Fernando Ulrich, um banqueiro em defesa da classe política

Fernando Ulrich, banqueiro de uma longa linhagem de banqueiros e donos de Portugal, afirma não alinhar “na conversa de que temos maus políticos”. Compreende-se. É malta que nunca lhe falhou.

Fernando Ultrarico tem razão.

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Os contribuintes continuam a pagar os custos da banca.

Fernando Ulrich não aguenta?

O pesadelo de Ulrich: Tsipras a comemorar a vitória.

O pesadelo de Ulrich: Tsipras a comemorar a vitória.

Fernando Ulrich está preocupado com o resultado das eleições na Grécia. Fico satisfeito por, pela primeira vez na vida, ter as mesmas preocupações de um banqueiro, mesmo sabendo que me deixará sozinho a torcer pela vitória do Syrisa.

Um banco, à semelhança dos mercados, é uma entidade nervosa, sensível, amiga do seu amigo. O BPI confidenciou as suas preocupações aos clientes e enviou-lhes uma mensagem assustada, chamando a atenção para “o espectro da vitória de um partido anti-europeísta.”

Muito haveria a dizer sobre o que significa ser anti-europeísta, mas tendo em conta a proximidade ideológica de Ulrich com Luís Montenegro, julgo que defender a Europa e os europeus são coisas antagónicas, porque os segundos só servem para atrapalhar. Logo, quem estiver preocupado com os europeus será, necessariamente, anti-europeísta.

Vale a pena ler a carta que Catarina Martins escreveu ao banqueiro assustadiço. É claro que há por ali palavras que poderão fazer confusão ao pobre senhor, como, por exemplo, democracia e povo, mas, e citando o final da missiva, é importante ajudá-lo a perceber que “os mercados financeiros aguentam. Ai aguentam, aguentam.” Penso que, assim, ele conseguirá perceber.

O marxismo-leninismo

de Fernando Ulrich. Aguenta camarada!

Crime e sem castigo

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Esquecendo os considerandos, é consensual entre os portugueses que a família Espírito Santo merece castigo, tal como todos estamos de acordo sobre a impossibilidade de isso suceder, mais depressa passa o Camilo Lourenço pelo buraco de uma agulha do que um rico muito rico vai em Portugal dormir na cadeia.

Nas nossas leis e procedimentos judiciais houve sempre o cuidado na redacção de deixar uma vírgula, um parágrafo que remete para outro e outro, trabalho dos melhores escritórios de advogados que ali redigiram enquanto deputedos. É verdade que o Isaltino e o Lima já lá foram, mas não são ricos, novo-rico é outra coisa, começou por baixo, pode descer.

E depois somos um país de branduras e muito perdão, roubaram mas foi sem mão armada, aquilo até foi sem querer e pela salvação das empresas e empregos, etc. etc. Ora só vislumbro uma saída: a financeira, pois claro. É avisado que até à conclusão de um processo desta envergadura todos os bens sejam sequestrados, mas já é sabido que o Ricardo, por exemplo, nada tem em seu nome. Haja portanto a coragem de um juiz lhes decretar o rendimento mínimo, e apurada vigilância para que não possam despender nem mais um cêntimo, proibição de esmolas incluída, isto até que esteja concluído o julgamento, no próximo século. Nessa altura, uma vez expulsos da casta e brincando aos pobrezinhos em versão mendicidade, sempre quero ver se Fernando Ulrich (nunca mais chega a vez do BPI) insiste em que não bate nos que estão na mó de baixo. Duvido que se aguente.

Salgueiro nas matas

tmp_JS8825590875705829611Se uma instituição precisa de alguém para limpar uma mata é porque há um trabalho para fazer. Se há um trabalho para fazer, num país civilizado, há um emprego para oferecer, incluindo salário, descontos, direitos, deveres, enfim, respeitando-se o empregador e o empregado, como é próprio de um mercado laboral de um país civilizado. [Read more…]

Da série ai aguenta, aguenta (22)

Taxa de pobreza infantil em Portugal ultrapassa há oito anos a média europeia

Quanto tempo vai durar a conta de Fernando Ulrich no Facebook?

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Aceitam-se apostas!

A lavagem

ULRICH
A nossa extrema-direita andava muito encolhida nesta fase ulrichiana da vida portuguesa. Pudera, o homem passou todos os limites.

Mas como se contenta com pouco espevitou-se hoje com as tiradas do homem no parlamento.

O nojento pseudo-moralismo de Ana Drago, insurge-se um, enquanto Helena Matos, mais sábia, copia um artigo do Económico e um cowboy dispara: Como destruir Ana Drago em 3 passos.

A base do raciocínio comum é fascinante: Ulrich é um “criador de postos de trabalho”, não recebe lições de moral de ninguém e Ana Drago não pode ter razão porque defende “os assassinatos de Lenine e seus comparsas” (o analfabetismo político é sempre fascinante).

Criador de postos de trabalho? nem vou fazer contas aos despedimentos no BPI. Fernando Ulrich é um filho d’algo, por acaso da junção de duas das famílias que têm Portugal como sua propriedade, à custa dos favores que obtiveram do estado ao longo de décadas. Não fosse fosse isso e estaria provavelmente a aguentar baldes de massa num andaime qualquer. [Read more…]

Ulrich TV

Sem-abrigo apresentam a meteorologia na televisão

Fernando Ulrich’s best off 2013

Fernando_UlrichEm defesa da minha honra, devo dizer que o meu inglês não é tão mau que não saiba distinguir “of” de “off” e é suficientemente bom para poder fazer este trocadilho com que pretendo afirmar que o melhor de (best of) Fernando Ulrich só poderá surgir quando estiver de fora (off) e o silêncio for a sua melhor opinião.

Sempre pronto a confirmar esta minha tese, Ulrich resolveu não se calar, mais uma vez, insistindo na explicação daquela que ficará conhecida nos anais da economia como a «teoria do “aguenta”», nascida do exemplo de Tomás Taveira – também a propósito de “anais” –, outro grande defensor da noção de que a dor alheia é sempre suportável, sobretudo se der prazer ao seu causador, tornando-se, então, fácil perceber qual a posição do contribuinte face ao sector bancário.

Ulrich deslocou-se, hoje, ao Parlamento e declarou-se uma pessoa sensível. O másculo banqueiro não esteve mal quando respondeu torto a João Galamba, porque, apesar de tudo, prefiro um reaccionário consistente a um pedaço de plasticina em forma de deputado. Na verdade, quem apoiou tão veementemente José Sócrates não tem lições de sensibilidade a dar a ninguém. Por outro lado, ao saber que Ulrich recebeu lições de sensibilidade em casa, na escola, na família e na Igreja Católica, fico espantado por ver que houve quatro instituições que falharam tão clamorosamente. [Read more…]

Ulrich aguenta com os Bandex

Neste vídeo dos Bandex, pode confirmar-se que Fernando Ulrich tem dentro de si um cantor pimba, o que levou vários especialistas em pimbologia a descobrir relações entre esta actuação e o célebre “Aguenta-te com esta” de Toy.

Na realidade, cada vez se tornam mais nítidas as afinidades entre o universo pimba e o mundo da banca, nomeadamente no que se refere ao desbragamento e ao gosto pela repetição obsessiva de refrões.

Não faltará muito para que Ulrich e a sua banda cheguem ao Pavilhão Atlântico, com Passos Coelho na plateia histérica a gritar “Ai aguenta, aguenta”.

Boicote

Ao ser interpelado, no parlamento, sobre as declarações de Fernando Ulrich e sendo convidado, pela oposição, a condená-los, Passos Coelho limitou-se a informar que não tinha acções do BPI, nem nesse banco tinha qualquer conta. Boa. O boicote já começou a funcionar.

Passou Janeiro, Ulrich!

Meu Céu Meu MarPassou Janeiro e não comprei absolutamente nada, não gastei dinheiro absolutamente nenhum para além de trinta cêntimos de pão. Consegui. Não me paguei a mim mesmo nenhum café, que adoro. Não me plantei peregrino e parvo no Merdia Market à babugem fosse do que fosse sem IVA, com respeito a todos os que o fizeram, falo de mim, o peregrino e o parvo seria eu. Não fui ao cinema, que adoro, nem ao teatro, que amo, nem à música, que idolatro. Não comprei coisa nenhuma, entrou dia, saiu dia, umas batas fritas, um bolo, um sumo, nada. Foram 31 dias vividos serenamente e em estado de combate, transformando a minha rebelião contra o Regime que Apodrece em Portugal em esvaziamento zen, em despojamento do meu Eu, num gesto concreto e num propósito reactivo como quem sintetiza o próprio sal e resiste ao Mega-Tributo a que nos submetem.

Jejuei todos os santos dias deste Janeiro, tomando apenas as duas refeições principais, regadas com meio copo de vinho tinto, broa, azeite, grelos cozidos ou couves, cavala em conserva, petinga ou atum ou salsichas. Estou vivo, mais leve, esvelto, e até mais belo, gracioso, com um brilho no olhar verdejante que muito me agrada. Corri para a minha praia, pisei a minha areia e bordejei as águas do meu Mar sempre que o clima o permitiu e mesmo quando chovia a cântaros. Passou Janeiro, espiritualizei-me, fui um pai omnipresente e solidário nas lides de casa, mantive o meu sorriso intacto, evitei demasiada virtualidade-net. Busquei o Sol. Emocionei-me na hora crepuscular, olhando, com o coração Menino e Impoluto, o Mar. [Read more…]

Obviamente calou-se

Heloísa Apolónia pediu hoje ao primeiro-ministro que censurasse o banqueiro Ulrich pelas suas declarações desprezíveis.

Ulrich candidata-se a actriz pornográfica

Se tantas foram sodomizadas por John Holmes, porque é que ele não há-de aguentar?

Somos todos iguais, disse o banqueiro

Há algo de delirante em muito do que acontece hoje, naquilo que nos é apresentado como notícia, e nos actores dessas notícias, como se vivêssemos num estado perpetuamente febril e nesse estado ajuizássemos a normalidade do mundo.

Só num cenário de delírio, e de delírio colectivo, se poderia apresentar o responsável por uma empresa que acaba de auferir pouco mais de 249 milhões de euros de lucro (no mesmo ano em que apresentou um pedido de ajuda ao Estado de 1.5 mil milhões de euros) e afirmar o que afirmou: [Read more…]

Da série ai aguenta, aguenta (21)

Assalto a infantário para levar dois pacotes de leite e quatro papas

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Governo prevê mais portagens nas ExScut e autoestradas

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Idosos abandonam lares para ajudar netos e filhos desempregados

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Médicos denunciam que há administrações de hospitais a proibir prescrição de medicamentos para poupar

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Matar a fome na escola

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Aumento nas portagens, energia e telecomunicações ultrapassa inflação em 2013

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Água privatizada é mais cara

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Prepare-se para 2013: vem aí o pior

 

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“Portugueses vão ficar no limite dos recursos até para consumir o mínimo” (Ana Isabel Trigo de Morais, directora-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição)

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Governo vai cortar mil camas nos hospitais do SNS. Num país em que há doentes internados em macas.

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Escolas alimentam cada vez mais crianças nas férias

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Aumenta o desemprego entre trabalhadoras domésticas

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Hospitais falidos param cirurgias