Como vai o fundo pagar o empréstimo do estado?

Fundo de Resolução dá como perdidos os €4,9 mil milhões injectados no Novo Banco em 2014

Impunidade

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A Moody’s pronunciou-se sobre o rating da República. Meses após a última avaliação, o rating da dívida portuguesa mantém-se no nível Ba1. Lixo, portanto. Significa isto que continuamos a não ser dignos da confiança da notável agência de notação. E tudo isto é dramático, não tanto pela decisão, mas antes pela dependência umbilical em que nos encontramos face a este poder privado e não escrutinado que continua a decidir por nós. [Read more…]

O crime que compensa

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Cartoon via NBCnews

Em Janeiro, o Goldman Sachs pagou mais de cinco mil milhões de dólares para encerrar um processo instaurado pelas autoridades norte-americanas, por ter burlado milhares de investidores com produtos financeiros tóxicos, que estiveram na origem da crise financeira de 2008, a tal que afundou a economia mundial, Portugal incluído, e que geraram lucros incomparavelmente superiores para o banco de investimento. Moral da história: se fores um banco, daqueles mesmo grandes, o crime compensa. No limite pagas uns trocos para serenar a justiça, que é tua amiga mas tem que manter as aparências, e não se fala mais no assunto. Ou não andasses tu a financiar presidentes e políticos por esse Ocidente fora. [Read more…]

Aquele raro momento em que a crise financeira serve de pretexto para alguém se safar

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Portugal foi assolado por uma violenta crise que, tendo tido a sua origem num cocktail de especulação financeira, terrorismo de mercado e décadas de governação criminosa, criou as condições perfeitas para um processo de sequestro democrático que o bloco central amavelmente aceitou, ou não fosse Portugal um protectorado pobre da burocratocracia de Bruxelas.

Tomados por um poderoso surto de síndrome de Estocolmo, os dirigentes do PS e, posteriormente, os de PSD e CDS-PP, comportaram-se como bons alunos, o equivalente moral, neste tipo de cenário, a dizer que se comportaram como um cão com um dono violento, que por muito que apanhe continua a abanar o rabo e a pedir festas. Seguiram-se meses de venda de património estatal ao desbarato, cortes salariais, em pensões e em prestações sociais, desinvestimento no Estado Social, desregulamentação laboral, brutais aumentos de impostos e milhares de portugueses em fuga para o estrangeiro. Os ricos ficaram mais ricos, os pobres ficaram mais pobres, a classe média entrou em vias de extinção e o fosso transformou-se num buraco negro. [Read more…]

Manipular a economia é desígnio divino e não merece castigo.

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O Departamento de Justiça dos EUA pretende multar o Deutsche Bank em 14 mil milhões de dólares pelo seu envolvimento numa série de atentados terroristas que culminaram na crise financeira que afundou a economia mundial, levando países como Portugal e a Grécia na enxurrada. A jihad neoliberal arrasou tudo à sua volta, exceptuando, claro, as elites que tão bem souberam aproveitar o sangue nas ruas para comprar propriedade, como aconselhava em tempos um famoso terrorista venerado pela seita. [Read more…]

Irlanda prende três banqueiros responsáveis pela crise de 2008

Notícia da Reuters. Para quando o mesmo em Portugal?

Passos admite que crise financeira não foi paga por quem a originou

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A crise financeira de 2008

“E seriam mais uma vez os portugueses, os mais desprotegidos e mais vulneráveis, seria uma vez mais a classe média a pagar o preço, como foi pago no passado”, reconheceu Passos Coelho, o primeiro-ministro que aplicou os sofrimentos em causa, ao mesmo tempo que poupava o sector financeiro.

Economists offer numerous reasons for the crisis. The immediate cause was the burst of the housing bubble. However, there are several causes that led to this point. Some proposed causes are risky lending and investments by banks, the rapid growth of the housing bubble, and government deregulation.
From the Economist, the causes of the Financial Crisis

Cantar para surdos

Angela Merkel explica a Passos Coelho:

Deve ter sido esquisito para quem está habituado a culpar “o Sócrates” ter ouvido a todo-poderosa Angela explicar que, por causa da crise financeira desencadeada nos Estados Unidos, e da sua propagação à Europa, os governos europeus desataram a apostar no investimento público para conter o descalabro das suas economias. Só que entretanto os investidores começaram a desconfiar de algumas economias (as mais frágeis) e a duvidar da fiabilidade de alguns para pagar as respectivas dívidas.

Dilma explica a Angela Merkel:

Questionada sobre se já manifestou a sua opinião à chanceler alemã Angela Merkel, com quem disputa a posição de mulher mais influente do mundo, Dilma respondeu que “tenho-lhe dito isto em todas as reuniões do G-20 (…). As receitas que estão a aplicar levarão a uma recessão brutal. Sem investimento é impossível sair da crise. Aceito que é preciso pagar as dívidas e levar a cabo a consolidação orçamental, mas é preciso tempo para que os países o façam em condições sociais menos graves. Não só por questões éticas, mas também por exigências económicas. [Read more…]

Qual austeridade!?

Governo investe 800 milhões no Banif. Mas descansem os corações sobressaltados, não vai ter maioria em termos de votos.

Salvamos a Espanha para salvar os bancos alemães

– Jürgen Donges, o senhor que disse isto é conselheiro da Sra. Merkel. Nada que não tivéssemos falado já no Aventar (em 2010).

“Novas” Medidas

Em resumo, frente ao precipício sabemos dar o passo em frente:

  • Processo de ajustamento alargado aos privados: aumento da TSU para 18% para todos (de 11%);
  • Desce a contribuição das empresas para a SS para 18% (de 23.75%);
  • Subsídios pagos mensalmente (?);
  • Pensionistas e reformados: mantém-se o corte de subsídios enquanto vigorar o plano;
  • Os rendimentos mais baixos poderão ver devolvido algum do rendimento via reembolso de IRS.

Mais uma vez, não é demonstrado de forma nenhuma, a relação de causa efeito esperada entre estas medidas e os resultados esperados na economia. – Estamos a ser governados pela fé, pela crença, pelo dogma.

Já Acabou a Vaselina?

Em Espanha há gente chateada. Um dia fico chateado.

Um piloto do mundo?

Miguel Gaspar, jornalista do Público, cujas crónicas, aliás, são muito do meu agrado, escreveu ontem:

Há a sensação de que ninguém está a pilotar o mundo em plena crise financeira global.

Não me agrada nada a ideia de haver alguém a «pilotar o mundo»… Nem China, nem EUA, nem outros.

Não confiamos nos nossos «pilotos»… quanto mais confiar num piloto do mundo!

Parece que não temos outro remédio.

Mas talvez a crise venha mostrar que não é possível ter «alguém» a pilotar o mundo, mas que «cada um» de nós, cada país, terá que depender e exigir mais de si que dos outros.

Os bancos devem ser desmembrados

É o que diz um ex-presidente executivo do Citigroup. – É claro que vamos continuar a endividar-nos para salvar bancos falidos.

Espanha estará a negociar linha de crédito de emergência

Subida vertiginosa das taxas de juro espanholas apressou a montagem de um “plano B”. – Estão surpreendidos com o quê?

A contradição de Bruxelas

O resgate dos bancos espanhóis depende do défice, no entanto o resgate conta para o défice. Lá como cá, cumprir é impossível.

Portugal: corrupção e crise de mãos dadas

Relatório da Transparência Internacional estabelece uma forte correlação entre corrupção e a actual crise financeira, sobretudo nos países do Sul da Europa.

O senhor Silva está muito bem de saúde, mas os seus órgãos internos estão praticamente destruídos e teve fracturas múltiplas

 

‘Portugal está melhor, mas os portugueses estão pior’

 

 

Paulo Ferreira, o “Homo Pingusdulcis”

A minha passagem pela catequese, mesmo depois de abandonar a Igreja, e a escolha de ideais de esquerda, mesmo sem frequentar nenhuma das suas igrejas, fizeram de mim um crente na solidariedade como pilar da sociedade. Não partilho, portanto, do entusiasmo marialva na sociedade como selva competitiva, repugna-me a imagem do homem predador do homem e tenho a mania de que é importante conceder direitos aos cidadãos, em primeiro lugar, porque é humano, e, depois, porque isso contribui para a paz social e para a produtividade.

Acredito, de qualquer modo, que são vários os caminhos para se chegar a estes ideais e não me custa acreditar que, para isso, o bom senso bastaria, sendo dispensáveis ideologias ou religiões. [Read more…]

Fanny, Passos Coelho e o javali

Fanny é uma das muitas figuras públicas a quem chamam mediáticas. Alcançou esse estatuto ao manter uma distância doentia face a qualquer assomo de inteligência, equiparando-se, portanto, a Passos Coelho, concorrente de uma versão da Casa dos Segredos em que o objectivo é enganar os telespectadores com a colaboração dos restantes elementos da casa. [Read more…]

Um bocado de ilusionismo

Dia após dia, a comunicação social martela-nos a ideia que o problema europeu são as dívidas soberanas. Não são. O problema são as dívidas privadas, resultado de mercados financeiros absolutamente desregulados e de entidades de supervisão criminosamente incompetentes:

Desorientação completa – 600 mil milhões para Itália

O “La Stampa” anuncia hoje que o FMI está a preparar um resgate de 600 mil milhões de euros para a Itália (também saiu uma nota no Público).


Actualização: O FMI já veio desmentir a notícia do La Stampa.

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Enviou-me Outro Amigo

Tenho amigos com muito bom gosto e discernimento; às vezes enviam-me umas coisas giras e com imensa piada.

Criminalização?

Na Edição Especial da RTPN, esteve um painel em amena cavaqueira, tecendo o rol de desgraças que nos têm consumido.  A irada Tia Avilez conseguiu apresentar-se mais moderada e compreensiva e apesar do tom de sujeição dado pelos comentadores, um dos cavalheiros teve o topete de afirmar que a ida a Juízo dos desvios e da má administração dos dinheiros públicos, consiste num “passo perigoso a dar em Portugal”. Percebe-se a razão para esse desabafo e todos imaginamos quem e o quê poderão estar em perigo. Em suma, tal coisa jamais poderá acontecer, apesar dos claros indícios de que muito mal têm andado as contas públicas, para nem sequer se aventar a hipótese de roubo descarado. Mais de 90% dos institutos públicos jamais foram fiscalizados e se até agora os agentes mediático-políticos viveram obcecados com a Madeira – já repararam que desde a vitória de Jardim a coisa vai desaparecendo dos noticiários? – , os fiscais andam num permanente assédio aos pequenos privados, desde os gabinetes das médias empresas, até à tasquinha onde se servem uns copitos de tinto e umas cadelinhas. Sabem muito bem que não é aí que está o dinheiro “que se vê”, mas a fiscalidade não está para maçadas, evitando problemas. Existem por aí centenas de Madeiras que dão pelo nome de mordomias – a começar pela Belém dos 17 milhões €/ano e dúzias de assessores, não esquecendo os “ex-belenenses” -, Câmaras Municipais, “observatórios”, PPP – o erário público a oferecer dinheiro às empresas da partidocracia -, EP’s, fundações, pensões milionárias ao fim de poucos anos de “esforço laboral”, gabinetes e institutos de “estudos”, etc. Já agora, o governo poderia conquistar a compreensão de uma boa parte da opinião pública, se decidisse mostrar algo que fosse bem visível. Não, não se trata de vindicta ou inveja, mas daquele necessário sentido de equidade que infelizmente muito tem faltado a este regime.

É da mais elementar justiça, a própria Justiça do Estado zelar pelos interesses dos contribuintes que aos nossos senhores garantem o farto sustentoCom a devida criminalização, atinja quem atingir. Talvez “eles” ainda não tenham reparado, mas já há uns vinte anos acenderam o rastilho do barril de pólvora. Valha-lhes Santa Bárbara.

Casa dos degredos

Vivemos num país onde é impossível planear, o país eternamente conjuntural, o país em que se fala de “reformas estruturais” não porque se devam fazer e não porque o sejam na verdade, mas porque estamos em crise e a crise é uma “janela de oportunidade”. Somos, afinal, um país em que só se pensa quando está em crise, que é altura em que não é possível pensar, é a altura em que se devia ter pensado.

Depois de dinheiros públicos que uns poucos desperdiçaram e que muitos outros pagarão, aparecem logo ideias para cortar “as gorduras” e repete-se até à exaustão a expressão esvaziada de que “é preciso fazer mais com menos”, sem se dizer que não é só menos, é muito menos, sabendo-se, portanto, que não será possível fazer-se mais. É neste momento que se reafirma a ideia de que a gestão pública é má porque é pública e não porque é simplesmente má ou porque tenha estado e esteja sujeita à corrupção legalizada. De repente, descobre-se que é preciso fundir municípios, fundir escolas, fundir a torto e a direito, num país que está cada vez mais fundido e mal pago, uma nação que é, no fundo, um degredo.

Entretanto, faz-se tudo para que não se debata, porque “não há outra solução” ou porque “este é o único caminho”. Aqui, não se debate. Não se debate porque não estamos em crise, como dizia Sócrates. Não se debate porque estamos em crise, diz Passos Coelho. Portugal continua a ser a pátria em que o cidadão tem o privilégio do voto e o dever do conformismo, uma espécie de testemunha de casamentos que deverá calar-se para sempre, limitando-se a confiar. Este país é, enfim, uma casa dos segredos cujos habitantes devem aceitar manter-se na ignorância, obedecendo cegamente a uma voz.

A tributação dos ricos, as receitas fiscais e o investimento

Warren Buffet, um milionário norte-americano, lançou a ideia de contribuir mais com os seus impostos para a atual crise. Outros ricos de outros países deram especial atenção às palavras de Buffet e vieram também a público defender a criação de um imposto especial sobre as grandes fortunas. Alguns partidos, numa atitude puramente demagógica, não se atrasaram a defender, como têm defendido insistentemente nos últimos anos, a criação de um imposto sobre as grandes fortunas. Aliás, muitos desses partidos fazem da perseguição ideológica aos ricos o seu cavalo de batalha. Ainda não perceberam que mais impostos só agravam a situação.

Vamos por partes: Portugal, tal como outros países, atravessa um momento de grave crise financeira. O dinheiro não abunda nos cofres das finanças públicas portuguesas. A crise financeira não se resolve sem uma economia pujante (esta afirmação é consensual a toda gente). Acontece, porém, que mais impostos são prejudiciais à economia. Se o aumento de impostos pode ajudar as finanças públicas portuguesas no curto prazo, no médio/longo prazo a situação agravar-se-á. Não há milagres. Sem crescimento económico, as nossas contas dificilmente ficarão equilibradas. [Read more…]

O que temos aqui é uma falha de comunicação

Compreendo a revolta do nosso Jorge quando pede ao Governo para não cortar mais na despesa porque a sua carteira já não aguenta mais.

Afinal de contas,  estava tudo à espera que este Governo se referisse à despesa pública quando fala em cortar na despesa.

Talvez não seja bem assim.

O Governo parece estar preocupado, sim, em cortar na despesa privada. E não há melhor modo para isso do que tirar o dinheiro da carteira das pessoas.

Sem dinheiro o pessoal não gasta. A não ser que peça emprestado e se endivide ainda mais, além do tutano, e se agudize ainda mais a crise financeira e tal e coisa…

Pois…

A Crise Financeira Explicada

 

Esta análise é certeira e explica de uma forma simples o que se está a passar na Europa. Apenas não é referido que a politica de resgates actuais vai forçar a implosão das economias europeias ficando estas, desta forma, à mercê dos detentores de capital para serem compradas a preço de saldo. Isso já está a acontecer na Grécia e basta ler o memorando da Troika para se perceber que vai acontecer o mesmo aqui em Portugal.

Em revista 08.01.2010

E aí está José Sócrates a afirmar no Parlamento que a provação do casamento homossexual é “um passo contra a discriminação”. Esqueceu-se foi de dizer que é também um passo a favor de uma outra discriminação: podes casar mas não podes adoptar.
Entretanto o Tribunal da Relação de Lisboa, confirmou a inconstitucionalidade da ASAE, quanto às suas competências policiais. O que é um claro exercício de coragem: arrisca-se que a ASAE ainda lhe feche as portas à custa de umas tantas normas de uns tantos regulamentos.
Mas, voltando a José Sócrates, afirmou ontem que a culpa da crise financeira é dos bancos. Isto a propósito das contas sobre a dívida pública apresentadas pelo BPI. Sócrates não deve ter gostado que fossem privados a denunciar o real estado das contas públicas. É o que dá as zangas entre comadres…
E ainda há o azar destas coisas da natureza, a aumentar aos custos do Estado. Pelos vistos já custa ao erário público cerca de 80 milhões de Euros as chuvas de Dezembro. Se continua assim, precisamos de fazer um fado bem trágico “As águas de Dezembro”, para contrapor às “Águas de Março” de Tom Jobim.
Por fim, uma boa notícia: Manuel Machado teve alta. Sempre gostei do estilo deste treinador, que nunca se escusou a dizer o que pensa. Que regresse o mais cedo possível ao trabalho.