Elizabeth Taylor (1932-2011)

Uma das actrizes que mais admiro na sétima arte. E que melhor combinou a beleza com a arte de representar.

Elizabeth Taylor, “uma rapariga do meu tempo” como o meu pai sempre se refere quando se fala dela, será para muitos a “Cleopatra” ou a “Virginia Wolf”.

Para mim, será sempre a “Gata em telhado de zinco quente”.

Ao cair do pano, um registo obrigatório no dia do seu falecimento.

Apologia de Sócrates: o discurso

Feita pelo próprio, como é costume. Pode ouvir-se aqui.

Retenho uma afirmação: “O país não ficou sem governo.” Finalmente, Sócrates revela clarividência: não se pode ficar sem aquilo que não se tem.

Demitiu-se

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Título: Portugal sob pressão
Título 1º gráfico: juros da dívida pública a 10 anos
Título 2º gráfico: aumento do risco associado à dívida pública (spreads em relação às dívidas públicas a 10 anos)
Fonte: Frankfurter Allgemeine Zeitung (tradução do Google)

O discurso de Sócrates em resumo:

«Bla bla bla bla bla está tudo a correr bem bla bla bla bla o défice de 2010 não vai ser nada 10% do PIB bla bla bla bla este PEC não veio ditado pela Merkel bla bla bla bla.

Bla bla bla este PEC não precisava de ir a votação bla bla bla e não foi a votação para forçar a queda bla bla bla contem comigo para trazer mais do mesmo bla bla bla bla.

Eu quero o melhor para o País. E o País sou eu.»

Umas notas a ter em conta:

  • desde Maio 2010, o BCE já comprou cerca de 77.5 mil milhões de euros da dívida portuguesa
  • para todos os efeitos, a ajuda externa já cá está há quase um ano
  • apesar do fogo de artifício sobre o “bom” desempenho dos primeiros dois meses, afinal no fim de Março nem um tostão sobrará

Onde está a coragem de Sócrates e Teixeira dos Santos?

José Sócrates, enquanto detinha o poder, apresentou-se sempre na AR com tiques de superioridade, arrogância e, por vezes, desprezo pelos opositores. Não raro, humilhou-os e reduziu-os àquilo que entendia ser a sua insignificância, casos de Heloísa Apolónia, Francisco Louçã ou Paulo Portas. Era de esperar que um homem tão convicto e corajoso, tão impado e seguro de si mesmo, ouvisse o julgamento final sobre a sua governação. Fugiu. Desta vez fugiu mesmo, fisicamente, porque à realidade furtou-se sempre. O retrato de um homem sem respeito pelo parlamento e pelo país.

Manuela Ferreira Leite confirmou hoje o adágio que garante que a vingança se serve gelada. Enquanto falava, foi a vez da fuga de Teixeira dos Santos, que  foi perder-se algures nos Passos Perdidos. Os dois homens que detiveram mais poder no país nos últimos anos,  como se ainda fosse necessário, revelaram a sua verdadeira dimensão. Uma dimensão autista, pouco corajosa e nada digna. Para não dizer pior.

A crise

Hoje discute-se a crise da República, como agora se diz. Ontem o Presidente da República disse que foi ultrapassado pelos acontecimentos desta crise que, disse ele, começou há alguns dias. Erro. Esta é uma crise que vem de há décadas e, verdade seja dita, não é só de Portugal. É do ocidente e de Portugal ainda mais face, à sua débil economia.

Esta é a crise de um sistema económico que resolveu transferir a sua capacidade produtiva para oriente, onde a ausência de responsabilidade social compete com o elevado nível de vida ocidental. É a crise de países que decidiram abrir as fronteiras sem cuidar que a competição que aí vinha era leal. É a crise que fez a riqueza do lobby da importação e distribuição. É a crise de um ocidente que vai gastando o que amealhou em sucessivos anos de prosperidade económica, tendo sido transformado num mero mercado consumidor.

Hoje discute-se o calendário que o PS escolheu para ir de novo a votos. Em simultâneo, um número incerto de empregos nasceu a oriente, em número semelhante àquele que desapareceu no ocidente.

A fuga do primeiro-ministro

José Sócrates ouviu o ministro das finanças e fugiu ao debate. Será, certamente, mais uma abordagem ao diálogo e à abertura de negociação por parte do governo. Em contrapartida, Sócrates falará aos jornalistas às 20h, local de excelência, como se sabe, para confronto político entre as diferentes forças parlamentares e com possibilidade de contraditório face ao que for apresentado.

Olhando para os actos que passo a passo vão sendo tomados e para o discurso oficial, é notório que o governo anseia cair. Se não, porque havia de ter hoje apresentado de forma apressada o que poderia apresentar daqui a um mês? A resposta prende-se, naturalmente, com o facto de não haver boa execução orçamental alguma, como tem a propaganda governamental apregoado. Basta notar que o «superavit de mais de 800 milhões nas contas públicas anunciado pelo Governo há seis dias vai ser completamente anulado em Março, mês em que o défice vai ser de quase três mil milhões» (TSF).

O governo deseja eleições porque daqui a semanas a realidade cairá em cima dos portugueses. O que está em causa é apenas a velha máxima de não se poder enganar todos durante muito tempo.

A criança dita incapacitada – Portugal nestes dias com um PM demissionário

Para minha amiga Ana Paula Vieira da Silva, que inspirou a ideia deste texto.

Escultura de Amitaba, da Dinastia Tang, encontrada nas grutas de Longmen, na Índia.

É-me impossível não criar uma metáfora entre a criança dita incapacitada e a nossa Pátria. Todos amamos esse berço, onde nascemos o fomos adoptados. O problema é que nosso venerado país e os seus sucessivos governos, parece uma criança incapacitada. Se entres as crianças há apenas as ditas incapacitadas, porquê Ana Paula e Eu, por intermediação da Magister Elsa Figueiredo e o Doutor José Manuel Cravo Filipe, obtiveram os seus pós graus no que hoje se denomina criança especial; por outras palavras temos observado que as pessoas adultas parecem ser incapacitadas para governar, criar leis convenientes para o desenvolvimento do país e o seu crescimento económico e financeiro.

 
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Sugestão musical do dia

Corra bem ou mal para uns e para outros, o certo é que esta música se vai colocar que nem uma luva a alguém.

PORQUE ONTEM JÁ ERA TARDE

Este governo é mentiroso
mentiu aos Portugueses quando prometeu que iria governar e governar foi das poucas coisas que não fez;
mentiu aos seus Parceiros quando assinou acordos que, pior que não ter cumprido, já sabia de antemão que não iria cumprir;
mentiu ao Mundo quando anunciou números que sabia não serem verdadeiros.

Este governo é prepotente
o, ainda, Primeiro Ministro, petulante e insolentemente, nunca quis entender que o eleitorado não lhe deu uma maioria absoluta;
o, ainda, Primeiro Ministro tratou os seus Parceiros parlamentares com desdém e desprezo;
o, ainda, Primeiro Ministro, casmurro e caprichoso, nunca quis perceber que o caminho que escolheu estava, claramente, errado.

Este governo é incompetente
este governo nunca efectuou qualquer reforma nas estruturas administrativas, económicas e sociais que permitisse ao nosso País evoluir e enfrentar os presentes desafios em condições de equidade com o resto do Mundo;
este governo absteve-se de governar e, em substituição, limitou-se a pedir dinheiro emprestado e a roubar os Portugueses;
este governo teve um único desígnio que foi a sua própria sobrevivência, esquecendo-se dos Portugueses e de Portugal;
este governo orientou toda a sua actividade em função de operações de propaganda;
este governo nunca assumiu qualquer responsabilidade por nada, mas culpou todos os outros por tudo.

Por tudo isto e porque a continuidade deste governo só hipoteca o nosso futuro, espero que hoje seja, realmente o DIA.

Metamorfose mediática em 6 anos

É hoje!

Avancei há apenas algumas semanas, a propósito da rejeição da desastrada moção de censura apresentada pelo B.E., que Sócrates iria durar provavelmente até Abril. Confesso que me enganei, felizmente acaba hoje o seu consulado, o pesadelo no entanto continuará, é de esperar para os próximos 2 meses uma sucessiva nomeação de boys and girls para todo o tipo de cargos no Estado. Basta ficarem atentos às próximas edições do Diário da República, mas hoje é um dia para celebrar, o fim da era Sócrates. Desconheço qual será o futuro, mas o presente não deixa saudades!

saber

dizem por aí que o saber nunca é demais

Parte de um livro meu em edição….

Queira lembrar o leitor, que denomino tempo à cronologia. Esse, que era delineado enquanto expunha saber. Pense o leitor, que talvez Jack Goody (1973,1976), bem como os seus mestres Meyer Fortes (1938 e 1970) e Evans Pritchard (1962) – todos eles mestres meus também, tenham tido razão ao correlacionar o tempo e a estrutura dos grupos sociais, entre os quais, o doméstico. Como debato em outro texto

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A Partir de 1,100 Euros

Os interessados devem contactar o dono.

O risco de bancarrota nacional

Tanta pró-actividade propagandeada para a nova magistratura; afinal…

Cavaco também está à rasca

 Bancarrota nacional é o óleo endémico-infeccioso com que, no discurso e comentário políticos, se vem ungindo a vida dos portugueses. O cidadão comum, constrangido por problema colectivo sem precedentes há décadas, sente o garrote da ameaça às mais simples condições de vida.

Chegámos, pois, onde chegámos, pela mão de homens, como Cavaco, que, sem  pudor, reclamam hoje a produção de bens transaccionáveis, por eles próprios dizimada. Guterres, a seguir, não ficou atrás, Barroso ajudou Portas a comprar uns submarinos e evadiu-se. Finalmente, temos tido Sócrates, homem sem perfil de estadista ou sequer de cidadão credível.

Por dever democrático, e dado o momento que vivemos, os políticos de partidos que nos governam há 30 anos deveriam declarar, sem subterfúgios, que uma  provável bancarrota fará implodir os sistemas de prestações sociais e salários do Estado, de remunerações do sector privado, da actividade empresarial e ameaçar as  poupanças de muitas famílias, aforradas nos bancos. Isto, para citar apenas um subconjunto de graves incidências.

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