheque – ensino na mão o pessoal da Fonte da Moura ou do Viso vai todo a correr para o Luso-francês, ou não!
Apetece-me deixar uma pergunta sobre esta brincadeira, bem séria dos rankings: o que ganhou a Escola Pública e os seus alunos com estas divulgações?
A Escola, a crise e a fome no dia Mundial da alimentação
Hoje, um pouco por todas as escolas do país comemorou-se o Dia Mundial da Alimentação.
Diziam-me que os putos insistem em ir para as aulas sem pequeno-almoço e decidi, por isso, aproveitar a aula de hoje para trabalhar a questão. Lá perdi umas horitas a procurar os conteúdos certos, nomeadamente, um vídeo e um jogo, recursos sempre eficazes nestas matérias… E lá fui.
A caminho da escola, no meio do trânsito, pensei em fazer algo mais – um cocas do pequeno almoço. Lá fui a correr comprar o papel colorido e …
Com tudo isto acabei por perder muito mais tempo a preparar a aula do que a …
Quando me cruzei com uma colega – daquelas que eu gostaria que fosse professora dos meus filhos – que me falou nos cortes, ainda ironizou quando lhe falei da actividade que tinha desenvolvido.
“és de bom tempo” (…) “o que eles querem é isso, que a gente continue a trabalhar para os alunos”
Caramba!
Fiquei a pensar no que ela me disse, no corte de mais de 25% que Passos e Coelho fizeram, como governantes, na Educação. Em todas as maldades que Nuno Crato tem feito e até no crescimento orçamental para apoiar o ensino privado.
Tens razão!
Está na altura de desistir!
O exame de matemática da 4ª classe
Está feito o segundo exame do 4º ano – depois de terem realizado o de Português hoje foi a vez dos pequenitos se sentarem perante o exame de matemática.
E, tal como a Associação de Professores de Matemática, também eu considero que os exames são um mal desnecessário – são um instrumento de regulação que não acrescenta qualidade, antes pelo contrário.
Algures ali pelo Freixo, além da ponte e da Marina, desaguam dois cursos de água – o Torto e o Tinto. Há quem lhes chame rios e um até dá nome à terra dos melhores habitantes desta casa, o Aventar.
Não é preciso fazer o cruzeiro das três pontes para perceber que ao Douro chega, também, mais do que a água vinda lá dos Picos da Serra de Urbião, nomeadamente, os esgotos do Porto e de Gaia e muitas outras realidades, deslocadas do conteúdo deste post que começou por ser de matemática.
Não me parece honesto exigir que algures na Afurada se possa exigir um Douro fantástico e limpinho (sim, limpinho, limpinho, limpinho).
Pois, Crato imagina o exame da 4ª classe como um processo que na foz do curso vem resolver todos os problemas. Infelizmente, como não sabe mais, não percebe que está completamente enganado. [Read more…]
A pessoa que somos
481 A pessoa que somos, e que parece evidente, aprende-se devagar.
Também é matéria difícil. Mas tudo o que é essencial na vida é difícil. (…)
(Vergílio Ferreira, Pensar)
Um dia… Um dia, alguém irá conseguir que A Minha Pessoa seja matéria a estudar nas escolas! Ideia maluca? Eu não sei…
Vou emigrar :(
A situação de desemprego é a mais delicada em termos pessoais, porque é uma espécie de buraco negro da esperança que transporta para o campo da impotência a mais fortes das personalidades.
Se há quem pense que escrevo muito, sou ainda pior a botar faladura.
Quase nunca sinto a ausência de palavras, mas a presença junto da fila do Centro de Emprego de Gaia tirou-me algo que tinha como certo – é mesmo possível ficar sem palavras.
O que se diz quando alguém te diz que vai emigrar porque não aguenta mais isto?
Apetece-me GRITAR a todos os desempregados, estou aqui, quero ajudar, digam-me como!
Sigo para a Escola, olha à minha volta e vejo menos gente. Vejo os amigos de sempre, mas falta aquela gente nova, que trazia os corpos de verão, os sorrisos mais felizes do mundo, aqueles que transportavam a alegria de ter TRABALHO. Era só isso: tinham trabalho! A sua dignidade existia porque teriam dinheiro para dar de comer aos filhos.
Sento-me para a reunião. Temos mais 51 alunos na escola!
Temos menos 31 professores!
Ora nem mais! É o milagre da multiplicação dos pães: temos mais alunos e menos professores!
Para si, caro leitor, é mesmo assim: na minha escola há menos professores para mais alunos, isto é, e trocando por miúdos, há menos professores para os seus filhos: o seu filho, este ano, vai ter menos apoio na escola.
Vamos ter uma PIOR escola pública!
Postcards from Romania (27)
Elisabete Figuieredo
Fazer ginástica diante de deus ou, talvez, dançar
A Catedral Ortodoxa de Cluj é o lugar mais pacífico do mundo. Hoje, quero dizer. Amanhã encontrarei outro, seguramente. Nenhum turista, além de mim. Só pessoas que rezam, em silêncio entre os milhares e milhares de frescos, a escuridão, pequenas capelas que parecem grutas, algumas velas. Ouvem-se cânticos, para além do silêncio. Se escutarmos bem, se pusermos todos os sentidos no escutar, tenho a certeza que compreenderemos estas pessoas. [Read more…]
O problema dos alunos
Ser hoje aluno numa escola pública não é o mesmo que ter sido aluno numa escola pública ontem.
A Escola do Cerco (Porto) foi a minha casa durante uns anos e de lá saí, como muitos outros, para a Universidade. A maioria dos meus colegas, ali pelo 3º ciclo abandonou a escola, mas houve para muitos uma verdadeira oportunidade. Localizada numa das freguesias mais complicadas do Porto, a Escola do Cerco não era um problema. Foi para muitos a solução e é sempre um prazer ir ao Hospital de S. João e ver um amigo médico, entrar numa escola e ver um colega professor, etc…
Hoje, mais de vinte anos depois está tudo um bocadinho mais complicado.
A Escola Pública está a braços com uma dificuldade, que não sendo nova está na matriz conceptual que o conservador Nuno Crato tráz para a Escola. Para ele e para os seus, a escola pública deve, em primeira análise, criar trabalhadores produtivos e eficazes. Daí a “conversa” em torno das vias profissionalizantes que querem introduzir logo aos 10 anos. Se me permitem a demagogia, quantos de nós, com 10 anos, seríamos competentes para definir o nosso destino? [Read more…]
Vamos continuar a apertar porque está a resultar
Que ninguém tenha dúvidas, porque a realidade está aí para o mostrar: o Governo em geral e o Nuno Crato em particular já perceberam que o Monstro está a acordar.
Os Professores estão a começar a levantar-se – foi a Manif da semana passada, as vigílias desta semana, serão as concentrações regionais da próxima semana e tudo o que for preciso, porque está a resultar.
Durante meses, o homem desapareceu. Ninguém o via!
Numa semana apareceu mais do que o animal atrás do Pinto da Costa. Após a Manifestação de Lisboa, ainda tentou continuar escondido, mas em cima da marcação das Vigílias fez uma conferência de imprensa e divulgou um comunicado.
É também por isto que não entendo o Paulo, que continua a ter um Umbigo do tamanho do mundo: se é dos sindicatos é porque é do PCP, se é dos professores é porque é do bloco. Posso deixar um desafio – será que queres sugerir alguma forma de luta? O que fazer a seguir? [Read more…]
Pelo teu direito à Escola e à Educação, eu vou!
Nos últimos dias tenho passado por dezenas de escolas do grande Porto e a confusão está instalada. As medidas do comentador televisivo Nuno Crato são de tal forma absurdas que são já os alunos a sofrer com toda esta trapalhada. E os professores, enquanto classe, estão a acordar!
As continuidades, os projetos, as investigações, tudo e mais alguma coisa valem zero para os burocratas que têm a missão de empurrar a Escola Pública, tal como o Sistema Nacional de Saúde, para um cantinho da nossa sociedade – não me surpreende, por isso, o acordar da classe média. É um acordar contra a degradação e contra a privatização da educação e da sáude.
A receita laranja é simples e pode explicar-se em breves linhas: [Read more…]
Nova organização curricular do ensino básico e do ensino secundário está publicada
O que ninguém queria aconteceu! Está publicado em Diário da República o diploma que vai levar milhares de docentes para o desemprego e que vai tornar mais pobre a Escola Pública.
O Decreto-Lei 139/2012, de 5 de julho é um momento mau da História da Educação. Haverá um antes e um depois do 139.
Mas será tarde.
Mudam disciplinas, acaba o Estudo Acompanhado e a Formação Cívica, reduz-se o tempo de trabalho com os alunos, muda-se para poupar dinheiro, não me muda para melhorar a aprendizagem dos alunos.
R.I.P Escola Pública
Crato incompetente, brincalhão ou eficaz?
Não é fácil escrever sobre Nuno Crato.
As teorias comuns trazidas para os lugares televisivos do Medina Carreira levaram Nuno Crato, divulgador de Ciência, para um campo demagógico e mediático que permitiram a Nuno Crato, Ministro, ser uma coisa próxima do Ministro que todos queriam ter.
Tive sempre algumas dúvidas em relação aos comentadores que dizem o que “todos” querem ouvir e muitas mais ainda quando dizem, sobre o ensino da matemática, o contrário do que me mostra a experiência com os alunos.
Mas, isto tudo, para dizer que chego a esta altura sem qualquer tipo de desilusão. E por uma razão simples – em relação ao Ministro Crato nunca tive qualquer tipo de ilusão.
E para levar o post do terreno da opinião para o pântano dos factos:
– o ano letivo terminou e ainda não se conhece o calendário escolar do próximo ano. Como é que se pode preparar um ano letivo, o próximo, sem o seu elemento mais estruturador?
– o ano letivo terminou, temos um para preparar e ainda não sabemos que disciplinas, nem tão pouco como se vão organizar (tempos, cargas horárias, semanais). Será que o MEC vai demorar muito tempo a divulgar este documento?
– as escolas ainda não sabem qual vai ser a oferta formativa que vão ter para o próximo ano. Temos alunos que não fizeram exames do 9º ano na expectativa de entrarem em cursos que agora as escolas não vão oferecer. O que vai acontecer a estes alunos?
Qualquer empresa faz um plano de trabalho a meses, a anos… Esta Mega- Empresa, o Ministério da Educação que é a “maior” empresa do país, despede pessoas que precisa, corta cursos que os alunos querem, deixa no vazio decisões que são urgentes…
E poderia trazer para cima da mesa mais exemplos, mas prefiro pensar por agora que não se trata nem de incompetência, nem de brincadeira: Nuno Crato está a fazer bem o seu trabalho de levar para o Privado os poucos portugueses que têm dinheiro para o fazer.
Eficaz. Sem dúvida.
Matemática – o exame do 9º ano (código 92)
Hoje foi a vez do exame de matemática do 9º ano (código 92). Também já estão disponíveis os critérios de correção.
Um olhar rápido pela prova permite-me pensar que se tratou de um exame complicado. Uma escola com alunos de elite teve uma parte muito significativa dos alunos a sair da sala apenas ao fim dos 120 minutos, isto é, além dos 90 do “jogo” precisaram de usar os 30 do “prolongamento”.
Se a catástrofe dos testes intermédios e da prova de aferição do 4º ano se repetirem, então parece-me que vamos ter surpresas desagradáveis nos resultados.
Prova Final de Língua Portuguesa – 6º ano (código 61)
Os alunos do 6º ano realizaram hoje a prova final de Língua Portuguesa (pdf) – também estão disponíveis os critérios (pdf). Há quem lhe chame exame, mas é de facto uma prova. Qual é a diferença? Ninguém sabe!
O texto inicial, um excerto de “A maior flor do mundo“, de José Saramago é uma boa escolha que é do conhecimento dos alunos, pelo menos de uma boa parte deles. No entanto, as perguntas de interpretação poderiam trazer algumas dúvidas, mas não eram, globalmente “complicadas”.
A gramática (ou lá como se chama agora!) tinha umas ratoeiras e a composição pretendia ser sobre um dia na Natureza. Não se compreende a limitação das 200 palavras, para duas páginas e meia. Isto é, os alunos só podiam escrever até 200 palavras, mas tinham duas páginas e meia para o fazer.
E o professor de matemática, autor do post, atreveu-se a comentar a prova de Língua Portuguesa porque quer dar o mérito a quem o tem. A equipa de Nuno Crato conseguiu fazer da Prova de hoje um excelente treino para a de matemática, da próxima sexta-feira. Pelo menos no que diz respeito ao trabalho em torno dos números naturais: 1,2,3,… até 200.
Houve miúdos que acrescentaram e outros que retiraram conteúdo à composição porque ainda tinham palavras para gastar ou a mais porque ainda tinham crédito, conforme o caso.
Com esta prova ficou claro que Portugal não precisa de mais exames, que até iriam ser uma despesa acrescida. O que Portugual precisa é de juntar muitos exames, num só! Uma espécie de PGA – Prova Geral de Aprendizagens.
Pense nisso caro leitor – um texto sobre animais. À volta do tema, perguntas de Química e de Biologia viriam depois da interpretação (língua Portuguesa). Uma contas sobre a descendência do animal, uma tradução para mandarim e estava feito! O Cratês educativo no seu melhor! Que vos parece?
Enquanto pensam nesta brilhante proposta, deixo-vos o vídeo do filme ” A Maior Flor do Mundo”.
Despacho de Organização do Ano letivo: a 3ª análise, à procura da autonomia
A autonomia das Escolas é a necessidade mais urgente do nosso sistema educativo. Já foi decretada pelo menos três vezes, mas existir, de facto, nunca existiu.
Tenho, também, muitas dúvidas sobre o que cada um de nós entende por autonomia. Como se concretizaria? Na definição do currículo? Ou apenas autonimia para a sua implementação ou só para a distribuição dos programas (parte do currículo) ao longo do ano?
Na escolha de professores? Na seleção de alunos? Na possibilidade de expulsar alunos da Escolaridade obrigatória? Na possibilidade de exigir propinas?
Creio que não será fácil encontrar pontos de encontro nesta temática, aparentemente consensual entre todos. Percebem-se, também por isso, as dúvidas que surgiram à volta do Despacho de Organização do Ano letivo, que, todos percebemos, é uma espécie de manual do maior despedimento da nossa história coletiva.
Por um lado, o Legislador pretende alguma gestão flexível, mas por outro, insere expressões como “dentro dos limites estabelecidos” (artigo 3º, ponto 2) ou como, no artigo 13º, ponto 4: “Ouvido o conselho pedagógico, o diretor decide.” [Read more…]
Prova de aferição: fácil? Complicada? Ou antes pelo contrário
Vai boa a discussão sobre a Prova de Aferição.
De quando em vez aparece toda a gente a mandar umas postas de pescada sobre o que não sabem, fingindo-se conhecedores de áreas que ignoram. Mas se eu posso falar de bola, também eles podem falar de educação matemática.
De uma forma ou de outra os lugares comuns levam a conversa para o “no meu tempo é que era”. Diria que as coisas são um pouco diferentes de facto. Vejam o exemplo disponível na imagem e que é um dos exercícios da prova de hoje. [Read more…]
Número de alunos por turma – contributo para baralhar
O Ministério da Educação e Ciência decidiu aumentar o número de alunos por turma:
“5.3 — As turmas dos 5.º ao 12.º anos de escolaridade são constituídas por um número mínimo de 26 alunos e um máximo de 30 alunos.”
A experiência mostra que tirando uma ou outra escola onde o Director recorre a meios menos formais de manter as turmas em números aceitáveis, está bom de ver que a referência vai mesmo ser as três dezenas.
Os lugares comuns dos mais velhos viajam na máquina do tempo e ” no meu tempo também eram 30 e eu aprendi”. Pois, e quantos reprovaram? E quantos ficavam para trás? Quantos passavam do 1º ciclo? Os lugares comuns do comentador Nuno Crato também vão muito neste sentido. [Read more…]
Deixem-nos ser Professores
Há muito, muito tempo, havia algures em Portugal uma escola onde os Professores discutiam o que colocar num pano para levar a uma Manifestação. Depois de muita conversa, muita discussão, depois de um plenário para escolher a melhor frase, chegamos a uma conclusão muito simples: Deixem-nos ser Professores!
É com um sorriso amarelo e com aquela sensação de que se tem razão antes do tempo que fomos ler o relatório da OCDE (pdf) que indica um caminho: os Professores precisam de centrar o seu trabalho nos alunos. Têm que deixar de andar a brincar aos relatórios e às reuniões para fazerem o que lhes é pedido pela sociedade: trabalhar com os alunos.T.P.C. – sim ou não?
Já tinham saudades destas 3 letrinhas. Confessem… Todos para Casa, trabalhos para crianças, tortura para crianças…
A reflexão está de volta: trabalhos para casa: sim ou não?
De um lado, quem acha que o que faz falta é tempo para brincar, para ser criança.
Do outro, quem pensa ser importante o trabalho, a disciplina.
Diria que todos podem ter razão. [Read more…]
Análise de reorganização curricular ou… (I)
Do maior despedimento alguma vez feito em Portugal!
Nuno Crato continua a fazer o seu caminho – para os menos atentos é o percurso oposto ao do comentador televisivo no tempo de Sócrates. Para quem está a ver para lá da poeira dos dias, trata-se apenas de um assessor do Ministério das Finanças, que de Educação pouco sabe e que por isso se limita a mexer no que está quieto, fazendo de conta que muda tudo, para que tudo fique na mesma ou pior…
Desta vez temos a reorganização curricular. Não é a questão central do nosso sistema educativo, mas é uma questão importante que precisa de ser revista. No entanto, o MEC limita-se a elaborar uma proposta que apenas vai levar ao despedimento de mais de dez mil professores – não acrescenta nada e não resolve nada. Estraga, apenas!
Vejamos: [Read more…]
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